A assembleia geral de greve de ontem fica para a história do Sinditest. Como um capítulo pestilento. Nela, o ilustríssimo vice-presidente do Sinditest
Dr. Antonio Neris uma vez mais revelou suas excelsas qualidades diante de mais de 200 atônitos servidores presentes no RU Central. Uns surpresos, outros até atemorizados com a demonstração de fúria destravada.
Qual o pivô do acontecimento? A caravana a Brasília ocorrida na semana passada, que foi um evento de forte mobilização e agitação da greve nacional, bem debaixo dos narizes dos ministros na Esplanada dos Ministérios, embora aparentemente não tenha sensibilizado o MPOG a reabrir negociações.
Da greve da UFPR/UTFPR partiu em 8/8 um ônibus com 18 pessoas, entre elas o Dr. Néris, como diretor do sindicato responsável pela coordenação da caravana. Ele havia sido contra o envio da caravana em assembleias anteriores, mas a plenária por ampla maioria decidiu que ela deveria ser enviada. Segundo algumas fontes da própria caravana, logo que chegaram a Brasília, Dr. Néris colocou em votação se deviam permanecer ou retornar imediatamente a Curitiba!
Ora, na assembleia de ontem, o servidor Márcio, colega novo trabalhando no Setor de Educação, fez uma fala em que apontou o Dr. Néris, o presidente Wilson Messias e os tesoureiros do Sinditest como pessoas que jogaram contra essa mobilização da caravana, assim prejudicando a greve nacional.
Essa fala foi o estopim para detonar a ira do Dr. Neris. Ele presidia a mesa da assembleia, mas levantou-se enfurecido e disparou uma chuva de impropérios contra Márcio, chamando-o de moleque, irresponsável etc. Isso tudo aos berros no microfone, o que prejudicou o entendimento de algumas palavras na transmissão online ao vivo. A plateia não assistiu calada a isso, passou a vaiá-lo, gritando que parasse e retomasse a ordem normal das inscrições.
Quando cessou de vomitar sua raiva e sentou-se à mesa, alguns servidores indignados foram até a mesa para protestar contra esse abuso de autoridade de um dirigente sindical, entre eles o servidor da UFPR-Litoral Maurício, que, frente a frente com o Dr. Neris, quase levou dele um soco no rosto. E com isso se instalou a confusão, a briga entre membros da mesa e servidores da base, o empurra-empurra, com o ilustre vice-presidente transtornado querendo bater nos desafetos. No fundo do salão, vários servidores assustados chegaram a correr para sair do RU.
Após uns três minutos desse vergonhoso "barraco", entrando em ação a turma do deixa-disso, os ânimos se acalmaram. Mas o destemperado dirigente do Sinditest já não podia dirigir decentemente uma assembleia de greve depois dessa demonstração estapafúrdia. O servidor Valter sugeriu que ele se retirasse da mesa, e ele foi sentar-se na plenária. Com o nervosinho fora da mesa, ela foi assumida por Wilson Messias, a assembleia pôde prosseguir, elegendo novos delegados de base para o Comando Nacional e discutindo a proposta do reitor de implantar a jornada de 30 horas.
Dizem que a luz do sol é o melhor desinfetante. Pois é, quando as coisas vêm à luz, transparentemente diante de todos, então se pode perceber melhor o que se ocultava por trás de propaganda enganosa e de lábia melíflua. Que assim prossiga, para que este movimento sindical da UFPR/UTFPR se depure, se renove e avance no sentido da plena democracia, transparência e real combatividade, sem peleguismo.