Este ano, em 5/11, o Sinditest completa 19 anos de existência. Um aniversário maculado. Manchado pelo
momento mais desmoralizante de sua história: a brincadeira de "greve" encenada pela irresponsável Diretoria da gestão "Sindicato Para Todos". Pois só pode ser brincar - de mau gosto - com a angústia de servidores e com sua boa fé, a maioria do HC, induzi-los a crer que existiria em toda a UFPR e UTFPR uma colossal mobilização capaz de dar exemplo para todos os demais sindicatos filiados à FASUBRA, paralisando atividades de tal modo a barrar a Medida Provisória 520/2010.
Os levianos diretores da gestão "Sindicato Para Todos" produziram retumbantes discursos na assembleia geral de 28/03 (2a.-feira), no RU Central,
garantindo a fortaleza da greve, e ainda
aproveitaram para xingar os poucos servidores que se arriscaram a ir ao microfone para chamar ao bom senso e à necessidade de manter a unidade nacional do movimento com os demais sindicatos da FASUBRA. Esses poucos, tachados de "corja", "agentes do governo infiltrados no movimento", "traidores", apenas manifestaram preocupação com o baixo grau de informação e mobilização da maioria dos setores da UFPR, e que era imprudente iniciar greve quando havia a primeira reunião de negociação FASUBRA/Governo agendada para 14 de abril.
Que nada.
Importava a vontade messiânica, o "eu quero, eu posso",
não importava a realidade nem da UFPR nem do resto do Brasil. E lá foi começar a tal "greve", empurrada na marra pela votação de uma maioria ingênua cegamente induzida ao erro pelo comando da Diretoria bravateira.
Nem 48 horas se passaram depois da decisão e a realidade parece que chegou aos cinco sentidos dos "heróis" sindicais bravateiros, com o impacto de um soco no queixo. Antes de começar a assembleia geral da manhã desta quarta-feira, 30, a Gazeta do Povo já estampava matéria onde se lia:
"A expectativa do presidente do sindicato que representa a categoria (Sinditest), Wilson Messias, é de que a decisão seja pelo encerramento da paralisação. De acordo com Messias, as negociações com o governo federal estão previstas para o dia 14 de abril, o que exclui a necessidade de continuar a greve. " [Gazeta do Povo, 30/03/2011]
Ora, pois, e não foi exatamente o fato de haver negociação à vista um dos argumentos para se esperar um pouco para iniciar a greve? Como pode um presidente de sindicato e sua trupe de diretores atropelar esse argumento na segunda-feira e, menos de 2 dias depois, reabilitá-lo na Gazeta como motivo para encerrar a "greve" ?
No começo da assembleia desta quarta, os escassos relatos dos setores da UFPR, inclusive poucos do HC, só fizeram confirmar aquilo sobre o que se alertava na segunda: paralisação (parcial) em 3 ou 4 lugares, baixíssimo grau de informação e mobilização. Para piorar mais,
nenhuma outra Universidade no Brasil imitou o Sinditest, todos os demais sindicatos acataram a decisão democrática da Plenária da FASUBRA de 26/03. Na avaliação que se seguiu, alguns oradores reforçaram a constatação do erro e a necessidade de corrigir a rota, se possível não perdendo a disposição à mobilização.
Menos os diretores do Sinditest. Com os rabos escondidos, aboletados na mesa diretora da assembleia, presidente Wilson MessiAkel, vice
Dr. Antonio NeriZaki, Imperatriz Carla I - a infalível, e Bernardo Piloto (piloto de quê mesmo?) mantiveram sua empáfia e em nenhum momento admitiram estar errados em lançar o Sinditest numa
aventura desmoralizante.
Jogaram a culpa para cima de vários "bodes": os delegados da FASUBRA que votaram o adiamento da greve, a Direção da FASUBRA (da qual a Imperatriz parece que esqueceu que faz parte), o governo federal, a oposição sindical a eles (representada por este modesto Blog NaLuta), e - pasmem - sobrou até para os filiados da base que não entraram em greve por recusarem a luz da verdade trazida pela gestão "Sindicato Para Todos"...
A "greve", que nunca existiu para valer, já acabou melancolicamente hoje na prática, mas a Mesa incapaz de autocrítica ainda sacou da manga um arrastamento dela até uma nova assembleia geral para a manhã de sexta-feira, dia
Primeiro de Abril, o dia da verdade... Participem! Afinal, estamos em tempos de Festival de Teatro de Curitiba!!