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quinta-feira, 29 de maio de 2025

Dejetos Senatoriais, livre-se deles!

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Marcos Rogério (PL-Rondônia), aquele machista que não sabe nem saberá seu lugar, que de fato é a lata de lixo? Plínio Valério (PSDB-AM), o candidato a enforcador de mulheres? Eduardo Girão (Novo-CE), o piolho sem argumentos da CPI da COVID? Rogério Marinho (PL-RN), o bolsonarista descarado? E tantos outros da extrema-direita fascistoide...

São a camada de dejetos do atual Senado Federal, incapazes de respeitar uma mulher de luta e com história decente.

Livre-se deles, ache a lata de lixo mais próxima e jogue fora para sempre!

Cócegas: neurocientistas ainda não sabem qual o mecanismo neural por trás delas

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Poucas coisas são mais adoráveis do que ver um bebê dando risadinhas ao experimentar cócegas feitas pelos pais. Mas mesmo que a gargalesis - o termo técnico que descreve o tipo mais forte e proposital de cócegas que causa gargalhadas e movimentos involuntários - seja uma sensação que a maioria das pessoas experimenta bem cedo na vida, ela continua como um tipo de mistério científico. Por que, por exemplo, algumas partes do corpo são mais sensíveis a cócegas do que outras? Por que algumas pessoas simplesmente não sentem cócegas ao serem estimuladas, enquanto outras até dão gargalhadas altas por não conseguirem se conter? E por que você não consegue produzir cócegas em si mesmo?

ScienceAdviser - 28/05/2025

Em uma recente revisão para a revista "Science Advances", a neurocientista Konstantina Kilteni argumenta que a gargalesis é "um emocionante enigma científico com implicações de longo alcance para a Neurociência desenvolvimental, sensório-motora, social, afetiva, clínica e evolucionista". Ao longo de toda a história humana, explica ela, tanto filósofos como cientistas - incluindo Sócrates e Charles Darwin - tem ponderado sobre a natureza e o propósito das cócegas. Porém hoje o assunto recebe relativamente ainda pouca atenção dos cientistas. Está na hora, escreve Kilteni, de os pesquisadores começarem a levar mais a sério este "comportamento trivial e no entanto enigmático".

A gargalesis deve ser de particular interesse para neurocientistas desenvolvimentais, argumenta Kilteni, porque é um dos mais precoces gatilhos para o riso na vida e pode desempenhar um papel-chave nos laços entre pais e crianças. Compreender os mecanismos subjacentes à cócega também poderia fornecer insights sobre certas condições de desenvolvimento: pesquisas também tem mostrado, por exemplo, que pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista) percebem toques como mais propensos a induzir cócegas, enquanto indivíduos com esquizofrenia tendem a experimentar toques em si próprios de modo similar a se fossem feitos por outras pessoas - ou seja, num certo sentido, podem causar cócegas em si mesmos. Além dos seres humanos, muitas diferentes espécies de primatas também respondem quando recebem toques geradores de cócegas, o que significa que pesquisas sobre comportamento também teriam implicações para o campo da biologia evolucionista e comparativa. Experimentos em ratos, por outro lado, revelaram uma estrutura cerebral responsável por vocalizações deles análogas a gargalhadas - potencialmente jogando luz sobre os mecanismos neurais que ocorrem em seres humanos.

Quando se trata de estudar a gargalesis em laboratório, entretanto, os pesquisadores defrontam-se com uma variedade de desafios. Segundo Kilteni relata a Meagan Cantwell em um podcast da revista "Science", "os cientistas referem-se a coisas diferentes com relação à palavra 'cócegas', comumente isso conduzindo a resultados aparentemente contraditórios. Há uma grande diferença entre levemente tocar você com uma pluma, que tende a produzir mais uma sensação do tipo coceira, e outra pessoa tocando você com força nas axilas ou na barriga, o que tipicamente causa convulsões e gargalhadas. Para diferenciar os dois fenômenos, os pesquisadores às vezes usam "knismesis" ou "cócega superficial" para descrever o primeiro caso, e gargalesis ou "cócegas profundas" para o segundo, apesar de estes dois termos não serem consistentemente usados na literatura científica.

Tem sido também difícil comparar estudos ou replicar achados de pesquisa, escreve Kilteni, porque "não há métodos padronizados para experimentalmente provocar sensações de cócegas em laboratório". Para abordar este problema, o laboratório dela própria emprega equipamentos robotizados para causar cócegas nos pés dos participantes do estudo - assim garantindo que a sensação seja padronizada nos diferentes experimentos - enquanto registra métricas físicas como frequência cardíaca, sudorese, respiração e reações de gargalhar e gritar. "Incorporando este método de causar cócegas em um experimento apropriado, podemos fazer a pesquisa sobre elas seriamente", diz Kilteni. "Não somente seremos capazes de verdadeiramente compreender as cócegas, mas também nossos cérebros".

Seja otário: doe PIX para a Familícia Bolsonaro

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A abertura de um inquérito contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), determinada por Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), aumentou a tensão entre aliados de Jair Bolsonaro (PL) e reforçou o temor de que o ex-presidente possa ser preso em breve, conforme informações da colunista Malu Gaspar, do Globo.


Na última segunda-feira (26), Moraes atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e autorizou a investigação contra o “filho 03” de Bolsonaro por ter atuado, nos Estados Unidos, para que o governo de Donald Trump aplicasse sanções contra ministros do STF.

No mesmo despacho, Moraes determinou que Jair Bolsonaro compareça à Polícia Federal (PF) para prestar depoimento em até dez dias. A ordem se baseia em uma declaração anterior do ex-capitão, na qual ele afirma ser “o responsável financeiro pela manutenção de Eduardo Bolsonaro em território americano”.

Eduardo está licenciado do mandato e vive nos EUA desde fevereiro. Entre os crimes que estão sendo investigados pela PF estão obstrução de Justiça, organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e coação no curso do processo.

A possibilidade de medidas mais duras, como prisão preventiva ou bloqueio de bens, deixou o entorno de Bolsonaro em alerta. Segundo aliados, ele tem demonstrado preocupação constante com o avanço das investigações e com a possibilidade de ser alvo de novas decisões de Moraes, mesmo que a apuração contra Eduardo ainda esteja em fase inicial.

A prisão preventiva de Bolsonaro, que parecia fora de propósito, pelo menos neste momento, agora passou a ficar mais concreta. O risco é real”, disse uma fonte próxima ao caso. “Quando Moraes determina o depoimento de Bolsonaro, quer insinuar que o ex-presidente está financiando alguém que está cometendo um crime agora, no exterior – no caso, o Eduardo.”


Despesas de Eduardo nos EUA
Bolsonaro afirmou recentemente que tem arcado com os custos do filho nos EUA com parte dos R$ 17 milhões arrecadados via pix em 2023. O dinheiro foi doado por apoiadores com a justificativa de ajudar o ex-mandatário a pagar multas recebidas durante seu governo, como as impostas por descumprimento de regras sanitárias na pandemia.

Eu estou bancando as despesas dele agora. Se não fosse o pix, eu não teria como bancar essa despesa, ele está sem salário e fazendo o seu trabalho de interlocução com autoridades no exterior. O que queremos é garantir a nossa democracia, não queremos um Judiciário parcial”, afirmou.

Ele resolveu ficar por lá, nós conversamos quase todos os dias, mas são diálogos reservados. Quero que ele dispute o Senado em 2026, mas precisamos que os ventos mudem. Ainda não sei se ele retorna da licença, estamos na metade do prazo de 120 dias. Eu não quero ficar longe do meu filho.

Ao justificar a abertura do inquérito, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, argumentou que “as evidências conduzem à ilação de que a busca por sanções internacionais a membros do Poder Judiciário visa a interferir sobre o andamento regular dos procedimentos de ordem criminal, inclusive ação penal, em curso contra o sr. Jair Bolsonaro e aliados”.

Na semana passada, o ex-ministro do Turismo Gilson Machado anunciou uma nova campanha de arrecadação para ajudar Bolsonaro a cobrir despesas com advogados, passagens e os gastos de Eduardo nos EUA. Segundo ele, o ex-presidente já utilizou R$ 8 milhões dos R$ 17 milhões recebidos.
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Fonte: texto e fotos do D.C.M.  Título da postagem do Blog

quinta-feira, 15 de maio de 2025

Sim, bolsonaristas iriam matar Lula

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Trama golpista: Polícia Federal revela áudios do agente Wladimir Soares detalhando plano para prender ministros do STF e disposição para "matar meio mundo" caso Bolsonaro autorizasse ação.

Ivan Longo - Revista Forum * 15/05/2025

Novos áudios obtidos e periciados pela Polícia Federal (PF), divulgados nesta quarta-feira (14) pelo "Jornal Nacional", da TV Globo, expõem detalhes chocantes da trama golpista que tentou impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2022 para manter Jair Bolsonaro no poder. O agente da PF Wladimir Matos Soares (foto acima), de 53 anos, revelou em gravações que integrava um grupo armado e preparado para prender ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), com autorização para uso de força letal.

As gravações, que foram anexadas ao inquérito e deram base à denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), expõem a disposição do grupo para ações violentas e o descontentamento de Wladimir com o ex-presidente Jair Bolsonaro, que teria "dado para trás" de última hora.

Wladimir também expressou revolta com o Exército, afirmando que os generais "se venderam" ao governo Lula, o que teria comprometido o apoio militar esperado para a operação.

Em diversos áudios, o policial faz críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmando que ele perdeu a oportunidade de tomar uma atitude firme e derrubar a posse de Lula:

"Bolsonaro faltou um pulso para dizer: não tenho general, tenho coronel, vamos com os coronéis que a tropa toda queria. Só os generais que não deixaram."

Ouça AQUI trechos desse áudio do agente da PF que abriu o jogo macabro da tentativa de golpe de Bolsonaro.

terça-feira, 13 de maio de 2025

Cumprindo sua missão, cada um ao seu jeitinho

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Seus braços se foram, Mujica. Mas nós ainda estamos aqui. Gracias!

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Ex-presidente uruguaio faleceu por complicações de neoplasia esofágica nesta terça-feira, 13, a uma semana de completar 90 anos

Priscila Lobregatte - Portal Vermelho * 13/05/2025

O ex-presidente uruguaio José “Pepe” Mujica, uma das mais fascinantes figuras da política contemporânea, faleceu na tarde desta terça-feira (13), vítima de um câncer de esôfago. Daqui a uma semana, em 20 de maio, Mujica completaria 90 anos.

A doença havia avançado tão aceleradamente nos últimos dias que Lucía Topolansky, sua esposa há 40 anos, avisou nesta segunda, 12, que Mujica estava sob cuidados apenas paliativos, em fase terminal. Era um aviso de que a vida exemplar do ex-presidente estava terminando.

Em janeiro, de modo comovente, o líder uruguaio anunciou que, devido à idade avançada e a outros problemas de saúde, não teria forças para enfrentar os tratamentos convencionais. Assim, Mujica se despediu da vida pública. “Estou morrendo”, disse na ocasião o homem que, entre outras marcas profundas, era conhecido por sua lucidez, sabedoria e simplicidade.

Nascido em 20 de maio de 1935, em Montevidéu, Mujica deixou seu nome marcado na história política uruguaia e mundial por características nem sempre comuns aos homens públicos. De hábitos simples, vivia há anos num pequeno sítio nos arredores de Montevidéu, com Lucia Topolansky.

No quintal, onde costumava tomar mate com a companheira e visitantes, um Fusca 1987 azul, que virou um dos símbolos de seu despojamento — característica, aliás, comum ao povo uruguaio — dividia espaço com suas plantas e animais.

Seu desapego e sua vida modesta renderam-lhe o título de “presidente mais pobre do mundo”. Em resposta, mandou mais uma de suas frases célebres: “Não sou pobre. Sou sóbrio, de bagagem leve. Vivo com apenas o suficiente para que as coisas não roubem minha liberdade”.

Manuela
Por 22 anos, Mujica contou ainda com a companhia de Manuela, a cachorrinha de três patas que ficou famosa por aparecer com ele em fotos e durante entrevistas. A cadela – que morreu em 2018 – perdeu um dos membros após acidente com um trator dirigido pelo ex-presidente, que também era agricultor e floricultor.

Após a perda, Mujica renunciou ao cargo de senador. “Há o tempo de chegar e partir, o tempo não perdoa nem as pedras. Vou confessar para você, sabe quando tomei minha decisão? Quando Manuela morreu. Ainda sinto sua falta”, declarou em uma entrevista para a TV Telemundo.

Sobre a faceta de floricultor, vale lembrar uma curiosidade: em 2013, um perfume feito com essência de flores e ervas de seu sítio representou o Uruguai na Bienal de Veneza.

O perfume “Pepe” nasceu como uma sátira do artista Martín Sastre aos produtos de luxo de grandes marcas de cosméticos e ganhou forma fictícia num frasco roxo exibido num vídeo de 2012, cujo nome era “U de Uruguay”. Mas, depois, o produto acabou sendo, de fato, feito em edição limitadíssima. Foram três frascos, um dado ao presidente, um para Sastre e um para ser leiloado com fins beneficentes, segundo a agência EFE.

Na presidência
Entre 2010 e 2015, Mujica foi o 40º presidente do Uruguai, o segundo de esquerda do país, depois de Tabaré Vasquez, seu antecessor. A eleição de Mujica ocorreu em meio à onda de líderes de esquerda e progressistas que passaram a ocupar o poder de seus países na América Latina a partir dos anos 2000.

Em outubro de 2009, ao comemorar a vitória da Frente Ampla em segundo turno, o ex-guerrilheiro tupamaro, preso por mais de uma década pela ditadura e alçado ao mais alto posto da nação, pronunciou mais uma de suas falas marcantes: “Sabe de uma coisa, povo? O mundo está de pernas para o ar. Vocês deveriam estar aqui (no palanque), e nós aí embaixo, aplaudindo”, discursou. “Elegemos um governo que não é dono da verdade e precisa de todos. Custou-me uma vida entender que o poder está nas massas.”

Durante seu mandato, Mujica se tornou reconhecido internacionalmente pelas medidas avançadas que adotou sobre temas que eram tabu em muitos países. Mesmo no mais alto cargo do país, ele renunciou a viver na mansão presidencial à qual tinha direito e doava 90% de seu salário, que girava em torno US$ 12 mil mensais.

“Temos de escapar da escravidão que impõe a dependência material, que é uma das coisas que mais roubam tempo na sociedade contemporânea”, disse certa vez, ao semanário Búsqueda. “Se você se deixa arrastar pelas pressões da sociedade de consumo, não existe dinheiro que alcance, não tem fim, é infinito”, completou.

Sob seu governo, o Uruguai se tornou, em 2013, o primeiro país do mundo a legalizar a produção e a venda de maconha, iniciativa que, ao assegurar ao Estado o controle sobre o uso da droga, ajudou a combater o narcotráfico. Ao mesmo tempo, a medida evita prisões desnecessárias de usuários, a superlotação das prisões e o fortalecimento de facções internas, como ocorre no Brasil

Também foi sob seu mandato que, naquele mesmo ano, o Uruguai passou a permitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Um ano antes, o aborto foi legalizado, garantindo às mulheres o direito de interromper a gravidez de maneira segura.

A Frente Ampla, aliança política que teve Mujica como um de seus principais nomes, foi responsável por profundas mudanças sociais no país, que tiveram início antes de seu governo, ainda com Tabaré Vasquez, continuaram durante seu mandato e se estenderam para além dele.

Entre 2005 a 2020, o Uruguai teve uma queda drástica no índice de pobreza, que passou de 30% para 8% – praticamente não havia pessoas em situação de rua. O crescimento do país foi constante e o desemprego despencou de 22% em 2005 para 6,9% em 2015. Além disso, nesse mesmo período de 15 anos, o PIB per capita do país cresceu três vezes, saltando de US$ 4,72 para US$ 15,56.

Essas e muitas outras conquistas resultaram, em grande medida, do trabalho de toda sua equipe e do governo montado pela Frente Ampla, mas também à visão profundamente humanista que o ex-presidente sempre carregou e que se fortaleceu durante os anos em que esteve preso.

Líder Tupamaro
Um dos líderes do Movimento de Libertação Nacional Tupamaro — opositor do crescente autoritarismo que tomava conta do país e da América Latina e que foi duramente perseguido pela ditadura militar uruguaia —, Mujica foi preso quatro vezes, duas das quais conseguiu fugir.

Sua prisão mais longa se deu entre entre 1972 — após sobreviver a seis tiros — e 1985, quando a democracia foi restabelecida. Em parte desse período, ele ficou numa solitária; em outros tantos momentos, foi brutalmente torturado. Sobre a prisão, declarou mais tarde, com bom humor: “Não enlouqueci porque já era louco”. Em outra ocasião, salientou: “Depois da pena de morte, a solidão é um dos castigos mais duros”.

Sua vida e as lições que deixou foram ricamente contadas em diversos livros e filmes, entre os quais, três produções cinematográficas recentes que ganharam o mundo. O mais novo é o documentário "Os Sonhos de Pepe" (2024), de Pablo Trobo, que foi cinegrafista durante sua campanha presidencial.

Já "Uma Noite de Doze Anos" (2018), de Álvaro Brechner, conta, de maneira ficcional, como foram os anos de prisão de Mujica e seus companheiros. Por fim, "El Pepe, uma Vida Suprema" (2018), de Emir Kusturica, esmiúça a forma de pensar e o aprendizado que o ex-presidente teve ao longo de sua vida e que o fez estar entre alguns dos mais sábios homens públicos da contemporaneidade.

Após uma rica e admirável trajetória, guiada, sobretudo, pela luta para construir uma nova sociedade, justa e igualitária, Pepe acabou sendo derrotado pelo câncer. Meses antes, quando participou de comício do então candidato à presidência e atual presidente, Yamandu Orsi, Mujica já previa que o fim se aproximava. “Quando esses braços se forem, haverá milhões de braços na luta. Obrigado por existirem. Até sempre”. Nós é que agradecemos, Pepe!

As sábias elites brasileiras amam o que fazem

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quarta-feira, 30 de abril de 2025

Love is the answer

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CASE REPORT
Journal of Hatred Studies – V. 19 - L.G.U.

Em nossos estudos sobre respostas emocionais de ódio frente a variadas circunstâncias, contando com o suporte da Luiz Gonzaga University (LGU), do estado de South Iowa, EUA, observamos o comportamento de diversas personalidades e correntes políticas no processo da eleição de representantes da comunidade servidorial para o Advisory Board desta instituição, ao longo do ano de 2025, no primeiro semestre. O Board, num total de 40 membros, disponibiliza oito vagas para esses representantes, que são preenchidas através de um processo de consulta eletrônica direta a toda a comunidade de servidoriais da LGU. Assim, a atividade político-comportamental de pessoas e de grupamentos de afinidades eletivas políticas foi acompanhada, através de suas manifestações via emails, mensagens de WA, processos inseridos no IES (Internet Enforcement System) e outras formas eventuais.

Na análise da amostra, aplicamos a HatERS-2 (Hatred Emotional Responses Scale-2, ou “Escala de Respostas Emocionais de Ódio-2”), elaborada por Toussaint L’Ouverture et al., da Faculdade Morton Luther Queen, em recente pesquisa publicada no Journal of Hatred Studies (Jornal de Estudos do Ódio), que permite uma avaliação quantitativa e qualitativa do grau de ódio embutido nas respostas emocionais das pessoas da amostra em análise em sua relação com a Comissão Escolhedora e Emissora de resultados eleitorais (CEE).

A primeira REC (Resposta Emocional de Cólera, como assim preferimos nominar) recebida pela CEE foi emitida pelo grupo “Crossing”, que, ao longo de documento de duas laudas, posicionou-se frontal e iradamente contra o novo Regimento Eleitoral, acusando-o de antidemocrático e fomentador de divisões e enfraquecimento da representatividade da classe dos servidoriais tecnicistas-administrativistas da LGU. Além disso, o grupo “Crossing” insistia que qualquer mudança de formato eleitoral deveria antes ter passado por ampla consulta no seio da comunidade servidorial, coisa que esse mesmo agrupamento, quando ainda se encontrava em postos dirigentes da Union local jamais tomou a iniciativa de fazer. Esse manifesto foi rechaçado de pronto pela CEE.

Em seguida, o servidorial Carter Maierovitch questionou uma das chapas inscritas porque seu membro titular estaria impossibilitado de ser candidato por estar na condição de “afastado para mandato na Union” local. Também rechaçado em sua irada manifestação pelo entendimento da CEE de que essa condição não encontra respaldo suficiente em peças da lei que regulamentam os contratos de trabalho.

Mais adiante, outro servidorial administrativista denunciou que algumas chapas inscritas teriam começado campanhas eleitorais antes do prazo previsto pelo Regimento. Embora alguns prints de telas enviados pelo denunciante comprovassem esse indício faltoso para com o Regimento, a CEE entendeu que o alegado dano era por demais mínimo para motivar sanção das chapas denunciadas. A CEE optou por fazer dilação do prazo de campanha eleitoral, na busca da equalização da disputa entre os pleiteantes, postergando a data da votação para uma semana adiante. Tudo pela paz, sem retaliações impróprias entre os grupos e pessoas disputantes das vagas.

Assim sendo, pela aplicação da escala HatERS, estimou-se o nível de ódio destilado nas porções iniciais do processo como sendo de leve a médio, não motivando maior preocupação para a CEE nem para o Advisory Board da LGU.

Dando tais prolegominiais trâmites por encerrados, o presidente da CEE, Oliver Cromwell Jr. conclamou todas e todos a entoar de mãos dadas “Mind Games”, do John Lennon. E a torcer pela absolvição do Glauber Braga.

segunda-feira, 28 de abril de 2025

Em defesa da Ciência e da liberdade, SBPC se solidariza com a Universidade de Columbia

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Em carta enviada à presidente interina da Universidade de Columbia, Claire Shipman, o presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Renato Janine Ribeiro, manifestou solidariedade à instituição e à comunidade científica dos Estados Unidos diante das recentes ameaças à autonomia universitária e à liberdade acadêmica.

Renato Janine, que integrou o corpo docente da Columbia como Tinker Professor (2003) e Rio Branco Professor (2004), e foi ministro da Educação do Brasil em 2015, reafirma no documento a importância da defesa intransigente desses princípios como pilares essenciais da democracia. “Condenamos veementemente qualquer tentativa de enfraquecê-los, seja por cortes de financiamento, pressões políticas ou ataques ao conhecimento científico”, afirmou.

A carta também expressa preocupação com o avanço de medidas anti-científicas e antidemocráticas e destaca a necessidade de resistência conjunta: “A ciência não reconhece fronteiras – e defendê-la é nosso dever compartilhado”.

Recentemente, o governo de Trump - que se transforma a cada dia numa tirânica monarquia, e destrói noções essenciais do funcionamento democrático em um país (ainda mais os EUA, que se autoproclamam "exemplo de democracia" para o mundo) - ameaçou a notabilíssima Universidade de Harvard, das maiores do mundo, e exigiu que uma série de políticas universitárias fossem mudadas para se ajustarem ao modelo fascista Trumpista. Harvard resistiu e, em retaliação, o tirano alaranjado cortou 2 bilhões de dólares federais do orçamento da instituição.

Assim como está fazendo a SBPC aqui no Brasil, todas as Universidades Públicas brasileiras devem tomar claro posicionamento em repúdio a essas atitudes fascistas e trevosas de Donald Trump, em nome do avanço da Ciência, da pluralidade e livre expressão de ideias, da democracia verdadeira. Assim também deve se postar a Reitoria e o Conselho Universitário da UFPR em próximas reuniões.
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Com informações da SBPC, via Instagram.

sexta-feira, 25 de abril de 2025

A democracia universitária e formas de participação da comunidade nas decisões da UFPR

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O cientista político Wanderley Guilherme dos Santos, já falecido, escreveu há cerca de 20 anos, o livro "O paradoxo de Rousseau - uma interpretação democrática da vontade geral", em que ele, muito tranquilamente, indaga ao leitor: a civilização humana já teria, passados mais de 2 mil anos desde as primeiras experiências ditas democráticas da Grécia Antiga, construído um modelo pronto e acabado de democracia? Categoricamente ele responde: não.

Não, não existe civilização, sociedade ou país sobre o qual se possa dizer: eis aí o modelo perfeito de funcionamento democrático. Isto ainda continua sendo uma construção histórica e não se pode com clareza prever quando se alcançará essa condição.

Com esta breve introdução, queremos chamar a atenção sobre a questão de que, numa instituição como a Universidade Pública, também se está perseguindo formas e ações que aprimorem a democracia interna universitária, e em regular contato com a sociedade extra-muros acadêmicos que a sustenta com seus impostos, assim como com o influxo anual de novos estudantes, além do ingresso de docentes e técnicos para as atividades-meio e finalísticas.

Também escrevemos isto a propósito da matéria publicada no site da UFPR, datada de ontem, intitulada "UFPR lança plataforma participativa". Esclarecendo do que se trata, escreve o redator Gabriel Maia:

"A Universidade Federal do Paraná lançou na última semana o "Participa UFPR", uma plataforma digital voltada à promoção da participação social e democrática na tomada de decisões institucionais. A ferramenta, baseada no software livre Decidim, já é utilizada em cidades como Barcelona, Nova York e Helsinque, além de universidades como a Université de Bordeaux, da França, e até pelo próprio Governo Federal, no Plano Nacional de Cultura.

A escolha pela plataforma Decidim se deu, entre outros fatores, por sua flexibilidade, ampla funcionalidade e, principalmente, por ser software livre, o que permite seu uso gratuito e a possibilidade de customizações futuras, conforme as necessidades da comunidade universitária."

Entendemos que a iniciativa deve ser saudada como mais um instrumento participativo - que se espera de mão dupla - entre comunidade e administração universitária, esta que toma e executa decisões. A aguardar como ocorrerá no concreto do dia-a-dia - e em especial quando se tratar da abordagem de temas polêmicos sobre rumos para a UFPR.

Recordamos, uma vez mais, que uma das críticas duras feitas pela oposição, em 2024, ao então Reitor Ricardo Marcelo em seu segundo mandato é que ele havia secundarizado o esforço pelo aprimoramento da democracia universitária e que algumas vezes lançava mão de expedientes monocráticos, pouco chamando os próprios conselhos superiores ao debate de temas da vivência da UFPR. Este Blog mesmo registrou da própria lavra essa crítica e assinalou que a própria Constituição brasileira de 1988 admite o emprego de recursos de consulta ampla como referendos e plebiscitos, os quais também podem ter oportunidade de uso adequado no seio da comunidade universitária para auscultar suas opiniões e sentimentos.

Esperamos, enfim, que a nova gestão na Reitoria, dos professores Marcos Sunye e Camila Fachin, levem efetivamente isso em conta e, ao cabo de quatro anos de gestão, se possa dizer que houve avanços no quesito democracia universitária.

quarta-feira, 23 de abril de 2025

A espantosa inutilidade de certos/as vereadores/as de Curitiba

Um comentário:

Vejam só que decisão de altíssimo valor e utilidade para os cidadãos de Curitiba: sessão da Câmara Municipal, ontem (22/4), aprovou a criação do "Dia dos CACs" (sigla para Caçadores, Atiradores e Colecionadores). Os bolsonaristas edis autores da aberração militarista foram Tathiana Guzella (União Brasil) e Eder Borges (PL, o partido do genocida inelegível e de tripas problemáticas).

A data em que os armamentistas gostariam talvez de sair atirando a torto e a direito, para comemorar, é 3 de agosto - 3/8 - pois esse número faz alusão ao calibre 38 das armas. Vinte e um imbecis da Câmara votaram na absurda proposta e oito vereadores com juízo a rejeitaram.

Segundo informa o Jornal Plural, na edição de hoje, "os vereadores Rodrigo Marcial (Novo), Guilherme Kilter (Novo), Da Costa (União Brasil) e Rafaela Lupion (PSD) defenderam o projeto. Para Marcial [sobrenome adequado, não é mesmo? Bélico], 'atividades legítimas, praticadas por cidadãos de bem, que cumprem rigorosamente a lei, são alvo de perseguição ideológica'”.

Em contraponto a esses criptofascistas, o jornalista José Marcos Lopes, do Plural, assinala que um "estudo do Instituto Sou da Paz, divulgado em agosto do ano passado, mostra que, desde 2016, CACs vêm sendo cada vez mais utilizados para facilitar o acesso a armas e munições por organizações criminosas. Foram dois casos em 2020; três em 2021; 11 em 2022; 12 em 2023; e 8 em 2024."

E, de fato, foi com esse objetivo que, no tenebroso mandato do genocida inelegível Bolsonaro, a legislação foi afrouxada para permitir a aquisição de praticamente todo tipo de arma, sem controle estrito sequer das Forças Armadas, e se deu a proliferação dos tais CACs. No começo do governo Lula-3, felizmente, esse "liberou geral" para instrumentos letais voltou a ter mais controle.

Há um filme no streaming (PrimeVideo), chamado "Uma Noite de Crime" ("The Purge", no original, que significa "A Purificação") em que se mostra um futuro distópico, ambientado nos EUA [tinha que ser...], em que o próprio governo institui um período de 12 horas, à noite, em que as pessoas estavam liberadas para praticarem todo tipo de violência, uns contra os outros, com a arma que fosse (tiro, facada, enforcamento, lança-chamas etc). A justificativa era que, com esse período de ultraviolência liberada, após as pessoas extravasarem sua truculência e cólera à vontade, nos outros 364,5 dias do ano elas iriam voltar a conviver pacificamente, sem ocorrências policiais.

Talvez com esse tipo de "futuro" bestializado delirem, embevecidos, certos "representantes do povo", intoxicados pelo discurso de morte, ódio e preconceito incitados pelo fascismo.

terça-feira, 22 de abril de 2025

Sicofantas do golpismo bolsonarista - mais seis tornados réus pelo STF

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A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou por unanimidade, nesta quarta-feira (22), a denúncia contra seis integrantes do chamado “Núcleo 2” da trama golpista que resultou nos ataques de 8 de janeiro de 2023. 


Todos os ministros seguiram o voto do relator, Alexandre de Moraes, que considerou as provas suficientes para transformar os acusados em réus por tentativa de golpe de Estado.

Os agora réus são: o general do Exército Mário Fernandes; o ex-assessor de assuntos internacionais Filipe Martins; o ex-assessor presidencial Marcelo Câmara; o ex-diretor da PRF Silvinei Vasques; a ex-subsecretária de Segurança do DF Marília de Alencar; e o ex-secretário-adjunto da Segurança do DF Fernando de Sousa Oliveira.

Eles respondem por crimes como tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada e dano qualificado, com penas que podem chegar a 46 anos de prisão.

Em seu voto, Moraes destacou o papel ativo do grupo no planejamento golpista. “Todos os seis denunciados tiveram um papel ativo no planejamento de um golpe de Estado”, afirmou o ministro, lembrando que o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro admitiu em entrevistas ter tido acesso à minuta de golpe.

O relator também criticou as campanhas de desinformação sobre o caso. “As pessoas de boa-fé são enganadas pelas milícias digitais. Por isso, é importante que reflitam e se perguntem: se o que aconteceu no Brasil acontecesse em sua casa – se um grupo armado invadisse, destruísse tudo e tentasse colocar seu vizinho para comandar o local -, você defenderia anistia para essas pessoas?”, questionou Moraes.

Segundo a denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República), o grupo atuou como “núcleo de gerentes” da tentativa de golpe, com funções específicas:

1. General Mário Fernandes
O militar da reserva do Exército é apontado como um dos idealizadores do chamado “Plano Punhal Verde Amarelo”, que previa o assassinato de autoridades como o presidente Lula, o vice Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes. Fernandes teria coordenado ações de monitoramento e neutralização de autoridades públicas. Preso desde novembro de 2023, o general representa a ala mais radical do grupo e mantinha estreita ligação com setores militares simpatizantes de Bolsonaro.

2. Filipe Martins
Ex-assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência durante o governo Bolsonaro, Martins é descrito na denúncia como o “jurista” do grupo. Formado em Direito pela Universidade de Brasília, teria sido responsável por elaborar e discutir mudanças na minuta golpista, além de fornecer suporte jurídico à tentativa de ruptura institucional. Conhecido por discursos inflamados nas redes sociais, era um dos ideólogos do bolsonarismo radical.

3. Marcelo Câmara
Coronel da reserva do Exército e ex-assessor da Presidência, Câmara atuava na equipe de Segurança Institucional do Palácio do Planalto. Segundo a PGR, foi um dos líderes do esquema de monitoramento de autoridades considerado essencial para o plano golpista. Teria trabalhado em conjunto com o general Fernandes na articulação do atentado contra o ministro Alexandre de Moraes. Sua experiência militar seria crucial para a operacionalização das ações.

4. Silvinei Vasques
Ex-diretor geral da Polícia Rodoviária Federal, Vasques é acusado de usar sua posição para articular operações policiais que dificultassem o deslocamento de eleitores de Lula no segundo turno das eleições. Com 30 anos de carreira na PRF, teria colocado a corporação a serviço do projeto golpista. A denúncia destaca que ele usou sua influência para coordenar ações que sustentassem a permanência ilegítima de Bolsonaro no poder. 

5. Marília de Alencar
Única mulher do grupo, a delegada da Polícia Federal ocupava o cargo de diretora de Inteligência do Ministério da Justiça durante os eventos de 8 de janeiro. Segundo a acusação, solicitou relatórios detalhados sobre os locais onde Lula obteve mais votos, especialmente no Nordeste, informação que seria usada para orientar as operações policiais contra eleitores petistas. Sua atuação teria sido fundamental para o mapeamento estratégico das ações.

6. Fernando de Sousa Oliveira
Delegado da Polícia Federal e ex-secretário-adjunto de Segurança Pública do DF, Oliveira era o número dois da segurança no Distrito Federal durante os ataques. A denúncia aponta que ele coordenou ações policiais para facilitar a invasão dos prédios públicos e garantir a impunidade dos manifestantes. Sua posição estratégica teria sido crucial para a execução dos atos violentos de 8 de janeiro.

Com a decisão, inicia-se formalmente a ação penal contra os acusados. Agora, defesas e acusação poderão requisitar produção de provas e ouvir testemunhas. O STF já marcou os julgamentos dos Núcleos 3 e 4 para maio, envolvendo militares de alta patente e apoiadores dos atos golpistas.

O ex-presidente Bolsonaro já é réu no processo desde março, quando o STF aceitou denúncia contra ele e outros sete integrantes do “Núcleo Crucial” da trama.

Como a idolatria a Trump tomou conta de Washington

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Dirigindo-se a partir de uma sacada da Casa Branca na manhã de hoje (20/4), o presidente Trump, ao lado de um coelho em tamanho de um adulto, recepcionou milhares de crianças na cerimônia anual de Páscoa.

Antonia Hitchens - The New Yorker - 21/04/2025

Pela primeira vez na história de cento e cinquenta anos do evento, ele também saudou um certo número de patrocinadores corporativos (empresariais) que haviam estado em uma "ativação de marca". No meio de quase 30 mil ovos coloridos que foram espalhados pelo Gramado Sul havia um "Palco de dança Bunny Hop", patrocinado pelo Youtube e uma "Experiência com tecnologia IA e oportunidade de fotos", cortesia da Meta. Um "Cantinho de Leitura" patrocinado pela Amazon apresentava contação de histórias pela secretária de Segurança Interna Kristi Noem e pela Procuradora-Geral Pam Bondi.

Mesmo antes de Trump assumir, seu fundo para a cerimônia da posse levantou um montante recordista de 239 milhões de dólares, incluindo doações dos líderes dos acima mencionados patrocinadores do domingo de Páscoa. Eles, assim como outros barões das Big Techs, pareciam querer publicamente abraçar o homem que muitos desses antes tratavam com desprezo. Washington sempre foi uma cidade de transações, mas Trump, em seu segundo mandato, levou as coisas para novas alturas. Nos dois últimos meses, passei um tempo pelo Capitólio, contando minha história no número desta semana da revista - conversando com diplomatas, membros do Congresso, consultores políticos, novos influenciadores das mídias sociais dentro da sala de reuniões da Casa Branca, e muitos mais - e juntando as peças do funcionamento do ecossistema baseado na bajulação que se instalou na nova era Trump. A atmosfera carnavalesca e açucarada da Casa Branca existe, é claro, no contexto de uma Administração que está à beira de desafiar o Supremo Tribunal. E quanto mais o mundo do lado de fora critica o presidente, tanto mais aqueles próximos a ele oferecem elogios generosos. Segundo comentou uma fonte, "é a bajulação Norte-coreana".

Recentemente, um grupo de proeminentes republicanos e membros do primeiro mandato de Trump assinou uma carta aberta comparando-o a um "déspota real". O insulto, no entanto, pode não ter chegado a Trump, que, em 19/02, postou “VIDA LONGA AO REI", referindo-se a si próprio. Mas o elogio a um rei muitas vezes vem, pelo menos em parte, junto com uma sensação de medo pelo poder que ele exerce. "Estamos todos com medo", disse na semana passada Lisa Murkowski, senadora republicana pelo estado do Alasca. "Eu lhe digo, frequentemente eu própria me sinto ansiosa quando falo, porque a retaliação é real". Quando perguntei a pessoas no acampamento do presidente sobre este temor - e a deferência que ele inspira - insistiram que eles não faziam ideia do que eu estava falando. No mundo deles, a troca de favores é impecável. "Não é: 'se eu me aproximar do Trump, vou ganhar alguma coisa'", disse-me uma pessoa. "É: 'talvez eu consiga salvar o meu país'."

Uma Nota atravessada no processo democrático da Universidade Federal do Paraná

Um comentário:
Como editor deste Blog, que, vez em quando, comenta questões da política interna da nossa "paróquia" UFPR, tomei conhecimento da enfezada "Moção" do grupo Travessia, que se apresenta como um "coletivo sindical e popular". O documento irascível investe contra as ações da Comissão que organiza a eleição direta dos representantes dos TAE aos Conselhos Superiores da UFPR, em especial questionando o formato de composição de chapas disputantes das oito vagas do COPLAD, CEPE e CONCUR. Alega-se, entre outros esburacados argumentos, que não se promoveu nenhum tipo de "consulta" à base da categoria para auscultar como esta veria o processo eleitoral.

Ora, pois, a nota Travessista veio a público, via internet, no domingo de Páscoa (20/04). É de se achar curioso que, cerca de um ano e meio depois da última tentativa de renovar aquela representação nos Conselhos - a eleição feita em fins de 2023 foi anulada, por diversos problemas, pela Comissão Eleitoral de então (de outra composição, diversa da atual) - somente agora os Travessianos se manifestem exaltados contra mudanças no processo e nada houvessem expressado durante todo o ano de 2024, inclusive podendo sugerir algum tipo de "consulta à base" acerca da forma mais democrática de fazer a coisa. Ação que, com efeito, caberia mais propriamente ao sindicato.

Resvalam para o exagero em sua crítica ao dizer que a atual Comissão Eleitoral e Escrutinadora (CEE-2025) "modificou completamente" a eleição. Interpretação de texto no momento não parece ser muito o forte dos Travessianos.


Um processo de ampliação da representatividade
O formato novo aprovado na CEE visa a alguns objetivos: (1)sair do sistema  majoritário simples até então prevalente (há décadas) para indicar os conselheiros e permitir maior representatividade das diversas opiniões correntes nas bases dos TAEs, em vez de apenas um grupo de opinião preencher todas as oito vagas em caso de vitória de chapa completa; (2)dar chances a todos os TAEs, independentemente de participarem de algum grupo ou corrente política organizada do movimento, podendo fazer surgir novas lideranças; (3)assegurar a todas as chapas de duplas (titular/suplente) concorrerem em pé de igualdade pelo menos no plano institucional (com acesso a um espaço equitativo de divulgação de suas propostas no site da UFPR).

Se, mantido o método majoritário anterior, possivelmente duas a três chapas completas se inscrevessem; desta vez temos pedido de inscrição de 15 chapas de duplas, algumas delas com nomes novos se apresentando pela primeira vez ao sufrágio dos colegas. Longe de dividir, pulverizar ou enfraquecer a representação da categoria, segundo o delírio paranoide dos autores da Moção imagina, ter-se-á uma boa e interessante disputa pelas vagas.

A crítica ao sistema majoritário da eleição dos TAEs aos Conselhos já era lançada há uns 10 anos pelo menos por este Blog, que propunha sua troca pelo sistema proporcional, o realmente adequado para um tipo de parlamento universitário, como é cada conselho. Recorremos de novo ao exemplo da eleição anulada de 2023: a chapa (completa para as 8 vagas) venceu por apenas 12 (doze) votos e, se sua vitória fosse oficializada então, preencheria todas as vagas com pessoas de uma única corrente de opinião, enquanto a chapa que ficou em segundo, praticamente empatada, ficaria sem vaga alguma, subtraindo-se a sua opinião da presença nos Conselhos, de outro segmento também representativo dos TAE.

Comparando com as eleições gerais para a Câmara Federal, seria como, tendo o PL (partido do genocida inelegível) sido o mais votado, abocanhasse todas as 513 vagas de deputado/a e todos os demais partidos ficassem sem representação. Um absurdo completo.

Note-se então como tem força a chamada inércia diante de mudanças. É a este exercício de reação a uma alteração do Regimento Eleitoral que se entregou o coletivo Travessia.

Por fim, gostaríamos de pedir aos Travessírios que nos apresentassem algum exemplar da nova Constituição Federal, pois, a certa altura de sua Nota, falam em "heranças do período antidemocrático, da ditadura militar, anterior à conquista da Constituição Federal de 1998". Conhecemos a CF aprovada pela Assembleia Nacional Constituinte de 1988.  Não sabíamos que no fim do milênio se havia promulgado uma nova CF, essa de "1998".

Google pode ser dividido após derrotas históricas na Justiça dos EUA

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Depois de duas derrotas arrasadoras em tribunais federais, o Google, colosso da internet avaliado em US$ 1,86 trilhão, está em maus lençóis. Pela primeira vez desde o caso Microsoft em 2001, o fantasma da divisão de uma Big Tech paira com força. O império construído em torno de buscas e publicidade online poderá, enfim, ser fragmentado.


A Justiça dos EUA diz que o Google é um monopólio ilegal.  Na última semana, duas decisões judiciais colocaram o Google contra a parede:

- A juíza Leonie Brinkema, da Virgínia, concluiu que a gigante mantém um monopólio ilegal no setor de tecnologia de anúncios online;

- Já o juiz Amit Mehta, em Washington, iniciou a fase de remédios antitruste para o domínio da empresa nas buscas online, após condenação anterior.

Ou seja, a Justiça dos EUA reconhece que o Google não apenas domina dois mercados-chave da internet — buscas e anúncios — como usou práticas excludentes e abusivas para manter rivais fora do jogo.

Os bastidores das práticas abusivas
Segundo a decisão da juíza Brinkema, o Google amarrava ferramentas indispensáveis para editores de sites e aplicativos — como o DoubleClick for Publishers (DFP) — ao uso obrigatório da sua plataforma de leilões publicitários, o AdX.  Resultado?

* Rivais foram expulsos do mercado;

* Editores pagaram mais caro;

* E a própria web ficou mais desigual — com menos competição e menos inovação.

O vínculo entre essas plataformas aumentou o domínio do Google, sufocou concorrentes e prejudicou consumidores”, sentenciou a magistrada.

Buscas em foco: a guerra pelos dados dos usuários
No caso das buscas, o cerne da disputa está nos dados gerados por cliques e pesquisas. O DOJ (Departamento de Justiça dos EUA) quer que o Google seja obrigado a compartilhar essas informações com concorrentes como DuckDuckGo e Kagi, para que possam construir buscadores mais competitivos.

Um detalhe explosivo: o Google teria pago até US$ 20 bilhões por ano à Apple para manter seu buscador como padrão nos iPhones e Macs — o que pode configurar acordo anticompetitivo.

O que o governo pede é como permitir que rivais usem a nossa tecnologia, como se fosse copiar e colar os resultados do Google”, esbravejou John Schmidtlein, advogado da empresa, no tribunal.

Mas o argumento não convenceu o juiz Mehta, que sinalizou que a solução pode incluir o fim dos contratos de exclusividade e a distribuição forçada dos dados de busca.

Google pode perder Chrome, AdX… e até Android?
As consequências dos dois processos antitruste podem ser profundas:

* Chrome, o navegador mais usado do mundo, pode ser vendido ou isolado da empresa;

* A estrutura de publicidade online, motor de lucro do Google, corre risco de ser desmontada;

* Até mesmo o sistema Android, usado por bilhões de dispositivos, entrou na mira das autoridades.

O Google já anunciou que vai recorrer, como era de se esperar, mas o cerco jurídico vem se fechando. Analistas apontam que o DOJ (Dep. de Justiça dos EUA) poderá obter vitórias parciais, o suficiente para reorganizar o mercado e encorajar novas tecnologias, como buscadores movidos a inteligência artificial.

O que pode mudar para os usuários? Google vai sumir?
Não. O Google não desaparecerá — mas poderá perder poder de controle sobre o que os usuários veem e como a internet funciona.

Concorrência vai aumentar?
Se os remédios forem efetivos, sim. Buscadores menores e sistemas publicitários alternativos terão mais acesso aos dados, nivelando o jogo.

Os preços de anúncios vão cair?
Possivelmente. Menos concentração significa menor poder de barganha do Google, o que pode beneficiar pequenos e médios editores.

A Apple vai trocar o buscador?
Não há garantias. Mas, sem o cheque bilionário anual do Google, a maçã pode reconsiderar seus contratos — ou até investir no seu próprio motor de busca.

O fim da era do monopólio invisível?
A era dos monopólios invisíveis da internet parece estar com os dias contados. O Google, que por anos operou como guardião absoluto das buscas e dos anúncios, agora se vê obrigado a prestar contas — e talvez se reinventar ou se dividir para sobreviver.

A história está sendo escrita nos tribunais, mas será nos bastidores políticos e nos dispositivos dos usuários que o verdadeiro impacto será sentido.

quarta-feira, 16 de abril de 2025

EUA temem nova diplomacia da saúde chinesa

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Em sua onda de cortes, Trump pretende suspender fundos da Gavi, aliança internacional de distribuição de vacinas. Na política, não há vácuo: com suas fábricas, China está bem posicionada para assumir apoio à imunização em países do Sul Global.


O governo Donald Trump planeja pôr fim ao apoio financeiro dos EUA à Gavi, uma iniciativa global para compra e distribuição de vacinas que imunizou mais de 1 bilhão de crianças desde seu lançamento em 2000.

Os Estados Unidos foram um dos seis países a oferecer as doações que fundaram a Gavi e atualmente são o terceiro maior contribuinte da iniciativa, fornecendo mais de 12% do financiamento. O governo norte-americano compromete esses fundos por meio de promessas plurianuais, que o Congresso então aprova em um cronograma anual. Se o governo levar o plano adiante, cortará uma doação americana de US$2,6 bilhões até 2030, mais da metade dos quais ainda não foram destinados à Gavi.

Embora o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, tenha anunciado em março que o governo havia finalizado sua revisão de projetos de ajuda externa, a decisão de descontinuar o financiamento da Gavi ainda pode mudar, à medida que as autoridades federais avançam em direção à implementação de suas medidas. Mas se o governo não mudar de rumo, a Gavi enfrentará desafios consideráveis ​​ao tentar esticar seu orçamento.

A perda do financiamento dos EUA pode deixar a Gavi com três opções para reduzir suas operações: interromper o financiamento do fornecimento de vacinas para alguns países beneficiários, reduzir o número de vacinas que a iniciativa apoia ou reduzir o financiamento para o desenvolvimento de vacinas e sistemas de saúde. Todas essas opções podem alterar significativamente a saúde e a expectativa de vida de quase 100 milhões de crianças e adolescentes em todo o mundo.

Ao recuar em seus compromissos com a Gavi, os Estados Unidos abrem caminho para a China expandir sua influência no mercado global de vacinas por meio de seus empréstimos estrangeiros, programas de ajuda e fornecedores de vacinas. Essa abordagem pode refletir a diplomacia de vacinas da China durante a COVID-19, quando forneceu vacinas a muitos países de baixa ou média renda que enfrentavam barreiras de acesso.

Quais países podem ser afetados?
A Gavi direciona sua ajuda aos mais pobres do mundo, apoiando apenas países com renda nacional bruta per capita recente inferior ou igual a US$1.820. O modelo de financiamento da Gavi compra e adquire vacinas em parceria com países de baixa renda, aumentando seus níveis de cofinanciamento à medida que a renda nacional aumenta. Assim que uma nação se torna rica o suficiente para se tornar inelegível, ela entra em uma fase de transição acelerada, um período de cinco anos em que o país aumenta seus gastos com vacinas até se autofinanciar totalmente.

Dos 54 países elegíveis para o apoio da Gavi, 11 se qualificam para o programa de transição acelerada, e esse subconjunto enfrenta as maiores consequências com a decisão dos EUA de interromper o financiamento.

Se esses países de baixa e média renda perderem a capacidade de financiar múltiplas vacinas simultaneamente devido ao corte de financiamento da Gavi, uma alternativa viável seria recorrer à China — para empréstimos, ajuda externa e os preços altamente concessionais que seus fornecedores de vacinas poderiam oferecer. Desde 2000, a China forneceu mais de US$89 bilhões em assistência cumulativa ao desenvolvimento para essas nações, todas membros de sua Iniciativa Cinturão e Rota. Aproximadamente US$1 bilhão desse total — pouco mais de 1% — foi alocado para assistência à saúde. Esses países já estão no foco estratégico da estratégia de influência externa mais ampla da China, inclusive no setor da saúde.


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Autoria: Prashant Yadav e Chloe Searchinger, no ThinkGlobalHealth  
Tradução: Guilherme Arruda

Projeto de Lei da Desonestia empaca na Câmara Federal

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A articulação da ministra Gleisi Hoffmann funciona bem, o Planalto enquadra base aliada e susta progressão do "PL da Anistia", que aqui preferimos chamar de "PL da Desonestia".

O Projeto de Lei da "Anistia" (PL 2858/2022), alcunhado também de “PL da Impunidade” por opositores do bolsonarismo e por alas do próprio governo, e que este Blog, aplicando um neologismo, chama de "PL da Desonestia" (tamanha a hipocrisia e falsidade de seus autores, sobre o tema dos condenados pelo terrorismo de 08/01/2023 e dos condenáveis futuros pelo STF, em especial o ex-presidente genocida) parece que está agora patinando em sua tentativa de entrar, em regime de urgência, na pauta de debates do Plenário da Câmara Federal. E grande parte do efeito obtido deve ser creditado a nossa conterrânea, de Curitiba, ministra Gleisi Hoffmann, da Articulação Política. Nos bastidores de Câmara e Planalto há reviravoltas.

Nosso estimado colega blogueiro Esmael Morais diz que o Palácio do Planalto está usando uma estratégia de “engavetamento estratégico”, que pode não ser estridulosa mas tem efeito. E isso com ajuda do próprio presidente da Câmara, dep. Hugo Motta (Republicanos-PB). Disse o paraibano: “Ninguém decide nada sozinho. É preciso responsabilidade”, fazendo os setores políticos se indagarem o que isso exatamente quer dizer.

Ora, até uma colunista conservadora do grupo Globo, a Miriam Leitão, denuncia e desmascara o tal do PL da "Anistia". Porque é muito descarada a tentativa desse Projeto de instituir a impunidade de quem praticou crimes variados, mais do que confirmados por evidências.

Os fascistas bolsonaristas da Câmara, buscando apressar sua tramitação, criaram um abaixo-assinado (requerimento) exigindo que ela se dê em "regime de urgência", no afã de colocar a salvo Jair Bolsonaro, diversos generais golpistas (Braga Netto, Augusto Heleno, entre outros) e uma curriola de outros capangas que tramaram a frustra tentativa de golpe de Estado de janeiro de 2023.  Com assinaturas de 262 corvos parlamentares, fizeram o que se pode chamar de uma "Lista do Golpe-2".  Pois, objetivamente, esse PL e outros elementos sendo usados pela extrema-direita fascista do país, buscam a continuidade do golpe.

Dessa vergonhosa "Lista do Golpe-2" constam 262 deputados/as, 21 deles do Paraná, e a maioria dos subscritores do requerimento do regime de urgência pertence a partidos da base do Governo Lula.  Ora, que história é essa de "acender uma vela a Deus e outra ao Diabo"?  Por isto, o Palácio do Planalto enviou um recado claro à base governista: quem traiu a confiança ao assinar o PL pode até ter buscado fazer "média" com os bolsonaristas, mas vai pagar o preço — seja em cargos, obras ou visibilidade política.  Parafraseando o título de antigo filme brasileiro: "Toda traição será castigada". E isto é absolutamente normal e justo, também em política.

Outro fator a obstaculizar a colocação em regime de urgência na pauta da Câmara é que já existem mais de 3 mil projetos aguardando na fila ANTES do "PL da Desonestia".  Assim, a extrema-direita bolsonarista golpista vai passar o feriadão de Páscoa/Tiradentes roendo as unhas de apreensão sobre o que virá nas próximas semanas.  

Confira aqui a lista completa dos parlamentares que tiveram o descaramento de assinar a "Lista do Golpe-2.
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Com informações do Blog do Esmael, incluindo foto.