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quarta-feira, 29 de abril de 2020

Sobre a Nota Técnica da UFPR acerca da pandemia da SARS-CoV-2

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Imagem microscópica do coronavírus depositando suas proteínas invasoras
 (em vermelho) sobre receptores ECA-2 na membrana da célula vítima

A UFPR publicou ontem "Nota Técnica" acerca de novas medidas referentes ao trato com a pandemia do novo coronavírus (SARS-CoV-2), segundo a qual se estuda uma possível flexibilização das medidas de suspensão das atividades acadêmicas e administrativas, no sentido de certa retomada da vida "normal" da instituição.  

Desde março deste ano, a UFPR determinou uma interrupção dessas atividades até pelo menos o começo do mês de maio, tendo por base aconselhamentos do pessoal da área da Saúde e orientações da OMS (Organização Mundial da Saúde).  Não obstante, existem pressões para que a suspensão de atividades seja flexibilizada, ou "recalibrada", mas seguindo sempre dados epidemiológicos da evolução da pandemia.

Ao final da Nota da UFPR, encontra-se um link para um artigo da revista norte-americana "Science", cujo resumo vai abaixo traduzido.  O texto não chega a ser tranquilizador e fala de continuidade da vigilância epidemiológica ao menos até 2024.

O artigo tem por título "Projetando a dinâmica de transmissão da SARS-CoV-2 no período pós-pandemia".  Segue o resumo traduzido: 

"É urgente compreender o que reserva o futuro quanto à transmissão da Síndrome Respiratória Aguda Grave, relacionada ao coronavírus-2 (SARS-CoV-2). Empregamos estimativas de sazonalidade, imunidade e trans-imunidade para os betacoronavírus OC43 e HKU1 a partir de séries temporais nos EUA para informar um modelo de transmissão da SARS-CoV-2. Projetamos que surtos de inverno recorrentes da SARS-CoV-2 provavelmente ocorrerão depois da onda inicial mais severa da pandemia. À parte outras intervenções, uma métrica-chave está em avaliar o sucesso do distanciamento social como elemento crítico em caso de superlotação das instalações de cuidados intensivos. 

Para evitar essa situação-limite, o distanciamento social prolongado ou intermitente pode ser necessário até 2022. Intervenções adicionais, incluindo aumento das unidades de tratamento intensivo e algum tipo de tratamento efetivo, melhorariam o sucesso do distanciamento intermitente e apressariam a “imunidade de rebanho”. Estudos sorológicos longitudinais são muito necesssários para determinar extensão e duração da imunidade contra a SARS-CoV-2. Mesmo que sobrevenha a aparente eliminação da pandemia, a vigilância contra a SARS-CoV-2 deve ser mantida pois uma retomada dos contágios pode acontecer até 2024." 

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Fonte: Revista Science, edição de 14/04/2020
DOI: 10.1126/science.abb5793 
Autores/as: Stephen M. Kissler, Christine Tedijanto, Edward Goldstein, Yonatan H. Grad, Marc Lipsitch. 
Imagem: Revista Nature (28/04/2020)

quinta-feira, 23 de abril de 2020

Weintraub e seu alto nível civilizacional

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Percebam o alto nível de filha-da-putice desse desministro da Educação, comentando a morte de uma pessoa.  Por isso é que ele não arrisca por o pezinho sujo dentro do campus de uma Universidade Pública sequer.

quarta-feira, 22 de abril de 2020

Coronavírus: de que maneiras eles matam? Pesquisadores delineiam sua voracidade através do corpo humano

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Em matéria de 17 de abril, jornalistas de divulgação científica publicaram preocupante matéria na prestigiada revista americana Science. Meredith Wadman e suas três colegas relatam a situação presenciada numa unidade com 20 leitos de UTI na Escola de Medicina da Tulane University, em que os médicos se depararam com dois pacientes apresentando convulsões, outros com insuficiência respiratória e ainda outros com queda grave da função renal. Dias antes, sem sucesso, haviam tentado reanimar uma jovem com parada cardíaca. Os pacientes tinham uma coisa em comum: eram todos COVID-19 positivos. 

Enquanto os casos confirmados de COVID-19 em todo mundo ultrapassam os 2,2 milhões e as mortes superam a cifra de 150 mil, médicos e patologistas tentam entender os danos causados pelo coronavírus enquanto viaja pelo corpo do doente. Percebe-se que, ainda que o “marco zero” da agressão sejam os pulmões, muitos órgãos podem ser atingidos, como coração e vasos, rins, intestinos e cérebro. 

O cardiologista Harlan Krumholz, da Yale University e do Hospital New Haven, afirma que a doença pode atacar quase todos os lugares do corpo humano, com consequências devastadoras, e reconhecendo: “Sua ferocidade é humilhante para nós, de tirar o fôlego.” 

Compreender essa voracidade do novo vírus ajudará os médicos no front da atenção aos pacientes a tratar a parcela de infectados que se torna misteriosamente, desesperadamente, adoecida. Por exemplo, poderia uma recentemente observada, e perigosa, tendência a ter coágulos anormais nos vasos fazer com que casos leves subitamente virem emergências com risco de morte? Haveria mesmo a chamada reação exagerada do sistema imune do paciente como causa da gravidade (e possível causa mortis), dando a se deduzir que um tratamento com drogas imunossupressoras poderia evitar o pior? Por que em alguns pacientes se verifica uma surpreendente baixa de presença de oxigênio no sangue mas eles não estão aflitos para respirar? 


Primeiros eventos da infecção 
O SARS-CoV-2 (nome laboratorial do novo coronavírus) começa principalmente sua invasão pela mucosa do nariz, cujas células são ricas em ter em sua superfície uma substância receptora para a Enzima Conversora da Angiotensina 2 (ECA-2). A angiotensina 2 é substância normal do corpo humano que participa do processo de regulação da pressão sanguínea. Esse receptor de ECA-2 é a “fechadura” ideal de que precisa o vírus para colocar sua “chave” (aqueles “espetos” das figuras) e entrar na célula. Uma vez dentro, o vírus captura e tiraniza a maquinaria celular para ficar a seu serviço, gerando miríades de cópias, depois arrebentando a célula e espalhando enormes quantidades de novos vírus que irão invadir outras células. 

Enquanto o coronavírus vai se multiplicando nos primeiros dias, a pessoa contaminada poderá espalhar colossais volumes de “filhos” dele, especialmente durante a primeira semana, mas pode neste momento ainda não haver nenhum sintoma, ou já apresentar tosse seca; logo depois, também febre (38 graus, ou pouco acima), dor de garganta, perda de olfato e paladar, dor de cabeça e pelo corpo. 

Se o sistema imune não conseguir derrotar o coronavírus nessa fase inicial, ele prossegue sua marcha pelos tubos do aparelho respiratório (traqueia, brônquios, bronquíolos) em direção aos pulmões. Desce até os canalículos dos bronquíolos até atingir os alvéolos (local das trocas gasosas em que o gás carbônico usado sai e oxigênio novo entra no sangue), que se compõe de uma fina camada de células, todas também ricas em receptores de ECA-2. 

Modelo em 3D de pulmões analisados em scans de Tomografia Computadorizada de um homem de 59 anos que morreu no Hospital da George Washington University. Os pontos amarelados
mostram as áreas pulmonares lesionadas pelo coronavírus

Sobre a ação do vírus nos pulmões é que existe grande controvérsia entre pesquisadores, pois uma parte pensa que, nos casos graves, existiria uma resposta muito exacerbada do sistema imune do doente, gerando uma inflamação tão brutal que acaba por destruir a própria arquitetura pulmonar, e dali viria a grande dificuldade de respirar, podendo chegar à morte, mesmo em pacientes entubados e/ou postos nos respiradores mecânicos. Outra parcela dos pesquisadores não crê muito na hipótese da reação exagerada que, tentando defender o corpo, acaba matando-o; entendem que é a própria ação muito agressiva do coronavírus que arrebenta os pulmões. 


Impactos do intruso 
O ponto zero de “aterrisagem” do coronavírus é o aparelho respiratório, com grandes lesões nos pulmões. Porém, o vírus (ou a dita resposta imune exagerada a ele) pode danificar outros órgãos, e os cientistas estão ainda apenas começando a investigar como se dão os processos de lesões. Sobre a chamada fisiopatologia da COVID-19 em outros órgãos, mantém-se a polêmica entre os que culpam células e moléculas pró-inflamação integrantes do sistema imune em atividade exagerada descontrolada e os que acham que a culpa é mesmo de modos de ação próprios do coronavírus. 

Entre estes últimos, existe mesmo o receio de que usar como tratamento a redução da capacidade de resposta imune do corpo pode ser um tiro no pé. Algo como dizer ao nosso exército em combate: “Ei, rapazes, parem de usar bombas tão pesadas contra o inimigo pois estão também destruindo nossos concidadãos e todas as casas e não vai sobrar nada depois!” Por sua vez, os defensores da tese da resposta imune exacerbada contra-argumentam que sustar essa resposta só terá como efeito aumentar ainda mais a capacidade de multiplicação do vírus por todo o organismo. 


Arrebentando o coração 
Uma senhora de 53 anos, em Brescia (Itália) entrou na ala de emergência do hospital local com sintomas típicos de um infarto cardíaco, eletrocardiograma e testes de sangue em conformidade com esse diagnóstico. Outros exames demonstraram inchaço e cicatrizes no coração e a parte esquerda do órgão (a mais potente para bombear sangue) tão fraca que só conseguia bombear 1/3 do volume normal. Ao injetarem contraste no sangue para achar entupimentos nas coronárias (a causa principal de infartos), não se encontrou nada. Como era possível? Mas ela tinha COVID-19. 

Permanece um mistério como o coronavírus agride o coração e os vasos, mas relatos assim aparecem em grande quantidade de artigos científicos, mostrando que não é um achado raro. Um artigo de março no Jornal da Associação Médica Americana (JAMA) relata que, num estudo em 416 pacientes internados em Wuhan (China), 20% deles tinham lesão cardíaca. Em outro estudo, encontrava-se 44% com arritmias cardíacas. 

O problema também se estende ao próprio sangue. Em uma UTI da Holanda, dentre 184 pacientes com COVID, 38% deles tinham coagulação anormal e quase um terço já possuía coágulos. Esses coágulos podem viajar pela corrente sanguínea e irem entupir vasos dos pulmões, a condição chamada Tromboembolismo Pulmonar (TEP) que, se for maciça, é fatal. Eles também podem ir entupir artérias cerebrais, provocando derrames (AVCs). 

Um especialista em medicina cardiovascular do Centro Médico da Columbia University analisa que “Quanto mais observamos, mais provável fica que coágulos sanguíneos desempenham importante papel na severidade e mortalidade da COVID-19.” 

Há inclusive a constatação que a infecção pode levar a constrições dos vasos sanguíneos, produzindo isquemia em dedos de mãos e pés, deixando-os inchados, dolorosos e em risco de sofrerem gangrena. 

Por essa ação do vírus sobre vasos e o sangue, entende-se porque pacientes com doenças crônicas prévias que afetam vasos – como diabetes e pressão alta, mas também idade avançada e obesidade – defrontam-se com risco mais alto de terem a versão grave da COVID-19. 


Muitos campos de batalha 
No mundo inteiro receia-se que faltem respiradores mecânicos para ajudar pulmões atacados. Mas não é só esse tipo de equipamento que pode fazer falta: também máquinas de diálise. “Se pessoas não estão morrendo de insuficiência pulmonar, podem morrer de insuficiência renal”, diz a neurologista Jennifer Frontera, do Centro Médico Langone da New York University. Sim, as células dos rins também são ricas em receptores da ECA-2, o canal para a invasão do vírus nas células. O percentual de doentes que podem sofrer lesão renal pode variar de 27% a 59% segundo alguns estudos feitos na China, e quem já tem algum tipo prévio de lesão renal está sob maior risco. 


Subindo ao cérebro 
Outro conjunto de sintomas em pacientes com COVID-19 aparece no cérebro e sistema nervoso central. A médica Frontera diz que neurologistas tem sido chamados para avaliar de 5 a 10% desses pacientes, mas ainda acha que é uma subestimativa do que estaria ocorrendo nos cérebros, em boa medida porque muitos pacientes estão sedados e postos em respiradores mecânicos. 

Tomografia de mulher de 58 anos com COVID-19 que desenvolveu encefalite 
(áreas lesionadas assinaladas com flechas)

Tem-se observado casos de inflamação cerebral (encefalite), com convulsões e perda temporária de consciência. Outros sofrem AVCs. Além disso, ainda há a conjectura de que pode estar deprimido o reflexo do tronco cerebral que detecta a falta de oxigênio no sangue. 

Os receptores ECA-2 estão presentes no córtex e no tronco cerebral, embora não se saiba sob que circunstâncias o coronavírus penetra no cérebro e interage com esses receptores. Mas foi verificado, na epidemia de SARS em 2002-2003 (causada por um “primo” próximo do vírus atual) que aquele vírus (chamado então de SARS-Cov) podia se infiltrar nos neurônios e às vezes causar encefalite. 

Sherry Chow, neurologista do Centro Médico da Universidade de Pittsburgh, especula acerca da possível rota de invasão do coronavírus: ele entra pelo nariz, em vez de descer aos pulmões, sobe e, através do bulbo olfativo (o que explica a perda de sensação de cheiro), dali passa ao cérebro. 


Atingindo intestinos 
No começo de março, uma mulher americana, de 71 anos, retornou de uma viagem pelo rio Nilo (Egito) com diarreia sanguinolenta, vômitos e dor abdominal. De início, os médicos suspeitaram de que ela tivesse apenas um desarranjo estomacal comum, como infecção pela bactéria Salmonella. Contudo, quando ela passou a apresentar tosse, os médicos coletaram um swab nasal e descobriram positividade para coronavírus. Também se achou RNA viral na amostra de fezes, assim como sinais de lesão de intestino grosso na colonoscopia, indicando infecção gastrointestinal pelo SARS-CoV-2. 

O caso mostra como o novo coronavírus (assim como o fazia o da SARS de 2002) pode infectar o epitélio do trato digestivo baixo, onde também abundam os receptores ECA-2. O RNA viral pode ser achado em até 53% das amostras de fezes dos doentes. Acredita-se que o vírus também se replica nos intestinos, mas ainda não está claro se ele, saindo com as fezes, estaria vivo e contaminante de fato, ou seriam só partes inertes dele. Até agora, não há evidências de que uma transmissão fecal possa ser importante. 

Intestinos não são ainda o fim da marcha do coronavírus através do corpo humano. Por exemplo, até 1/3 dos pacientes internados desenvolve conjuntivite, em que pese não haver certeza se isso é provocado por uma invasão direta do vírus no olho. 

Mais relatos sugerem que existe lesão no fígado, como a partir de informações de dois centros médicos chineses onde os doentes tinham elevados níveis de enzimas indicadoras de problema hepático ou em canais biliares. Apesar disso, diversos especialistas não colocam a culpa no vírus, e sim no efeito colateral de drogas imunossupressoras que estejam sendo usadas num organismo já debilitado, ou na já referida resposta imune exagerada do próprio corpo. 

Equipe médica trata paciente de COVID-19 em UTI italiana

Este panorama da devastação que a COVID-19 pode infligir ao organismo humano é ainda, grosso modo, apenas um apanhado. Será preciso anos de exaustivas pesquisas para tornar mais preciso o quadro dessas agressões, e a cascata de efeitos cardiovasculares e imunitários que a COVID-19 pode colocar em movimento. Com o avanço da ciência, desde investigação de tecidos nos microscópios até a testagem de medicamentos em pacientes reais, a esperança se mantém por tratamentos mais ágeis que os vírus que tem parado o mundo. 
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Fonte: resenha descritiva livremente traduzida e condensada a partir do original em inglês “How does coronavirus kill? Clinicians trace a ferocious rampage through the body, from brain to toes”, publicado na revista norte-americana Science, em 17/04/2020, de autoria das jornalistas de divulgação científica Meredith Wadman, Jennifer Couzin-Frankel, Jocelyn Kaiser e Catherine Matacic. 

segunda-feira, 20 de abril de 2020

Bolsonaro deve ser responsabilizado, sim! E já!

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CAMPANHA RESPONSABILIZAÇÃO SIM!
Atribuir a causa principal dessa crise a uma suposta loucura ou deficiência do presidente seria uma subestimação de seus ardis políticos e dos 
grupos políticos e interesses econômicos 
que patrocinaram sua eleição.

Jornal GGN - 20/04/2020

Jair Bolsonaro tem que ser plenamente responsabilizado por seus atos, palavras e decisões. Com suas falas despudoradas, suas ações aparentemente impensadas, seus impulsos violentos e agressivos, seu humor instável, seu descaso com a vida, ele coloca, deliberadamente, em risco a saúde e a vida de milhões de brasileiros. 

Esse comportamento deveria ser incompatível com a vida pública em uma democracia. Ele deve ser responsabilizado pelos danos que causa com sua política que, além de insultar, neste momento de Pandemia, pode levar à morte de milhares de pessoas. Por isso, defendemos uma responsabilização jurídica, política e psíquica já que ele tem plena condição de saber as consequências de suas escolhas.

A proposta de interditar Bolsonaro ou quem quer que seja, por loucura ou deficiência intelectual vai contra a responsabilização. Ela poderia abrir precedente e trazer consequências e retrocessos graves ao nosso laço social já tão esgarçado. A figura da interdição caiu através de convenção da ONU em 2006, assinada pelo Brasil em 2010. A interdição foi excluída da legislação brasileira em 2015, através de emenda constitucional. 

Embora cause espanto que alguns juristas desconheçam essa mudança na lei, deve-se considerar que, mesmo se a interdição ainda estivesse em vigor, ou se ainda viesse a restar alguma querela jurídica a respeito, a pior tática neste momento seria interditar Bolsonaro, pois,naquela maneira arcaica de ver as coisas, se ele fosse interditado, estaria reconhecida sua incapacidade para responder pelos seus atos nefastos e ele provavelmente se tornaria inimputável. Isso significa que não poderia responder por eventuais crimes ou contravenções como um cidadão considerado, digamos, “normal”.

Atribuir a causa principal dessa crise a uma suposta loucura ou deficiência do presidente seria uma subestimação de seus ardis políticos e dos grupos políticos e interesses econômicos que patrocinaram sua eleição. Bolsonaro deve, o quanto antes, responder política, civil e criminalmente por todos os seus atos ilícitos, despudorados, caluniosos, ofensivos, violentos e abjetos.

O despresidente sociopata quer devastar o Brasil

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Foi do despresidente bravateiro que partiram maldisfarçados estímulos para que ocorressem manifestações das suas manadas de fanáticos cegos, defronte a quarteis do Exército, para exigir "intervenção militar", um novo "AI-5", para atacar o presidente da Câmara de Deputados e o STF.  Supostamente, segundo as paranoias frequentes de Boçalnaro, Rodrigo Maia e juízes do STF estariam conspirando para tirar o "capitão" da presidência.


Em algumas poucas capitais aconteceram as tais manifestações das manadas bolsonaristas, verdadeiros atos criminosos contra a Saúde Pública, levantando  aquelas palavras de ordem, mas com muito menos gente do que já se viu em 2018 e 2019.  Em Curitiba, a manifestação foi fiasco total.

Em São Paulo, ontem, um bolsolouco pede um novo AI-5

No ato em São Paulo capital, os malucos pelo mito conseguiram trancar a Av. Paulista porque fizeram carreata com muitos veículos (o que já dá uma pista de que os bovinos fanáticos não são tão pobres).  E ergueram cartazes e mugiram berros pedindo que as Forças Armadas façam intervenção, querendo uma outra ditadura, como a de 1964.

Outro bolsodoido, em S. Paulo, defende que militares retomem uma ditadura

E o próprio sociopata genocida fez sua gosmenta aparição no ato de Brasília, diante do quartel do Exército (saia justa para os militares...), em que discursou para não mais que duzentos doidos por dois minutos.


E não foi além disso porque um acesso de tosse seca o assediou, teve que parar o falatório  imbecil (veja a foto dele acima).

Em tempo: tosse seca costuma ser o primeiro sintoma a surgir na COVID-19.


O despresidente Boçalnaro não quer governar.  Quer soltar impunemente suas mentiras e bravatas.  E levar o Brasil ao abismo social, econômico, político.


Atualização: na manhã de hoje (20), o sociopata na Presidência - tal qual moleque malandro que fez travessura grossa e depois nega - quis desdizer o que disse ontem nos atos antidemcráticos que pediam unanimente um novo AI-5, fechamento de Congresso e STF e intervenção militar.  Não cola.

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Fonte: imagens de captura de tela do site UOL.

domingo, 19 de abril de 2020

Resistirei - "hino" da Saúde na Espanha

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Um grupo de profissionais da Saúde no corredor de um hospital espanhol entoa a música 'Resistirei', da dupla El Dúo Dinámico, que virou algo como um "hino" de combate à COVID-19 na Espanha, que tem sido duramente assolada pela pandemia.

Na verdade, serve como canção de resistência para todos os profissionais da linha de frente do atendimento dos casos de coronavírus no mundo inteiro, pessoas tão menosprezadas pelo despresidente sociopata Bolsonaro, o "demiurgo" da morte de brasileiros.
--------------------------- Fonte: dica do site OperaMundi e de colega da UFPR

Vídeos da coordenação de EaD da UFPR ensinam a fazer votações on-line, e-aulas e webconferências

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O padrão de qualidade das e-aulas, recursos diferentes para otimizar reuniões virtuais e demais ferramentas que subsidiam as atividades administrativas foram explicadas em vídeos no canal YouTube pela Coordenação de Integração de Políticas de Educação a Distância (Cipead) da Universidade Federal do Paraná.

Os vídeos foram reunidos na playlist “UFPR Virtual” e podem ser acessados neste link. Os conteúdos têm licença de atribuição Creative Commons, que permite reutilização.

Ligada à Pró-Reitoria de Graduação e Educação Profissional (Prograd), a coordenação é responsável por disseminar as modalidades de educação à distância (EaD) na comunidade acadêmica da @UFPR. Acesse o site da Cipead aqui.


Tutoriais
As orientações relacionadas a trabalho remoto estão sintetizadas em uma página específica do Portal da UFPR, para que seja possível encontrar de forma rápida e prática a solução desejada.

A página é constantemente atualizada e as unidades continuam produzindo tutoriais.

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Fonte: SuCom da UFPR; imagem: captura de tela da UFPR

O inferno em nome de Deus

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Já faz tempo que Jair Bolsonaro tornou-se um aproveitador da fé.  Isso, porém, chegou ao ponto do mais farisaico fundamentalismo.

Fernando Brito - Blog Tijolaço

Sua política não tem a menor vergonha de invocar Deus como avalista de seus atos demoníacos, que despreza vidas humanas.  Hoje (18/4), chegou ao cúmulo, ao levantar uma imagem de Cristo diante de fanáticos adoradores. Adoradores de um homem que está lançando pessoas à morte pela doença, como antes adorava a morte pelas armas.

Ninguém, religioso ou não, que conserve o mínimo de razão, pode se conformar em ver a fé assim manipulada por interesses políticos, num espetáculo orgiástico, onde se urra por um autoproclamado falso profeta.

Já não é direita e esquerda o que nos separa de Jair Bolsonaro, mas o simples exercício da inteligência humana.

As instituições de uma república laica não pode aceitar ser coagida pelo fundamentalismo.

Num governo, não temos um deus a quem o povo serve e que dá a vida, mas um presidente que serve ao povo e deve dar a vida, até, pelo povo.

É preciso reagir contra este “estado islâmico” cristão, contra os talibãs que se proclamam evangélicos, contra este fanatismo obtuso que está desmobilizando nossa defesas médicas contra uma doença mortal.
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Fontes: texto do Blog Tijolaço de 18/04; título e fotomontagem deste Blog.

sábado, 18 de abril de 2020

O Despautério da Saúde nas mãos do oncologista Nelson Teich

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O empresário carioca da área de Medicina privada Nelson Teich substituiu Luiz Mandetta no ministério da saúde desde quinta-feira (16/04).  O deputado federal ligado a oligarquias rurais da região centro-oeste, Mandetta, entrou em rota de colisão com o despresidente Bolsonaro, que não admite que nenhum ministro lhe faça sombra.  Além disso, Bolsonaro, que é antiCiência e não entende nada de Saúde, estava pressionado por empresários para que os trabalhadores em isolamento social voltassem à labuta.  O PIB de 2020, que em janeiro era previsto para crescer 2% segundo a turma do ultraliberal Paulo “Parasita” Guedes, vai terminar o ano no negativo.  Ou seja, mais miséria, desigualdades e desemprego. 

Ainda assim, o ex-ministro Mandetta estava dando condução razoável ao enfrentamento da pandemia do novo coronavírus, argumentando necessidade do isolamento dos brasileiros em suas residências e desestimulando aglomerações e circulação nas ruas das cidades.  Não há tratamento medicamentoso nenhum para a COVID-19 (há alguns estudos em curso, mas nada ainda comprovado e seguro) e uma vacina, com sorte, fica pronta só dentro de um ano. 

Ironicamente, por sua origem e ligações políticas, Mandetta, que é filiado ao DEM, nunca foi a favor do fortalecimento do SUS (ao contrário), mas está sendo sobretudo o funcionamento do SUS que vem evitando tragédia maior nesta pandemia.  E ao custo das vidas de centenas de profissionais da Saúde. Mandetta combatia o SUS, foi contra a permanência dos médicos cubanos (do Programa Mais Médicos, do governo Dilma e votou a favor do golpe que derrubou Dilma da presidência em agosto de 2016. 

Matéria de ontem no jornal Gazeta do Povo afirma sobre a posse do novo ministro: 

"A menção de Bolsonaro a uma transição mais tranquila possível é um indicativo de um potencial rumo que o Ministério pode tomar sob o comando de Teich. Apesar de o novo ministro ter declarado que tem alinhamento completo com Bolsonaro, algumas de suas visões sobre o combate ao coronavírus são similares às de Mandetta – e que contribuíram para o rompimento entre o ex-ministro e o presidente da República." 


Teich: ministério ou despautério? 

Em seu discurso de posse, Teich não mencionou nenhuma vez a cloroquina, a droga queridinha de Donald Trump e de Bolsonaro Não existe até hoje nenhum estudo sério e controlado que autorize a usar esse medicamento antimalária e antiartrite no tratamento da COVID-19; aliás, entre efeitos colaterais da cloroquina (e da forma hidroxi-) estão inflamação do músculo cardíaco (miocardite) que pode levar a infarto, danos às retinas (que pode causar cegueira) e até indução a comportamento suto suicida. 

Sobre a dicotomia entre Saúde e Empregos (economia), Teich descartou isso:  

"Essas coisas [economia e saúde] não competem entre si. Elas são completamente complementares. Quando você polariza uma coisa dessas, você começa a tratar como se fosse pessoas versus dinheiro, o bem versus o mal, empregos versus pessoas doentes. E não é nada disso". 
 
Ah, é, senhor ministro?  Quer dizer que numa economia estagnada, que não cresce há 4 anos, com mais de 12 milhões de desempregados (em função das políticas recessivas dos governos Temer e do começo de Bolsonaro), como acha que vivem esses na rua da amargura do desemprego?  Estão em perfeita saúde, malhando nas praias do Rio de Janeiro, onde o senhor mantém sua empresa que tira lucros da exploração da Medicina privada? 

O que é mais provável a ocorrer é que o novo ministro vá gradual, mas não lentamente, relaxando o isolamento social, favorecendo que mais pessoas se contaminem ao saírem de casa como se tudo estivesse normalizado.  Por dados de 15/04, no país há 34.126 casos confirmados da pandemia, desses já tendo 2.141 pessoas morrido sem conseguir respirar direito.  No Paraná, são 887 casos e 44 mortes. E ainda se estima que haja subnotificações, que podem ter cifras ao menos 10 vezes maiores que os casos noticiados pelos governos. 

Por esses aspectos, o futuro do Brasil se desenha bem sombrio.  E nessa pandemia sofrerão e morrerão os mais pobres, que nem leito vago de UTI talvez não achem mais por colapsamento de hospitais, clínicas, enfermarias.  Por culpa de um despresidente sociopata e adorador da morte. 
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Fonte: foto e citações do jornal Gazeta do Povo