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sexta-feira, 28 de novembro de 2014

EUA votam na ONU contra o “combate à glorificação do nazismo”

Enquanto se multiplicam os protestos nos Estados Unidos contra a decisão do júri que livrou de julgamento o policial que matou o jovem negro Michael Brown, que já levou mais de 400 pessoas à cadeia na cidade de Ferguson, no estado sulista do Missouri, e em outras regiões dos Estados Unidos por protestar, a diplomacia acaba de marcar um “golaço” na luta contra o racismo.

Por Fernando Brito, no Blog Tijolaço

Gol contra, fique claro.

É que na sexta-feira a Assembléia Geral da ONU votou uma declaração “contrária à glorificação do nazismo e outras práticas que contribuem para alimentar formas contemporâneas de racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância”.

O resultado, claro, foi de aprovação esmagadora: 126 votos a favor e três contrários, com 50 abstenções.

Os três votos contrários?

Estados Unidos, Canadá (que sempre o acompanha) e o pequeno arquipélago de Palau, na Oceania, que se declarou “estado associado” aos EUA, embora 99% dos americanos nem saibam da existência daquelas ilhotas paradisíacas, que só viraram notícia por causa de um relatório que a apontou como maior consumidora de maconha per capita do mundo.

Para quem duvidar, está aqui a folha de votação, no site das Nações Unidas.

É bom saber, para quem duvidou da matéria da BBC, de que por lá se pagam pensões a acusados de crimes de guerra na Alemanha.

É impressionante como o isolacionismo diplomático dos Estados Unidos só é comparável ao seu intervencionismo bélico.

Um país que deu milhares de vidas ao enfrentar a Alemanha nazista, que é presidido por um negro, que se constituiu com imigrantes do mundo inteiro e que tem décadas de avanço em reconhecimento dos direitos de orientação sexual, votar contra uma resolução destas?

É, nada para desagradar a cada vez mais forte direita interna e que atrapalhe o flerte com os movimentos neonazistas no Leste Europeu (Albânia, Bósnia, Bulgária, Ucrânia, República Checa, Eslovênia e Hungria, entre outros, se abstiveram).

Parece o PSDB com os “pró-ditadura” da [Avenida] Paulista.
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Fonte: Texto e ilustração do Tijolaço, em 27/11/2014

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