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domingo, 9 de agosto de 2020

Os dois combates de Flávio Dino


Num país em que a esquerda abandonou o debate de projetos, para se enredar nas tramas do eleitoralismo, quem ousa outro caminho corre o risco de ser mal interpretado. Há duas semanas, o governador do Maranhão, Flávio Dino, propôs uma frente democrática, para enfrentar o autoritarismo e os retrocessos e reabrir espaço para a crítica e a transformação social. 

Antonio Martins - Site Outras Palavras

O que teria em mente? – perguntou-se. Uma candidatura em aliança com a direita “civilizada”, que combate Bolsonaro mas ajuda a impor o neoliberalismo? Oferecer-se ao PT como plano B, diante do possível impedimento de Lula?

Ao entrevistar Flávio Dino, em 31 de julho, fiz-lhe, em tom maroto, esta provocação. Respondeu-a com tranquilidade. Não procurou afastar a eventual postulação. Mas sustentou que seu objetivo é reacender o debate político esmaecido – porém indispensável – sobre como resgatar a sociedade brasileira do caminho infeliz por que enveredou.

Flávio Dino tem duas opiniões centrais, neste debate. Ele propõe – e o faz de forma clara – reunir todas as forças necessárias para enfrentar a ameaça de fascismo. Cabem neste desenho os esforços do ministro Alexandre de Moraes para desbaratar as milícias, digitais ou armadas. As seguidas ações da OAB (que, em 2016, apoiou o impeachment de Dilma) contra os ataque de Bolsonaro à democracia. Ou mesmo os gestos pontuais de resistência ensaiados por governadores que nada têm de esquerda.

Não significa acreditar – frisa Dino, com uma metáfora que lembra a dos “companheiros de viagem” – que as diferenças de projetos acabaram; que estes aliados, indispensáveis para preservar as liberdades, possam somar forças também na busca de novos rumos para o país. Isso cabe a outros atores. Mas quais?

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