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terça-feira, 15 de setembro de 2020

Não tem arroz? Comam cloroquina!


Na eleição virtual de 1-2 de setembro deste ano, para escolha da futura Reitoria, sabem todos que a Chapa 2 (Ricardo/Graciela) obteve a massacrante votação de 85% (votos válidos) sobre a Chapa 1 (Horácio/Ana Paula). No entanto, com fingida indiferença a essas cifras impressionantes, Horácio e Ana, logo após conhecerem esse resultado, entraram com pedido de impugnação contra o processo. 

O que alega a chapa 1 derrotadíssima? Que o processo de votação eletrônico pode não ter obedecido a protocolos de segurança necessários. Que não teria havido transparência e que os dados eletrônicos poderiam ter sido “contaminados” por programa instalado no computador que totalizou os votos. Claro, assim como a epidemiologista/infectologista/farmacêutica Ana Paula Cherobim tem autoridade para receitar hidroxicloroquina a torto e a direito, o recente especialista em Informática Horácio pontifica em sua avaliação perita sobre a votação virtual. Vale tudo para ser presenteado pelo amigaço despresidente da república com a nomeação à Reitoria, mesmo sem legitimidade perante a comunidade da UFPR. Depois se vê… a confusão colossal que se seguirá. 

Em 10/09, esteve à tarde reunido, dentro do Auditório da Reitoria, o Colégio Eleitoral da UFPR, para compor a lista tríplice de nomes, exigida pela lei. Quase uma centena de manifestantes alunos, técnicos e docentes se fez presente na rua XV, diante do auditório, exigindo que a tradição democrática vinda desde 1985, brandindo a palavra de ordem #RetiraHorácio. Todos devidamente mascarados. Por ali passou ainda barulhenta carreata defendendo a mesma questão. 

Reitor reeleito entra para sessão do Colégio Eleitoral

A Assessoria de Comunicação da UFPR relata: 

Durante a sessão, a Procuradoria Federal da UFPR informou que haveria uma discordância entre o Ministério da Educação e a Secretaria de Assuntos Jurídicos da Presidência da República sobre o entendimento da composição da lista tríplice. Enquanto o parecer do MEC aceita uma lista tríplice com composição parcial, por falta de candidatos, a Secretaria de Assuntos Jurídicos, em documento do dia 9 de setembro de 2020, afirma que a lista deve conter três nomes.” 

Prossegue a ASCOM que, “por decisão da maioria dos conselheiros (62 votos a favor e 2 contra), a sessão foi suspensa até que se tenha segurança jurídica sobre a formação da lista tríplice”. Assim, o CoUn aguardará a resposta do MEC sobre a regra até 24/09.Caso até o dia 24 não haja nenhuma resposta, o Colégio Eleitoral definiu o dia 05 de outubro como data limite para tomar uma decisão.” 

Comentam fontes que puderam estar na sessão do Colégio Eleitoral que o professor Tertuliano estaria “muito nervoso”. Não se duvida muito disso, pois sustentar uma posição antidemocrática dentro de uma Universidade de longa trajetória de lutas progressistas não é nada fácil. Mesmo sendo “amigo do rei”, o reizinho Jair. 

Assim como fontes da área do Direito lá presentes asseveram que o desfecho desse processo todo deve ser favorável à chapa amplamente vitoriosa. O que não significa descuidar da mais acesa vigilância e mobilização da comunidade toda, marcação cerrada mesmo, como se diz em futebol, para que de fato esse desfecho se confirme, reempossando Ricardo Marcelo e Graciela em dezembro deste ano. 

Manifestantes protestam diante do auditório da Reitoria em 10/09

Parafraseando em sentido humorístico a famosa frase atribuída a uma rainha francesa que em 1789 perdeu – literalmente - a cabeça (“Não tem pão? Comam bolos!”), comentou o José Simão no jornal da BandNews, celebrando essa pujante economia brasileira sob Bolsonaro/Guedes: “Não tem arroz? Comam cloroquina!” Afinal, está sobrando no estoque do governo a tal da cloroquina.

Assim como cloroquina não possui nenhuma comprovação científica no trato da COVID-19, a ex-Chapa 1 não tem nenhuma comprovação nem respaldo democráticos na comunidade da UFPR. 

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