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sexta-feira, 15 de maio de 2015

Militante do PSol agride mulheres na Universidade Federal do Pará

Fazer o pugilato no terreno da luta de ideias, tudo bem.  Mas, sair do embate entre opiniões e propostas para partir para a agressão física é condenável, ainda mais dentro de uma Universidade. Ainda mais quando o gesto hostil parte de um homem contra mulheres. Todos os envolvidos são do campo de esquerda, aliás.

No começo de maio, na Universidade Federal do Pará, deu-se a disputa eleitoral pela direção do DCE da UFPA.  Concorreram várias chapas.  Na madrugada de 14 de maio, quando transcorria a contagem dos votos, o militante do PSol Pedro Maia, apoiador da Chapa 6 “Podemos”, quis tumultuar o local da apuração e, tentando invadir o recinto, acertou socos em mulheres estudantes apoiadoras da Chapa 4 (“Viração”), integrada por simpatizantes do PCdoB, PT e PDT.

O Blog do “Levante Popular da Juventude”, apoiador da Chapa 4, publicou Nota de Repúdio ao agressor, onde descreve:

“O ex-candidato a senador no Pará, PEDRINHO MAIA (Dirigente do PSOL/MES*), covardemente desferiu socos em duas mulheres militantes, uma do Levante Popular da Juventude e outra da UJS. Situação que deixou a todas e todos estarrecidos/as.  A agressão, devidamente denunciada, foi apenas mais uma das enormes práticas machistas e injustificáveis ocorridas durante todo o processo de disputa pelo DCE...”

Maria das Neves (foto acima), diretora nacional de jovens feministas da União da Juventude Socialista (UJS), narrou o seguinte em sua página de facebook:

“...até então não havia vivenciado momento tão lamentável no movimento estudantil. As agressões que sofri, junto com mais companheiras da UJS e do Levante Popular da Juventude, protagonizadas por apoiadores da chapa 6 (...), devem ser repudiadas e expurgadas dos espaços em que atuamos e da sociedade. O protagonismo das mulheres no movimento estudantil não tem volta! Hoje, temos mais mulheres dirigentes e não permitiremos que a força bruta e o machismo nos afastem da luta política(...). Quanto ao agressor, Pedrinho Maia (dirigente do MES/PSOL), é um criminoso confesso. E exigiremos justiça!”.

Em seu perfil de facebook, o agressor Pedro Maia desfia a desculpa esfarrapada:
"Estive na noite de ontem na apuração da eleição ao diretório central dos estudantes da Ufpa para apoiar os companheiros da juventude. Durante a apuração, o grau de tensionamento estrapolou [sic] os limites políticos acabando por fim chegando a agressão física. Houve um tumulto, ao qual intervi [sic] e acabei recebendo um soco de um companheiro homem de outra organização. Ao reagir a essa agressão, tentei revidar no mesmo companheiro homem, o que infelizmente, acabei também por agredir uma companheira mulher, de forma não intencional. O fato de não ter sido intencional, não retira minha responsabilidade com o ocorrido..." 


Com tanta confusão, a Comissão Eleitoral do DCE decidiu anular todo o processo eleitoral.  Espera-se que o agressor seja devidamente enquadrado e que lamentáveis práticas de violência contra mulheres sejam banidas do movimento social, tanto quanto se luta para que sejam banidas de toda a sociedade brasileira.
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(*)MES: sigla de Movimento Esquerda Socialista, uma das numerosas correntes internas do Partido Socialismo e Liberdade.


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