(...)Não apenas isso. Até 2010 nós criamos um outro programa chamado REUNI. Tem um tipo de gente que não gosta. Você sabe que nós tivemos 20 reitorias ocupadas por um tipo de gente “pequeno-burguesa”, que já está na universidade e que não quer que a gente aumente [o acesso]. A média de alunos por professor, hoje, são 12 alunos. Nós queremos elevar para 18, como tem na França. Em vários lugares deste país, um determinado grupo de gente invadia a reitoria para não deixar aumentar de 12 para 18. E todos os reitores enfrentaram a briga. E os 54 reitores aprovaram. E, até 2010, nós iremos colocar mais 400 mil jovens na escola pública federal deste País.
Peguem a história deste País e vejam nesses 500 anos quantos presidentes fizeram universidades. Neste século XX, nós tivemos 54 universidades federais construídas no Brasil. Em 100 anos, 54. Nós, em oito anos, vamos ter 10 universidades federais novas e 48 extensões universitárias por todo o interior deste País. Em 93 anos, eles fizeram 140 escolas técnicas. Nós, em 8 anos, vamos fazer 214 escolas técnicas neste País. E vamos fazer porque eu tenho nas minhas costas, e na minha consciência, o saber de um jovem que não conseguiu entrar na universidade.
Têm meninos que completam 16, 17 anos, terminam o colegial, não passam no vestibular nas públicas, vão fazer vestibular nas escolas privadas e passam. Quando chega fevereiro, quando vão fazer a matrícula, a mensalidade é 800, é 900, é 1.000, é 1.200, é 1.500 reais. O pobre volta para casa desanimado. Graças a Deus, nós estamos resolvendo esse problema. E, hoje, é com muito orgulho que eu ando pelo País e encontro jovens dos mais diferentes bairros agradecendo a oportunidade de ter chegado a uma universidade. É isso que nós queremos fazer por este País: tornar este País mais igual.
Também na UFPR, ocorrem apreensões quanto à preservação da qualidade da Educação na medida em que o REUNI começar a implantação do aumento de vagas e cursos, de suas metas. Algumas apreensões justificadas, outras completamente paranóicas e de motivação nitidamente política (decorrentes do oposicionismo sistemático a qualquer ação do governo federal). Os atos intransigentemente contra o REUNI, que levaram inclusive a invasões de reitorias, objetivamente estavam preferindo a preservação do status quo – como o REUNI não é ideal, foram totalmente contra, e assim, na prática, que tudo ficasse como está. Isto chama-se em política conservadorismo, ainda que debaixo de uma roupagem muito radicalóide e esquerdista de boca.
Quando finalmente a Universidade do Paraná saiu dos planos de “utópicos” ao ser fundada em 1912, jornais de Curitiba daquela época faziam troça de Nilo Cairo, Vitor do Amaral e de outros pioneiros, prognosticando que uma universidade não podia dar certo com tão poucos recursos, instalações, professores. Os fundadores sabiam dessas dificuldades, mas também sabiam que o Paraná precisava de uma universidade, era preciso começar. Persistiram, afrontando as gozações e os vitupérios dos conservadores de então. Passadas nove décadas, alguém dirá que esses professores cometeram um grave erro político e pedagógico?
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