Centenas de trabalhadores comandados pelas cinco principais centrais sindicais se reuniram na manhã desta quarta-feira (21) para pedir a imediata queda na taxa básica de juros praticada pelo Banco Central. Eles se concentraram na Praça Santos Andrade e seguiram em caminhada até a sede do Banco Central, no Centro Cívico. Acompanhados de carros de som, os manifestantes bloquearam uma das pistas da Avenida Cândido de Abreu.O ato foi promovido pela Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Força Sindical do Paraná, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB). Manifestações semelhantes ocorreram hoje em várias cidades do país.
Mário Ferrari, presidente do Sindicato dos Médicos do Paraná e diretor da CTB-PR, discursou contra Henrique Meirelles, presidente do BC, argumentando que nos demais países estão ocorrendo drásticas reduções dos juros como forma de gerar crescimento e minimizar efeitos da provável recessão, enquanto só o Brasil mantém a absurda taxa anual de 13,75%, situação que só favorece os poucos privilegiados da oligarquia financeira e agravará ainda mais o desemprego.
REDUÇÃO TEM QUE SER EXPRESSIVA
No entanto, pelo que se lê nos jornalões porta-vozes dessa mesma oligarquia financeira parasitária, o Comitê de Política Monetária (COPOM) pretende anunciar uma queda de apenas 0,75% na taxa de juros. Isso só não resolve!
Na prática, o consumidor que fizer um crediário para comprar uma geladeira de R$ 1.500,00 em 12 parcelas terá uma redução de apenas R$ 0,59 em cada prestação, ou R$ 7,08 no total do produto. São valores ridículos comparados ao acréscimo dos juros. Ao final dos 12 meses, a geladeira, de R$ 1,5 mil, custará R$ 2.175,36. No cheque especial, o efeito é imperceptível. Quem ficar R$ 1 mil no vermelho durante 20 dias, agora terá um alívio de R$ 0,40. Em vez de R$ 52,73 de juros, ele pagará R$ 52,33 pelo período.
Daí a necessidade de uma redução substancial da taxa básica, de pelo menos dois pontos percentuais (como exigem as centrais sindicais) e uma diminuição, igualmente significativa, do spread bancário, que é a diferença entre a taxa que os bancos pagam na captação de recursos e a que cobram nos empréstimos a indivíduos e empresas. Para conseguir isso, Lula tem que enxotar Meirelles e seus cupinchas banqueiros da direção do Banco Central brasileiro.
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Fonte: com informações e foto de Ivan Ivanovick e do Portal da CTB.