Depois da notícia de que o governo golpista de Temer concedeu, no final de 2016, a carta sindical à articulação de servidores chamada Atens (Associação de técnicos de nível superior), que lhe permite também representar os TAE da classe E, a Direção Nacional da FASUBRA emitiu nota condenando a divisão da categoria:
"A FASUBRA Sindical, entidade representativa dos Técnico-Administrativos em Educação (TAE) há 38 anos, vem a público convocar os trabalhadores das Instituições Federais de Ensino (IFE) a fortalecerem a unidade do conjunto da categoria, bem como resistir a qualquer tentativa de divisão promovida pelo Governo ou pela Atens, entidade que reivindica ser a 'única representante dos TAE da Classe E'. Não é a primeira vez que a FASUBRA alerta os TAE sobre atitudes divisionistas na categoria, cujas consequências desastrosas tão somente contribuirão para o enfraquecimento do movimento, especialmente num contexto de grandes ataques em curso contra direitos, salários e conquistas sociais. A FASUBRA, pelo protagonismo que cumpre na resistência ao avanço das reformas antissociais, é um obstáculo para o Governo, que precisa derrotá-la para, assim, derrotar os TAE das IFES.
Os TAE formam uma categoria multiprofissional, integrada por profissionais de áreas diversas, ocupantes de centenas de diferentes cargos. A força dos TAE e a sua identidade de trabalhadores educação, que potencializa nossas lutas, vêm da capacidade de unificar, num mesmo plano de carreira, tantas profissões com distintos níveis de escolaridade, todas contribuindo para a produção de ensino, pesquisa e extensão nas instituições, por meio de um macro-fazer único, inerente ao trabalho desenvolvido nas universidades, centros tecnológicos e institutos. São mais de 200 mil trabalhadores ativos e aposentados que atuam ou já atuaram nas IFES, em todo o país, e que, ao longo dos anos, vêm construindo lutas e movimentos reivindicatórios importantes, em defesa da carreira, salários, redução da jornada de trabalho, pela universidade e pela educação pública estatal, e por uma sociedade mais justa, inclusiva, solidária e igualitária.
Construção coletiva versus divisionismo: na contramão da história
Historicamente, a FASUBRA Sindical construiu sua trajetória na ação firme em várias vertentes. Sua intervenção vai desde a atuação junto ao parlamento, com a participação constante no espaço legislativo, inclusive apresentando emendas e projetos de lei, como também nos espaços institucionais e, principalmente na ação popular, nas ruas, junto aos movimentos sociais e populares. Assim, enquanto a FASUBRA e os sindicatos a ela filiados construíam várias lutas em defesa da categoria, a começar pela conquista de uma Carreira Nacional que possibilita e valoriza a formação e qualificação dos trabalhadores, a direção da Atens atuou em sentido contrário, incentivando a divisão e o antagonismo entre os TAE, tentando enfraquecer a luta comum a todos. Só para citar recentes exemplos, nos últimos 5 anos a FASUBRA e seus sindicatos filiados fizeram quatro greves por melhores salários, pelas redução da jornada e contra o ajuste. Qual foi a campanha, luta ou greve de iniciativa da Atens? Não há registro!
Diferentemente do que tem sido divulgado pela Atens de que a Classe E foi prejudicada pela FASUBRA, basta verificar a evolução salarial desses trabalhadores desde a criação do PCCTAE até os dias atuais para perceber a falácia argumentativa. Pelo contrário, a Classe E teve ganhos reais, acima do IPCA, nos últimos anos, fruto de lutas e greves dirigidas pela FASUBRA. Além do mais, num primeiro momento apenas esta classe teve direito aos percentuais de mestrado e doutorado, posteriormente ampliados para os demais TAE, de A a D com o acordo de greve de 2012.
Portanto, cabe aos TAE da Classe E, instados pelos divisionistas a aderir à Atens, dizer não à fragmentação e cerrar fileiras com a FASUBRA e seus sindicatos, pois o conflito interno e a pulverização das forças da categoria favorecerá tão somente aos atuais adversários da classe trabalhadora: o governo que, diuturnamente, atua no sentido de retirar direitos e brecar todas as possibilidades de novos avanços e conquistas sociais.
Aceitar a fragmentação de nossa categoria para apoiar uma entidade que não organizou lutas e não esteve presente em qualquer greve, mas que usufruiu dos ganhos dos movimentos enquanto tentava desqualificar a FASUBRA conscientemente, visando destruir o PCCTAE e a credibilidade da Federação, é jogar contra a própria categoria. Ainda, é importante entender o perfil dessa entidade que se contrapõe ao perfil histórico de enfrentamento e de luta da FASUBRA. A Atens, ao contrário, traz uma concepção sindical conciliadora com os interesses do patrão, tendo se filiado recentemente à Pública, uma central sindical corporativista, ligada aos tucanos (PSDB)."
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