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domingo, 15 de dezembro de 2024

"American Dream"? "American Way of Life"? Nem pensar, para a maioria dos americanos pobres e imigrantes

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Reproduzimos, abaixo, artigo do maior neurocientista brasileiro, Dr. Miguel Nicolelis, que há muito vive e pesquisa nos EUA, relatando a decadência econômico-social dessa potência mundial, fadada a desfecho imprevisível, como acontece com grandes impérios ao longo da História.

Os múltiplos furacões que estão varrendo o “American Dream” do mapa
Miguel Nicolelis - Site da CNN - 15/12/2024

No dia 20 de fevereiro de 2025 eu estarei celebrando 36 anos da minha chegada aos EUA. Muita coisa mudou no país que me acolheu e permitiu que eu realizasse todas as minhas aventuras científicas nestas quase quatro décadas.

De fato, durante uma recente visita a San Francisco, na Califórnia, eu finalmente me dei conta de que o país que eu encontrei em 1989 simplesmente não existe mais. Tal constatação não é minha apenas, mas reflete o pensamento de muitos colegas que, como eu, também chegaram ao país no final da década de 1980, atraídos pelas condições incomparáveis para se fazer ciência de ponta, bem como a abertura para que jovens cientistas estrangeiros pudessem exercer seus talentos em pé de igualdade com americanos natos.

As chagas e cicatrizes desta mudança dramática no modo de vida americano ocorrida nestes 40 anos não poderia ter ficado mais clara do que num tour pelo centro de San Francisco, em busca de um pronto-socorro que pudesse me atender devido a uma emergência médica.

Enquanto um motorista de táxi que não falava uma palavra de inglês tentava encontrar o hospital que se prontificou a aceitar o meu seguro privado de saúde – condição essencial para ser atendido – , do banco de trás eu constatava consternado o grau de devastação, miséria humana e degradação do coração e alma de uma das cidades mais icônicas do país.

Ao longo do trajeto, eu observei um enorme número de pessoas em condição de rua, vivendo em condições abjetas, muitas transformadas em verdadeiros zumbis de corpos contorcidos, dada uma epidemia de abuso de drogas fora de qualquer controle, que tem como um dos destaques o opiáceo sintético Fentanil, de preço muito baixo e que, em 2023, apesar de uma baixa significativa, ainda causou pelo menos 653 mortes por overdose na cidade.  Em todo país, segundo o National Center for Health Statistics do Central for Disease Control and Prevention, das quase 108 mil mortes por overdose no país em 2023, 81 mil foram causadas por consumo de opioides, principalmente o Fentanil.

Tristemente, as cenas que eu testemunhei in loco em nada diferiram de um tour semelhante realizado, apenas alguns meses atrás, pelo centro de São Paulo. Mas aqui estava eu, no centro de uma grande metrópole americana cujo PIB – considerando-se o núcleo econômico formado por San José, San Francisco e Oakland – ultrapassou US$ 1 trilhão em 2019, definindo a terceira maior economia dos EUA e quase metade do PIB brasileiro de 2023.

Anos atrás, a população de San Francisco foi convencida pelas lideranças da cidade que, ao oferecer atraentes benefícios para que empresas de alta-tecnologia se mudassem para a cidade, benefícios estes totalmente subsidiados pelos contribuintes da cidade, seria possível implementar um ambicioso processo de revitalização do seu centro. Claramente, nada disso ocorreu.

Apesar de obter isenções fiscais e toda sorte de outros benefícios, a atração dos diferentes empreendimentos dos Overlords [grandes senhores] das BigTechs, além de enriquecê-los, não trouxeram qualquer tipo de melhora da condição de vida dos habitantes mais vulneráveis de San Francisco.  Com a inflação dos custos de moradia, eliminação de empregos e crise crônica do financiamento da rede de escolas públicas da cidade, San Francisco hoje encapsula todas as crises que tem assolado os EUA nas últimas décadas. Uma crise profunda que tem levado os jovens americanos a acreditar piamente que eles jamais conseguirão atingir a mesma qualidade de vida dos seus pais e, em última análise, se transformarem na primeira geração de americanos, após a Segunda Guerra Mundial, que terá seu acesso ao famoso “American Dream” bloqueado de forma categórica.

Se todo o espetáculo dantesco do trajeto até o hospital não fosse suficiente, a minha epopeia californiana rapidamente ganhou contornos dramáticos quando eu fui informado por uma médica do pronto-socorro que, infelizmente, não havia nenhum oftalmologista disponível que pudesse me atender e verificar se a infecção que havia sido diagnosticada havia afetado de qualquer forma o meu olho esquerdo.

Uma rápida consulta com a minha assistente de longa data na Carolina do Norte, a incomparável Susan Halkiotis, revelou que nem mesmo na cidade onde eu resido há 30 anos, e mesmo no hospital da universidade – uma das maiores do país – onde trabalhei por 28 destes anos, eu também não conseguiria uma consulta com um oftalmologista, uma vez que a espera média para tal consulta era de 5-8 semanas!

Confrontado com esta situação surreal, confinado num quarto de hotel do estado mais rico do país que mais investe em saúde no mundo, algo em torno de US$ 4,8 trilhões apenas em 2023 (mais de 2 vezes o PIB brasileiro), mas que não possui um sistema de saúde público universal, algo como o SUS brasileiro, eu tomei a única decisão que me restava: ligar para o consultório do meu colega de turma, um dos maiores oftalmologistas do Brasil, Dr. Samir Bechara.

Informado que meu amigo estava passando férias na Espanha, eu por um momento quase entrei em desespero. Pois bem, minutos depois, eis que o meu telefone toca e, diretamente de um povoado no caminho de Compostela, lá estava ele, o meu grande amigo Samir, imediatamente se disponibilizando para realizar uma consulta on-line e basicamente resolver a minha angústia em poucos minutos.

Da mesma forma que o grande Samir, que realizou várias destas consultas on-line nos dias subsequentes, a minha querida dermatologista, Dra. Sandra Tuma, me monitorou desde o início dos sintomas, até meu regresso ao Brasil. Com eles, a minha maga clínica, Dra. Naira Hojaij, assumiu toda a minha supervisão clínica de forma remota, até meu retorno a São Paulo e depois dele.

Sem a instantânea solidariedade, empatia, e profissionalismo fora do esquadro destes três maravilhosos médicos brasileiros eu estaria literalmente ao "Deus dará".

Poucas semanas depois deste incidente, que ilustra claramente a decadência americana em questões absolutamente primordiais, como saúde pública, uma pequena maioria de americanos – uma das mais baixas de toda a história das eleições presidenciais do país – elegeu um candidato que baseou sua campanha em hostilizar de forma grotesca os imigrantes e toda sorte de valores humanísticos que nos idos de 1989 permitiram que eu e outros cientistas escolhessem os EUA para desenvolver a nossa arte. 

Eleito com o apoio financeiro explícito de um dos mais controversos Overlords das BigTechs, que passou a usar a rede social de sua propriedade como uma poderosa arma eleitoral, Donald Trump começou a indicar indivíduos totalmente desqualificados – alguns deles sob investigação por crimes cometidos enquanto membros do Congresso – para cargos do alto escalão do seu futuro gabinete, para total choque de parte da sociedade americana não infectada pelo vírus informacional de ódio e ressentimento que capitaneou a vitória do candidato do Partido Republicano.

Tudo isso num país com inflação anual de 2.3% e um dos maiores crescimentos econômicos do pós-pandemia. Mas nada disso realmente importa no mundo da pós-verdade.

Longe de defender as práticas e carreira da candidata do Partido Democrata, eu interpretei a eleição de um populista, condenado múltiplas vezes pela justiça estadual de Nova York, que tentou subverter ilegalmente os resultados das eleições de 2020, resultando numa invasão violenta sem precedentes de seus seguidores ao Congresso americano, como um sinal claro de que os verdadeiros furacões que estão varrendo do mapa o “American Dream” são ainda mais devastadores do que aqueles gerados no Golfo do México ou no Oceano Atlântico.

Apesar de toda a destruição e perdas humanas deixadas ao longo do seus rastros, nem de longe estes fenômenos climáticos, decorrentes do aquecimento global – ignorados por boa parte dos americanos e seus políticos – , se comparam ao grau das ameaças criadas pela erosão dos valores éticos e humanísticos do Iluminismo que assola não só a sociedade americana, como as do resto do mundo, incluindo, as consequências devastadoras da divisão profunda que caracteriza o presente processo de tribalização de boa parte, senão da totalidade, das sociedades humanas ao redor do planeta, é a base de uma crise existencial nunca antes enfrentada pela nossa espécie. Eu digo isso porque este processo tende a reverter, de forma drástica, toda a receita de sucesso que permitiu ao Homo [not so, em tanto] sapiens sobreviver às inúmeras intempéries geradas por um Universo e um planeta em contínuo fluxo.

Difícil prever o que o futuro nos reserva como resultado do nosso completo abandono de tudo aquilo que nos permitiu chegar até aqui.

Quem viver, verá!

P.S.: Recebi semana passada a conta da minha consulta de 10 minutos no Pronto Socorro em San Francisco: mais de US$ 1.200 (sem nenhum procedimento ou medicação envolvidos) dos quais eu tive que cobrir do meu bolso US$ 250, mesmo tendo seguro de saúde. Este pequeno exemplo ilustra por que não é à toa que 500 mil americanos por ano declaram falência pessoal por não conseguirem pagar seus gastos com saúde!

sábado, 14 de dezembro de 2024

Prisão de Braga Netto indica que, se precisar, STF manda prender Bolsonaro também

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O general da reserva Braga Netto foi preso, na manhã deste sábado (14), em meio às investigações sobre a tentativa de golpe de Estado, do qual foi um dos principais formuladores.

Leonardo Sakamoto - Portal UOL via DCM - 14/12/2024

Muitos duvidavam se o Supremo Tribunal Federal teria a coragem de mandar para o xilindró antes de uma condenação um dos mais importantes militares brasileiros. Sim, teve. Com isso, a corte mostra que, se precisar, prende Jair Bolsonaro também.

Braga Netto está envolvido até o quepe na tentativa de transformar o Estado democrático de direito em geleia, mobilizando recursos para o uso de forças especiais, atacando generais que não queriam fazer parte da intentona, orientando o povaréu de extrema direita a apoiar o golpismo. Mais do que isso: investiga-se se ele estaria por trás de uma tentativa de dar um golpe dentro do golpe, assumindo o poder e deixar Jair chupando o dedo.

Dado tudo isso, ele poderia ter tomado uma preventiva bem antes. As autoridades, contudo, quiseram evitar a fadiga de mandar um estrelado general, mesmo que da reserva, para o xilindró sem uma condenação.

Na época de seu julgamento no Tribunal Superior Eleitoral, que o declarou inelegível por oito anos ao lado de Bolsonaro por transformar a festa do 7 de setembro de 2022 em uma micareta eleitoral, houve muitas reclamações por parte da cúpula das Forças Armadas. Agora, com o tanto de coisa descoberta sobre ele, incluindo o assédio violento contra colegas, o Comando do Exército não deve derramar muitas lágrimas por sua prisão.

A resposta dada ao pedido da Polícia Federal mandando o ex-interventor da Segurança Pública do Rio de Janeiro, ex-ministro da Defesa, ex-ministro-chefe da Casa Civil e ex-candidato a vice à Presidência da República à detenção sob os cuidados do Comando Militar do Leste tem impacto direto sobre a ansiedade de Jair.

Claro que o STF vai evitar ao máximo prender o ex-presidente sem uma condenação, muito mais que Braga Netto, pois ele tem milhões de seguidores fanáticos e base política. Uma prisão preventiva seria usada para que mobilizasse seus seguidores em torno da falsa ideia de um processo injusto e ganhasse politicamente com a vitimização. Mas serve como um recado de que 1) o tribunal não vai aceitar interferência nas investigações; 2) se condenados, a corte não terá problemas em mandar Jair e generais para o cumprimento de pena em regime fechado.

Isso também torna mais difícil uma tentativa futura do general de fugir do país, possibilidade que não é descartável em se tratando de uma pessoa com contatos e recursos para evitar uma punição pela tentativa de golpe. Mas também pode acelerar uma possível escapada de Jair, que viu agora que sua prisão é possibilidade real.

O procurador-geral da República vai apresentar denúncia pelo caso no início de 2025, e o Supremo Tribunal Federal deve julgá-lo no mesmo ano para evitar contaminar as eleições gerais de 2026. Diante da robustez do que foi apresentado até aqui, poucos duvidam que Braga Netto e Bolsonaro serão declarados culpados e pegar décadas de cadeia. A questão é: aceitarão cumprir a pena?

Diante da apreensão de seu passaporte em 8 de fevereiro deste ano, em meio a uma operação da PF sobre a tentativa de golpe de Estado, o ex-presidente se refugiou na Embaixada da Hungria, governada pela extrema-direita de Viktor Orbán, entre 12 e 14 de fevereiro. Além disso, ele efetivamente fugiu do país, em 30 de dezembro de 2022, antes mesmo de terminar o seu mandato. Investigações da PF apontam que ele queria evitar ser preso pela tentativa de golpe frustrada no final de 2022 e para aguardar os desdobramento dos ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.

Ou seja, já rolaram dois test drives. Quando ele compra a fuga de uma vez? Talvez após Trump assumir o governo em 20 de janeiro?

O general Walter Braga Netto não se tornou vice-presidente da República por míseros 1,8% dos votos válidos, a diferença entre a chapa dele, com Jair Bolsonaro, para a de Lula e Alckmin. Considerando os cargos que ele já ocupou, sua derrocada é comparável apenas a de um conhecido capitão insubordinado e violento que deixou o Exército pela porta dos fundos. Não à toa, o destino dos dois está entrelaçado.

Há quem tente colar na imprensa a ideia de que foi Bolsonaro quem converteu Braga Netto. Jair tem muitos pecados, mas esse não. Os dois se aliaram por compartilharem visões semelhantes de país e de poder, tal como aconteceu com muitos oficiais das Forças Armadas nos últimos anos.

Tanto que a construção golpista é uma parceria de longa data. Já em 2021, Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, recebeu um recado do então ministro da Defesa, Braga Netto, no dia 8 de julho, de que se não houvesse voto impresso e auditável, não haveria eleição em 2022. O golpismo foi revelado por reportagem de Andreza Matais e Vera Rosa, no jornal O Estado de São Paulo. Não houve voto impresso e houve eleição.

Neste momento, o Brasil vive também um momento histórico, que é o de ter dois generais, mesmo que da reserva, presos, ainda que preventivamente, por participar de uma tentativa de golpe. Mário Fernandes, que estava à frente de um plano de membros das forças especiais do Exército para envenenar Lula, executar Alckmin e explodir Alexandre de Moraes, também havia sido preso em outra operação da PF.

Braga Netto chamou o general Freire Gomes de “cagão” em uma conversa por mensagem com um outro golpista, Ailton Gomes, por ele não aderir ao golpe. Também disse que o comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Júnior, era um “traidor da pátria”.

Corajoso no zap contra outros militares, ele vai chorar na primeira noite preso ou vai manter a altivez?

sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

Os que lavam mãos e os que não largam o osso

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Visitando o site do Sinditest, vemos ali matéria assinada por “Imprensa Sinditest” (não se sabe o nome do redator) dando conta de que a diretoria remanescente do sindicato, agora coordenada com exclusividade pelos veteranos pelegos Antonio Neris e Wilson Messias, depois da renúncia coletiva de diretores ligados à corrente “Travessia” (do Psol), realizou reunião em 4/12,
definindo algumas resoluções
, entre as quais:

– Reconhecimento da validade dos pedidos de renúncia apresentados por alguns membros da coordenação;
– Posse imediata dos suplentes para ocupar as vacâncias decorrentes;
– Adoção de todas as medidas necessárias para restabelecer o controle do sindicato sobre as redes sociais e grupos de mensagens oficiais.

Os servidores ex-diretores, que deram uma de Pôncio Pilatos, lavando as mãos sobre os destinos do futuro próximo imediato do sindicato, ao renunciarem em bloco a seus cargos, deixam agora campo livre para que os ditos “burocratas” (como os chamam os renunciantes) façam o que bem entenderem com a entidade, sem qualquer contraposição. Passam ao campo da oposição à diretoria remanente, porém, ao sair, propuseram uma “antecipação de novas eleições da diretoria”, embora sem propor uma data.

Um tanto improvável, legalmente, que essa propositura dos renunciantes consiga prevalecer, pois os diretores que permanecem podem se escudar no Estatuto sindical para defender seu direito ao tempo de gestão, que ainda é de muitos meses para aprontar o que quiserem tramar. Se houvesse lucidez e disposição real para uma “unidade para avançar” – como proclamava demagogicamente o slogan da diretoria eleita tempos atrás – poderia acontecer algum tipo de aliança entre as diversas correntes do movimento, ou, quiçá, uma eleição pelo sistema proporcional (como se faz na direção da FASUBRA). Não há. E assim seguirá o movimento da base da UFPR, dividido.

Uma época possível para eleição antecipada para uma nova direção do Sinditest poderia ser meados de março, ou abril, este ano, mas dificilmente isso prosperará. A menos que a base sindical reclame e se insurja.

O que é premente é a convocação de eleição de novos representantes dos TAE para os Conselhos Superiores, atrasada de mais de um ano. Uma vergonha. Um descaso tanto da gestão Ricardo Marcelo como da própria diretoria do Sinditest, que deixaram os mandatos de conselheiros TAE se esticarem sem legitimidade. Este Blog prossegue defendendo o sistema proporcional para eleger os representantes dos TAE nos Conselhos Superiores, e cobraremos isso da nova gestão Sunye.

Calor extremo faz os relógios biológicos do organismo baterem mais rápido

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A exposição a calor extremo pode estar ligada a mudanças moleculares que se refletem em envelhecimento acelerado. Pesquisadores estudaram os dados de 4 mil pessoas e fizeram referências cruzadas de seus “relógios epigenéticos” – uma coleção de modificações químicas no DNA à medida que as pessoas envelhecem – com mapas de temperatura. A equipe descobriu que indivíduos que viviam em áreas com dias mais quentes tinham idades moleculares “mais velhas” do que aqueles que experimentavam um clima menos quente. Contudo, fatores como o quanto cada pessoa viveu do lado de fora de sua casa e se ela usava ar condicionado, não foram levados em conta no estudo.
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Fonte: revista Nature, de 09/12/2024

Lula morreu? Extrema-direita golpista bolsonarista faz de seu sonho mais uma fake news

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Lula morreu? No Hospital Sírio-Libanês em São Paulo? Por causa da queda que sofreu no banheiro, em outubro, batendo a nuca e tendo depois uma hemorragia intracraniana?

Nada disso, bem o contrário. Isso, retratado na foto acima de um atestado de óbito falso, é o desejo mórbido atual da extrema-direita, ligada ou não ao genocida ex-presidente Bolsonaro. Que está fazendo circular pelas redes sociais a falsa notícia de que teve grave hemorragia cerebral (como se fosse um AVC) e que morreu no hospital.

Para tristeza dos bolsominions e outros direitistas fascistas, o desejo deles está a anos-luz de seus sonhos malignos. Pois, de acordo com o Hospital Sírio-Libanês, onde Lula está internado, o quadro de saúde do presidente é estabilíssimo, ele está consciente, conversa normalmente e está se alimentando bem.

O presidente foi diagnosticado com uma hemorragia intracraniana, resultado da queda que teve em outubro. Na madrugada de terça-feira (10), ele passou por uma cirurgia no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, após avaliação inicial em Brasília. A equipe médica informou que a recuperação de Lula segue dentro do esperado e não há motivos para alarme.

A falsíssima notícia circulou nas redes sociais, especialmente no X (antigo Twitter), acumulando centenas de compartilhamentos até a tarde da 5a.feira (12/12). 


Os médicos afirmam que Lula deve continuar na UTI nos próximos dias para monitoramento, mas a expectativa é de que ele receba alta em breve. O retorno a Brasília está previsto para a próxima semana, onde o presidente deverá retomar gradualmente sua agenda.

O Hospital Sírio-Libanês e a equipe responsável pela saúde de Lula reforçaram que todas as informações oficiais sobre o estado do presidente são divulgadas por boletins médicos. Publicações não verificadas devem ser ignoradas para evitar a disseminação de desinformação.

Do lado de lá, vê-se, sem comiseração, o genocida inelegível caindo pelas tabelas de tanto chorar de desespero, implorando por anistia para seus numerosos crimes, sendo processado e julgado por PGR e STF em 2025, rumo à cadeia, ao lado de seus capangas da quadrilha que tentou o golpe de Estado em fins de 2022/começo de 2023.

Marcos Sunye anuncia equipe de pró-reitores da UFPR

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O reitor eleito da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Marcos Sunye, anunciou a equipe que ocupará os principais postos na sua administração, a partir do dia 19 de dezembro. A lista inclui os nove pró-reitores (apenas um nome ainda não foi anunciado) e os responsáveis pelas superintendências da universidade.

Rogério Galindo - Jornal Plural * 12/12/2024

Sunye, eleito para um mandato de quatro anos, teve sua nomeação confirmada pelo presidente Lula e assume a gestão da universidade no próximo dia 19, data do aniversário de 112 anos da UFPR. Ele sucede Ricardo Marcelo Fonseca, que permaneceu no cargo por oito anos consecutivos. A vice da nova chapa, Camila Fachin, assume no começo de 2025, já que as datas dos mandatos do reitor e do vice sempre são diferentes na UFPR.

Sunye anunciou um aumento das pró-reitorias, que eram sete e passam a ser nove, e mudanças de atribuições de cada órgão. As pró-reitorias são o equivalente aos ministérios de um governo.

Entre os nomes anunciados, uma das novidades é a nomeação da primeira pró-reitora trans da história da universidade. A professora Megg Rayara foi escolhida para comandar a pró-reitoria de Ação Afirmativa e Equidade.  Seguem abaixo os indicados.


Professor Eduardo Salles de Oliveira Barra
Secretário dos Órgãos Colegiados (SOC)

Professor Mário Messagi Júnior
Chefe de Gabinete

Professora Andréa do Rocio Caldas
Pró-reitora de Graduação e Educação Profissional (Prograp)

Professora Edneia Amancio de Souza Ramos Cavalieri
Pró-reitora de Pós-graduação (PRPG)

Professor Ciro Alberto de Oliveira Ribeiro
Pró-reitor de Pesquisa e Inovação (PRPI)

Professora Andrea Berriel Mercadante Stinghen
Pró-reitora de Extensão e Cultura (Proec)

Professor André Vinicius Martinez Gonçalves
Pró-reitor de Pertencimento e Políticas de Permanência Estudantil Estudantil (P4E)

Técnica Dulcileia Gonçalves
Pró-reitora de Gestão de Pessoas (Progepe)

Professor Luiz Carlos Erpen de Bona
Pró-reitor de Planejamento e Dados (Proplad)

Técnico Saulo Silva Lima Filho (Proad)
Pró-reitor de Orçamento e Administração

Professora Megg Rayara Gomes de Oliveira
Pró-reitora de Ações Afirmativas e Equidade (Proafe)

Professor Glauco Gomes de Menezes
Superintendente de Educação à Distância e Inovações Pedagógicas (SEaDIP)

Técnica Carla Franciele Marcondes
Superintendente de Parcerias e Relações Institucionais (Supri)

Professora Kelly Cristina de Souza Prudencio
Superintendente de Comunicação (Sucom)

Indefinido
Superintendente de Infraestrutura (Suinfra)

Professor Carlos Eduardo Zacarkim
Diretor de Desenvolvimento do Interior (DDI)

Professora Aida Maris Peres
Coordenadora do Escritório de Relações Institucionais (ERI)

Ricardo Marcelo transmite cargo de reitor a Marcos Sunye nesta sexta-feira, 13

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Hoje, sexta-feira, 13 de dezembro, acontece no Teatro da Reitoria a transmissão do cargo de reitor da UFPR. O reitor Ricardo Marcelo da Fonseca passa a responsabilidade de cuidar e fazer avançar a Universidade para o professor Marcos Sfair Sunye, eleito por via direta no segundo semestre deste ano, junto com a professora Camila Fachin, eleita vice-reitora.

A cerimônia está marcada para começar às 19 horas. Em matéria publicada na imprensa local, o novo reitor já anunciou quase toda a sua equipe de assessores(as) nas pró-reitorias, que serão empossados(as) na semana que vem.

Reiterando o já dito em postagem anterior, este Blog deseja ao novo reitor e à nova vice-reitora uma gestão 2024-2028 muito profícua e inovadora, democrática e estimuladora da participação de toda a comunidade (interna e externa) no debate dos rumos da Universidade mais antiga do país.  E que muito possa contribuir com ideias, cérebros e braços para fazer o Brasil deslanchar em pleno desenvolvimento econômico-social.

sexta-feira, 29 de novembro de 2024

Racha feio no Sinditest

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Ao longo do segundo semestre de 2024 consolidou-se o racha na Diretoria atual do Sinditest, agora reduzida à metade, ou menos, do total de diretores indicados na última eleição sindical devido à renúncia daqueles ligados à corrente nacional atuante na FASUBRA chamada “Travessia” (vinculada ao PSol) em meados de novembro deste ano. Permaneceram os diretores ligados à corrente interna fasubrina denominada “Unir”, derivada da CUT.

No site do Sinditest os dois grupos que compunham a diretoria eleita denominada “Unidade para avançar” (quanta ironia agora) publicaram as respectivas Notas para “iscrarecê” a base. Dito no real agora que os dois ex-amiguinhos lavam a roupa suja: Unidade Fingida para Rachar Logo Adiante.

A turma conectada com o Coletivo Unir (de novo, ironia no nome), comporta principalmente os veteranos pelegos Antonio Neris e Wilson Messias, agora com o acréscimo de Ivandenir Pereira. Suas alegações contra os adversários são de que estes ofendem-lhes a honra, fazem “ataques infundados” a diretores e de que teriam usado financeiramente os recursos da entidade para celebrar contratos ilegais e para satisfazer interesses pessoais (como ter celulares pagos pelo sindicato). Também acusam os integrantes do grupo Travessia de terem abandonado a manutenção das sedes sindicais, em especial as das praias. Outra crítica é de que os Travessianos priorizam contatos e conversas pelo meio, virtual em detrimento do modo presencial (pois na época das greves do 1o. Semestre, no pátio da Reitoria da UFPR, as assembleias eram híbridas, isto é, presencial na Reitoria mas em constante contato, pela internet, com assembleias simultâneas nos campi do interior). 

A matéria dos autoproclamados “Diretoria efetiva” tem 122 visualizações no site do sindicato, até 28/11, sendo assinada por “Imprensa Sinditest”.

Por seu turno, em seu “Manifesto de Ruptura e Renúncia...”, o grupo Travessia começa explicando que teriam buscado construir uma diretoria de unidade com outros grupos atuantes na base, mas que somente os TAEs ligados ao Unir se apresentaram para formar uma chapa conjunta. Contam que, desde o início de trabalhos da Diretoria “Unidade para Avançar”, viram que haveria “muitas dificuldades” para lidar com os “burocratas”, como os travessianos chamam os adversários “efetivos” da Unir. Relatam que esse grupo “demonstrou truculência e autoritarismo (…), não ter compromisso com as propostas que apresentamos na eleição sindical, tampouco com a organização da luta pela reestruturação da carreira, além do completo atraso nas pautas de combate às opressões. As dificuldades na direção se agravaram muito com o movimento paredista, após a deflagração da greve (…).” O coletivo Travessia denuncia que o Coletivo Unir teria “concepção autoritária e presidencialista”, tendo este atuado para “desmobilizar e boicotar a luta”.

E mais: acusam os “burocratas” de que “durante a greve, esses mesmos dirigentes autoritários, protagonizaram episódios recorrentes de assédio, machismo e misoginia, como na conduta de violência machista contra mulheres que haviam ocupado a Reitoria durante a greve do 1o. Semestre, pelo qual foram sancionados por uma assembleia geral de greve.

Cobram por que contrataram uma nova assessoria jurídica sem dar explicações nem debater numa diretoria sindical que era para ser “colegiada”, e que poderia, por trás disso, haver “interesses, no mínimo, estranhos”. E indagam em que lugar foi parar o compromisso do Coordenador Sindical Geral Wilson Messias (nominalmente ele não é citado no Manifesto de Travessia) de sair do cargo comissionado de chefia da EBSERH após a eleição sindical e não saiu Afirmam os travessianos que é “inadmissível ser dirigente sindical e chefe com cargo de direção da EBSERH/CHC ao mesmo tempo.”

Por fim, o grupo Travessia propõe uma antecipação de novas eleições para Diretoria e Conselho Fiscal, para restabelecer a normalidade da vida sindical na base do Sinditest. Contudo, não fala em datas.

A postagem do “Manifesto” de Travessia, assinada pela (ex?) diretora Elis, recebeu 222 visualizações no site do Sinditest até 28/11.

A base terá uma atitude que muitos médicos adotam, a chamada “conduta expectante”, quando não sabem direito o que o doente tem e o que fazer? Também conhecida como “Deixa como está, para ver como é que fica”.

sexta-feira, 15 de novembro de 2024

A vida boa dos líderes do homem-bomba em Santa Catarina

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Um dos debates mais intensos e mais cansativos, desde as explosões na Praça dos Três Poderes, se dá em torno das possíveis anormalidades de comportamento do homem-bomba.


Se era transtornado, atormentado ou se estava em surto. É preciso encontrar uma patologia psíquica que explique o desatino do morto, que acusava William Bonner de ser comunista, e ao lado de José Sarney.

E assim vai ficando submersa, como se fosse uma subpauta, a pauta maior sobre o que essa figura representa: Francisco Wanderley Luiz, o Tio França, era um soldadinho e se junta, agora como primeira vítima fatal, aos transtornados, atormentados e desatinados do 8 de janeiro de 2023.

Tio França era quase nada na estrutura do fascismo que ainda lateja. Apenas produziu o gesto mais espetacular. Os líderes dele no seu Estado, todos encobertos, ficam mais protegidos. Nem a grande imprensa deseja expô-los, porque ainda têm o poder do dinheiro.

Tio França era da mesma turma de Fátima de Tubarão. E deveria ter afinidades com os grupos de atormentados que chegaram a tentar conexões com marcianos pelo celular, nos acampamentos armados no entorno dos quartéis.

Tinha o mesmo perfil dos alucinados que cantavam o hino nacional para um pneu no meio da estrada bloqueada. Pode ter sido negacionista, antivacina, anticiência. Deve ter pregado o terraplanismo com ardor. Tudo normal.

Mas continuará sendo, na sua normalidade, apenas um soldado da extrema direita, o primeiro a ter tombado. Um soldadinho raso empurrado para uma guerra em que os generais fardados e civis não aparecem.

Tio França era de Rio do Sul, no entorno do triângulo do mais intenso ativismo bolsonarista de Santa Catarina, formado por Balneário Camboriú, Brusque e Itajaí. Era ligado ao PL de Bolsonaro e sem relevância no partido, como quase todos os que invadiram Brasília.

Tão irrelevante quanto os que fecharam estradas por ordem dos patrões golpistas donos de transportadoras e de caminhões de grandes lojas do varejo. Tão sem importância que não terá nenhuma homenagem dos parceiros no velório.

E discutem se era um homem transtornado, pela separação da esposa, e se isso explica seu desatino. Quando se sabe que todos os que fazem o que ele fez estão sob tormentos pessoais ou coletivos.

Visto assim, como avulso, o homem-bomba favorece a tentação do clichê do lobo solitário, do sujeito que decide acabar com a vida fazendo um gesto político em direção aos seus. Vou morrer, mas também vou tentar matar Alexandre de Moraes, ou só fingir que tentei.

O homem foi mesmo um recruta nas mãos de chefões impunes do Estado mais extremista e mais furiosamente bolsonarista. Com os mais dedicados grandes empresários à causa do golpe.

Gente poderosa, tão poderosa que até hoje não foi alcançada pelo sistema de Justiça. Que leva uma vida boa, continua articulada e conta com figuras como Tio França para que a guerra continue, mesmo que de forma caótica.

O homem-bomba não é, pelo fato de que morreu, um ativista fora da curva. Ele é mais um mané levado ao sacrifício pelos que quase nunca aparecem, que ainda financiam o extremismo, que sustentaram o gabinete do ódio e que hoje estão quietos.

Vamos deixar de lado essa tentativa de identificar as síndromes do homem-bomba, porque o nome disso é escapismo. Dediquem-se ao que está por trás do seu gesto: o poder intacto do QG do fascismo, no Estado mais estigmatizado pelo bolsonarismo.

Tuberculose: nas vacinas, uma esperança

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A doença é a mais letal e a mais antiga do mundo. Três imunizantes que podem contê-la estão em fase avançada de estudos – e um Conselho Acelerador da OMS busca direcionar investimentos e traçar estratégias para distribuí-la de forma igualitária

Health Policy Watch
Nesta semana, especialistas e formuladores de políticas estão reunidos na Conferência Mundial sobre Saúde Pulmonar da organização The Union para discutir a tuberculose. Trata-se da doença infecciosa mais letal e mais negligenciada do mundo. Desde o início do século 20, mais de um bilhão de pessoas morreram de tuberculose – um número de mortes maior que o de malária, varíola, HIV/AIDS, cólera, peste e gripe combinados.

A meta oficial da ONU de reduzir as mortes por tuberculose em 75% entre 2015 e 2025 agora está fora de alcance. E muitos acreditam que a meta de 2030, de reduzir a doença em 90%, também será difícil de ser conquistada – a menos que haja um aumento urgente nos investimentos em novas ferramentas que ajudem a controlar a curva da epidemia.

Os avanços científicos na tuberculose, nos últimos cinco anos, estão trazendo mudanças importantes na forma como a doença é tratada. Outro fator importante: também avançam as pesquisas que possibilitarão o desenvolvimento de uma vacina há muito esperada – historicamente necessária para acabar com a crise de saúde pública causada pela tuberculose.

A vacina BCG (Bacillus Calmette-Guérin), com mais de 100 anos, ainda é a única que ajuda a prevenir a tuberculose. Ela é administrada principalmente em bebês e crianças para prevenir formas mais graves, como a meningite tuberculosa, que afeta o cérebro. No entanto, a vacina é essencialmente ineficaz para os mais de nove milhões de adultos e adolescentes que desenvolvem a doença a cada ano.

Isso pode mudar nos próximos anos, se uma das três vacinas preventivas atualmente em fase III de testes demonstrar segurança e eficácia. São elas: a MTBVAC, financiada pela IAVI e Biofabri; a M72/AS01E, apoiada pelo Gates Medical Research Institute; e a candidata VPM1002 do Instituto Serum.

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Fonte: "Outra Saúde", seção do Site Outras Palavras

quarta-feira, 13 de novembro de 2024

Trump lelé da cuca

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O presidente Donald Trump, malucamente eleito pelo povo dos EUA (apesar de que lá o voto final é indireto, num colégio eleitoral) estaria dando sinais de demência? Essa é uma opinião pessoal do renomado neurocientista brasieiro Miguel Nicolelis, compartilhada por diversos psiquiatras.

Em entrevista recente concedida ao jornalista Luis Nassif, o neurocientista comenta que, em suas aparições públicas, Trump faz micagens, declarações nada a ver e falas desconexas.  Que o fascista eleito nos EUA é meio doido mesmo, isso se sabe, mas se está com o cérebro derretendo, a conferir.  Em breve talvez ele passe a ser chamado de Donald Alzheimer Trump.

Há mais de dez tipos de demências, mas oito principais.

Redução da jornada: a luta contra a escala 6x1

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Uma das antigas dirigentes da FASUBRA, ligada à UFBA, é a deputada federal Alice Portugal (PCdoB-BA), que é co-autora da 
PEC que acaba com a escala de trabalho 6X1 (6 dias de trabalho com apenas 1 dia de folga a cada semana). Não se trata apenas de uma alteração na carga horária, mas representará uma mudança significativa na vida dos trabalhadores.  E redução de jornada de trabalho é bandeira histórica da classe trabalhadora, que vem desde o século 19, quando havia jornadas de 10, até de 14 horas por dia.

Sempre estive ao lado dos trabalhadores e essa PEC não é apenas uma mudança na carga horária; é uma mudança na qualidade de vida do trabalhador brasileiro. Queremos construir um país onde o trabalho e o bem-estar andem lado a lado”, disse a deputada baiana Alice.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC), da deputada Erika Hilton (PSOL-SP), propõe 36 horas de trabalho semanal com três dias de folga, a escala 4X3, sem a redução de salário.

Para iniciar a tramitação pela Câmara, ela precisa de 171 assinaturas de deputados/as. O assunto viralizou nas redes sociais e tem impulsionado a adesão à PEC. Até o final da tarde desta segunda-feira (11), a deputada já havia recebido o apoio de 135 parlamentares.

Com a minha articulação no Congresso e a pressão política nas redes, muitos deputados têm se movimentado para assinar a PEC, e ela está avançando rápido, numa velocidade acima da média”, diz a parlamentar.

De acordo com Erika, a escala e jornada são possíveis, pois a atual carga horária é “desumana”.

Deu certo onde foram aplicadas, e representariam um salto em qualidade de vida da população nunca visto em um país em desenvolvimento. Isso, conforme os estudos e exemplos disponíveis, sem causar danos à economia, inclusive podendo potencializá-la, gerando mais empregos e reduzindo a desigualdade”, diz a autora da PEC.

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Fonte: Portal Vermelho

Diretoria do Sinditest se expõe perante a categoria com graves fraturas

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É curioso. Mas preocupante.  A própria imprensa sindical mostra as rachaduras da diretoria do Sinditest, como se infere da matéria "
Tensão na diretoria do Sinditest - Conselheiros do Conselho Fiscal pedem desligamento por divergências internas".  Já se sabia, de algumas semanas atrás, que diretores ligados a duas tendências internas (derivadas de correntes políticas correlatas na FASUBRA) vinham se desentendendo e se bicando.  A coisa parece ter piorado, quando agora são os membros do Conselho Fiscal (que deve apresentar as prestações de contas regularmente) que renunciam, deixando registrado um documento de graves críticas e acusações.

Servidores da Oposição sindical sorriem, talvez mesmo gargalhem, mas é um tanto melancólico ver esse fenômeno de divisão numa diretoria que deve orientar toda a categoria em suas lutas, e não só as nacionais.  Isso depois de uma greve nacional da FASUBRA, no primeiro semestre, que coesionou razoavelmente bem a base dos TAEs, e, embora sem alcançar sua pauta principal, foi momento de retomada dos embates do movimento e de surgimento de novos militantes e lideranças, alguns que jamais haviam participado de greves.

Na Diretoria do Sinditest, há uma rixa entre os grupos "Unir", ligado à CUT, e "Travessia", ambas correntes internas nacionais da FASUBRA e que tem militantes nos estados.

Para maiores esclarecimentos, indicamos ir ao link acima postado, que remete à matéria publicada pela diretora Elis no site sindical.  Adiantamos que as motivações  da renúncia dos membros do CF foram basicamente questionar decisões tomadas não de forma colegiada/coletiva na Diretoria, apenas por alguns diretores sindicais, e falta de transparência envolvendo as contas da entidade.

Lamentamos o que está ocorrendo, pois, por um lado, hoje o sindicalismo não está com essa bola toda no país inteiro e a conjuntura política, mesmo sob o governo democrático-popular de Lula exige muita unidade para novas lutas. Priorizar interesses menores e grupistas não ajuda.

domingo, 20 de outubro de 2024

Vômito versus cocô

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Meu finado amigo João Batista contemplava lá de cima, do céu, o inextricável cenário eleitoral do 2. turno de Curitiba. Na nuvem a seu lado, o também falecido reitor Ocyron, que alcunhava Batista, nas sessões do Conselho Universitário da UFPR, de “o intrépido gozador”, também assistia àquela menoscabável disputa.

Aparecendo-me em sonho, com seu infalível martelinho na mão, Batista me expôs a metáfora comparativa que vai a seguir.

“Imagine, caro velho amigo Nitsche”, começou Batista, “que você tenha que tomar uma decisão sobre uma situação desagradável. Você tem que tomar alguma decisão. Para você comer, diante de si tem uma porção de vômito e uma porção de fezes, e tem que decidir quanto a qual dessas inefáveis porções excrementais optar para deglutir.”

“Que asco, Batista! Não dá para aceitar fazer escolhas nessa situação!”, eu replico.

“Eu sei, amigo Nitsche”, retruca Batista. “Mas, aqui, não importa por quais constrangimentos, você está obrigado a assumir uma opção – sair correndo para longe, com nojo e fechando as narinas com a mão; olhar para as opções e negar-se peremptoriamente a fazer uma escolha; optar por uma das desagradáveis porções sobre as quais moscas já sobrevoam. O que você decide?”, cobra o Batista.

“Ah, Batista, agora me confundiu…”, fico eu redarguindo entre muxoxos.

“Reflita amigo: Eduardo Pimentel é o vômito. Cristina Gremlins é o cocô.  Ambos dejetos do organismo, um saindo por cima e outro saindo por baixo. Se você sair correndo para longe, isso é não ir votar no dia 27. Se você meramente se recusar a uma decisão, isso é seu voto nulo. Então, a tomada de posição racional é comer o vômito, que, aliás, tem no meio um resto semidigerido de salsicha(*). E, claro, recusar de plano a bosta dita durinha, embora possa até aparentar estar meio cheirosa. Entendeu?”

“Meu velho Batista, confesso que não alcancei o significado do gesto pelo vômito! Mixplica!”

“Ora, pense nos conteúdos das duas porções nojentas. Um vômito é constituído por alimentos semidigeridos, suco gástrico demolidor (enzimas, ácido clorídrico) e pouquíssimas bactérias viáveis por causa da ação desse suco derretedor. O cocô, por sua vez, além de representar a sobra inservível dos alimentos ingeridos, é constituído por grande massa apenas de muitos milhões de bactérias, tanto as boas como as patogênicas, as quais, se comidas, podem causar um problemão para o organismo. Assim, o vômito seria menos perigoso que a bosta. Fica mais claro?”

“É, assim posto, parece mais claro e lógico”, entrego-me eu, no sonho, rendendo-me à racionalidade do meu finado amigo Batista. “Mas que é nojento, é!”

E Batista: “Pois é, mas quando a política não é percorrida por numerosos traços nojentos?”
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(*)A salsichinha no meio do vômito corresponde à figura asquerosa do mega-reacionário Paulo Martins, candidato a vice de Pimentel.

quarta-feira, 16 de outubro de 2024

Por que precisamos tomar reforços da vacina da COVID tão frequentemente

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Imagem de microscópio do vírus da COVID-19

Pessoas que tomaram múltiplas doses vacinais para COVID mas também se infectaram com o SARS-CoV-2 (vírus causador da COVID) possuem a mais robusta imunidade contra a doença. Mas mesmo essas podem ainda sofrer surtos de COVID-19, e crescentes evidências sugerem que não é meramente porque o virus desenvolve variantes que enganam um sistema imune já instruído. Um novo estudo sugere que um pouco conhecido tipo de célula imune na medula óssea desempenharia papel importante nesta falha.

Pesquisadores descobriram que pessoas que receberam doses repetidas das vacinas de RNA mensageiro (mRNA) para COVID-19, e, em alguns casos contraíram a infecão com o SARS-CoV-2, falharam bastante em criar células produtoras de anticorpos chamadas células plasmáticas de vida longa (LLPCs, na sigla em inglês). Muitas respostas imunes diferentes ajudam a nos proteger contra o vírus, mas anticorpos circulantes jogam papel crítico, e a equipe de pesquisa liderada pelos imunologistas Frances Eun-Hyung Lee e Doan Nguyen sugerem uma maneira de elaborar vacinas que produzem mais LLPCs e, por sua vez, proteção mais duradoura.

Na produção de LLPCs, como a destilação de liquor, requer-se diversos passos. O processo começa quando células B “inocentes” encontram um virus ou um pedaço dele, tal como a proteína de superfície do SARS-CoV-2 codificada pelas vacinas de mRNA e exposta nas células humanas. O espaçamento entre as proteínas do “espinho” ('spikes'; o vírus parece um porco-espinho esférico) da superfície do vírus ou uma célula humana afeta o destino subsequente da célula B: se os “espinhos” estão bem próximos, os receptores em formato de Y das células B podem fazer um”link cruzado” com duas proteínas virais, o que leva à formação de LLPCs. Mas o SARS-CoV-2, por sua vez, tem largamente espaçado mais os “espinhos” em sua superfície, o que dificulta o link cruzado.

O ponto de partida é que isso pode ajudar a “evitar as lacunas”: se as vacinas de COVID-19 apresentaram “espinhos” com menor espaço entre eles, isso poderia levar a níveis mais altos de LLPCs e proteção mais duradoura. “A má notícia é uma falha das próprias vacinas mRNA anti-SARS-CoV-2 - com ou sem infecções naturais – em induzir formação de LLPCs na medula óssea”, diz Nguyen. “A notícia boa é que esta falha, em si, provê oportunidades de pesquisa para achar um jeito de mudar para melhor o destino de vacinas de curta atuação.”
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Entre Gremlin(s) e 'Pimentel no dos outros é...'

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Viemos de assistir a um patético debate, promovido pelo Grupo Band, entre as duas candidaturas à Prefeitura de Curitiba, que restaram da eleição de 1o. Turno. O pleito do 2o. Turno ocorre em 27/10/2024.

Os dois postulantes pertencem ao campo da direita paranaense, embora a candidata Cristina faça questão de se apresentar ao eleitorado como a “mais de direita”. E durante esse dito debate preocuparam-se bastante em se fazer acusações e ataques abaixo da linha de cintura. Chegou-se ao ridículo de discutir quem seria mais ligado ao meio abalado bolsonarismo fascistoide

Como diz o velho ditado, “Pimentel no dos outros é refresco”, e, apesar de o neto do governador Paulo Pimentel falar muito em propostas, propostas, propostas, fato é que, se não há mobilização popular de cobranças e indignações, muita proposta que aparenta ser boa paa o povo, não sai do papel. Ou, pior, fica apenas no papel da propaganda eleitoral e nem vira projeto real, com recursos concretos para que se viabilize.

Quem aí se lembra do filme de terror de 1984 chamado “Gremlins”? Nele, há bichinhos que parecem ser ursinhos fofos de pelúcia, simpáticos e sorridentes. Porém, se lhes cair água em cima ou se forem alimentados depois da meia-noite, eles se metamorfoseiam em monstrinhos diabólicos, aterrorizantes, agressivos e bagunceiros na cidade toda (trailer do filme no youtube). Pois é, assim pode ser a candidata Cristina. Cristina Gremlin. Portanto, cautela.

Reminiscências da "Júlia"

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Degustando térmitas

No verão era comum nossa casa de Paranaguá (a maior parte feita de madeira) ser invadida por nuvens de milhares e milhares de cupins, cobiçosos de nos devorar paredes, portas, móveis, o que fosse feito de madeira para seus germes simbiônticos intestinais ajudarem na digestão. Claro que muitos desses insetos viravam banquete para as numerosas lagartixas correndo vorazes pelas paredes onde eles pousavam.
Para provocar nojo em minhas irmãs eu comia alguns térmitas ainda vivos, com asinhas e tudo. Ora, chineses comem essas coisas, cruas ou fritas. E no cultuado filme “Estômago”, com várias locações feitas em Curitiba, o personagem principal, que é cozinheiro e está preso, prepara uma farofa de formigas fritas para agradar seus colegas de cela; eles se lambuzam comendo o prato diferente, mas não ficam lá muito felizes ao saber qual o ingrediente principal da farofa…

Além disso, eu também oferecia refeições cupinzentas para Elizabeth, minha aranha de estimação, em seu terrário.



Piromania

Reconheço que, na infância em Paranaguá, eu tinha certo impulso mórbido por fogo. Inseria bombinhas juninas num buraco feito no caule do mamoeiro (havia muitos em nosso quintal) só para ver o efeito implosivo sobre a coluna central da indefesa árvore, o que levava minha mãe à perplexidade e momentos de cólera. Mas nunca levei surra por isso.
A surra que eu merecia foi quando, insensato, incendei um velho colchão de palhinha no porão, imediatamente abaixo de onde ficava, na parte de cima, a cozinha da casa.. Felizmente o fogo foi contido a tempo, ou poderia haver uma explosão daquelas por causa do bujão de gás da cozinha.
Mais tarde eu me limitei a usar controladamente um bico de Bunsen no pequeno laboratório químico no meu quarte.


Hey Jude e minha amiga da praia

Lá pelos fins de 68, fui convidado a uns dias na Praia de Leste, a convite de uma vizinha. Também foi a sobrinha dessa vizinha, muito jovial e já conhecendo algumas músicas e bandas daquela época. Uma das bandas eram os Beatles, e ela tinha um disco (acho que um compacto) com a famosa canção “Hey Jude”. Até então, eu nunca tinha conhecido a música. Minha amiga me chamou à sala para ouvir e eu, bobo – acostumado a só ouvir música brasileira dos anos 50 e 60 dos LP’s do meu pai (sessões domingueiras em casa) – detestei “Heu Jude”. Além disso, mal sabia inglês. Se não fosse tão conservador então, careta mesmo, provavelmente eu ouviria muitas sessões da playlist da turma de Liverpool. E talvez tivesse um tipo um pouco diferente de “sessões” com minha bonita amiga.


Abacateiro – plataforma de paraquedismo e moita de voyeurismo

Já escrevi antes, publicadas no Blog “Na Luta”, umas quatro “Crônicas do Abacateiro’, um dos meus refúgios na parte mais dos fundos do quintal da casa de Paranaguá. Talvez não tenha relatado que uma das ideias de piá doido foi testar se um guarda-chuva serviria como pára-quedas. Para isso, subi com dito cujo a um galho do abacateiro talvez a um galho a uns 12 metros do chão, abri o guarda-chuva e me atirei ao solo. Claro que me esborrachei, contudo a areia na frente da árvoes era fofa e só restei com umas escoriações num joelho. Entretanto, fiz o teste experimentando em mim mesmo. Mais sensato do que o padre de Paranaguá que queria subir aos ceús pendurado em centenas de balões de gás de festa infantil e desapareceu.
Sobre a questão do voyeurismo, deu-se porque um amigo meu havia comprado uma luneta e convidou a um outro e a mim para “frestar” uma moça cuja casa ficava a uns 20 metros distante do fundo do meu quintal, e, quase sempre que ela chegava da escola, trocava de roupa com a janela aberta. Bem,esta “experiência” dos meninos voyeuristas deu certo, e saímos contentes do fundo do quintal.

quinta-feira, 26 de setembro de 2024

Aranhas forçam vagalumes machos a piscar como se fossem fêmeas - atraindo mais machos para a morte

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Acima, uma aranha agarra um vagalume macho e o força a piscar como quer

Um estudo assinala a primeira vez em que cientistas observaram este tipo de comportamento "manipulador" em aranhas

À medida que o sol vai se pondo sobre os campos e lagoas de arrozais em Wuhan, na China, vagalumes machos buscam o piscar distinto das fêmeas. Mas o que parece ser uma oportunidade para acasalar pode virar uma emboscada mortal. Algumas aranhas tecedoras de teias esféricas forçam os vagalumes machos presos nelas a imitar os flashes das vagalumes fêmeas, relatam pesquisadores na revista Current Biology, fazendo com que mais vagalumes machos também sejam pegos nas teias aracnídicas.

"É um estudo realmente fascinante", diz Sara Lewis, bióloga emérita da Universidade Tufts, que não participou desse estudo. Vagalumes machos às vezes mudam os padrões de seus flashes quando buscam se diferenciar em meio a outros machos, observa ela, mas este novo estudo é o primeiro a documentar uma alteração de padrão potencialmente deflagrado por um predador.

Dentre os vagalumes tropicais asiáticos da espécie Abscondita terminalis, tanto machos como fêmeas piscam para atrair parceiras(os), mas seus padrões de flash não são iguais. Fêmeas produzem pulsos singulares lentos, a partir de uma única "lanterna" em seus abdomes, enquanto que os machos piscam em rápida sucessão a partir de duas "lanternas" abdominais.

Ambos os sexos de vagalumes costumam ser presas fáceis da Araneus ventricosus, uma aranha tecelã de teia esférica que existe na China. Contudo, durante seus trabalhos de campo em Wuhan, Xinhua Fu, um biólogo da Universidade Agrícola de Huazhong, observou várias teias somente com vagalumes machos capturados nelas. Então, ele se perguntou se os aracnídeos estariam manipulando esses machos aprisionados para atrair ainda mais presas masculinas...

[No link abaixo o artigo completo, em inglês]
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quarta-feira, 25 de setembro de 2024

Simão Bacamarte para salvar o Brasil das Bets

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Nenhum contribuinte poderá declarar à Receita que enriqueceu jogando em cassino clandestino. Mas se o cassino é legalizado, pode.


A iniciativa do vice-presidente e Ministro da Indústria e Comércio Geraldo Alckmin de convocar reunião com a Ministra da Saúde, Nísia Trindade, e representantes do Ministério da Saúde e da Justiça para tratar da regulamentação de jogos online e bets, é a primeira iniciativa saudável do governo em relação ao tema.

Segundo o Banco Central, os brasileiros gastam cerca de R$ 20 bilhões por mês com apostas on-line.

A posição do Ministro da Fazenda Fernando Haddad é a de que “o governo vai enfrentar a “dependência psicológica dos jogos” no país. Ele anunciou que a Fazenda vai bloquear a partir de 1º de outubro as empresas de apostas online que ainda não se regularizaram”. Como o vício não separa cassino oficializado de não oficializado, o Brasil acaba de lançar o cassino com filtro.

É curiosa essa pressão da Faria Lima [avenida-símbolo do mercado financeiro, dos ricaços do grande capital financeiro] sobre os gastos públicos. É um carnaval diuturno, estimulado por um jornalismo de quinta categoria, incumbido de espalhar bicho-papão para a classe média. E o governo não se vê em condições de enfrentar a Faria Lima, já que tem que administrar o pior Congresso da história.

Fica-se então nesse gradualismo em que, a cada dia, derruba-se mais um princípio norteador da civilização – já que a divisão esquerda-direita não existe mais, mas resiste bravamente a frente civilizatória. A frente deixa entrar um pouquinho votando contra saidinhas de preso e outras concessões que, somadas, mata qualquer veleidade programática para 2026.

Agora, com a legalização do cassino, finalmente o governo conseguiu juntar o bloco civilizatório, independentemente da cor política, todas as pessoas dotadas de um mínimo de bom senso se indignaram com essa loucura, de legalização do jogo. Foi o momento em que os evangélicos mostraram muito mais bom senso que os burocratas.

O que se conseguirá com a legalização?

Certamente facilitará a lavagem de dinheiro. Nenhum contribuinte poderá declarar à Receita que enriqueceu jogando em cassino clandestino. Mas se o cassino é legalizado, pode. O famoso deputado da CPI dos Anões do Orçamento, que dizia ter vencido dezenas de vezes na Loteria Esportiva, mentia, mas dentro da lei: a Esportiva da Caixa é legalizada.

Apesar de o Nelson Motta ter declarado que não existe corrupção no jogo, que se trata da atividade mais fiscalizada pela Receita – sabe-se lá o que o levou a essa conclusão -, lavar dinheiro com Bet legalizada é simples. A Receita sabe o que entra e o que sai de dinheiro.

Mas suponha um sujeito que quer lavar R$ 20 milhões. Basta acertar com o dono da Bet que programará o algoritmo para premiá-lo e entregar a ele o prêmio de R$ 15 milhões. O restante é comissão. É atividade de menor risco do que lavar dinheiro em igreja neopentecostal.

Mas, se for acatada a proposta de que as bets serão responsáveis pelo tratamento aos viciados, será uma festa. Veremos, do mesmo modo, milhões de famílias destruídas, lares desfeitos, mas os louquinhos pelo jogo estarão apinhados em hospitais psiquiátricos, bancados pela benevolência das bets.

Provavelmente, a terapia será submetê-los a jogos de dama. E a única aposta permitida será em torno do crescimento diário da arrecadação da Receita com o jogo.
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P.S.: Simão Bacamarte é o personagem do conto de Machado de Assis, "O Alienista", que é médico e resolve abrir um hospício numa pequena cidade do Rio, a "Casa Verde".  Ele se investe da condição de psiquiatra e vai aos poucos internando os habitantes da cidadezinha, até que praticamente todos estão lá internados, restando apenas ele como o único "normal".  Leiam!