A cada fase do mandato dos militantes do PSTU na Diretoria do Sinditest (2014-2015) vamos conhecendo melhor como funciona na prática a tal "democracia operária" propalada por esse partido.
No final de 2014, vimos a farsa de assembleias inventadas até dentro de UTI, Centro Cirúrgico do HC e num almoço de confraternização compondo a "paisagem" de um suposto Congresso da categoria dos TAE, tudo para modificar três itens do velho Estatuto do Sinditest e salvar o CNPJ da entidade. Sem qualquer diálogo com membros da Oposição sindical, só na base do tratorzão. Inclusive para - nesse farsesco Congresso - poder aprovar o aumento de 100% na mensalidade sindical.
Agora a Diretoria anuncia uma "segunda fase" de mudança do Estatuto do Sinditest. Publicaram uma proposta de Estatuto novo no site do sindicato na semana passada. Um documento de 80 artigos, em mais de 20 páginas. E querem aprovar o "pacote" estatutário na próxima sexta-feira (29), numa assembleia imediatamente antes de um almoço da categoria. Nas condições propostas, o debate da proposta de novo Estatuto não terá sequer duas horas para ocorrer. 80 artigos!
Pergunta-se: quantos, de uma base de mais de 6 mil pessoas, conhecem a proposta de Estatuto novo e debateram seus temas mais polêmicos?
Por exemplo, é proposto um tipo de "parlamento" (de "poder legislativo") na estrutura do sindicato, chamado Conselho Deliberativo, formado por delegados sindicais de base. Na intenção democratizante do movimento sindical, a proposta é boa. Mas é proposto que também integrem o CD todos os 25 membros da Diretoria Executiva (colegiada), com direito a voz e voto. Parece algo como se Dilma e seus ministros (Poder Executivo) tivessem assento no Congresso Nacional (Legislativo), com direito a voz e voto!
Isto para ficar apenas em um tema do novo Estatuto proposto. Há muitos mais, que exigem uma discussão mais profunda, paciente, sem atropelos. A Oposição Sindical tem sugestões a fazer sobre o texto lançado pela Diretoria do Sinditest, para contribuir de fato, não para travar a mudança necessária nesse Estatuto.
No tópico sobre "democracia operária", no site do PSTU, afirma-se que "As burocracias sindicais estrangulam a participação e poder de decisão das bases...". Ora, quer melhor estrangulamento do debate e da participação do que intentar aprovar um Estatuto de 80 artigos numa assembleia de 1 hora de duração imediatamente antes de um almoço "boca-livre"?
Isso, literalmente, transparece a intenção de nova tratorada da Diretoria PSTUísta, de enfiar seu projeto de novo estatuto, sem debate satisfatório, goela abaixo da base incauta de boa fé. Para engolir o projetão com farinha e mais o almoço de sexta-feira. Um método bastante parecido com o de certo deputado carioca presidente da Câmara Federal. Isso não é democracia sindical.
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