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terça-feira, 4 de julho de 2023

Injeção de proteína anti-envelhecimento estimula a memória em macacos

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Macacos Rhesus velhos tem melhor desempenho em testes de memória 
após receberem injeções da proteína klotho


Os primeiros estudos em primatas que mostram benefícios cognitivos da proteína klotho podem ser um passo na direção de aplicações clínicas

A injeção em macacos que estão envelhecendo com uma proteína “fator de longevidade” pode melhorar sua função cognitiva, revela um estudo.

Os achados, publicados na edição de 3 de julho da revista “Nature Aging”, podem levar a novos tratamentos para doenças neurodegenerativas.

É a primeira vez que a restauração dos níveis de klotho no organismo – uma proteína de ocorrência natural que decai em nossos corpos com a idade – demonstrou ser capaz de melhorar a cognição em um primata. Pesquisa anterior com camundongos tinha mostrado que injeções de klotho podem estender o tempo de vida dos animais e amentar a plasticidade sináptica - a capacidade de controlar a comunicação entre os neurônios nas junções chamadas sinapses.

Devido aos muito próximos paralelos genéticos e fisiológicos entre primatas e seres humanos, isto poderia sugerir potenciais aplicações para tratar distúrbios cognitivos das pessoas”, diz Marc Busche, neurologista de um grupo do Instituto de Pesquisa da Demência do Reino Unido, no University College de Londres.

A proteína é assim chamada em alusão à divindade grega Clotho, uma das três deusas do destino dos mortais, que tece o fio da vida.
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Fonte: Nature - 04/07/2023

segunda-feira, 3 de julho de 2023

Como a 17a. Conferência pode defender o SUS

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Primeira investida do “Centrão” contra o ministério da Saúde foi afastada. Mas todo cuidado é pouco, num ambiente político regredido. Por isso, lideranças da Frente pela Vida começam a debater os passos seguintes.

Outra Saúde - Seção do site Outras Palavras


“Não senti uma ameaça por dois motivos: tem um novo sujeito coletivo em cena, que é o movimento social da saúde, de base social e ampla que a do sanitarismo tradicional e que inclui movimentos sociais de origens diversas e até externos à Saúde. Pela sua multiplicidade e base nacional, e por ter sido formado no período recente de luta pela reconstrução do país, é muito forte. Está ativo e vigilante, o que é percebido pelos atores políticos”. Na tarde desta segunda-feira (19/6), quando a cobiça do “Centrão” pelo ministério da Saúde parecia contida, Túlio Franco, um dos coordenadores da Frente pela Vida (FpV) analisou assim a turbulência dos dias anteriores e as perspectivas para a luta em defesa do SUS.

Os fatos pareciam lhe dar razão. Horas antes, em entrevista, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, colocara uma pedra nas especulações sobre a possível substituição da ministra Nísia Trindade. Disse que em momento algum o comando de Nísia esteve em risco. Mas foi simpático com Arthur Lira, presidente da Câmara e líder do bloco fisiológico, a quem inocentou em suas intenções de se apoderar do ministério mais ativo do governo.

Como cautela não faz mal a ninguém cabe compreender o que afinal motivaria tal pressão. Razões para o “Centrão” desejar o ministério não faltavam, como Outras Saúde já destacou. No entanto, o episódio serve para mostrar uma correlação de forças mais favorável aos defensores do SUS do que historicamente se viu.

E não se trata apenas de consciência política, pois, como Túlio Franco lembrou, Lula viu de perto o surgimento desta mobilização em torno da defesa do sistema público de Saúde. “O movimento construiu uma história ao lado próprio presidente. Ela foi marcada na Conferência Livre, Popular e Democrática de Saúde, que envolveu milhares de pessoas, culminou em 5 de agosto e teve, em seu ato final, a presença do presidente – então candidato”. Túlio prossegue: “Vencemos a eleição, participamos da transição, comemoramos a indicação da ministra Nísia e estamos em várias estruturas de participação social do governo. Isso também legitima o movimento e o ministério da forma como está constituído, sob forte compromisso com a construção do SUS e da democracia. Tudo isso forma uma base social forte e sólida, que protege a Saúde contra os arroubos fisiológicos”.

Austrália, primeiro país a receitar as drogas psicodélicas MDMA e psilocibina

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Cogumelos alucinógenos dos quais se extrai a psilocibina

A partir de julho, a Australia será o primeiro país a permitir que psiquiatras autorizados receitem a MDMA (3,4-metilenodioximetanfetamina, a droga da pílula “ecstasy”) e a psilocibina (ingrediente ativo de cogumelos alucinógenos) na condição de medicamentos. Entre transtornos mentais que poderiam ser tratados estão a depressão e o distúrbio do stress pós-traumático.

A instância reguladora de drogas da Austrália aprovou a mudança em fevereiro, seguindo um processo de revisão de quase três anos.

Alguns pesquisadores desse campo receiam que ainda haja insuficientes evidências de que essas drogas sejam mesmo seguras e efetivas. “Não é para todo mundo. Precisamos estudar melhor quem são as pessoas que poderão ter más experiências, para não recomendar esse uso”, diz a psiquiatra Susan Rossell.

O artigo completo (em inglês) pode ser visto aqui.
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Fonte: Nature Briefing - 30/06/23