A prática é o critério da verdade. Não se sabe o que uma pessoa é, de fato, tomando por base apenas aquilo que ela diz de si mesma, mas sim pelos atos reais que pratica. Isso vale bem para o vice-presidente do Sinditest, baixarel Dr. Antonio Neris. Pelos corredores do HC e da UFPR, ele se autoproclama grande defensor dos trabalhadores. Mas, quando chega a hora de ser patrão, consegue ser mais realista que o rei. Sua truculência acaba de vitimar uma competente e dedicada funcionária do Sinditest, de modo totalmente injusto. Vamos ao caso.
Depois de legitimamente terem ganho por sorteio o acesso a vagas na casa de praia de Itapoá, 4 pessoas deste Núcleo de Oposição "Avançar na Luta" estavam em janeiro usufruindo seu direito ao lazer. Lá chegou extemporaneamente (porque sorteado não foi) o sr. Dr. Neris, a bordo de sua vistosa van. Ao enxergar juntos 4 membros da oposição sindical, o cérebro do Dr. Neris deve ter sofrido um surto de paranóia política e imediatamente deduziu que a funcionária que agenda o uso da casa de praia devia ter "favorecido" o grupo da oposição.
Ao voltar para Curitiba, ainda em pleno acesso de sua paranóia política, o Dr. Neris dirigiu-se rispidamente à funcionária da secretaria do Sinditest, acusou-a de favorecer seus amigos da oposição e a demitiu sumariamente, sem antes sequer pedir esclarecimentos sobre os procedimentos da secretaria sobre o uso de Itapoá. Aliás, o Dr. Neris extrapolou sua função (vice-presidente), pois quem gerencia a casa de praia é a secretária-geral Márcia Messias, irmã do presidente.
Indignada e sabendo que sempre procedeu com lisura, não tendo favorecido ninguém, a funcionária reuniu documentos e mostrou ao paranoico baixarel Dr. Neris que ele estava errado. E, por defesa da sua honra agredida, a funcionária não quis mais ficar trabalhando sob as ordens de pessoas que não respeitam o próximo. Os filiados do Sinditest, que conheceram a funcionária competente e atenciosa, não mais a verão na secretaria do sindicato.
Nós, do Núcleo Avançar na Luta, manifestamos nossa indignação também, e cobramos dessa diretoria "Sindicato Para Todos" (todos !!!) - que se autoproclama tão ao lado dos oprimidos e combatente do assédio moral - , que se pronuncie quanto à atitude típica de assédio(*) praticada por seu vice-presidente Dr. Antonio Neris contra uma indefesa funcionária. O presidente Wilson Messias e o restante da Diretoria concordam com o que ele fez? Continuarão dando uma de Pilatos lavando as mãos sobre o caso ou farão uma reprimenda ao assediante? Esperamos para ver e somos solidários à funcionária demitida.
--------------------------------------------------------------------(*)Conhecemos o conceito jurídico de assédio moral e sabemos que sua plena caracterização envolve o aspecto da repetição dos atos de assédio. Usamos livremente aqui a denominação de "atitude de assédio" por entender que ela foi claro abuso de autoridade, impondo severa pressão psicológica sobre a vítima, que narrou os fatos para amigos aos prantos.