Assisti à “entrevista” do “líder” do "Vem pra Rua” no Roda Viva (23/3), aliás um festival de levantadas de bola para a nova celebridade. Para dizer, entre outras pérolas, que foi Lula quem inventou esta história de “pobres contra ricos” e “empregados contra patrões” no Brasil, o que daria para ganhar um troféu de ignorância histórica e cara de pau política. O vídeo está na internet.
Por Fernando Brito, no Blog Tijolaço
Como eu sou um cara curioso, fui descobrir coisas que seus intrépidos entrevistadores da TV Cultura e das páginas amarelas da Veja não cuidaram de saber. Aliás, como não cuidaram quando, em 2013, apresentaram um dublê da Globo como líder dos coxinhas.
Por exemplo, que Chequer vivia, até poucos anos atrás, nos Estados Unidos. E desde 2004, pelo menos, porque é o endereço de 101 Summer Street, Stamford, Connecticut que dá à Junta Comercial de São Paulo na abertura da empresa Frida Participações, em 2004.
E que lá era sócio de uma empresa chamada “Atlas Capital Manegement“, até 2011, junto com David Chon e Harry Kretsky, que geria fundos de investimento. Um deles, o Discover Atlas Fund com US$ 115 milhões em ativos, segundo o site Institutional Investitor.
Não se sabe por que cargas d’água Rogério deixou o empreendimento, mas há um processo aberto contra ele e os sócios pelo fundo de hedge Discovery Capital Management na Corte Distrital do estado americano de Connecticut, de 2012. Kretsky e Chequer, segundo a reportagem do Investitor trabalharam lá e é bem coincidente o nome do principal fundo que geriam (Discover x Discovery).
O mesmo ano em que foi admitido na empresa por onde hoje se apresenta, a Soap Comunicações, especializada em apresentações de negócios.
De qualquer forma, seja por ter tido problemas nos negócios financeiros nos EUA, seja por ter sido acometido por uma terrível saudade do Brasil (não é?), Chequer voltou não faz muito tempo para cá e já lhe dão a janelinha.
Ele, como qualquer pessoa, tem o direito de se manifestar. Mas quando o tornam uma figura pública, uma “referência nacional”, o que ele faz, fez e qual é a sua trajetória passa a interessar e é dever dos jornalistas informar, salvo se não tiverem interesse em saber de onde vem o personagem que promovem nacionalmente.
Como é direito da gente perguntar: será o "Vem para a Rua" traduzível como Go to Street?
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