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quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Servidora do RU de Agrárias morre por falta de atendimento decente

Este Blog recebeu hoje a  angustiada comunicação de uma servidora do Hospital Veterinário sobre a morte de uma colega que trabalhava no RU do Setor de Ciências Agrárias. Há indícios de imperícia ou de negligência no atendimento prestado à servidora, e também a conhecida situação do hospital que não atende este ou aquele convênio médico.

Pelo que nos foi informado, a servidora Tereza Mochelin sentiu-se mal no trabalho no RU ontem e colegas chamaram o serviço de emergências médicas Santé (3342-2525), contratado para atender toda a UFPR. Não temos detalhes se foi realizado algum procedimento pela equipe da Santé ao abordar a paciente, apenas sabemos que a ambulância a levou até a Unidade Municipal de 24 Horas do bairro Boa Vista, onde foi deixada.

Também não temos informações do atendimento na Unidade Boa Vista, se e como foi feito.  O fato é que a servidora deslocou-se dali do Boa Vista até um hospital que supunha ligado ao convênio médico privado dela e, lá chegando, constatou que o convênio não era atendido ali.  Voltou então ao RU de Agrárias, onde, ainda passando mal, teve como último gesto pedir água, morrendo em seguida. A mais provável causa da morte seria um infarto de miocárdio.

Relatamos este triste episódio abatendo uma colega de trabalho, tanto em atenção solidária à infelicidade dos amigos próximos da servidora, inconformados com a estúpida morte, como por ser necessário denunciar a incúria no atendimento de emergência dos serviços de saúde.  Perguntamo-nos se a equipe da Santé, que faz o primeiro contato com o doente, tem competência para e efetivamente realiza algum esforço de diagnóstico provisório e de tratamento imediato.  

Deve-se indagar se a servidora foi de fato atendida no posto do Boa Vista, e como foi.  Ela foi despachada pelo pessoal do posto ou por conta própria resolveu procurar um hospital?  Não temos esses dados, mas ao menos em uma unidade de atenção primária do município deveria haver profissional médico capaz de identificar uma emergência com potencial risco à vida do paciente, tratando, deixando sob observação atenta, jamais liberando. Faltava muito pouco para Tereza se aposentar.  A incompetência e negligência  de autoridades públicas responsáveis pela saúde chegaram antes, com suas consequências irreversiveis.

Um comentário:

Luis Otávio disse...

Lamentável e infelizmente mais comum do que pensamos.