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terça-feira, 1 de março de 2016

Ignorar o sistema eletrônico de controle de ponto até tudo se acertar entre servidores e reitoria

Que o pretendido sistema de eletrônico de controle de frequência na UFPR tem furos, falhas e inconsistências, é já de conhecimento da maioria.  É sabido tambem que a própria Reitoria emitiu comunicado, em 26/02/2016, informando sobre seguidos prazos para corrigir "dificuldades ou falhas" desse mesmo sistema, até 5 de julho!  Veja-se o trecho dessa matéria:


"O mesmo procedimento será adotado ao longo dos meses de abril, maio e junho, com a incorporação gradual e progressiva de ajustes para reduzir as inconsistências e minimizar as dificuldades. Novamente, correções poderão ser incorporadas até 5 de maio, 5 de junho e 5 de julho, com relatórios de acompanhamento em 15 de maio, 15 de junho e 15 de julho. Eles serão sempre debatidos com as unidades."


No final dessa mesma matéria, algumas palavras para "tranquilizar" a comunidade de trabalhadores técnicos, referindo-se a um certo "espírito amistoso" entre dirigentes e dirigidos, o qual se manifestaria na "declaração de que servidores não serão penalizados, nos casos de eventuais dificuldades ou falhas."

Ora, pois, se há prazos até julho e se é declarado que servidores não serão penalizados enquanto não se acertam os problemas, por que a ofensiva até alarmista da Reitoria sobre todos os TAE da UFPR quanto ao prazo de 1. de março?


Com base nestas considerações e também outras de natureza administrativa e política, a Assembleia Geral de servidores, reunida no pátio da Reitoria com mais de 200 pessoas na manhã de hoje (01/03), aprovou algumas diretivas.  

Foi votada a orientação de que o sistema eletrônico na intranet da UFPR não seja usado e que se mantenha o controle de frequência manual feito atualmente.  Que as jornadas de 30 horas que já se vinham dando, seja por reconhecimento formal (da Comissão do CoUn) como de fato, prossigam sendo cumpridas e registradas como até agora.  Isso até que estejam sanadas em definitivo as desinteligências entre Reitoria e categoria dos TAE quanto ao modo de controle da frequência e resolvidos todos os processos sobre mudança de jornada hoje em análise na Comissão do CoUn.


Um novo dia de paralisação, com concentração no pátio da Reitoria para assembleia, foi chamado para 10 de março, pois nessa data o CoUn estará reunido para debater a questão 30 horas/Ponto.

Os debates na assembleia do sindicato correram num clima de construção da unidade para a luta, embora em certo momento ficasse perceptível que, mesmo dentro da diretoria do Sinditest, não há um consenso sobre a própria forma de levar a luta e seu eixo principal.  Dizemos isto porque este Dia de Paralisação foi chamado em torno de 3 eixos: 30 Horas/Ponto eletrônico; Preço do RU; e os problemas crônicos do HC/EBSERH.


Perto do final da assembleia, houve quem quisesse decretar ali mesmo o início de uma greve geral por tempo indeterminado.  Outros oradores propuseram início desse tipo de greve para dias 7, 10 ou 14 de março.  Ao final se aprovou a manutenção do "estado de greve", para reavaliação na assembleia de 10/03 e indicativo de possível greve a partir de 14/03.  A grande questão, entretanto, não definida, é: qual o eixo principal de uma eventual greve por tempo indeterminado?  Os três são principais ou o fundamental é o das 30 horas?

Eixo principal de um movimento é aquele pelo qual a ampla maioria dos trabalhadores entra na luta e - feitas as negociações essencialmente em torno dele -  define o encerramento da batalha. Caso contrário, pode dar confusão tanto para negociar como para decidir pelo final de uma greve.  E isso não ficou bem esclarecido nesta assembleia.

Um comentário:

Relojoeiro disse...

A ofensiva alarmista, e muito da história do ponto eletrônico está no
Inquérito Civil Público 1.25.000.002948/2008-31 que pode ser consultado no site abaixo.


http://www.transparencia.mpf.mp.br/atuacao-funcional/consulta-judicial-e-extrajudicial?numProc=125000002948200831&tipoExp=1

Consultem os documentos disponíveis lá para ver o que move a reitoria.