Era uma vez?
O período 2014-2015 da diretoria do Sinditest foi de
completo domínio da linha política do PSTU, ao qual se filiavam os principais
diretores, a começar da presidente Carla Cobalchini. Nessa gestão, o Sinditest
virou o típico “aparelho” sindical partidarizado, filiando-se à “central”
sindical do PSTU (Conlutas), ao Instituto de Estudos do PSTU (ILAESE) e tendo
por advogado o presidente estadual do PSTU.
Além de favorecer somente o movimento estudantil (ANEL) e o de mulheres
(MML) animados pelo PSTU.
No final de 2015, receando perder a eleição, o grupo do
PSTU teve que se aliar ao PSol do antigo diretor Bernardo Pilotto e a grupos
independentes outros sem coloração partidária conhecida. Venceram, com certa dificuldade,
a eleição contra uma oposição que se dividira em duas chapas.
Logo nos primeiros meses de 2016, já surge uma primeira
dissidência: três diretores do sindicato assumem agora pertencer ao desconhecido
MAS (Movimento Ao Socialismo).
Mas é no começo de julho que estoura a maior boiada
saindo do PSTU: cerca de 700 militantes, em vários estados do país, anunciam
seu desligamento da sigla partidária e a formação de um certo movimento para “arrancar
alegria ao futuro”. Do Paraná, cerca de
30 ex-filiados assinaram o “Manifesto” do novo coletivo, a quem chamaremos os “neoalegres”.
Do Sinditest, subscrevem a desfiliação do PSTU os
coordenadores José Carlos Assis (coord. Geral), Carla Cobalchini (coord.
Imprensa), Mariane Siqueira (coord. Finanças) e a funcionária administrativa Januza. Assim, parece ter sobrado só o diretor Márcio
Palmares como filiado orgânico do partido do inflexível nefelibata Zé Maria...
A razão do mega-racha nacional do PSTU? A mais importante e evidente é a constatação
da inaplicabilidade da orientação lunática desse partido de usar a
palavra-de-ordem “Fora Todos”, que imobiliza e isola os
militantes que tentam defender isso.
Enquanto todas as esquerdas estão mobilizadas e unidas para derrotar o golpe sob
a bandeira de “Fora Temer”, o bandinho do PSTU berra “Fora Todos” só para eles
mesmos, favorecendo indiretamente a direita golpista.
Já para os que saíram, é aquela velha cantilena típica da história dos numerosos grupos trotsquistas que já se formaram, racharam e desfizeram no Brasil ao longo de décadas: "agora sim vamos criar a verdadeira organização revolucionária brasileira". Até o próximo racha.
Citamos esse acontecido para entendermos se, num futuro
breve, assistirmos a confusões no sindicato, devido aos embates entre as várias
correntes ali formadas (até agora). Por
exemplo, já parece ter surgido dissensão acerca da permanência do advogado
Avanilson Araújo, que estaria com bilhete azul para dezembro deste ano.
Avanilson é presidente estadual do PSTU e em 2015 já
recebia uma boa quantia por serviços de retorno questionável para a
categoria. Não sabemos sua remuneração
atual porque faz tempo que a diretoria deixou de publicar com transparência os
balancetes trimestrais que prometeu em campanha eleitoral.
Enfim, o “aparelho” sindical agora é cobiçado por muitos grupos
(PSTU, PSol, MAS, NeoAlegres, independentes variados). Quem paga a festa são todos os
filiados, sem saber bem o quê nem como.
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