Um Manifesto assinado por docentes de Sociologia da UFPR foi publicado hoje no perfil da rede Facebook da professora Maria Tarcisa Bega, ex-vice-reitora da mais antiga universidade brasileira, com tom de "repúdio à estratégia de certos atores para subjugar instituições públicas aos seus interesses partidários e econômicos, sustentados por argumentos parciais e distorcidos, quando não de inspiração fascista."
Tomadas de posição similares estão acontecendo em todas as Universidades Públicas do país, por parte de professores, alunos e servidores técnicos, refletindo a consciência crescente sobre a ameaça golpista em curso no Brasil sob o disfarce de "impeachment constitucional".
O mundo acadêmico e político toma conhecimento de que uma derrubada de Dilma e da esquerda do Executivo Federal, com a ascensão de Michel Temer e Eduardo Cunha do PMDB, pode redundar na aplicação de políticas tais como as enunciadas no documento "Ponte para o Futuro" (do PMDB, divulgado em outubro passado).
Este documento foi analisado em detalhe pelo senador Roberto Requião, que, entre outros, faz o seguinte alerta:
"[O documento 'Ponte para o Futuro' propõe] Novo regime orçamentário, com o fim de todas as vinculações de receitas. Dito dessa forma, parece uma medida burocrática. Mas é simplesmente o fim de todo o modelo de financiamento da Educação e da Saúde Pública brasileira."
Em razão disso e do risco de golpe, também os servidores técnicos e os estudantes se mexem para criar Comitês pela Democracia, para lutar contra o retrocesso. A reunião dos técnico-adminstrativos está marcada para 01/04, a partir das 09h00, na sede social do Sinditest e a reunião dos estudantes, comandada pela UPE, será no mesmo dia, às 19h00, na sala 405 do Edifício D. Pedro I-Reitoria. Todos estão convidados para esta luta.
Confira abaixo a íntegra do Manifesto da UFPR e os docentes subscritores:
Os abaixo-assinados, docentes do Departamento de Sociologia da Universidade Federal do Paraná, manifestam repúdio à estratégia de certos atores para subjugar instituições públicas aos seus interesses partidários e econômicos, sustentados por argumentos parciais e distorcidos, quando não de inspiração fascista. Somos favoráveis à investigação de todas as formas de corrupção, pois disso depende o aperfeiçoamento e consolidação do processo democrático no Brasil. Mas somos veementemente contrários à instrumentalização arbitrária de recursos jurídicos, políticos e midiáticos com o objetivo de fragilizar e afastar a Presidenta da República, desrespeitando resultados das eleições presidenciais e ameaçando conquistas sociais recentes.
Manifestamos nosso apoio ao Estado democrático de direito!
Curitiba, 29 de março de 2016."
Rodrigo Czajka; Alexandro Dantas Trindade; Maria Tarcisa Silva Bega; Alfio Brandenburg;
Pedro Rodolfo Bodê de Moraes; Ana Luisa Fayet Sallas; Maria Aparecida da Cruz Bridi; Ricardo Costa de Oliveira; José Luiz Fernandes Cerveira Filho; Miriam Adelman; Osvaldo Heller Silva; Simone Meucci; Angelo José da Silva; José Miguel Rasia.
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