Para o horário em que ocorreu, o debate da Globo teve até boa audiência, chegando a 19 pontos no Ibope – isso para quem acredita no Ibope, claro. Mas, seja como for, até por conta da proximidade da eleição, o debate foi assistido ao menos pelos setores das classes média e alta que podem ir dormir por volta das duas da manhã.
Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania
Claro que os efeitos de um debate como aquele não se restringem a quem assistiu. Durante a campanha, os candidatos levam trechos para seus programas eleitorais, onde fazem a edição que interessa a cada um. Mas como o debate da Globo ocorreu após o término da propaganda eleitoral no rádio e na tevê, caberá à mídia, à blogosfera e às redes sociais destacarem o que quiserem.
Entretanto, apesar da tendenciosidade que previsivelmente guiará a grande mídia e até as mídias alternativas, com cada um puxando a sardinha para o seu lado, não se verá em 2014 o que se viu, por exemplo, em 1989, quando a Globo fez uma edição criminosa do debate entre Fernando Collor e Lula, privilegiando o primeiro. A política, hoje, não comporta mais tais armações.
Antes do debate da Globo, em blogs e em grupos nas redes sociais simpáticos a Dilma, muitos advogavam a tese de que a presidenta não deveria comparecer ao debate da maior emissora do país porque esta lhe prepararia alguma armadilha ou favoreceria alguma armação de algum adversário. Porém, nada disso aconteceu.
Apesar dos momentos tensos, como quando Luciana Genro e Eduardo Jorge chegaram a dizer a Levy Fidelix que ele cometeu um crime ao insultar e caluniar milhões de homossexuais em rede nacional, ou quando Dilma e Marina, Marina e Aécio, Luciana e Aécio bateram boca, não houve vencedores.
Ou melhor, um dos debatedores foi poupado: o “pastor” Everaldo, que permaneceu no ataque, mas não foi atacado por ninguém. Talvez por isso tenha perdido, em vez de ganhar, pois foi solenemente ignorado por todos, apesar de atacar Dilma sistematicamente, assim como Levy Fidelix.
Aliás, foi nesse ponto que Aécio e Marina perderam ao fazer “dobradinhas” com os dois “candidatos da família”. Muita gente racional e integrante do século XXI por certo não gostou de ver tanto Aécio quanto Marina de mãozinhas dadas com Fidelix e Everaldo, atacando Dilma.
Todos apanharam muito. Aécio, após a primeira ofensiva contra Dilma, na sequência encarou Marina, que acusou o cinismo do tucano, que cobra corrupção dos outros mas tem várias pendências nessa questão – acusa o mensalão petista, mas finge que não existe o mensalão tucano. Em resposta, Aécio apontou as contradições de Marina, referendando o que diz Dilma sobre a adversária.
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