O debate na Globo reforçou a possibilidade, ainda que remota, de Dilma vencer ainda no primeiro turno, conquistando a maioria dos votos dos indecisos; e a possibilidade de que, havendo segundo turno, o adversário da presidente seja Aécio Neves. Trocando em miúdos, Marina Silva — claramente abatida — foi a grande derrotada da noite.
Luciana Genro fez, no conjunto, a melhor apresentação no debate da TV Globo. O ponto alto foi quando massacrou, com argumentos, o candidato Levy Fidelix, quando ambos discutiram a união civil de homossexuais. Fidelix, aliás, também apanhou no tema de Eduardo Jorge, do PV, de tal forma que saiu completamente transtornado da discussão.
Fidelix, como se sabe, marcou o debate anterior, na TV Record, ao dizer grosseiramente que “o aparelho excretor não reproduz”.
Dilma Rousseff teve uma boa atuação, especialmente porque conseguiu conectar seu discurso com o que os telespectadores haviam visto, horas antes, no último programa eleitoral do PT. A ênfase do programa foi no convencimento dos eleitores de que Dilma, afinal, representa a “verdadeira mudança”. O marqueteiro petista conseguiu adiantar a ideia de que Dilma tem a experiência para mudar com segurança. O ex-presidente Lula apareceu duas vezes no programa. Numa delas, repetiu o discurso de que seu segundo mandato foi o melhor que o primeiro.
A presidente começou bem, se adiantando às críticas de oposicionistas sobre a corrupção. Discorreu sobre as medidas que tomará para combatê-la. Dilma não fugiu a confrontos. Quando teve a oportunidade, escolheu o enfrentamento direto com Marina Silva e Aécio Neves.
Emplacou um ponto importante ao dizer que, se os eleitores querem a continuação dos programas sociais — que os adversários Marina e Aécio prometeram continuar –, o melhor a fazer é reelegendo quem os concebeu.
O ponto alto de Dilma foi quando enfrentou Marina na questão da independência do Banco Central. “Eu sugiro que a senhora leia o que está escrito em seu programa”, alfinetou a presidente, antes de descrever os prejuízos que o BC legalmente independente acarretaria.
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