Educação superior é ainda uma mercadoria rara entre os jovens adultos brasileiros. Mas o ministro parece achar 15% um valor excessivo. Talvez ele deseje o retorno para os patamares de 2000, quiçá os de 1960, quando o ensino superior era um caviar apreciado por apenas uma meia dúzia de gatos pingados, em termos estatísticos.
Das duas uma: ou o "ministro da Educação" bolsonarista Vélez desconhece os números – o que mostra ignorância – ou quer condenar uma fração ainda maior de nossos jovens a não terem curso superior – o que sinaliza crueldade. Não bastasse a estupidez factual da primeira frase, a segunda é ainda mais medonha. Todos nós conhecemos a história de um ou outro indivíduo, nascido na mais hedionda pobreza e que através dos seus próprios esforços, atingiu os mais altos patamares acadêmicos, de renda e de prestígio.
Esses indivíduos existem, mas eles são a exceção que confirma a regra. O desempenho de uma pessoa ao longo da vida, tanto em termos de renda quanto de anos de estudo, está fortemente correlacionado com a renda e a educação de sua família. É o que se chama na literatura econômica de “background familiar”. Em termos simples: quanto maior a renda e maior a quantidade de anos de estudos dos pais, maior a renda e os anos de estudos esperados dos filhos.
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Fonte: Site Intercept
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