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quarta-feira, 20 de julho de 2016

Mega-racha nacional do PSTU e fragmentação de correntes no Sinditest

Era uma vez?

O período 2014-2015 da diretoria do Sinditest foi de completo domínio da linha política do PSTU, ao qual se filiavam os principais diretores, a começar da presidente Carla Cobalchini. Nessa gestão, o Sinditest virou o típico “aparelho” sindical partidarizado, filiando-se à “central” sindical do PSTU (Conlutas), ao Instituto de Estudos do PSTU (ILAESE) e tendo por advogado o presidente estadual do PSTU.  Além de favorecer somente o movimento estudantil (ANEL) e o de mulheres (MML) animados pelo PSTU.

No final de 2015, receando perder a eleição, o grupo do PSTU teve que se aliar ao PSol do antigo diretor Bernardo Pilotto e a grupos independentes outros sem coloração partidária conhecida. Venceram, com certa dificuldade, a eleição contra uma oposição que se dividira em duas chapas.

Logo nos primeiros meses de 2016, já surge uma primeira dissidência: três diretores do sindicato assumem agora pertencer ao desconhecido MAS (Movimento Ao Socialismo).

Mas é no começo de julho que estoura a maior boiada saindo do PSTU: cerca de 700 militantes, em vários estados do país, anunciam seu desligamento da sigla partidária e a formação de um certo movimento para “arrancar alegria ao futuro”.  Do Paraná, cerca de 30 ex-filiados assinaram o “Manifesto” do novo coletivo, a quem chamaremos os “neoalegres”.

Do Sinditest, subscrevem a desfiliação do PSTU os coordenadores José Carlos Assis (coord. Geral), Carla Cobalchini (coord. Imprensa), Mariane Siqueira (coord. Finanças) e a funcionária administrativa Januza.  Assim, parece ter sobrado só o diretor Márcio Palmares como filiado orgânico do partido do inflexível nefelibata Zé Maria...

A razão do mega-racha nacional do PSTU?  A mais importante e evidente é a constatação da inaplicabilidade da orientação lunática desse partido de usar a palavra-de-ordem “Fora Todos”, que imobiliza e isola os militantes que tentam defender isso.  Enquanto todas as esquerdas estão mobilizadas e unidas para derrotar o golpe sob a bandeira de “Fora Temer”, o bandinho do PSTU berra “Fora Todos” só para eles mesmos, favorecendo indiretamente a direita golpista.

Já para os que saíram, é aquela velha cantilena típica da história dos numerosos grupos trotsquistas que já se formaram, racharam e desfizeram no Brasil ao longo de décadas: "agora sim vamos criar a verdadeira organização revolucionária brasileira".  Até o próximo racha. 

Citamos esse acontecido para entendermos se, num futuro breve, assistirmos a confusões no sindicato, devido aos embates entre as várias correntes ali formadas (até agora).  Por exemplo, já parece ter surgido dissensão acerca da permanência do advogado Avanilson Araújo, que estaria com bilhete azul para dezembro deste ano. 

Avanilson é presidente estadual do PSTU e em 2015 já recebia uma boa quantia por serviços de retorno questionável para a categoria.  Não sabemos sua remuneração atual porque faz tempo que a diretoria deixou de publicar com transparência os balancetes trimestrais que prometeu em campanha eleitoral.

Enfim, o “aparelho” sindical agora é cobiçado por muitos grupos (PSTU, PSol, MAS, NeoAlegres, independentes variados). Quem paga a festa são todos os filiados, sem saber bem o quê nem como. 


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