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segunda-feira, 16 de junho de 2025

Lula aposta em neutralidade do Centrão e alianças regionais para 2026


O presidente Lula (PT) está jogando xadrez com peças do Centrão para viabilizar sua reeleição em 2026. A estratégia, como o Blog do Esmael antecipou, é garantir neutralidade formal de partidos como MDB, PSD, PP, Republicanos e União Brasil na disputa nacional, enquanto trabalha silenciosamente por apoios regionais desses mesmos grupos.


A ideia ganhou corpo neste fim de semana com a revelação, pela Folha, de que o Palácio do Planalto considera positivo o cenário de neutralidade dessas siglas, que juntas controlam 11 ministérios e sustentam a governabilidade de Lula no Congresso.


Nos bastidores, Lula já costura palanques locais
Desde o início de 2025, Lula vem sinalizando que abrirá mão de candidaturas petistas a governos estaduais em favor de nomes do campo progressista com maior viabilidade ao Senado. Essa troca revela um movimento estratégico: manter o poder federal sem romper com estruturas locais.

A lista de nomes ligados a esses partidos que devem compor os palanques de Lula é extensa. Inclui desde a ministra Simone Tebet (Planejamento) no MDB até o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil). Esses apoios são vistos como decisivos, mesmo que as siglas se declarem neutras ou liberem seus filiados.


Crises no governo aceleram redesenho da base
A queda de popularidade do governo, apurada pelo Datafolha, com 40% de rejeição geral e apenas 28% de avaliação positiva, levou o Planalto a recalibrar sua articulação política. As crises envolvendo Pix, INSS e IOF tensionaram a relação com o mercado financeiro, isto é, mais ricos e velha mídia, quem estimulam infidelidade parlamentar de maneira escancarada. Segundo levantamento, 55% dos deputados dos cinco partidos da base não votaram com o governo na maioria dos projetos — embora o Planalto não tenha sido derrotado em nenhuma matéria estratégica.

Apesar disso, Lula ainda conta com alta aprovação entre os que votaram nele em 2022: 56% classificam sua gestão como –ótima ou boa– e 84% aprovam seu trabalho. A ancoragem em sua base de apoio original é o que dá fôlego para essa costura de alianças.


Tarcísio em compasso de espera e Kassab calcula 2030
O adversário mais promissor do campo bolsonarista, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), enfrenta resistência dentro do próprio PSD. Gilberto Kassab, presidente do partido, já afirmou que Lula será imbatível em 2026 e sugeriu que Tarcísio se concentre na reeleição estadual, deixando a disputa nacional para 2030. É um recado direto sobre a hegemonia lulo-petista no centro do tabuleiro.


Lula 2026: estratégia silenciosa garante vantagem
Lula sabe que não será por declarações de apoio formais que vencerá. A vitória está nos bastidores, nos palanques regionais, nos acordos silenciosos. A neutralidade dos partidos do centrão, longe de significar abandono, é estratégia de sobrevivência para eles e de permanência para o petista. O xadrez está sendo jogado peça a peça, com a caneta e a memória eleitoral como armas principais.

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