Desde sexta-feira o Sinditest conta com nova diretoria, eleita pela Chapa 2 "Mudando o rumo dos ventos". Velhos burocratas sindicais como Wilson Messias e
Dr. Néris foram removidos da direção sindical. Seria o fim de uma era, neste ano em que o Sinditest completará (em novembro) 20 anos de existência? Cedo para dizer. O que é obsoleto não cede facilmente lugar ao novo, teima em resistir.
A diretoria eleita soube colocar contra os velhos caciques algumas críticas pertinentes, que este Blog já afirmava desde 2008, e conseguiu com mais competência capitalizar o anseio de mudança e renovação presente na categoria, especialmente dentro do HC. Com isso, o coletivo dirigido pela servidora da PROGRAD Carla Cobalchini alimenta, na categoria, esperanças de que haja mudanças para melhor dentro do sindicato. Porém, será preciso coragem, trabalho e habilidade para promover alianças, pontuais ou mais duradouras, que permitam remover o que há de ultrapassado no movimento sindical da UFPR/UTFPR.
Recordando o texto de apresentação da Chapa 2 constante de
seu site de campanha, ali existem críticas duras, apontando problemas graves na gestão "Sindicato Para Todos" conduzida pelo sr. Wilson Messias e pelo derrotado
Dr. Néris. Já de início se lê que a gestão que se encerrou era marcada pelo "
coronelismo fundado no autoritarismo". Novidade nisto para nós? Não, e isso ficou patente durante algumas assembleias da greve de 2011. Assim, esperamos nós , como a base também espera, que a condução da nova gestão seja baseada na mais ampla democracia sindical, tanto dentro da diretoria como nas instâncias de assembleias. E que consigam realizar um processo coletivo que reforme positivamente o estatuto muito pouco democrático que temos desde 1992.
O mesmo texto diz que na gestão de Messias e
Dr. Néris ocorria "
benefício pessoal". Que tipo de benefício? Pecuniário? Trocas de favores? Quais diretores eram favorecidos por esses benefícios, e de que maneira? Outro aspecto a ser melhor explicado pela nova gestão do Sinditest.
Também acusa o mesmo texto da Chapa 2 que na gestão "Sindicato Para Todos" haveria "
negociata com escritórios de advocacia". Fala-se no plural: escritórioS. Ora, o sindicato, na gestão presidida por Messias, manteve contratos com o escritório Wagner & Associados e com o escritório Benkendorf. Era com esses escritórios ou quiçá com outros que se transacionavam negociatas? De que tipo? Para o bem de todos os filiados ou para o "benefício pessoal" de alguns, quais? Se havia "negociatas", como elas irão acabar? Esse é outro pepino a ser deslindado pela gestão 2012-2013 do Sinditest.
Critica-se nesse texto do site da Chapa 2 a falta de uma "
política de enfrentamento à Reitoria e outros ´patrões´” , porém sobre isto pouco cabe comentar, uma vez que sempre foi mais ou menos evidente o compadrio entre a diretoria neromessiânica e a gestão do reitor Zaki Akel, que tomou gosto em chamar o Sinditest de "
nosso sindicato" nas diversas cerimônias em que os pelegos sindicais destronados se faziam representar.
Por fim, a acusação pesada que o site da Chapa 2 lançou contra os caciques Messias e
Dr. Néris, ao afirmar que "
as despesas do sindicato não podem ser uma caixa-preta". Este foi uma das teclas em que este Blog mais bateu por 3 anos, apoiado em denúncias do servidor "Paraná" e outras evidências. As prestações de contas de 2008 e 2009, da extinta diretoria neromessianica, ambas feitas bem fora do prazo determinado pelo Estatuto sindical. A renitente recusa em fornecer informações, sendo preciso recorrer à justiça comum para que simples balancetes fossem mostrados, como se isso fosse privilégio e não um direito estatutário de qualquer filiado.
Ora, desta vez, nessa campanha eleitoral de 2011, a
denúncia da "caixa-preta" das contas do sindicato partiu não apenas da oposição, mas de pessoas que conviveram por 4 anos na intimidade da diretoria comandada por Wilson Messias! Se de quem estava fora da diretoria havia suspeitas sobre manipulação de contas, da parte de quem viveu o cotidiano dentro da sede do sindicato a denúncia fica ainda mais séria!
O inepto Conselho Fiscal 2010-2011, comandado pela servidora do HC Maria Alice (amicíssima do ex-presidente Messias), coordenou, sem o direito de faze-lo, uma esdrúxula prestação de contas do exercício 2009, em assembleia fora do prazo e apenas porque o Ministério Público a isso obrigou. Esse mesmo Conselho Fiscal ainda deve à categoria a assembleia ordinária para a prestação de contas de 2010 (que deveria ocorrer em março/2011). Nem sequer um novo Conselho Fiscal foi eleito como manda o Estatuto. Logo, muito há que fazer nesse terreno das contas e das "caixas-pretas", mas a nova Diretoria promete a realização de ampla auditoria, uma boa notícia. Desejamos bom trabalho e muita transparência para a nova gestão sindical, retribuindo assim a confiança que recebeu nas urnas por cerca de 40% do eleitorado.