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sábado, 14 de novembro de 2020

Não ao voto para inimigos dos servidores!

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Neste domingo, 15/11, fazemos um apelo: NÃO VOTE em inimigos dos servidores públicos! Quem são? Não enumeramos seus nomes podres, mas trata-se da quase totalidade dos vereadores homens e, infelizmente, de algumas vereadoras.  Não vote para reeleger essas porcarias inúteis, capachas que são dos desígnios do balear prefeito.  Vote pra renovar, e de preferência nas mulheres candidatas.

Este Blog já deixou sua preferência explícita pela candidata do PCdoB Elza Campos, de número 65.180. Prosseguimos pedindo voto nela.


quarta-feira, 11 de novembro de 2020

O incrível exército de Jair Bolsonaro

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Embora não mereçam, por sua omissão, chega a dar pena dos oficiais-generais das Forças Armadas brasileiras.

Por Fernando Brito, no Blog Tijolaço

Qualquer deles que, num momento de lucidez, diga que os Estados Unidos, maior força militar do mundo, não vão ter medo do “cheiro de pólvora” do Exército Brasileiro vai, agora, na versão dos apoiadores do presidente da República, ser um covarde.

Porque o “mito”, claro, é valente e faz bravatas.  E deixa às pessoas com um mínimo de razão, com seu delírio bélico, o papel de serem um “país de maricas”.

Mas os generais brasileiros não merecem piedade, ao menos não enquanto não tomam a atitude de descolar as Forças Armadas da simbiose que passaram a viver com o bolsonarismo.  Se é que ainda têm comando para pressionar os generais de pijama que se tornaram síndicos militares do governo.

Ou melhor, rufiões das Forças Armadas, que as exploram em seu próprio benefício.

E que as jogaram no descrédito público e institucional.

Quando este pesadelo acabar, os militares brasileiro serão vistos muito, muito pior do que antes de terem aderido a uma aventura golpista e, a seguir, a um projeto insano de poder no que supunham ser cavalgar um tolo mas que se tornou serem cavalgados por um asno.

A infelicitante disputa judicial quanto ao comando do Sinditest-PR

Um comentário:

Primeiro semestre de 2015. Reúne-se na sede social do Sinditest um Congresso de delegados eleitos em assembleias de base na UFPR (incluindo pessoal RJU e Funpar do HC), UTFPR e UNILA. A pauta principal é a modificação do estatuto do sindicato, em parte para atender a necessidades jurídicas. O churrascão que era preparado na cozinha ao fundo do salão da sede invade as narinas de todos, enquanto rolam os debates. 

Pouco tempo antes, uma decisão da Justiça do Trabalho determina que o pessoal da Funpar deve ser representado pelo sindicato chamado SENALBA. Isto porque, intempestiva e imprevidentemente, a diretoria do Sinditest, então comandada por Carla Cobalchini, tentou trazer o pessoal da Funpar da Maternidade Victor do Amaral para ficar sob as asas do Sinditest. O juiz entende de modo diverso e amplia a decisão: não apenas funparianos da Maternidad, mas também os funparianos ligados ao HC da UFPR. 

Por isto, e por outras filigranas jurídicas expostas pelo advogado do Sinditest, no Artigo 1 do novo estatuto os trabalhadores da Funpar deveriam ser excluídos da base formal de representação do Sinditest. Isso foi aprovado por ampla maioria, inclusive pelos delegados da Funpar ali presentes, mas com vários posicionamentos contrários à exclusão da Funpar do estatuto novo, incluindo a editoria deste Blog. 

Fazemos esta recuperação histórica para entender a confusão judicial que envolveu a eleição da Diretoria do Sinditest de outubro de 2018. Neste pleito, três chapas disputaram: Chapa 1, capitaneada por Antonio Néris e seu grupo; Chapa 2, de situação, do grupo que se perpetuava há 11 anos no comando da entidade; e Chapa 3, de oposição, uma aliança entre as correntes CSD/CUT, UNIR, CTB e muitos independentes. Apurada a eleição, na qual o pessoal Funpar-HC votou, em disputa apertada, a Chapa 2 obteve maioria de votos. 

Pule-se para o começo de 2019. Um servidor de base da UTFPR-Toledo arregimenta um advogado, que entra com ação na Justiça do Trabalho, pela qual contesta o resultado eleitoral do final de 2018. Seu argumento: se o pessoal da Funpar não constava mais formalmente do Art. 1 do estatuto novo como base do Sinditest (e sim do SENALBA), não poderia ter votado e, assim, esses votos deveriam ser desconsiderados. O juiz do Trabalho, de 1a. Instância, reconheceu razoabilidade nessa argumentação, decidindo que, reconsiderados os números dos votos, a Chapa 2 não era mais a vitoriosa, mas sim a Chapa 3. O juiz autorizou a Chapa 3 a assumir a Diretoria do Sinditest, o que – depois de entreveros – ocorreu em abril de 2019. 

A ex-Chapa 2, largamente acusando de “golpistas” e com outras expressões rasteiras os membros empossados na Diretoria, impetrou recurso na Justiça do Trabalho. Uma juíza de 2a. Instância da JT acolheu o recurso no primeiro semestre de 2020 e os integrantes da ex-Chapa 2 empossaram-se como diretoria em junho de 2020, retirando-se os antigos membros. Uma infeliz decisão dessa Diretoria-Chapa 2, aliás, foi por no olho da rua oito funcionários (alguns antigos), e isso em plena pandemia. 

Nova reviravolta judicial, no mesmo nível de 2a. Instância da Justiça Trabalhista: outra turma de juízes cassa as decisões da turma que autorizou a posse da ex-Chapa 2. Ora, com isto, o grupo de Mariane Siqueira teria que novamente retirar-se da sede sindical e passar tudo para a diretoria anterior (ex-Chapa 3). Quando membros da ex-chapa 3 chegaram com tranqquilidade à sede, houve confusão, a PM foi chamada pela ex-Chapa 2, houve lavratura de Boletim de Ocorrência no distrito policial (em conjunto, pelos dois grupos) e demais “barracos”. A ex-Chapa 2, agora sem direito ao comando da Diretoria pela mais recente decisão judicial, recusa-se a deixar a sede administrativa e passa a emitir “Notas” nas redes apechando os membros da anterior diretoria de “invasores” e “arrombadores”. A temperatura subiu. 

Enquanto um grupo ligado à Central das Trabalhadoras e Trabalhadores do Brasil (CTB), que integrou a oposição da ex-Chapa 3 na eleição de 2018, caracterizamos toda essa situação como muito lastimável. Um quadro infelicitador de divisão do movimento. E isso em nada contribui para que o movimento de trabalhadores se aglutine e luta contra o verdadeiro inimigo, que é o governo de Bolsonaro. O desgoverno federal, que só faz atacar os trabalhadores e as Universidades Públicas, quer fazer uma reforma administrativa, que pode desconjuntar todo o serviço público e até mesmo relativizar ou extinguir a estabilidade no emprego. Não nos deteremos aqui sobre as ameaças, trevosas nuvens de tempestade que se ajuntam para despejar raios e trovões sobre o funcionalismo. 

Muitas vezes a lei não é de entendimento e aplicação claros e cristalinos. Neste caso que expusemos, que fratura o Sinditest, interpretações distintas e opostas, podem ser ambas racionais e dar ganho de causa a um lado ou a outro. 

Dizemos isto porque, de um lado, a ex-Chapa 2 argumenta que os funparianos do HC tinham direito ao voto porque eram filiados; aliás, numa visada ampla deste ponto de vista, se professores da UFPR, se trabalhadores dos Correios etc. fossem filiados ao Sinditest, também poderiam votar para a Diretoria do Sinditest, certo? Este assunto já foi objeto de muita polêmica em plenárias de FASUBRA de anos passados. 

De outro lado, e também com argumento racional, coloca-se que o estatuto é a “Carta Magna” (em analogia com a Constituição Federal) de um sindicato, ele é quem dita as normas e regras, inclusive as de uma eleição de diretoria, logo, seus termos tem que ser acatados. E o Artigo 1 do estatuto excluiu a Funpar-HC como base jurídica formal do Sinditest, razão pela qual os funparianos não teriam direito a voto, nesse caso concreto. 


Nós, como grupo ligado à CTB, que também fala por este Blog NaLuta (desde 2008), compreendemos que, sem diálogo e entendimento para busca de unidade ampla, o futuro do Sinditest poderá ser sombrio, rumo à paulatina fraturação de sua base, desanimada por tantas querelas, induz desfiliações, leva ao desinteresse geral em participar de assembleias e das lutas. Numa palavra: o colapso do sindicato como entidade grande e massiva. 

Não queremos isso e, assim como fez a corrente “Unir” da FASUBRA em recente Nota pública, lançamos apelo ao desarmamento de espíritos e para que se tente construir um espaço de debate franco e sem pressupostos para a unidade, englobando os grupos das três chapas que disputaram o pleito de 2018. Sim, é difícil. Mas, fica lançado o desafio, pelo bem maior do Sinditest e de suas imprescindíveis lutas nesta tenebrosa quadra política da História brasileira. 

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Bolsonaro assina Decreto que pode iniciar privatização do SUS

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Além de ser um desastre no combate à pandemia do coronavírus e não frear as queimadas e o desmatamento na Amazônia e no Pantanal, o presidente miliciano Jair Bolsonaro e o seu ministro da Economia Paulo Guedes fazem de tudo para atrapalhar o que está dando certo e impedindo uma situação mais catastrófica da Covid-19.

Na noite desta segunda-feira (26) ultrapassaram todos os limites do bom senso e editaram o Decreto 10.531, que abre caminho para entregar à iniciativa privada as unidades básicas de saúde ao criar a política de fomento ao setor de atenção primária à saúde no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) da Presidência da República.

Esse desgoverno veio para destruir tudo de bom que foi construído há anos neste país”, diz Francisca Pereira da Rocha Seixas, secretária de Saúde da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). “Todo mundo está vendo a importância do Sistema Único de Saúde no combate ao coronavírus. Sem o SUS, certamente as mortes seriam em número muito maior. Precisamos dar um basta definitivo nesse desgoverno antes que acabe com o país de vez”.

O decreto presidencial foi publicado no Diário Oficial da União nesta terça-feira (27). A reação do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e de todos os setores democráticos da sociedade foi imediata.

Nós, do Conselho Nacional de Saúde, não aceitaremos a arbitrariedade do presidente da República, que no dia 26 editou um decreto publicado no dia 27, com a intenção de privatizar as unidades básicas de saúde em todo o Brasil. Nossa Câmara Técnica de Atenção Básica vai fazer uma avaliação mais aprofundada e tomar as medidas cabíveis em um momento em que precisamos fortalecer o SUS, que tem salvado vidas. Estamos nos posicionando perante toda a sociedade brasileira como sempre nos posicionamos contra qualquer tipo de privatização, de retirada de direitos e de fragilização do SUS. Continuaremos defendendo a vida, defendendo o SUS, defendendo a democracia”, afirma nota do CNS divulgada nesta terça-feira.

A situação se assemelha à denúncia feita pela ONG Repórter Brasil no sábado (24). Os planos de saúde foram responsáveis por apenas 618 mil exames sobre Covid-19 entre 1º de março e 31 de julho deste ano, ou seja, 7,4% dos 8,3 milhões realizados no país mesmo período. “Justamente porque as empresas de saúde, como qualquer empresa do setor privado, visam lucros e não dão a mínima para a vida das pessoas”, argumenta Elgiane Lago, secretária de Saúde licenciada da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).

Além disso, durante a pandemia o lucro líquido dos planos de saúde passou de R$ 2 bilhões no primeiro trimestre de 2020 para R$ 9 bilhões no trimestre seguinte. “Estão faturando alto com a desgraça de milhares de pessoas e o desgoverno Bolsonaro quer colocar a nossa saúde nas mãos dessa gente”, critica Elgiane. Ela destaca que apenas 22% (47 milhões de pessoas) da população brasileira possuem plano de saúde.

Isso significa que mais de 160 milhões de brasileiros dependem exclusivamente do SUS para ter atendimento médico hospitalar. “Entregar o maior sistema universal de saúde do mundo para a iniciativa privada”, portanto, “significa acabar com a possibilidade de atendimento médico para a maioria absoluta da população, principalmente para quem vive distante dos grandes centros”, argumenta Francisca.

Vários deputados fazem Projetos de Decreto Legislativo (PDL) para extinguir esse decreto presidencial. “Bolsonaro repete a estratégia utilizada para privatizar a Petrobras sem autorização do Congresso e começa a destruir o SUS passando para a iniciativa privada as unidades básicas de saúde”, assinala Elgiane. “É o projeto neoliberal em marcha que visa passar o dinheiro público para as mãos dos empresários e a população que se lixe”.

Para Francisca, “Bolsonaro destrói a Amazônia, o Pantanal, a Petrobras, a ciência, a educação pública e avança sobre o SUS. Bolsonaro destrói o país”, mas “a nossa resistência será contundente e permanente até o país ter novamente um governo a favor do Brasil e dos brasileiros”.

ATUALIZAÇÃO às 19h00: tomando pancada dos mais diversos lados por causa de seu funesto decreto privatizante, o despresidente miliciano ficou tentando enrolar e se justificar, mas acabou, 24 horas depois de assinar o Decreto, revogando-o.  Uma vitória do campo popular e democrático!
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Fonte: CTB

Dia do Servidor Público de 2020 poderá ser o último?

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Está apresentada ao Congresso Nacional a proposta do desgoverno miliciano de Bolsonaro para um Reforma Administrativa.  Melhor dizer que se trata de algo des-administrativo, ou desmontativo, tamanha a desordem que pode introduzir nos serviços públicos, principalmente na ponta, nos serviços prestados diretamente à população.

A tal "Reforma" se soma à reforma antitrabalho do período Michel Temer e à reforma (do fim) da Previdência Social nesta gestão fascista bolsonarista, as duas que retiraram muitos direitos trabalhistas e aproximam a morte dos brasileiros.

Os movimentos de servidores públicos estão vigilantes e se mobilizando para resistir a mais essa iniciativa bolsonarista de desmonte do Estado brasileiro, para entregá-lo à gula de interesses privados.

Para se ter uma ideia, dentro da proposta há mecanismos que permitem autênticos poderes ditatoriais ao despresidente miliciano para fazer o que bem entender com órgãos públicos, incluindo extingui-los só com uma canetada.  

Bolsonaro poderia, por exemplo, acabar com um IBAMA e outros instrumentos do Estado que fiscalizam contra crimes sobre o meio ambiente.  Ou exterminar ou limitar as ações do COAF, aquele setor do Estado que verificam movimentações financeiras suspeitas, como  aquele levantamento que encontrou o esquemão das "rachadinhas" praticadas por Flávio Bolsonaro/Queiroz no Rio.

Para o lado das Universidades Federais, a caneta do miliciano que infesta a presidência da república também poderia produzir grandes estragos, quiçá acabar com elas e transformá-las em algo conforme previsto no nefasto e rejeitado projeto "Future-se" do ministro fujão Weintraub (aquele que fugiu para os EUA para não ser julgado e preso no Brasil).

Assim, é absolutamente indispensável a mais ampla união de forças de trabalhadoras e trabalhadores do serviço público para barrar mais essa ameaça, agora a da Reforma Desmontativa.

Ou este 28/10 será o último Dia do Servidor. De 2021 em diante, poderá ser substituído pelo "Dia do Terceirizado Público", ou simplesmente acabar. Unamo-nos, deixando diferenças menores de lado, e lutemos!

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

A eleição municipal e o Blog

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A eleição de prefeitos e vereadores que ocorre em novembro é muito importante. Não só para o futuro imediato de municípios. Para o futuro a médio prazo do país, que a duras penas sobrevive sob o tacão do despresidente miliciano genocida. Pois já crescem indícios e sinais de que candidaturas a prefeito ligadas ao bolsonarismo, em importantes capitais e grandes cidades, podem de fato sair derrotadas. 

Este Blog NaLuta nasceu, no final da década passada, sob o signo de uma tomada de posição, o da defesa do sindicalismo classista, sob a égide da CTB (Central de Trabalhadoras e Trabalhadores do Brasil). Um sindicalismo que não fica apenas na luta economicista, de alcance restrito, mas busca a todo tempo ligá-la com a luta política, em defesa de interesses imediatos e futuros da classe que vive de salário. 

Logo, frente à relevante disputa política da eleição municipal, entendemos indispensável tomar posição. 

Torcemos para que candidaturas de partidos do campo de esquerda, em especial mulheres, obtenham vitórias para prefeituras e vereanças. Isso vai alterar a chamada “correlação de forças” e ajudará a fortalecer a resistência aos políticos que (ainda) apoiam Bolsonaro, baluartes que são de brutais retrocessos sociais em todas as esferas. 

Para além disso, torcemos - e trabalhamos – para que postulantes eleitorais ligados ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB), os que se identificam com o número 65. Em Curitiba, Camila Lanes é a jovem candidata a prefeita, sob esse número eleitoral. Mas, do quadro de três dezenas de candidaturas à Câmara Municipal, queremos conduzira obter uma vaga de vereadora a assistente social e professora universitária Elza Maria Campos. 


Pedimos ativamente o voto de todas e todos para o número 65.180 de Elza, em 15/11. Uma ativista de movimentos sociais, em especial os que lutam pela igualdade de direitos entre homens e mulheres, contra a violência sobre mulheres e meninas (que aumenta assombrosamente no Brasil e em Curitiba), em defesa da Educação Pública e Gratuita. 

Numa Câmara Municipal, dentre 38 cadeiras, apenas 8 delas são ocupadas por mulheres, embora as mulheres sejam mais de 50% da população. É urgente combater essa subrepresentação feminina. 

Para conhecer melhor quem é a candidata Elza Campos e suas propostas, visite a página facebook.com/elzacamposnaluta, seu twitter @elzacampos65180 e o instagram @elzacamposnaluta. 

* Por uma Curitiba de fato democrática, em defesa da vida 

* Por mais mulheres nos espaços de decisão política 

* Rumo à vitória contra o bolsonarismo antidemocrático e antipovo!

Reitores eleitos na comunidade mas não nomeados pelo miliciano Bolsonaro

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Miliciano Bolsonaro abraça o ministro fujão

Três professores de instituições federais se reuniram pela terceira vez na quinta-feira, 22/10, para debater o famoso problema do “ganhou, mas não levou”: apesar de terem vencido as eleições para a reitoria em suas unidades, foram impedidos de tomar posse. 

Por Victor Ohana, em CartaCapital

São eles José Arnóbio de Araújo Filho, do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN); Maurício Saldanha Motta, do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca do Rio de Janeiro (Cefet-RJ); e Maurício Gariba Junior, do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC).

Os docentes tentam montar uma articulação nacional com movimentos sociais para atrair visibilidade aos casos. Graças a dois encontros, eles dizem ter realizado uma reunião com o Ministério da Educação (MEC) na quarta-feira 21, por mediação da deputada federal Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO). “Esse canal foi aberto. Tem a a promessa de "olharem os processos”, diz um dos reitores eleitos. Eles conversaram com Wandemberg Venceslau Rosendo dos Santos, recém-chegado na chefia da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC-MEC).

Na gestão do presidente Bolsonaro, cresceram conflitos por eleições vencidas e não cumpridas nas instituições de ensino. O tema virou discussão no Supremo Tribunal Federal (STF): em 9 de outubro, o ministro Edson Fachin abriu as votações referentes à Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 6565, movida pelo PV, que diz que o governo Bolsonaro vem promovendo “intervenção branca” nas universidades federais ao usar uma lei para não dar posse aos primeiros colocados em eleições para a reitoria. Os ministros ainda devem discutir a pauta no plenário.

Só que Arnóbio, Motta e Gariba não devem ser afetados diretamente pelo julgamento, segundo avaliação do grupo. Isso porque a pauta do Supremo trata das universidades federais, enquanto os três foram eleitos para dirigir instituições que têm uma legislação distinta.

Diferentemente das 69 universidades federais brasileiras, essas instituições pertencem à Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, criada em 2008. A rede conta com 38 institutos federais, além dos CEFETs do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, as escolas técnicas vinculadas às universidades federais, o Colégio Pedro II e a Universidade Tecnológica do Paraná (UTFPR).

Essas instituições têm uma forma particular de fazer eleições para a reitoria. Enquanto as universidades federais elegem uma lista com os três mais votados – a chamada lista tríplice, submetida à escolha do presidente da República – , as instituições federais elegem somente um nome para a reitoria, conforme descreve o Artigo 10 do Decreto nº 6986/2009: “O processo de consulta será finalizado com a escolha de um único candidato para cada cargo”.

O decreto não diz claramente que o chefe do Palácio do Planalto é obrigado a acatar o nome escolhido pela comunidade. Por outro lado, o Artigo 1º, que trata da questão, diz que esses institutos “serão dirigidos por um reitor, nomeado pelo presidente da República, a partir da indicação feita pela comunidade escolar“.

É a esse artigo que os três se apegam para reivindicar o direito à posse. Mas o componente político, segundo eles, também conta. Em relatos a CartaCapital, os docentes se dizem vítimas de informações falsas, de desrespeito à autonomia do sistema democrático e de meses de atraso na conclusão dos impasses.

Militares caem na armadilha. Bem feito

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O prazo de validade de Ricardo Salles no governo já venceu há muito tempo. Ainda que saibamos que o descalabro na política ambiental tem a digital explícita de Jair Bolsonaro, uma simples troca na pasta do Meio Ambiente já teria, há meses, melhorado o ambiente internacional e a imagem do Brasil nesse assunto. 

Por Helena Chagas, no site DCM

Mas Salles, espertamente, se abraçou ao bolsonarismo ideológico, e agora sua saída — ou não — virou uma batalha importante na guerra entre essa ala e os militares. Até mesmo os filhos presidenciais pegaram em armas em sua defesa neste fim de semana.

Do outro lado, os militares, sobretudo no Alto Comando do Exército, estão furiosos — e não só com o fato de Salles ter chamado o general Luiz Eduardo Ramos de Maria Fofoca. Além das trombadas do ministro do Meio Ambiente com o vice Hamilton Mourão, não estão gostando da forma como outro general, Eduardo Pazuello, foi tratado pelo chefe do episódio da vacina “chinesa” contra o coronavírus. Sem contar no vazamento gratuito de notícias de que o próprio Mourão será rifado da chapa presidencial de 2022.

algo de podre no reino de Bolsonaro, que depois do acordo com o Centrão está se sentindo muito seguro para cutucar e desautorizar seus generais — aqueles mesmos que, lá trás, dizia-se que iriam “tutelá-lo”. Assim como, justiça seja feita, o presidente vem fazendo com os próprios ideológicos em sua estratégia de se recompor com o establishment político e o próprio STF.

Talvez Bolsonaro tenha percebido que nem ideológicos e nem militares têm para onde ir sem ele. Uns, porque não vão encontrar, nem em 2022 nem nunca, um candidato mais à direita do que ele para apoiar. Outros, porque entraram numa canoa furada e agora não têm como sair.

Bolsonaro miliciano com general Luís "Maria Fofoca" Ramos

Ao passar por cima de valores como a lealdade ao Estado — e não a governos — os militares que correram para apoiar Bolsonaro e ocupar, aos milhares, os cargos da administração, talvez não tenham percebido a armadilha em que caíram. Ou talvez os espaços a preencher na volta ao poder tenham falado mais alto.

Agora, divididos e enfraquecidos, os militares percebem que sua imagem se colou à de um governo que contraria tudo aquilo que prometeu no quesito austeridade e combate à corrupção. O inevitável desgaste das Forças Armadas já se manifesta nas pesquisas. Bem feito.

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

'Deep-fake', a arma radical contra a democracia

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Como tornou-se possível hackear a realidade, manipulando-a de forma tão crível. As implicações dramáticas na política: pode haver debate público em meio a múltiplos mundos paralelos? Como a ultradireita planeja criar um caos cognitivo.

Por Tomás Ansorena, traduzido por Simone Paz ao site Outras Palavras

Em menos de seis anos, o desenvolvimento da inteligência artificial tornou possível que quase qualquer um pudesse criar imagens falsas indistinguíveis da realidade. Do negócio pornográfico ao golpe no Gabão, a Internet dissemina essa nova ameaça fantasma: a de nunca mais sabermos o que é verdade.

Nas últimas eleições legislativas em Nova Déli, o candidato Manoj Tiwari surpreendeu seus eleitores com um vídeo falando em hindi, outro em inglês e outro em haryanvi. Antes de se tornar a figura principal do Partido Popular Indiano (BJP, na sigla em hindi) na capital do país, Tiwari foi ator, cantor popular e estrela de um reality show, mas ninguém desconfiava que ele falasse inglês (capital muito valorizado nas classes urbanas), e muito menos o dialeto da região de Haryana. 

Alguns dias depois, a verdade foi descoberta: uma agência publicitária propôs ao BJP — mesmo partido do primeiro-ministro Narendra Modi — expandir a oferta eleitoral utilizando inteligência artificial para criar deep-fakes de Tiwari. Com gravações anteriores e software de última geração, puseram em sua boca palavras que ele desconhecia e levaram sua mensagem por WhatsApp para eleitores fora de seus núcleos de apoio. Não é a primeira vez que um candidato altera ou atua com sua voz para abordar novos cidadãos. Nem é o primeiro a usar inteligência artificial na política. Mas, até onde sabemos, é a primeira vez que um candidato transforma seu próprio corpo e voz usando deep learning para melhorar seu desempenho.

A deep-fake surgiu, pela primeira vez, em 2017: ano crucial no boom das fake news. O usuário do Reddit de nome /r/deepfakes postou suas primeiras criações pornográficas usando algoritmos e bancos de imagens gratuitas, com resultados surpreendentes. Em sintonia com o surgimento do TikTok e dos aplicativos de envelhecimento ou rejuvenescimento facial, a técnica desse usuário anônimo se tornou popular e logo o primeiro aplicativo aberto apareceu para incorporar qualquer rosto a algum vídeo já existente. 

Desde Bolsonaro como o Chapolin Colorado, até Cristina Kirchner como a drag queen Ru Paul, a Internet ficou cheia de vídeos com fins principalmente humorísticos, embora a grande maioria ainda seja pornográfica. O mais notável, três anos após o seu aparecimento, é a melhoria da sua qualidade. Em agosto, um fã postou sua própria versão das cenas do jovem Robert De Niro no The Irishman. A comparação entre o trabalho de CGI (imagens geradas por computação gráfica) da Netflix e a deep-fake deste usuário do YouTube — e os milhões de dólares de diferença — dão a diretriz da acessibilidade e eficácia em potencial desta ferramenta.

Para essas criações, é usado um autocoder, que cria uma imagem latente com apenas algumas variáveis ​​(padrões de sorriso, de testa franzida, etc.) e acrescenta mais algumas variáveis à imagem final (os mesmos gestos com outro rosto, ou o mesmo rosto com outro discurso, por exemplo). Mas não se trata só de imagens estáticas ou em movimento, também estamos falando de som.

O falso furo de reportagem, baseado em um áudio viral, sobre a suposta mudança de Lionel Messi para o Manchester City poderia ter acontecido mesmo sem um imitador talentoso. O áudio poderia muito bem ter sido criado com um software como o usado pelo Boston Children’s Hospital para recriar as vozes daqueles que perderam a fala. Em setembro, ficamos sabendo do primeiro grande golpe da deep-fake: de acordo com o Wall Street Journal, o CEO de uma empresa inglesa transferiu 220 mil euros, atendendo as ordens de um software que imitava a voz de seu chefe alemão.

A mera existência dessa tecnologia não só possibilita a criação de fakes — com consequências políticas e sociais inusitadas — como também destitui a realidade de seu status: se o que realmente existe pode ser adulterado ou inventado diretamente, todos têm o direito à desconfiança. Como contou Rob Toews na Revista Forbes, o exemplo mais paradigmático desse problema ocorreu no Gabão. Por muitos meses, em 2018, seu presidente, Ali Bongo, não apareceu publicamente. Rumores sobre sua saúde, e até mesmo a suspeita de que ele havia morrido, forçaram o governo a revelar que Bongo sofreu um AVC, mas que estava se recuperando e que faria um discurso no Ano Novo. Os movimentos rígidos e aparentemente artificiais do líder na mensagem gravada despertaram rapidamente a psicose da oposição: o vídeo é falso, exclamaram. Uma semana depois, baseados na suposta acefalia do governo, uma fração do Exército quis dar um golpe no Gabão, mas foi reprimido… pelo próprio Bongo, que continua a liderar o governo. O vídeo não tinha sido falsificado.

terça-feira, 13 de outubro de 2020

Um novo vírus surge no Alasca

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Esquilo Vermelho do Alasca, possível vetor

A pandemia da COVID-19 tornou mais conhecidos os riscos que corremos de que vírus desconhecidos se espalhem, alguns com potencial de desencadear crises semelhantes. Um jeito de que isso pode acontecer é via contato com bichos selvagens, que vem sendo facilitado por fatores como desmatamento, que expulsa os animais de seus habitats naturais, e ocupação humana de áreas que eram antes isoladas. 

O último alerta vem do Alaska, que acaba de divulgar seu segundo caso de “alaskapox”, uma doença causada por um novo vírus do mesmo gênero daquele que causa a varíola. A suspeita é que o patógeno seja transmitido por alguma espécie de roedor selvagem. A infecção atingiu uma mulher em agosto. Uma lesão acinzentada na pele foi o primeiro sintoma. Levou seis semanas para secar e deixou cicatriz. Ninguém da sua família desenvolveu sintomas, nem ela precisou ser hospitalizada. A primeira infecção desse vírus aconteceu em 2015, também com uma mulher que apresentou lesão cutânea como sinal diferencial.

Eric Mooring, do Centro para Controle de Doenças (CDC) de Anchorage, no estado americano do Alasca, informou que "o primeiro paciente de que se teve notícia contou que vários animaizinhos em volta de sua casa estavam deixando dejetos e que suas crianças caçavam esquilos.  O segundo paciente disse que um de seus gatos capturou e matou pequenos mamíferos em sua propriedade".

O paciente mais recente procurou o hospital por causa de uma mancha de pele cinzenta, mas sem maiores sintomas, e não desenvolveu nada de grave. O exame do vírus infectante dessa pessoa mostra similaridades com o que causou gravíssimos surtos de varíola mortal ao longo de séculos no mundo.  A varíola está erradicada há várias décadas, o último caso reportado sendo de 1977 (OMS).

Apelidou-se a nova patologia de "Alaskapox" por causa dessas similaridades com a "Smallpox", nome inglês para varíola.

Espera-se que seja um evento totalmente marginal e sem maior significação médico-epidemiológica.  No entanto, desde que o vírus SARS-CoV-2 (novo coronavírus) surgiu como espécie mutante em morcegos na China, os próprios chineses estudam freneticamente sobre a possibilidade de outros animais selvagens desenvolverem dentro de si variações mutantes de vírus capazes de se tornarem infectantes patológicas para seres humanos.
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Fonte: com informações do site Outra Saúde/Outras Palavras e da BBC

Ministro Fachin defende nomeação à Reitoria do primeiro da lista. Combinou com os russos?

Um comentário:

Sendo, pelo menos nisso, coerente com sua trajetória político-acadêmica quando ainda professor da UFPR, o ministro do STF Luiz Edson Fachin há alguns dias emitiu parecer defendendo que o primeiro indicado na lista tríplice para Reitoria seja o nomeado reitor pela presidência da república.

Esse voto de Fachin animou bastante os defensores da democracia na UFPR, pois, à primeira vista, deve garantir que o professor Ricardo Marcelo seja reconduzido a mais quatro anos de mandato na Reitoria.

Mas esse parecer ainda vai à apreciação do plenário de 11 ministros do STF em próximos dias, locus onde muitas vezes acontecem reviravoltas ao sabor das variadas interpretações das leis das eminências togadas.  Muito pior agora, em que o STF é presidido pelo oportunista e manobrista Luiz Fux.

Se essa interpretação dada por Fachin predominar entre os ilustres magistrados, então sim os corações e mentes dos democratas da UFPR podem ficar mais aliviados.  Até lá, não se pode afirmar nada com 100% de certeza.  Pois, dentre os 11 ministros, existiam e ainda podem existir divergências políticas, entre, por exemplo, viúvas de sérgio moro (minúsculas sempre para esse crápula agente dos EUA) e bolsonaristas de última hora.

Ademais, deve-se levar em conta que está em curso, uma repactuação política entre Bolsonaro e o chamado "Estado profundo" (Congresso Nacional, STJ e STF, MPF, setores importantes do Judiciário e Estado Maior das Forças Armadas), razão pela qual, de um lado, o despresidente desbocado e bravateiro obriga-se a se comporta melhor enquanto as demais instituições o tratam respeitosamente como "parça".  Haja vista o quanto os presidentes da Câmara Federal (Maia) e do Senado (Alcolumbre) vez por outra estão em banquetes com o miliciano do Palácio do Planalto. E com isso também garantem a reeleição do capitão expulso do Exército, em 2022.

Logo, caros leitores e leitoras, é bom esperar vigilantemente os próximos acontecimentos, pois no Brasil do bolsonarismo, a letra da lei é rolha de cortiça ao sabor das ondas do autoritarismo estatal embrionário.

Pior da pandemia COVID-19 já passou! Passou?

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Assiste-se no Brasil a um processo de liberação geral de atividades, um afrouxamento das medidas de prevenção do contágio pelo novo coronavírus. Os dados últimos da pandemia no Paraná mostram total de 191.942 casos confirmados desde março, com total até aqui de 4.737 mortos.  Há 799 pessoas internadas e Curitiba registrou ontem mais oito óbitos.  Na capital do estado, até o prefeito Greca contraiu a COVID-19, mas se safou, apesar de obeso e sexagenário.

No entanto, vai se liberando e liberando, e cada vez mais se vê aglomerações. Depois da 'liberada geral' na Europa, vários países de lá voltaram a ter registro de aumento de casos da pandemia, forçando  autoridades a retomarem medidas restritivas contra aglomerações e obrigatoriedade de uso  de máscaras  e de higiene.

Então, cabe a pergunta: no Brasil, com acúmulo de mais de 5.100.000 casos e mais de 150 mil óbitos, embora com certo declínio médio das taxas, o pior já passou?

Na opinião de um dos maiores cientistas brasileiros, o médico neurocientista Miguel Nicolelis (foto  acima) é uma leviandade afirmar que o pior da COVID-19 já era.  Diz ele, em matéria da revista CartaCapital:

"Eu não teria a irresponsabilidade de falar isso. Nós tivemos uma pequena queda que já foi vista em outros países, como nos EUA, mas a situação lá explodiu de novo no começo de junho. [...] Ou seja, nós estamos em um patamar de instabilidade, onde qualquer surto mais importante pode levar a um crescimento de casos, vide o que aconteceu no Rio de Janeiro. Há duas semanas, a taxa de ocupação de leitos da rede pública na cidade do Rio de Janeiro chegou a 79%, e na rede privada chegou a 90%. É muito difícil dizer que o pior já passou. No Brasil, a gente aprendeu que essa frase é extremamente perigosa de ser usada."

Todos ansiamos para poder de fato voltar ao normal, no trabalho, na vida em geral, poder sair de casa, ir abraçar parentes e amigos, voltar a frequentar lugares com tranquilidade e segurança.  

No entanto, neste momento, para usar a metáfora do tiroteio: se antes, com intensa troca de tiros nas ruas, dificilmente alguém sairia de casa arriscando-se a tomar uma bala.  O tiroteio se abrandou, mas persiste; pode-se arriscar sair nessas condições, mas ainda há média probabilidade de se levar um teco na testa.  Ou nos pulmões.  Logo...

Abaixo, um gráfico da evolução da COVID-19 no Paraná desde o começo, em 16/03, até 12/10 (clique na figura para ampliar).

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Fonte: com informações de CartaCapital; figuras de CartaCapital e da SESA 

quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Ah Quí no es muerto

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O artista gráfico Joaquín Salvador Lavado, universalmente conhecido como Quino, faleceu aos 88 anos . Alcançou a fama por seus quadrinhos e por sua personagem mundial mais conhecida: a pequena Mafalda .

Quino morreu. Todas as pessoas boas do país e do mundo ficarão de luto por ele”, relatou o editor Daniel Divinsky, que estava à frente das Ediciones La Flor.

Filho de imigrantes andaluzes, Joaquín Salvador Lavado nasceu na cidade de Mendoza em 17 de julho de 1932 (embora os registros oficiais indiquem que ele nasceu em 17 de agosto). Desde seu nascimento ele foi chamado de Quino para distingui-lo de seu tio Joaquín Tejón, pintor e designer gráfico.

Aos treze anos se matriculou na Escola de Belas Artes, mas em 1949 abandonou essa carreira “cansado de desenhar ânforas e gessos”. Desde então iniciou sua carreira como cartunista e humorista e aos 18 anos mudou-se para Buenos Aires. Em 1954 ele publicou sua primeira tira no semanário “This is”.

Em 1963 surge o seu primeiro livro de humor, “Mundo Quino” e em 1964 a revista Primera Plana apresenta Mafalda. A menina de ideias progressistas e seus amigos tornaram-se um símbolo dos anos 60 na Argentina e sua fama alcançou todo o mundo ibero-americano.

Ao longo de sua carreira, recebeu prêmios como a Ordem Oficial da Legião de Honra, a mais importante homenagem que o governo francês concede a um estrangeiro. Em 2014 recebeu na Espanha o Prêmio Príncipe das Astúrias de Comunicação e Humanidades e inaugurou a 40ª Feira Internacional do Livro de Buenos Aires.

Em uma extensa entrevista que concedeu ao jornal Pagina12, em 2004, Quino explicou sobre o que são suas tiras e porque continuou desenhando: “Sobre a relação entre os fracos e os poderosos. Isso sempre me assombrou. Essa sensação de impotência que eles têm. Pobres contra ricos, empregados contra mestres, sei lá, às vezes acho que devia parar de desenhar um pouco, para não sentir angústia nem medo de me repetir. Mas quando penso que vou abrir o jornal e meus desenhos não vão estar mais lá, me dá mais angústia e eu continuo desenhando. Como aquele chefe de estação que se aposenta, mas volta todos os dias para ver se os trens estão no horário. Não imagino ficar esperando os trens passarem. Além disso, na minha profissão não há trens.“
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Fonte: Pagina12, via Portal Vermelho
Legenda na foto: do Blog

Vitória da democracia na UFPR

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Graciela Bolzón e Ricardo Marcelo, os mais votados

Apesar do céu escurecido que antecipava um temporal, pouco depois das 17 horas de hoje, foi divulgado o resultado da votação constituinte da lista tríplice para a Reitoria da UFPR, cujos números abriram um brilhante sol nos olhares e sorrisos de todos os setores democratas da Universidade.

Para finalizar sua tarefa, o Colégio Eleitoral reunira-se na tarde desta quarta-feira de final de setembro, alguns presencialmente dentro do auditório da Reitoria e outros remotamente pela internet. Foram feitas votações separadas para o cargo de reitor(a) e de vice-reitor(a). Os números eletronicamente computados foram:

*Para a Reitoria:

Ricardo Marcelo: 32

Marcos Ferraz: 13

Maria Rita: 12

Horácio Tertuliano: 6

* Para a Vice-reitoria:

Graciela Bolzón: 33

Nelson Rebelatto: 14

Regiane Ribeiro: 12

Ana Paula Cherobim: 4

Logo que saído o resultado para a composição da lista tríplice, caiu forte aguaceiro sobre a quadra onde se localiza o prédio da Reitoria, como que a lavar todos os receios e apreensões, todas as manobras e ameaças golpistas.

Assim, a lista tríplice a ser imediatamente encaminhada ao MEC será constituída por:

1-RIcardo/Graciela
2-Marcos/Nelson
3-Maria Rita/Regiane

A dupla Horácio/Ana Paula, que foi esmagadoramente derrotada como Chapa 1 na consulta direta à comunidade ocorrida em 1-2/09, fica assim legal e legitimamente fora da lista de possíveis nomeações da presidência da República.

Até dezembro deverá ser conhecido quem ocupará a titularidade da Administração Central da UFPR.

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Paulo Guedes condenado por chamar servidores de "parasitas"

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Decisão judicial de primeira instância determinou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, pague indenização de R$ 50 mil ao Sindicato dos Policiais Federais da Bahia (Sindipol-BA). A juíza federal da 4ª Vara, Cláudia da Costa Tourinho Scarpa, considerou que houve insulto por parte do ministro.

A indenização é resultado de uma ação contra Paulo Guedes que, durante uma palestra, comparou servidores públicos a parasitas. O fato aconteceu em fevereiro, quando ele falava sobre a reforma administrativa. Guedes criticou o reajuste anual dos servidores e afirmou que eles já têm privilégios, como a estabilidade no emprego e “aposentadoria generosa”.

O hospedeiro está morrendo, o cara virou um parasita, o dinheiro não chega no povo e ele quer aumento automático”, declarou Guedes a empresários, na Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em seguida, a assessoria de imprensa do Ministério da Economia disse que a comparação foi retirada de contexto pela imprensa.

De acordo com informações do Congresso em Foco, o sindicato baiano apresentou uma ação de reparação por dano moral coletivo contra o economista em maio. A juíza federal da 4ª Vara, Cláudia da Costa Tourinho Scarpa, considerou que houve insulto por parte do ministro. “O ministro de Estado da Economia, no exercício do seu direito à liberdade de expressão, insultou os servidores públicos. Ele os comparou a ‘parasitas’, pediu que eles ‘não assaltem o Brasil, quando o gigante está de joelhos’ e afirmou que eles ficam em casa ‘com geladeira cheia’”.

A decisão determinou o pagamento no valor de R$ 50 mil, “em virtude da violação aos direitos da personalidade dos integrantes da categoria profissional representada por este ente sindical, por meio dos seus pronunciamentos”.

José Mário de Lima, presidente do Sindipol-BA, fez questão de ressaltar que, no processo, o valor inicial da indenização era em torno de R$ 200 mil. “Mas não importa o valor. Não se trata de uma indústria de dano moral. O que importa é a defesa dos servidores públicos, em geral, dos federais e, em particular, dos servidores da segurança. A nossa reputação não pode ser atacada dessa forma”, reforçou.
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Fonte: Correio Braziliense (17/09/2020)

quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Reitoria ou Interventoria ?

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Fonte: banner público de Facebook, editado.

Intervenção política na UFRGS pelo despresidente fascista

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Conforme já era receado pela comunidade universitária da UFRGS, porque antecipado pela fala de um deputado gaúcho, o fascista que infecta a cadeira da presidência da república nomeou reitor daquela IFES o menos votado da lista tríplice.

O despresidente Bolsonaro nomeou Carlos André Bulhões Mendes para a Reitoria gaúcha, tornando-a a 15a. interventoria bolsonarista do país.  Bulhões é professor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS (alguma correlação com certo engenheiro elétrico também derrotado em eleição direta no sul?).  Sua vice é a docente Patrícia Pranke, mas dela não se sabe, ainda, se também é uma receitadora a bangu de cloroquina.

O DCE da UFRGS está convocando Ato Contra a Intervenção para amanhã (17/9), às 13h00, na frente da Reitoria, no centro de Porto Alegre, contando com professores e técnicos. A ver se a velha tradição de luta do povo gaúcho vai barrar esse abuso autoritário de Bolsonaro, que tenta garrotear as IFES por todo o país.

Este esbulho contra a democracia universitária na UFRGS deve acender dezenas de milhares de alertas na comunidade da UFPR que preza por este valor civlizatório, pois, se fizeram numa das grandes IFES do país, como a gaúcha, podem ter toda a cara-de-pau de fazer por aqui também. Alerta geral contra a interventoria!!
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Fonte: fotos do jornal Zero Hora (com alterações deste Blog na foto superior).

terça-feira, 15 de setembro de 2020

Não tem arroz? Comam cloroquina!

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Na eleição virtual de 1-2 de setembro deste ano, para escolha da futura Reitoria, sabem todos que a Chapa 2 (Ricardo/Graciela) obteve a massacrante votação de 85% (votos válidos) sobre a Chapa 1 (Horácio/Ana Paula). No entanto, com fingida indiferença a essas cifras impressionantes, Horácio e Ana, logo após conhecerem esse resultado, entraram com pedido de impugnação contra o processo. 

O que alega a chapa 1 derrotadíssima? Que o processo de votação eletrônico pode não ter obedecido a protocolos de segurança necessários. Que não teria havido transparência e que os dados eletrônicos poderiam ter sido “contaminados” por programa instalado no computador que totalizou os votos. Claro, assim como a epidemiologista/infectologista/farmacêutica Ana Paula Cherobim tem autoridade para receitar hidroxicloroquina a torto e a direito, o recente especialista em Informática Horácio pontifica em sua avaliação perita sobre a votação virtual. Vale tudo para ser presenteado pelo amigaço despresidente da república com a nomeação à Reitoria, mesmo sem legitimidade perante a comunidade da UFPR. Depois se vê… a confusão colossal que se seguirá. 

Em 10/09, esteve à tarde reunido, dentro do Auditório da Reitoria, o Colégio Eleitoral da UFPR, para compor a lista tríplice de nomes, exigida pela lei. Quase uma centena de manifestantes alunos, técnicos e docentes se fez presente na rua XV, diante do auditório, exigindo que a tradição democrática vinda desde 1985, brandindo a palavra de ordem #RetiraHorácio. Todos devidamente mascarados. Por ali passou ainda barulhenta carreata defendendo a mesma questão. 

Reitor reeleito entra para sessão do Colégio Eleitoral

A Assessoria de Comunicação da UFPR relata: 

Durante a sessão, a Procuradoria Federal da UFPR informou que haveria uma discordância entre o Ministério da Educação e a Secretaria de Assuntos Jurídicos da Presidência da República sobre o entendimento da composição da lista tríplice. Enquanto o parecer do MEC aceita uma lista tríplice com composição parcial, por falta de candidatos, a Secretaria de Assuntos Jurídicos, em documento do dia 9 de setembro de 2020, afirma que a lista deve conter três nomes.” 

Prossegue a ASCOM que, “por decisão da maioria dos conselheiros (62 votos a favor e 2 contra), a sessão foi suspensa até que se tenha segurança jurídica sobre a formação da lista tríplice”. Assim, o CoUn aguardará a resposta do MEC sobre a regra até 24/09.Caso até o dia 24 não haja nenhuma resposta, o Colégio Eleitoral definiu o dia 05 de outubro como data limite para tomar uma decisão.” 

Comentam fontes que puderam estar na sessão do Colégio Eleitoral que o professor Tertuliano estaria “muito nervoso”. Não se duvida muito disso, pois sustentar uma posição antidemocrática dentro de uma Universidade de longa trajetória de lutas progressistas não é nada fácil. Mesmo sendo “amigo do rei”, o reizinho Jair. 

Assim como fontes da área do Direito lá presentes asseveram que o desfecho desse processo todo deve ser favorável à chapa amplamente vitoriosa. O que não significa descuidar da mais acesa vigilância e mobilização da comunidade toda, marcação cerrada mesmo, como se diz em futebol, para que de fato esse desfecho se confirme, reempossando Ricardo Marcelo e Graciela em dezembro deste ano. 

Manifestantes protestam diante do auditório da Reitoria em 10/09

Parafraseando em sentido humorístico a famosa frase atribuída a uma rainha francesa que em 1789 perdeu – literalmente - a cabeça (“Não tem pão? Comam bolos!”), comentou o José Simão no jornal da BandNews, celebrando essa pujante economia brasileira sob Bolsonaro/Guedes: “Não tem arroz? Comam cloroquina!” Afinal, está sobrando no estoque do governo a tal da cloroquina.

Assim como cloroquina não possui nenhuma comprovação científica no trato da COVID-19, a ex-Chapa 1 não tem nenhuma comprovação nem respaldo democráticos na comunidade da UFPR. 

Parasitário Guedes sai já ou amanhã?

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Menos mal que Jair Bolsonaro tenha dado um “fora” na sua equipe econômica – ela ainda existe? – e nas propostas de pura maldade que vinham soltando às dúzias para a imprensa.

Fernando Brito - Blog Tijolaço

Pouco importa se Bolsonaro fez isso por algum remanescente de humanidade que nele sobreviva ou se percebeu que as propostas eram uma bomba atômica sobre o eleitorado de classe média baixa onde consegue seus melhores índices.

Significa mais no que isso vai repercutir na situação econômica do país, com o abandono de qualquer perspectiva de que se continue, em 2021, injetando os recursos que, neste momento, estão “segurando” o agravamento da crise econômica.

Aliás, Paulo Guedes conseguiu, graças à medida que não queria tomar, uma sobrevida, pois seria difícil que sobrevivessse a uma queda do PIB de até 15% sem o auxílio emergencial. Mas é, também, o Ministro da Economia mais desautorizado por um presidente da República que a história já conheceu.

Guedes não tem credibilidade para falar coisa alguma e, se já não tinha projetos econômicos, agora tornou-se mero “contador” do governo.

Contabilidade que, aliás, vai muito mal e que irá pior ainda quando o ano virar e acabar o “cheque especial” do orçamento da pandemia.

Que, aliás, não tem um tostão furado sequer no Orçamento de 2021.

O mundo não vai se acabar dia 31 de dezembro, mas a coisa será bem perto disso com as finanças públicas.

Mas aí, se não antes, Guedes pede pra sair.

segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Até mais, até logo, professor Dante

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Até desde antes de meu amigo reeleito reitor, Ricardo Marcelo, eu, militante velho da mais antiga Universidade do país, já perturbava esta comunidade com escritos e outras manifestações.  Já escrevi demais sobre democracia e autonomia universitárias.  Sinto cansaço, embora não desistência.  

Aproveito, então, para republicar artigo de meu dileto amigo da Filosofia, professor Emmanuel Appel, e colaboradores, que o lançou na Gazeta do Povo de 17/10/2004, pouco depois de perdermos a altaneira figura de Dante Romanó Jr., meu professor de Angiologia, vice-reitor ao lado de outro eminente mestre, o professor Salamuni.  Aqui vai, Riad, Dante, Carlos Antunes. E então espero que o professor e a professora que disputaram a Reitoria da UFPR pela Chapa 1 inspirem-se em Dante como exemplo ético.


ATÉ MAIS, ATÉ LOGO, PROFESSOR DANTE

Emmanuel Appel, Fábio Muniz, Pedro Costa Neto - Gazeta do Povo * 17/10/2004

Antes de tudo, Dante Romanó Júnior (1929-2004) tinha estatura.  Sua vida foi uma crescente inquietação.  Sempre exigiu mais, sobretudo de si mesmo, construindo-se como um homem ético.   De família conservadora, aluno do tradicional Colégio Santa Maria, membro da Juventude Universitária Católica, formou-se em Medicina e trabalhou como professor na UFPR.  Aí, no Hospital de Clínicas, o contato diário com o sofrimento e a miséria (dadas as condições de vida da maioria dos pacientes e as reiteradas restrições impostas à saúde pública) amplia sua consciência social.  O golpe de 1964 e a repressão política que se segue, atingindo também amigos e alunos, radicalizavam ainda mais seu espírito.  Num período e contexto local muito mais de anátema do que de diálogo, seu humanismo cristão assume valores dos ideários republicano e socialista, implicando - senão a escolha de um novo caminho - a corajosa postura de resistência.  Nos anos mais sombrios da ditadura militar, Dante emprestou solidariedade, deu abrigo e ajudou na fuga de perseguidos políticos.

A sua candidatura à Reitoria da UFPR, em 1985, foi consequência do seu engajamento na organização do movimento docente.  No início do primeiro semestre de 1977, apesar do medo e isolamento impostos à Universidade, alguns colegas, entre camaradas e futuros companheiros, passaram a discutir como organizar os professores tendo por objetivo uma oposição democrática.  Dante estava entre eles e dois anos depois participava da chapa "Universidade Necessária", que disputava, em memorável embate eleitoral, o comando da Associação dos Professores, o que representou um dos momentos de maior ousadia de sua presença cívica.  O seu compromisso com a Universidade pública e democrática pode ser colhido em suas próprias palavras:

"No cartaz de minha campanha [a reitor, em 1985], quando retirei duas colunas do prédio histórico, não foi somente para escancarar as portas de entrada da Universidade, mesmo porque, por tais portas, entrariam preferentemente os filhos da burguesia.  Tenho consciência de que é necessário proceder de forma a que os jovens das camadas populares se encontrem em circunstâncias iguais aos da camada privilegiada, eliminando-se as barreiras econômicas e sociais que impedem seu acesso à Universidade.  É função do Estado garantir esse objetivo, assumindo os custos sociais necessários para anular as discriminações de ordem socioeconômica na realização do curso universitário."

Dante (bem como os estudantes, que em grande número o apoiaram) tinha, assim, a esperança de que o testemunho dos filhos das camadas populares poderia contribuir para mudar o perfil da universidade pública: com as perspectivas e exigências de classe, sem prejuízo da autonomia universitária, influenciariam em seus rumos e pesquisas, tornando a universidade essencial, ao mesmo tempo, para o desenvolvimento do país e para a consolidação da democracia.

Seu compromisso social e sua generosidade manifestam-se igualmente no exercício da medicina e na sua intransigente defesa do Sistema Único de Saúde.  Para Dante, a saúde não se ordena pelas regras do mercado.  A evidência de que a saúde está condicionada pela dimensão do social,, de que os mais altos indicadores de saúde foram conquistados pelas sociedades de maior equidade ("melhor saúde individual onde há melhor bem-estar coletivo", uma de suas premissas)  o levou a participar ativamente das discussões que criaram o programa "Saúde na Família" em Curitiba.  Os canadenses que aqui vieram para ajudar na instituição do "Médico de Família" foram convencidos de que o programa deveria ser ampliado para Saúde na Família.  Dante, com a grandeza da simplicidade, disse-lhes que o médico, apesar da sua evidente importância, não deveria ser senão ator coadjuvante.

Sua vida foi igualmente permeada por uma constante curiosidade intelectual, que se manifestava em traduções de escritos de medicina social, a exemplo dos de Karl Rudolf Virchow, leitor do jovem Engels, "para demonstrar as relações entre pobreza e doença". Também releituras de Guimaraes Rosa, médico educador, "nosso aprend iz do real na travessia".  Graciliano Ramos - mestre do romance social "e da passagem pela escola pública como obrigatória à cidadania".  Visitava ainda Oscar Wilde, "blagueur insuperável", e também autores mais recentes, como Noam Chomsky, ativista do Forum Social Mundial.  

Dante estimulou projetos de caráter socioambiental (em Guaraqueçaba, que tanto gostava de visitar) e interessava-se por botânica, preocupando-se com a preservação da Mata Atlântica.  De sua sua experiência de bolsista em Angiologia (a disciplina que lecionava no curso de Medicina da UFPR) na Argentina (em Rosario) e na Suécia, derivou sua preocupação em propor adequada recepção aos estudantes estrangeiros em Curitiba - bem sabia o significado da hospitalidade e do cosmopolitismo.

Até pouco antes da doença que o abateu, Dante não descuidava dos hábitos físicos, vindos desde os tempos de estudante, quando obteve marcas nacionais na corrida com bastão e em corridas de longo percurso.  Culturalmente, Dante era um garimpeiro, descobria preciosidades, esboçava pistas de trabalho.

O poeta russo Sierguei Iessenin deixa-nos versos para jamais esquecermos de nosso valente professor vice-reitor:

"Até logo, até logo, companheiro,
Guardo-te no meu peito e te asseguro:
O nosso afastamento passageiro
É sinal de um encontro no futuro.
Adeus, amigo, sem mãos nem palavras.
Não faças um sobrolho pensativo.
Se morrer, nesta vida, não é novo,
Tampouco há novidade em estar vivo."


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Esta publicação foi em parte encurtada e editada, mas seu conteúdo corresponde ao espírito dos autores, dedicado à memória desse grande professor da UFPR, cuja morte foi imensamente lamentada por este autor, velando-o no prédio da Reitoria da UFPR.