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quinta-feira, 21 de maio de 2015

PF investiga médicos do HC que recebem salário de até R$ 20 mil sem trabalhar

A Polícia Federal deflagrou, nesta manhã (21), a Operação São Lucas, que investiga médicos do Hospital de Clínicas da UFPR por receberem, há anos e sem exercer suas funções, vencimentos do Governo Federal que variam de R$ 4 mil a R$ 20 mil mensais.


A ação, em parceria com a Controladoria Geral da União, tem como objetivo cumprir mandado de busca e apreensão no hospital, expedido pela Justiça Federal de Curitiba, bem como interrogar 17 servidores para prestarem esclarecimentos na sede da Superintendência da Polícia Federal no Paraná.

Os envolvidos serão indiciados pelos crimes de estelionato qualificado, falsidade ideológica, prevaricação e abandono da função pública.

A operação contou com a participação de 50 policiais federais e 3 servidores da Controladoria Geral da União.

Haverá coletiva no auditório da Superintendência da PF no Paraná às 14h00. Até o momento, a PF não divulgou os nomes dos médicos investigados.

ATUALIZAÇÃO do Portal Banda B às 16h13:
A Operação São Lucas da Polícia Federal (PF) investiga inicialmente dez médicos concursados que, em média, tinham menos de 7% de comparecimento e recebiam até R$ 20 mil em salários. Entre os investigados estão professores ligados ao Setor de Saúde da UFPR e até mesmo o dono de um grande hospital da capital.

De acordo com o delegado Maurício Todeschini, o esquema partiu da Controladoria Geral da União (CGU) e outras pessoas podem estar envolvidas no esquema que consistia na falsificação dos cartões ponto. “A CGU selecionou os dez casos mais graves de inassiduidade do HC e verificou que há muitos anos eles recebiam os vencimentos praticamente sem trabalhar. A partir de dados cruzados, foi verificado realmente as faltas”, explicou.

Os médicos investigados atuavam na ultrassonografia, radioterapia, clínica médica, transplante de medula, nefrologia, cirurgia toráxica e cardiológica, serviços de reprodução humana, radiologia e ginecologia. Os nomes dos médicos envolvidos não foram divulgados pela Polícia Federal.

Para se chegar ao esquema, a CGU separou o hospital da universidade e percebeu que a produtividade estava muito abaixo do esperado. “Decidimos individualizar comportamentos, já que a CGU sempre olha para a gestão e encontramos esses dez casos mais graves de não comparecimento mesmo recebendo os salários”, disse o chefe da CGU Regional Paraná, Moacir Rodrigues de Oliveira.

Segundo Todeschini, todos os dez médicos são de renome na cidade e outros profissionais podem estar envolvidos. “Continuaremos aprofundando a investigação já que a ausência atrasava muito os atendimentos. O parecer da CGU mostra que pacientes ficavam meses na fila e outros médicos acabavam ficando sobrecarregados, principalmente os residentes”, comentou.

Os envolvidos serão indiciados pelos crimes de estelionato qualificado, falsidade ideológica, prevaricação e abandono da função pública. A operação contou com a participação de 50 policiais federais e 3 servidores da Controladoria Geral da União. O nome da Operação faz referência ao santo padroeiro dos médicos.

A Banda B entrou em contato com a assessoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que informou que o reitor Zaki Akel Sobrinho deve se reunir ainda nesta quinta com a direção do Hospital de Clínicas e deve se pronunciar oficialmente sobre o caso nos próximos dias.
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Fonte: Portal Banda B

2 comentários:

Félix disse...

Vergonha total, mas isso vem acontecendo faz tempo e bem na cara dos reitores e da direção do HC, que se fingem de mortos. Agora não tem mais jeito, é mandar esses pilantras pra fora da universidade e dar a vaga pra quem quer trabalhar e exercer a medicina e honrar deu diploma.

Rita de Cassia disse...

Esta mais do que na hora. Chega de gente desonesta fingindo que cuida da saúde das pessoas.