Não só racional, mas também democrática, progressista e politicamente ampla. O professor Fernando Mezzadri, oriundo do curso de Educação Física, tem estado há vários anos no comando da Pró-Reitoria de Planejamento (PROPLAN) da UFPR, em especial nos tenebrosos anos do desgoverno de Jair Bolsonaro.
O presidente genocida da pandemia de COVID-19 está hoje tornado inelegível até 2030 por conta de seus abusos de autoridade na ânsia de reeleger-se em 2022, o que felizmente não se deu. Mas, no período em que esteve aboletado na cadeira de presidente da república, escolheu como um de seus alvos preferidos de ataque a Universidade Pública, e uma de suas ações contra este valioso bem da Nação foi estrangular suas verbas de custeio de modo imperial. Ao lado disso, congelou qualquer reajuste salarial dos servidores de Universidades e Institutos Federais. Também pisou na democracia interna de muitas instituições que fizeram eleições diretas de seus dirigentes ao nomear reitores que não tinham sido os mais votados na consulta direta à comunidade.
Nesse meio tempo, página bolsonarista infeliz de nossa história (parafraseando a música do Chico Buarque “Vai passar”), o professor Mezzadri precisou ter tirocínio político e administrativo no posto de comando da PROPLAN para gerenciar o “cobertor de pobre” imposto pelo presidente genocida, ladrão de jóias e relógios caros. Em meio a dificuldades e necessidades várias da UFPR por causa da asfixia bolsonárica de recursos financeiros (e também humanos, dada a ausência de concursos públicos de então), como timoneiro nessa braba maré, teve que fazer escolhas, definir prioridades. Apesar da terrível tormenta, o navio da Universidade não afundou.
Em seus anos como pró-reitor, certamente o professor Mezzadri adquiriu vasto conhecimento desta enorme UFPR, do campus da capital e dos diversos campi do interior do Paraná, de suas carências, vicissitudes e demandas daqui e dali. Por isto também, colocamos a assertiva da característica de racionalidade da candidatura de Mezzadri à Reitoria da UFPR. Em contraste, não se pode conduzir uma instituição imensa como esta à base de concepções e motivações de fluidos hepatobiliares ideológicos nem sempre devidamente ancorados na realidade objetiva do Brasil do III Milênio.
Somente isto não basta, contudo. Uma nova gestão de reitoria tem que ter a política no comando. Neste sentido, entendo haver dois pontos a merecer reflexões profundas e correspondentes iniciativas.
Um desses pontos é o aperfeiçoamento de processos internos de real democracia universitária. Este aspecto foi pouco trabalhado no último mandato. Na primeira gestão, o professor Ricardo teve a grande iniciativa de convocar uma Assembleia Universitária para desmascarar o projeto privatizante “Future-se” feito pelo MEC bolsonarista (época do semianalfabeto ministro Weintraub), recusado in totum. Mas depois faltaram mais iniciativas nesse sentido. Na Constituição Federal constam mecanismos para maior participação da população para opinar sobre temas eventualmente polêmicos – como referendos, plebiscitos, por exemplo. Na Universidade Pública, espaço do dissenso por excelência, não se pode lançar mão de mecanismos inovadores de democracia participativa ampla e direta? Eis um desafio para uma futura gestão Mezzadri à frente da administração superior.
O outro ponto é mais complexo. Diz respeito a como a Universidade Pública pode – e deve – ser importante agente político-social em um mergulho fundo para enfrentar os grandes gargalos de nosso país, estruturais, de modo a que o Brasil possa superar a atual etapa de insolúvel crise crônica do capitalismo em fase neoliberal. Estamos falando na presença forte e co-formuladora (com outros segmentos progressistas da sociedade brasileira) de um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento, projeto que não se basta a medidas paliativas e pontuais que não mexem em estruturas. Não discorreremos aqui sobre os possíveis conteúdos de tal Projeto, mas o entendemos como o caminho para saltar a novo patamar civilizatório e que a Universidade tem que atuar nesse sentido. Não é desafio para uma gestão de reitoria, mas para várias.
Por fim, há que se falar do “jeito” do candidato Mezzadri. Uma pessoa tranquila, cordata, aberta ao diálogo e à busca, sempre que possível, de soluções de consenso com todos os segmentos da comunidade da UFPR, bem como fora dela. Uma pessoa que assegura amplitude política para dialogar com todos os setores sociais que possam ajudar a UFPR sem lhe ferir a autonomia.
Por isto e pelo exposto mais acima, convidamos todas, todos e todes de espírito democrático, progressista e mudancista a participarem do Lançamento oficial da chapa Mezzadri/Cristina nesta sexta-feira, 26 de julho(*), a partir das 19 horas, na sede da ASUFEPAR (R. Carlos Pradi, 18 – Jardim das Américas, perto do Centro Politécnico).
Até a vitória em setembro!
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(*)26/07/1953 - O 26 de julho marca o 70º aniversário da invasão do Quartel Moncada. A data é considerada o início da Revolução Cubana, que culminaria seis anos depois com a queda da ditadura de Fulgencio Batista em 1º de janeiro de 1959.
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