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terça-feira, 25 de agosto de 2020

Debate da Reitoria: microcosmo da tertúlia autoritária bolsonarista versus universo do diálogo ricardiano

Reta final da consulta direta para eleição à Reitoria da UFPR 2020-2024: hoje (25) ocorre o último debate entre as chapas 1 e 2, às 16h30, nos canais da CPC. Depois, esforços finais de campanha das chapas buscando convencer a comunidade para suas posições e a eleição virtual em 1 e 2 de setembro. 

Desde princípios de julho, quando as chapas inscritas “UFPR Forte” (1) e “UFPR de Todos Nós (2) lançaram-se à conquista dos votos de alunos, professores e técnicos, foi ficando claro o contraste entre dois pólos antagônicos. De um lado, a chapa direitista dos professores Horácio Tertuliano e Ana Paula revelando, sem maiores véus, seus posicionamentos muito alinhados com a linha do desgoverno fascista de Jair Bolsonaro, de seus intentos privatistas e de cerceamento da autonomia das Universidades Públicas. 

De outro lado, em postura diametralmente colocada, a Chapa 2, “UFPR de Todos Nós”, que postula a reeleição do reitor Ricardo Marcelo e vice-reitora Graciela Bolzón, cuja gestão – ainda que passível de diversas críticas, como em ambiente democrático devem ser postas – sempre se posicionou, combativamente, em defesa da UFPR Pública Gratuita, de qualidade, autônoma e democrática, contra as ameaças do desgoverno Bolsonaro/Weintraub que vieram em 2019 e este ano. Haja vista, como apenas um exemplo, o debate amplo e aberto sobre o projeto weintraubiano chamado “Future-se”, fortemente rejeitado pela comunidade em 2019. 

O debate a ser realizado pelos canais da CPC (Facebook e Youtube) hoje, a partir das 16h30, deve deixar ainda mais claras essas imensas diferenças, demonstrando que, como também defende este Blog, a Chapa 2 de Ricardo e Graciela é a opção correta para a conjuntura atual da UFPR e do Brasil. Que todos e todas participem massivamente dessa última ocasião do confronto de opiniões e propostas. 

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Aproveitamos a postagem para republicar um vídeo bastante ilustrativo (editado pelo grupo estudantil Kizomba, segundo nos foi informado) do grau de obscurantismo que permeia a chapa 1, por exibir opiniões anticientíficas da “doutora” candidata a vice-reitora da Chapa 1, ex-diretora do Setor de Ciências Sociais Aplicadas, acerca da COVID-19. Nele, um professor do setor de Biológicas rebate a candidata da chapa 1. O vídeo demonstra como a ideologia bolsonarista, fanatizante, pode cegar até pessoas com doutorado universitário. 

Neste vídeo, note-se que: 

- a “Doutora” Ana Paula, que parece ter feito ocultamente alguma pós-graduação em Infectologia/Epidemiologia/Farmacologia em instituição incerta, dá sem titubear orientações sobre como lidar com a COVID-19; 

- a “Doutora” Ana Paula sequer sabe expressar de modo correto o gênero do termo “COVID-19”, pois usa-o no masculino, quando o termo refere-se à sigla em inglês “CoronaVirusDisease-19”, isto é, DoençA do Corona Vírus-19”, ou seja, o termo (doença) é feminino; 

- a “Doutora” esposa a mesma invencionice do fascista presidente norte-americano Donald Trump, que propagandeia que o novo coronavírus (SARS-CoV-2) teria sido desenvolvido em laboratórios chineses (com alegados fins de guerra geopolítica); 

- a “Doutora” confunde “guerra química” com “guerra biológica”; 

- a “Doutora” Ana Paula, confundindo-se, diz que não há “pesquisas em torno do COVID-19”, quando na verdade há centenas deles, publicados nas revistas especializadas do mundo todo, inclusive sobre medicamentos possíveis;

- a “Doutora” se auto-outorga a autoridade de prescrever que pessoas usem hidroxicloroquina “ao menor sinal de COVID-19”, como se pessoas sem formação médica devessem se autodiagnosticar e se automedicar com uma droga que não tem eficácia contra COVID-19, o que é atestado por centenas de estudos científicos no mundo já realizados até agora; 

- aparentemente, a “Doutora” Ana Paula vive com a cara afundada numa Harvard Business Review e jamais há de ter lido periódicos científicos mundialmente reconhecidos ligados à área da Saúde, como um New England Journal of Medicine (www.nejm.org), o The Lancet (thelancet.com), a Nature (nature.com), a Science (sciencemag.org), cujas centenas de artigos em 2020 jamais demonstraram qualquer eficácia em COVID-19 de drogas como cloroquina e ivermectina. Aliás, até a Harvard Business Review tem uma seção especial sobre COVID-19 e corrobora os periódicos anteriormente citados. 

Esse o nível “científico” da Chapa 1, que se pretende dirigente da Universidade mais antiga do Brasil. Poupem-nos de tanta “ciência” e “competência”.

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