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segunda-feira, 30 de junho de 2025

Lesmas marinhas roubam cloroplastos para lanchinho

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Lesmas marinhas do gênero Elysia são verde-claras 
porque estocam cloroplastos, as organelas
 intracelulares que produzem energia nas plantas

Lesmas marinhas "energizadas pelo sol" (Elysia crispata) roubam o equipamento de fotossíntese de algas e o estocam para usar como fonte de energia em dias chuvosos. As lesmas armazenam essas ferramentas roubadas, chamadas cloroplastos, em depósitos especializados dentro de suas células - apelidos de "cleptossomos". No dia-a-dia, os cloroplastos ajudam as lesmas a produzir nutrientes usando a energia da luz solar (como fazem as plantas terrestres). Mas, se a coisa fica complicada, os produtores dessa energia viram comida: a lesma digere-os e absorve os nutrientes resultantes. Usando este artifício, pesquisadores descobriram que a Elysia pode sobreviver por até quatro meses sem outra fonte de alimento.
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Ato flopado na Paulista enterra Bolsonaro

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O ato na Avenida Paulista neste domingo (29/6) em defesa de Jair Bolsonaro e de outros réus golpistas foi um autêntico fiasco – flopou, como dizem os internautas. Segundo o Monitor do Debate Político do Cebrap e da ONG More In Common, que usa imagens captadas por drones e cálculos com Inteligência Artificial, ele reuniu 12,4 mil pessoas. A baixa presença foi sentida pelos próprios organizadores da manifestação, que não esconderam seu abatimento.

Comparado com outros atos bolsonaristas, o fracasso fica evidente. Em fevereiro de 2024, no primeiro ato no mesmo local pela anistia dos vândalos que invadiram e destruíram as sedes dos Três Poderes, o Monitor contabilizou 185 mil presentes. Já em abril deste ano, também na Avenida Paulista, a mobilização fascistoide despencou para 44,9 mil presentes. O ato em Copacabana (RJ), em março passado, também ficou abaixo das expectativas, com 18,3 mil participantes. E o de Brasília, em 7 de maio, foi pior ainda, com apenas 4 mil “patriotários”.


A desculpa esfarrapada de Sóstenes Cavalcante
O fiasco, porém, não conteve a loucura bolsonarista. Como postou o deputado Lindbergh Farias, líder do PT na Câmara Federal, “o ato foi um fracasso. Mas sobrou delírio... No ato esvaziado da Paulista teve reza, teoria da conspiração, ataques ao STF, defesa de golpistas e até pedido de sanções contra o Brasil”. Já a revista Fórum registrou que, entre os aloprados, “chamavam atenção cartazes em inglês, bandeiras de Israel e figuras caricatas”.

Diante do fracasso, alguns milicianos bolsonaristas, já tão acostumados a difundir fake news, apresentaram as desculpas mais esfarrapadas. O deputado federal Sóstenes Cavalcante, líder do PL na Câmara, atribuiu à falta de grana no fim do mês e ao jogo entre Flamengo e Bayern de Munique nas oitavas de final da Copa do Mundo de Clubes. “É o penúltimo dia do mês e o nosso povo vem sempre pagando passagem, mais as despesas de Uber”, reagiu cinicamente.

Se o ato da Avenida Paulista pretendia demonstrar força diante do Supremo Tribunal Federal (STF), que entra na fase final do julgamento dos 32 chefões da trama golpista, ele pode ter representado um tiro no pé. Muitos oportunistas presentes neste domingo já trabalham com a ideia do enterro político de Jair Bolsonaro. Tarcísio de Freitas, o “bolsonarista moderado” da Folha que governa São Paulo, já não esconde seu desejo de ficar com o espólio do finado.
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Fonte: Blog do Miro

sexta-feira, 20 de junho de 2025

Fábulas fabuliciosas

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Após suarentas escavações no gelado deserto de Ohlesnonc-RPFU, no extremo mais sul da Patagônia, foram ali descobertas múmias datadas pelo método do carbono/silício/nióbio-28 do ano de 2025, cujos curiosos utensílios incluíam obsoletíssimos laptops do século 21 e símile-papiros com glifos do aparente antigo idioma português brasileiro.

Depois de extensivas análises pela IAIPC (Inteligencia Artificial Inteligente Pra Cacete), pôde-se traduzir dos papiros alguns diálogos do suposto ano de 2025, que buscamos facilitar em linguagem novicientífica como segue, de uma reunião de um certo Conselho Superior da Universidade Federal do Paraná, tanto o estado como a universidade entes extintos depois da Revolução 7.2, da Virada Tecnológico-Política de 2125:

“Conselheiro TAE:
-Sr. Presidente do CoUn, queremos denunciar aqui o problema dos RU’s da UFPR. Há reclamações dos usuários sobre a má qualidade das refeições servidas, em que praticamente todos os dias só se serve frango. Conforme ironizou aquele Blog, nossos RU’s estão parecendo filiais da lanchonete “Los Pollos Hermanos” da série “Breaking Bad”! Além disso, os trabalhadores da empresa contratada pela UFPR estão insatisfeitos e fazendo mobilização pelos salários! O que nos diz Sua Santidade, presidente do CoUn?”

“Presidente do CoUn, nervoso no teclado do laptop:
-Agradeço o informe da conselheira TAE e antecipo que estamos nos virando para tentar resolver essa demanda. Com a palavra, o conselheiro Acácio, da APUFPR”.

“Conselheiro Prof. Acácio:
-Penso que devemos analisar a fundo esse problema e resolver da melhor maneira possível. Afinal, estamos aqui para montar Comissões de Resolução das Questões Que Não Queremos Resolver de Imediato Aqui”, certo?

“Conselheiro TAE:

-Egrégios partícipes deste colendo Colégio, quero, a par do problema dos RU’s, levantar mais uma questão, esta bastante séria porque planetariamente abrangente. Trata-se do ataque do tirânico presidente atual dos EUA contra a Ciência e contra suas próprias Universidades, com destaque para a Harvard University, que resistiu às agressões de Donald Trump, um sujeito que já tem indícios de pré-demência (como atestam psiquiatras e neurocientistas sérios dos EUA e do mundo). Peço que este ilustre colegiado manifeste ativo apoio e solidariedade tanto a Harvard como às demais instituições universitárias dos EUA contra as agressões fascistas de Trump, e o faça através de moções públicas solidárias a partir deste Conselho Superior.”

“Presidente do CoUn, hesitante:
-Bem, prezada conselheira, vamos analisar e considerar sua proposição…”

Neste ponto, os papiros descobertos estão danificados demais e não conseguimos saber o desfecho das questões ali tratadas em 2025.

"Salvador, capital da República Mundial, 20 de junho de 2129."
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Fonte: Scientific LatinoAmerican Review on Archaelogic Studies

quarta-feira, 18 de junho de 2025

"Roqueiro ameixa seca!" "Corrupto e incompetente!" Cada vez mais feia a briga entre Bruce Springsteen e Trump

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Eles tem algumas semelhanças. O roqueiro Bruce Springteen e Donald Trump - pessoas na casa dos 70 anos, morando em New Jersey e com grandes eleitorados entre homens brancos de meia-idade e mais velhos. E, ambos, em muitos diferentes aspectos, são lideranças.

Param por aqui as similitudes.

O veterano roqueiro, há muito oponente político do presidente, colocou-se como um dos críticos culturais mais proeminentes de Trump na semana passada (maio) com um discurso feito num palco britânico.

E, como é de sua natureza, Trump está devolvendo - e duro. Ele chama Springsteen de "roqueiro que virou uma ameixa seca", e está também arrastando a cantora Beyoncé para a briga.

Na segunda-feira, 19/05, o presidente sugeriu que Springsteen e Beyoncé deveriam ser investigados para verificar se as aparições que fizeram apoiando sua oponente democrata, Kamala Harris, no outono passado, representaram doação ilegal de campanha.

Na abertura de uma tour em Manchester, na Inglaterra, Springsteen falou para sua plateia que "A América que eu amo, a América sobre a qual escrevi, que foi uma baliza de esperança e liberdade ao longo de 250 anos, está atualmente nas mãos de uma administração corrupta, incompetente e traiçoeira".

E acrescentou: "Esta noite eu peço a todos que acreditam na democracia e no melhor de nossa experiência norte-americana para que se ergam conosco, elevem suas vozes contra o autoritarismo e permitam que ressoe a liberdade".

Na legenda da charge da revista "The New Yorker", ele pergunta para ela: "Será que ir a um concerto do Bruce Springsteen contará como ativismo político agora?"

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Fonte: The Associated Press * 20/05/2025

HexaNitrogênio (N6) é a molécula mais energética já sintetizada até hoje

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Cientistas identificaram a primeira molécula estável de nitrogênio depois do bem conhecido, bom e velho dinitrogênio (N2), que compõe a maior parte da atmosfera da Terra. O HexaNitrogênio, por óbvio, tem seis átomos de Nitrogênio, mas "é mais como duas vezes o N3 do que três vezes o N2", explica o químico Artur Mardyukov, co-autor da pesquisa. Este arranjo de seis átomos de nitrogênio interligados dá ao N6 um ponto fraco bem no meio da cadeia, e por isso ele só é estável em temperaturas extremamente baixas.

"Este trabalho é espetacular e, em minha opinião, é digno de um prêmio Nobel", diz o químico Karl Christe. Mas nem pense em um frasco de hexanitrogênio para o seu estoque de Natal: quando a molécula se quebra, libera o dobro de energia que o HMX, o mais poderoso explosivo químico do planeta.
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Fonte: Nature Briefing/Chemistry World.

terça-feira, 17 de junho de 2025

Brincando com a democracia na parada militar

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São já quase cinco meses do segundo mandato de Donald Trump, e ele não está apenas cada vez mais transformando os EUA em uma autocracia com sua interminável corrente de abusos do Poder Executivo, mas também desperdiçando quantias significativas do dinheiro dos contribuintes enquanto desfruta dessa condição.

Na capa da edição de 23/06 da revista "The New Yorker", o artista David Plunkert faz uma charge mostrando mais um dos últimos excessos do presidente: o desfile militar para celebrar o aniversário de 250 anos do Exército, que coincide com o aniversário de 75 anos de Trump, em 14/06, que vai custar cerca de 45 milhões de dólares.

Imagens podem ser bons veículos para a ironia. "O Monumento de Washington [obelisco, com uma pirâmide no topo] levantando-se alto no pano de fundo é um bom contraponto de granito ao chapeuzinho de festa de Trump", graceja Plunkert.
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Fonte: The New Yorker

segunda-feira, 16 de junho de 2025

Filho (daP) de golpista, golpista é!

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O ex-dono da extraordinária lavanderia de “chocolates”(*) senador Flávio Bolsonaro acaba de dar declaração inaudita e espantosa. Em entrevista, o fascista Flávio diz que seu pai e a matilha que ainda o segue (porque muitos já desistiram, ao verem como ele é covarde, depois de seu depoimento caricato no STF na semana passada) apoiarão algum candidato a presidente da República em 2026 se, e somente se, esse candidato(a) se comprometer, em caso de vitória eleitoral, a conceder indulto ao pai genocida inelegível.  Isto é, que esse suposto futuro presidente da extrema-direita, em 2027, tiraria o genocida da cadeia.

E mais: na hipotética e improvável situação em que esse futuro presidente da extrema-direita concedesse o indulto para livrar Bolsonaro da cadeia, ele, o presidente, deverá impedir que o STF derrube a concessão do indulto – por bem ou por mal, isto é, na marra.

Ou seja, o STF - usando prerrogativa legal, impedindo essa absurda soltura de Bolsonaro - seria ameaçado mera e simplesmente de ser golpeado, de ter a sede invadida, juízes presos, e outras barbaridades. Leia-se: GOLPE. Esses fascistas continuam apostando no golpismo. Ora, uma declaração gravíssima e inaceitável como essa do senador merece ser veementemente criticada por todos os setores democráticos e também pela mídia ainda decente. Veremos isso?

Trata-se de mais um capítulo da trama golpista que insiste em rondar a democracia brasileira. Ao sugerir o uso da força contra o STF, Flávio ataca diretamente o Estado Democrático de Direito, afronta a independência entre os Poderes e escancara ainda mais o desprezo da família Bolsonaro pelas regras do jogo democrático.

A defesa de impunidade por meio de ameaças é prática de regimes autoritários, não de uma república democrática. A sociedade brasileira deve estar alerta: essa fala não é isolada — é parte de uma estratégia para manter um projeto autoritário vivo. É dever do Congresso, das instituições e de todos os democratas reagirem com firmeza. A democracia não pode ser refém de ameaças nem de chantagens.
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Com informações do Instagram da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ).
(*)Foi denunciado que Flávio Bolsonaro mantinha uma loja de chocolates Copenhagen no Rio de Janeiro, a qual serviria de fachada para “lavar” dinheiro oriundo do crime de peculato das “rachadinhas”, escândalo que a familícia Bolsonaro conseguiu abafar.

Bolsonaro a caminho das quatro linhas... do cárcere

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Bolsonaro e demais réus do dito “núcleo crucial” da investida golpista saem da fase do interrogatório e ficam mais próximos da necessária condenação.

Com o encerramento do interrogatório dos réus do “núcleo crucial” dos crimes de tentativa de golpe de Estado, na terça-feira, 10/6, a chamada fase de instrução do processo entra em reta final. Resta ainda o recurso a novas diligências, pelas defesas, como oitivas de citados nos depoimentos, que passarão pela avaliação do ministro Alexandre de Moraes, o relator do caso na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).

A próxima etapa será a das alegações finais, que antecede a marcação do julgamento. A condenação ou absolvição do ex-presidente de extrema-direita, Jair Bolsonaro, e de seu círculo mais próximo, será dos ministros que compõem a Primeira Turma – além do relator, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Luiz Fux. Será a conclusão do processo sobre a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), prevista para antes do término do ano, possivelmente entre setembro e outubro.

Além de Bolsonaro, foram ouvidos o coronel Mauro Cid – o ex-ajudante de ordens do ex-presidente que delatou a trama golpista; o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), que, durante o governo Bolsonaro, comandou a Agência Brasileira de Inteligência (Abin); o almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha; e os ex-ministros Anderson Torres, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto.

Os interrogatórios não trouxeram novidades, mas revelaram a presença dos acusados em reuniões para discutir a chamada “minuta do golpe”. Fizeram também referências aos “considerandos” – a parte introdutória do documento golpista que seria usada para “justificar” as medidas antidemocráticas. Bolsonaro negou que tenha havido ações para um golpe, mas reconheceu que apresentou “hipóteses constitucionais” aos comandantes das Forças Armadas após perder as eleições de 2022 para Luiz Inácio Lula da Silva e disse que debateu a instalação de uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), contida no Artigo 142 da CF.

O depoimento de Mauro Cid foi o mais relevante, por reafirmar fatos da sua delação que apontam Bolsonaro no centro da trama golpista, confirmando elementos das tratativas, como depoimentos de testemunhas, anotações e mensagens das negociações. Quatro militares de alta patente – os generais Braga Netto, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e o almirante Almir Garnier dos Santos – nada apresentaram que contestasse a robustez das provas, que atestam o papel deles de “braço armado” da tentativa de soterrar a democracia brasileira.

O ex-presidente, por sua vez, encenou a pantomima de um réu acovardado. Rogou desculpas a ministros do STF, ridicularizou seus apoiadores, a quem chamou de “malucos” por terem clamado por “intervenção militar”, e bajulou o ministro relator, a quem sempre dedicou, anteriormente (em entrevistas e discursos em atos chamados pela extrema-direita), os piores adjetivos. Os autos indicam, inclusive, que Bolsonaro tinha conhecimento do famigerado plano “Punhal verde e amarelo” para assassinar o ministro Alexandre de Moraes, o presidente Lula e o vice Alckmin.

Por isto, ao fazer o papel de bobo da corte e convidar Moraes, em tom de gracinha, para ser seu vice em 2026, Bolsonaro fez dois gols contra: legitimou a conduta do ministro relator e provocou estranheza e decepção nas fileiras de suas falanges neofascistas.

Encurralado pelos fatos, pelas provas e pela verdade, Bolsonaro incriminou-se, apesar de usar e abusar do surrado e furado argumento de que sempre atuou dentro das "quatro linhas” da Constituição. Admitiu que, sim, reuniu-se e apresentou aos comandantes do Exército e da Marinha “considerandos” – na linguagem dele – acerca do que poderia ser feito para reverter a derrota nas urnas. Em outras palavras: como impedir a posse da chapa vitoriosa nas eleições presidenciais de 2022. Selou, em juízo – essa é a verdade –, que apresentou a “minuta do golpe” a comandantes das Forças Armadas.

No interrogatório, transmitido ao vivo por vários canais de TV e pela internet, aos olhos da imprensa brasileira e internacional, da opinião pública nacional, pôde ser visto o irrestrito cumprimento do devido processo legal, o amplo direito de defesa. O processo como um todo, enfim, tem dimensão histórica e consequências políticas e jurídicas de alta relevância.

Golpes de Estado ou investidas com o fito de sepultar a democracia infestam a história da República brasileira. No geral, ao longo do tempo o golpismo foi premiado com a impunidade, com exercício ilegítimo de governos. A investigação, o processo penal, o julgamento e a rigorosa punição dos golpistas, com Bolsonaro à cabeça, fará um corte nesta nefasta tradição.

Até a sentença ser proclamada, a pressão da extrema-direita – inclusive estrangeira – e seus aliados contra o STF prosseguirá. Como se sabe, o filho do réu Bolsonaro, Eduardo, encontra-se nos Estados Unidos cometendo o crime de traição nacional, à medida que articula com autoridades do governo Trump ações atentatórias à soberania nacional, de ameaças a ministros do STF, em especial ao ministro relator.

Bolsonaro, consciente de que será condenado pelo rol de crimes que cometeu contra o regime democrático, já empreende uma barganha com as candidaturas à Presidência da República do campo da extrema-direita e da direita. O apoio do ex-presidente e de seu clã é condicionado ao compromisso de que será indultado (por um futuro presidente da extrema-direita), anistiado, caso seu projeto conquiste a vitória.

As forças democráticas e progressistas devem elevar suas ações e mobilizações em respaldo ao STF, no sentido de que o julgamento se conclua sem pressões ou intimidações de qualquer espécie, com a punição exemplar de Bolsonaro e demais golpistas.  E, ao mesmo tempo, voltar às ruas, com manifestações para desmascarar as mentiras da extrema-direita e fazer vencer a democracia em 2026.

Lula aposta em neutralidade do Centrão e alianças regionais para 2026

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O presidente Lula (PT) está jogando xadrez com peças do Centrão para viabilizar sua reeleição em 2026. A estratégia, como o Blog do Esmael antecipou, é garantir neutralidade formal de partidos como MDB, PSD, PP, Republicanos e União Brasil na disputa nacional, enquanto trabalha silenciosamente por apoios regionais desses mesmos grupos.


A ideia ganhou corpo neste fim de semana com a revelação, pela Folha, de que o Palácio do Planalto considera positivo o cenário de neutralidade dessas siglas, que juntas controlam 11 ministérios e sustentam a governabilidade de Lula no Congresso.


Nos bastidores, Lula já costura palanques locais
Desde o início de 2025, Lula vem sinalizando que abrirá mão de candidaturas petistas a governos estaduais em favor de nomes do campo progressista com maior viabilidade ao Senado. Essa troca revela um movimento estratégico: manter o poder federal sem romper com estruturas locais.

A lista de nomes ligados a esses partidos que devem compor os palanques de Lula é extensa. Inclui desde a ministra Simone Tebet (Planejamento) no MDB até o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil). Esses apoios são vistos como decisivos, mesmo que as siglas se declarem neutras ou liberem seus filiados.


Crises no governo aceleram redesenho da base
A queda de popularidade do governo, apurada pelo Datafolha, com 40% de rejeição geral e apenas 28% de avaliação positiva, levou o Planalto a recalibrar sua articulação política. As crises envolvendo Pix, INSS e IOF tensionaram a relação com o mercado financeiro, isto é, mais ricos e velha mídia, quem estimulam infidelidade parlamentar de maneira escancarada. Segundo levantamento, 55% dos deputados dos cinco partidos da base não votaram com o governo na maioria dos projetos — embora o Planalto não tenha sido derrotado em nenhuma matéria estratégica.

Apesar disso, Lula ainda conta com alta aprovação entre os que votaram nele em 2022: 56% classificam sua gestão como –ótima ou boa– e 84% aprovam seu trabalho. A ancoragem em sua base de apoio original é o que dá fôlego para essa costura de alianças.


Tarcísio em compasso de espera e Kassab calcula 2030
O adversário mais promissor do campo bolsonarista, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), enfrenta resistência dentro do próprio PSD. Gilberto Kassab, presidente do partido, já afirmou que Lula será imbatível em 2026 e sugeriu que Tarcísio se concentre na reeleição estadual, deixando a disputa nacional para 2030. É um recado direto sobre a hegemonia lulo-petista no centro do tabuleiro.


Lula 2026: estratégia silenciosa garante vantagem
Lula sabe que não será por declarações de apoio formais que vencerá. A vitória está nos bastidores, nos palanques regionais, nos acordos silenciosos. A neutralidade dos partidos do centrão, longe de significar abandono, é estratégia de sobrevivência para eles e de permanência para o petista. O xadrez está sendo jogado peça a peça, com a caneta e a memória eleitoral como armas principais.

Trump x Elon Musk - o que está por trás da briga

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quinta-feira, 29 de maio de 2025

Dejetos Senatoriais, livre-se deles!

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Marcos Rogério (PL-Rondônia), aquele machista que não sabe nem saberá seu lugar, que de fato é a lata de lixo? Plínio Valério (PSDB-AM), o candidato a enforcador de mulheres? Eduardo Girão (Novo-CE), o piolho sem argumentos da CPI da COVID? Rogério Marinho (PL-RN), o bolsonarista descarado? E tantos outros da extrema-direita fascistoide...

São a camada de dejetos do atual Senado Federal, incapazes de respeitar uma mulher de luta e com história decente.

Livre-se deles, ache a lata de lixo mais próxima e jogue fora para sempre!

Cócegas: neurocientistas ainda não sabem qual o mecanismo neural por trás delas

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Poucas coisas são mais adoráveis do que ver um bebê dando risadinhas ao experimentar cócegas feitas pelos pais. Mas mesmo que a gargalesis - o termo técnico que descreve o tipo mais forte e proposital de cócegas que causa gargalhadas e movimentos involuntários - seja uma sensação que a maioria das pessoas experimenta bem cedo na vida, ela continua como um tipo de mistério científico. Por que, por exemplo, algumas partes do corpo são mais sensíveis a cócegas do que outras? Por que algumas pessoas simplesmente não sentem cócegas ao serem estimuladas, enquanto outras até dão gargalhadas altas por não conseguirem se conter? E por que você não consegue produzir cócegas em si mesmo?

ScienceAdviser - 28/05/2025

Em uma recente revisão para a revista "Science Advances", a neurocientista Konstantina Kilteni argumenta que a gargalesis é "um emocionante enigma científico com implicações de longo alcance para a Neurociência desenvolvimental, sensório-motora, social, afetiva, clínica e evolucionista". Ao longo de toda a história humana, explica ela, tanto filósofos como cientistas - incluindo Sócrates e Charles Darwin - tem ponderado sobre a natureza e o propósito das cócegas. Porém hoje o assunto recebe relativamente ainda pouca atenção dos cientistas. Está na hora, escreve Kilteni, de os pesquisadores começarem a levar mais a sério este "comportamento trivial e no entanto enigmático".

A gargalesis deve ser de particular interesse para neurocientistas desenvolvimentais, argumenta Kilteni, porque é um dos mais precoces gatilhos para o riso na vida e pode desempenhar um papel-chave nos laços entre pais e crianças. Compreender os mecanismos subjacentes à cócega também poderia fornecer insights sobre certas condições de desenvolvimento: pesquisas também tem mostrado, por exemplo, que pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista) percebem toques como mais propensos a induzir cócegas, enquanto indivíduos com esquizofrenia tendem a experimentar toques em si próprios de modo similar a se fossem feitos por outras pessoas - ou seja, num certo sentido, podem causar cócegas em si mesmos. Além dos seres humanos, muitas diferentes espécies de primatas também respondem quando recebem toques geradores de cócegas, o que significa que pesquisas sobre comportamento também teriam implicações para o campo da biologia evolucionista e comparativa. Experimentos em ratos, por outro lado, revelaram uma estrutura cerebral responsável por vocalizações deles análogas a gargalhadas - potencialmente jogando luz sobre os mecanismos neurais que ocorrem em seres humanos.

Quando se trata de estudar a gargalesis em laboratório, entretanto, os pesquisadores defrontam-se com uma variedade de desafios. Segundo Kilteni relata a Meagan Cantwell em um podcast da revista "Science", "os cientistas referem-se a coisas diferentes com relação à palavra 'cócegas', comumente isso conduzindo a resultados aparentemente contraditórios. Há uma grande diferença entre levemente tocar você com uma pluma, que tende a produzir mais uma sensação do tipo coceira, e outra pessoa tocando você com força nas axilas ou na barriga, o que tipicamente causa convulsões e gargalhadas. Para diferenciar os dois fenômenos, os pesquisadores às vezes usam "knismesis" ou "cócega superficial" para descrever o primeiro caso, e gargalesis ou "cócegas profundas" para o segundo, apesar de estes dois termos não serem consistentemente usados na literatura científica.

Tem sido também difícil comparar estudos ou replicar achados de pesquisa, escreve Kilteni, porque "não há métodos padronizados para experimentalmente provocar sensações de cócegas em laboratório". Para abordar este problema, o laboratório dela própria emprega equipamentos robotizados para causar cócegas nos pés dos participantes do estudo - assim garantindo que a sensação seja padronizada nos diferentes experimentos - enquanto registra métricas físicas como frequência cardíaca, sudorese, respiração e reações de gargalhar e gritar. "Incorporando este método de causar cócegas em um experimento apropriado, podemos fazer a pesquisa sobre elas seriamente", diz Kilteni. "Não somente seremos capazes de verdadeiramente compreender as cócegas, mas também nossos cérebros".

Seja otário: doe PIX para a Familícia Bolsonaro

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A abertura de um inquérito contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), determinada por Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), aumentou a tensão entre aliados de Jair Bolsonaro (PL) e reforçou o temor de que o ex-presidente possa ser preso em breve, conforme informações da colunista Malu Gaspar, do Globo.


Na última segunda-feira (26), Moraes atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e autorizou a investigação contra o “filho 03” de Bolsonaro por ter atuado, nos Estados Unidos, para que o governo de Donald Trump aplicasse sanções contra ministros do STF.

No mesmo despacho, Moraes determinou que Jair Bolsonaro compareça à Polícia Federal (PF) para prestar depoimento em até dez dias. A ordem se baseia em uma declaração anterior do ex-capitão, na qual ele afirma ser “o responsável financeiro pela manutenção de Eduardo Bolsonaro em território americano”.

Eduardo está licenciado do mandato e vive nos EUA desde fevereiro. Entre os crimes que estão sendo investigados pela PF estão obstrução de Justiça, organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e coação no curso do processo.

A possibilidade de medidas mais duras, como prisão preventiva ou bloqueio de bens, deixou o entorno de Bolsonaro em alerta. Segundo aliados, ele tem demonstrado preocupação constante com o avanço das investigações e com a possibilidade de ser alvo de novas decisões de Moraes, mesmo que a apuração contra Eduardo ainda esteja em fase inicial.

A prisão preventiva de Bolsonaro, que parecia fora de propósito, pelo menos neste momento, agora passou a ficar mais concreta. O risco é real”, disse uma fonte próxima ao caso. “Quando Moraes determina o depoimento de Bolsonaro, quer insinuar que o ex-presidente está financiando alguém que está cometendo um crime agora, no exterior – no caso, o Eduardo.”


Despesas de Eduardo nos EUA
Bolsonaro afirmou recentemente que tem arcado com os custos do filho nos EUA com parte dos R$ 17 milhões arrecadados via pix em 2023. O dinheiro foi doado por apoiadores com a justificativa de ajudar o ex-mandatário a pagar multas recebidas durante seu governo, como as impostas por descumprimento de regras sanitárias na pandemia.

Eu estou bancando as despesas dele agora. Se não fosse o pix, eu não teria como bancar essa despesa, ele está sem salário e fazendo o seu trabalho de interlocução com autoridades no exterior. O que queremos é garantir a nossa democracia, não queremos um Judiciário parcial”, afirmou.

Ele resolveu ficar por lá, nós conversamos quase todos os dias, mas são diálogos reservados. Quero que ele dispute o Senado em 2026, mas precisamos que os ventos mudem. Ainda não sei se ele retorna da licença, estamos na metade do prazo de 120 dias. Eu não quero ficar longe do meu filho.

Ao justificar a abertura do inquérito, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, argumentou que “as evidências conduzem à ilação de que a busca por sanções internacionais a membros do Poder Judiciário visa a interferir sobre o andamento regular dos procedimentos de ordem criminal, inclusive ação penal, em curso contra o sr. Jair Bolsonaro e aliados”.

Na semana passada, o ex-ministro do Turismo Gilson Machado anunciou uma nova campanha de arrecadação para ajudar Bolsonaro a cobrir despesas com advogados, passagens e os gastos de Eduardo nos EUA. Segundo ele, o ex-presidente já utilizou R$ 8 milhões dos R$ 17 milhões recebidos.
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Fonte: texto e fotos do D.C.M.  Título da postagem do Blog

quinta-feira, 15 de maio de 2025

Sim, bolsonaristas iriam matar Lula

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Trama golpista: Polícia Federal revela áudios do agente Wladimir Soares detalhando plano para prender ministros do STF e disposição para "matar meio mundo" caso Bolsonaro autorizasse ação.

Ivan Longo - Revista Forum * 15/05/2025

Novos áudios obtidos e periciados pela Polícia Federal (PF), divulgados nesta quarta-feira (14) pelo "Jornal Nacional", da TV Globo, expõem detalhes chocantes da trama golpista que tentou impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2022 para manter Jair Bolsonaro no poder. O agente da PF Wladimir Matos Soares (foto acima), de 53 anos, revelou em gravações que integrava um grupo armado e preparado para prender ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), com autorização para uso de força letal.

As gravações, que foram anexadas ao inquérito e deram base à denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), expõem a disposição do grupo para ações violentas e o descontentamento de Wladimir com o ex-presidente Jair Bolsonaro, que teria "dado para trás" de última hora.

Wladimir também expressou revolta com o Exército, afirmando que os generais "se venderam" ao governo Lula, o que teria comprometido o apoio militar esperado para a operação.

Em diversos áudios, o policial faz críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmando que ele perdeu a oportunidade de tomar uma atitude firme e derrubar a posse de Lula:

"Bolsonaro faltou um pulso para dizer: não tenho general, tenho coronel, vamos com os coronéis que a tropa toda queria. Só os generais que não deixaram."

Ouça AQUI trechos desse áudio do agente da PF que abriu o jogo macabro da tentativa de golpe de Bolsonaro.

terça-feira, 13 de maio de 2025

Cumprindo sua missão, cada um ao seu jeitinho

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Seus braços se foram, Mujica. Mas nós ainda estamos aqui. Gracias!

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Ex-presidente uruguaio faleceu por complicações de neoplasia esofágica nesta terça-feira, 13, a uma semana de completar 90 anos

Priscila Lobregatte - Portal Vermelho * 13/05/2025

O ex-presidente uruguaio José “Pepe” Mujica, uma das mais fascinantes figuras da política contemporânea, faleceu na tarde desta terça-feira (13), vítima de um câncer de esôfago. Daqui a uma semana, em 20 de maio, Mujica completaria 90 anos.

A doença havia avançado tão aceleradamente nos últimos dias que Lucía Topolansky, sua esposa há 40 anos, avisou nesta segunda, 12, que Mujica estava sob cuidados apenas paliativos, em fase terminal. Era um aviso de que a vida exemplar do ex-presidente estava terminando.

Em janeiro, de modo comovente, o líder uruguaio anunciou que, devido à idade avançada e a outros problemas de saúde, não teria forças para enfrentar os tratamentos convencionais. Assim, Mujica se despediu da vida pública. “Estou morrendo”, disse na ocasião o homem que, entre outras marcas profundas, era conhecido por sua lucidez, sabedoria e simplicidade.

Nascido em 20 de maio de 1935, em Montevidéu, Mujica deixou seu nome marcado na história política uruguaia e mundial por características nem sempre comuns aos homens públicos. De hábitos simples, vivia há anos num pequeno sítio nos arredores de Montevidéu, com Lucia Topolansky.

No quintal, onde costumava tomar mate com a companheira e visitantes, um Fusca 1987 azul, que virou um dos símbolos de seu despojamento — característica, aliás, comum ao povo uruguaio — dividia espaço com suas plantas e animais.

Seu desapego e sua vida modesta renderam-lhe o título de “presidente mais pobre do mundo”. Em resposta, mandou mais uma de suas frases célebres: “Não sou pobre. Sou sóbrio, de bagagem leve. Vivo com apenas o suficiente para que as coisas não roubem minha liberdade”.

Manuela
Por 22 anos, Mujica contou ainda com a companhia de Manuela, a cachorrinha de três patas que ficou famosa por aparecer com ele em fotos e durante entrevistas. A cadela – que morreu em 2018 – perdeu um dos membros após acidente com um trator dirigido pelo ex-presidente, que também era agricultor e floricultor.

Após a perda, Mujica renunciou ao cargo de senador. “Há o tempo de chegar e partir, o tempo não perdoa nem as pedras. Vou confessar para você, sabe quando tomei minha decisão? Quando Manuela morreu. Ainda sinto sua falta”, declarou em uma entrevista para a TV Telemundo.

Sobre a faceta de floricultor, vale lembrar uma curiosidade: em 2013, um perfume feito com essência de flores e ervas de seu sítio representou o Uruguai na Bienal de Veneza.

O perfume “Pepe” nasceu como uma sátira do artista Martín Sastre aos produtos de luxo de grandes marcas de cosméticos e ganhou forma fictícia num frasco roxo exibido num vídeo de 2012, cujo nome era “U de Uruguay”. Mas, depois, o produto acabou sendo, de fato, feito em edição limitadíssima. Foram três frascos, um dado ao presidente, um para Sastre e um para ser leiloado com fins beneficentes, segundo a agência EFE.

Na presidência
Entre 2010 e 2015, Mujica foi o 40º presidente do Uruguai, o segundo de esquerda do país, depois de Tabaré Vasquez, seu antecessor. A eleição de Mujica ocorreu em meio à onda de líderes de esquerda e progressistas que passaram a ocupar o poder de seus países na América Latina a partir dos anos 2000.

Em outubro de 2009, ao comemorar a vitória da Frente Ampla em segundo turno, o ex-guerrilheiro tupamaro, preso por mais de uma década pela ditadura e alçado ao mais alto posto da nação, pronunciou mais uma de suas falas marcantes: “Sabe de uma coisa, povo? O mundo está de pernas para o ar. Vocês deveriam estar aqui (no palanque), e nós aí embaixo, aplaudindo”, discursou. “Elegemos um governo que não é dono da verdade e precisa de todos. Custou-me uma vida entender que o poder está nas massas.”

Durante seu mandato, Mujica se tornou reconhecido internacionalmente pelas medidas avançadas que adotou sobre temas que eram tabu em muitos países. Mesmo no mais alto cargo do país, ele renunciou a viver na mansão presidencial à qual tinha direito e doava 90% de seu salário, que girava em torno US$ 12 mil mensais.

“Temos de escapar da escravidão que impõe a dependência material, que é uma das coisas que mais roubam tempo na sociedade contemporânea”, disse certa vez, ao semanário Búsqueda. “Se você se deixa arrastar pelas pressões da sociedade de consumo, não existe dinheiro que alcance, não tem fim, é infinito”, completou.

Sob seu governo, o Uruguai se tornou, em 2013, o primeiro país do mundo a legalizar a produção e a venda de maconha, iniciativa que, ao assegurar ao Estado o controle sobre o uso da droga, ajudou a combater o narcotráfico. Ao mesmo tempo, a medida evita prisões desnecessárias de usuários, a superlotação das prisões e o fortalecimento de facções internas, como ocorre no Brasil

Também foi sob seu mandato que, naquele mesmo ano, o Uruguai passou a permitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Um ano antes, o aborto foi legalizado, garantindo às mulheres o direito de interromper a gravidez de maneira segura.

A Frente Ampla, aliança política que teve Mujica como um de seus principais nomes, foi responsável por profundas mudanças sociais no país, que tiveram início antes de seu governo, ainda com Tabaré Vasquez, continuaram durante seu mandato e se estenderam para além dele.

Entre 2005 a 2020, o Uruguai teve uma queda drástica no índice de pobreza, que passou de 30% para 8% – praticamente não havia pessoas em situação de rua. O crescimento do país foi constante e o desemprego despencou de 22% em 2005 para 6,9% em 2015. Além disso, nesse mesmo período de 15 anos, o PIB per capita do país cresceu três vezes, saltando de US$ 4,72 para US$ 15,56.

Essas e muitas outras conquistas resultaram, em grande medida, do trabalho de toda sua equipe e do governo montado pela Frente Ampla, mas também à visão profundamente humanista que o ex-presidente sempre carregou e que se fortaleceu durante os anos em que esteve preso.

Líder Tupamaro
Um dos líderes do Movimento de Libertação Nacional Tupamaro — opositor do crescente autoritarismo que tomava conta do país e da América Latina e que foi duramente perseguido pela ditadura militar uruguaia —, Mujica foi preso quatro vezes, duas das quais conseguiu fugir.

Sua prisão mais longa se deu entre entre 1972 — após sobreviver a seis tiros — e 1985, quando a democracia foi restabelecida. Em parte desse período, ele ficou numa solitária; em outros tantos momentos, foi brutalmente torturado. Sobre a prisão, declarou mais tarde, com bom humor: “Não enlouqueci porque já era louco”. Em outra ocasião, salientou: “Depois da pena de morte, a solidão é um dos castigos mais duros”.

Sua vida e as lições que deixou foram ricamente contadas em diversos livros e filmes, entre os quais, três produções cinematográficas recentes que ganharam o mundo. O mais novo é o documentário "Os Sonhos de Pepe" (2024), de Pablo Trobo, que foi cinegrafista durante sua campanha presidencial.

Já "Uma Noite de Doze Anos" (2018), de Álvaro Brechner, conta, de maneira ficcional, como foram os anos de prisão de Mujica e seus companheiros. Por fim, "El Pepe, uma Vida Suprema" (2018), de Emir Kusturica, esmiúça a forma de pensar e o aprendizado que o ex-presidente teve ao longo de sua vida e que o fez estar entre alguns dos mais sábios homens públicos da contemporaneidade.

Após uma rica e admirável trajetória, guiada, sobretudo, pela luta para construir uma nova sociedade, justa e igualitária, Pepe acabou sendo derrotado pelo câncer. Meses antes, quando participou de comício do então candidato à presidência e atual presidente, Yamandu Orsi, Mujica já previa que o fim se aproximava. “Quando esses braços se forem, haverá milhões de braços na luta. Obrigado por existirem. Até sempre”. Nós é que agradecemos, Pepe!

As sábias elites brasileiras amam o que fazem

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quarta-feira, 30 de abril de 2025

Love is the answer

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CASE REPORT
Journal of Hatred Studies – V. 19 - L.G.U.

Em nossos estudos sobre respostas emocionais de ódio frente a variadas circunstâncias, contando com o suporte da Luiz Gonzaga University (LGU), do estado de South Iowa, EUA, observamos o comportamento de diversas personalidades e correntes políticas no processo da eleição de representantes da comunidade servidorial para o Advisory Board desta instituição, ao longo do ano de 2025, no primeiro semestre. O Board, num total de 40 membros, disponibiliza oito vagas para esses representantes, que são preenchidas através de um processo de consulta eletrônica direta a toda a comunidade de servidoriais da LGU. Assim, a atividade político-comportamental de pessoas e de grupamentos de afinidades eletivas políticas foi acompanhada, através de suas manifestações via emails, mensagens de WA, processos inseridos no IES (Internet Enforcement System) e outras formas eventuais.

Na análise da amostra, aplicamos a HatERS-2 (Hatred Emotional Responses Scale-2, ou “Escala de Respostas Emocionais de Ódio-2”), elaborada por Toussaint L’Ouverture et al., da Faculdade Morton Luther Queen, em recente pesquisa publicada no Journal of Hatred Studies (Jornal de Estudos do Ódio), que permite uma avaliação quantitativa e qualitativa do grau de ódio embutido nas respostas emocionais das pessoas da amostra em análise em sua relação com a Comissão Escolhedora e Emissora de resultados eleitorais (CEE).

A primeira REC (Resposta Emocional de Cólera, como assim preferimos nominar) recebida pela CEE foi emitida pelo grupo “Crossing”, que, ao longo de documento de duas laudas, posicionou-se frontal e iradamente contra o novo Regimento Eleitoral, acusando-o de antidemocrático e fomentador de divisões e enfraquecimento da representatividade da classe dos servidoriais tecnicistas-administrativistas da LGU. Além disso, o grupo “Crossing” insistia que qualquer mudança de formato eleitoral deveria antes ter passado por ampla consulta no seio da comunidade servidorial, coisa que esse mesmo agrupamento, quando ainda se encontrava em postos dirigentes da Union local jamais tomou a iniciativa de fazer. Esse manifesto foi rechaçado de pronto pela CEE.

Em seguida, o servidorial Carter Maierovitch questionou uma das chapas inscritas porque seu membro titular estaria impossibilitado de ser candidato por estar na condição de “afastado para mandato na Union” local. Também rechaçado em sua irada manifestação pelo entendimento da CEE de que essa condição não encontra respaldo suficiente em peças da lei que regulamentam os contratos de trabalho.

Mais adiante, outro servidorial administrativista denunciou que algumas chapas inscritas teriam começado campanhas eleitorais antes do prazo previsto pelo Regimento. Embora alguns prints de telas enviados pelo denunciante comprovassem esse indício faltoso para com o Regimento, a CEE entendeu que o alegado dano era por demais mínimo para motivar sanção das chapas denunciadas. A CEE optou por fazer dilação do prazo de campanha eleitoral, na busca da equalização da disputa entre os pleiteantes, postergando a data da votação para uma semana adiante. Tudo pela paz, sem retaliações impróprias entre os grupos e pessoas disputantes das vagas.

Assim sendo, pela aplicação da escala HatERS, estimou-se o nível de ódio destilado nas porções iniciais do processo como sendo de leve a médio, não motivando maior preocupação para a CEE nem para o Advisory Board da LGU.

Dando tais prolegominiais trâmites por encerrados, o presidente da CEE, Oliver Cromwell Jr. conclamou todas e todos a entoar de mãos dadas “Mind Games”, do John Lennon. E a torcer pela absolvição do Glauber Braga.

segunda-feira, 28 de abril de 2025

Em defesa da Ciência e da liberdade, SBPC se solidariza com a Universidade de Columbia

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Em carta enviada à presidente interina da Universidade de Columbia, Claire Shipman, o presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Renato Janine Ribeiro, manifestou solidariedade à instituição e à comunidade científica dos Estados Unidos diante das recentes ameaças à autonomia universitária e à liberdade acadêmica.

Renato Janine, que integrou o corpo docente da Columbia como Tinker Professor (2003) e Rio Branco Professor (2004), e foi ministro da Educação do Brasil em 2015, reafirma no documento a importância da defesa intransigente desses princípios como pilares essenciais da democracia. “Condenamos veementemente qualquer tentativa de enfraquecê-los, seja por cortes de financiamento, pressões políticas ou ataques ao conhecimento científico”, afirmou.

A carta também expressa preocupação com o avanço de medidas anti-científicas e antidemocráticas e destaca a necessidade de resistência conjunta: “A ciência não reconhece fronteiras – e defendê-la é nosso dever compartilhado”.

Recentemente, o governo de Trump - que se transforma a cada dia numa tirânica monarquia, e destrói noções essenciais do funcionamento democrático em um país (ainda mais os EUA, que se autoproclamam "exemplo de democracia" para o mundo) - ameaçou a notabilíssima Universidade de Harvard, das maiores do mundo, e exigiu que uma série de políticas universitárias fossem mudadas para se ajustarem ao modelo fascista Trumpista. Harvard resistiu e, em retaliação, o tirano alaranjado cortou 2 bilhões de dólares federais do orçamento da instituição.

Assim como está fazendo a SBPC aqui no Brasil, todas as Universidades Públicas brasileiras devem tomar claro posicionamento em repúdio a essas atitudes fascistas e trevosas de Donald Trump, em nome do avanço da Ciência, da pluralidade e livre expressão de ideias, da democracia verdadeira. Assim também deve se postar a Reitoria e o Conselho Universitário da UFPR em próximas reuniões.
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Com informações da SBPC, via Instagram.

sexta-feira, 25 de abril de 2025

A democracia universitária e formas de participação da comunidade nas decisões da UFPR

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O cientista político Wanderley Guilherme dos Santos, já falecido, escreveu há cerca de 20 anos, o livro "O paradoxo de Rousseau - uma interpretação democrática da vontade geral", em que ele, muito tranquilamente, indaga ao leitor: a civilização humana já teria, passados mais de 2 mil anos desde as primeiras experiências ditas democráticas da Grécia Antiga, construído um modelo pronto e acabado de democracia? Categoricamente ele responde: não.

Não, não existe civilização, sociedade ou país sobre o qual se possa dizer: eis aí o modelo perfeito de funcionamento democrático. Isto ainda continua sendo uma construção histórica e não se pode com clareza prever quando se alcançará essa condição.

Com esta breve introdução, queremos chamar a atenção sobre a questão de que, numa instituição como a Universidade Pública, também se está perseguindo formas e ações que aprimorem a democracia interna universitária, e em regular contato com a sociedade extra-muros acadêmicos que a sustenta com seus impostos, assim como com o influxo anual de novos estudantes, além do ingresso de docentes e técnicos para as atividades-meio e finalísticas.

Também escrevemos isto a propósito da matéria publicada no site da UFPR, datada de ontem, intitulada "UFPR lança plataforma participativa". Esclarecendo do que se trata, escreve o redator Gabriel Maia:

"A Universidade Federal do Paraná lançou na última semana o "Participa UFPR", uma plataforma digital voltada à promoção da participação social e democrática na tomada de decisões institucionais. A ferramenta, baseada no software livre Decidim, já é utilizada em cidades como Barcelona, Nova York e Helsinque, além de universidades como a Université de Bordeaux, da França, e até pelo próprio Governo Federal, no Plano Nacional de Cultura.

A escolha pela plataforma Decidim se deu, entre outros fatores, por sua flexibilidade, ampla funcionalidade e, principalmente, por ser software livre, o que permite seu uso gratuito e a possibilidade de customizações futuras, conforme as necessidades da comunidade universitária."

Entendemos que a iniciativa deve ser saudada como mais um instrumento participativo - que se espera de mão dupla - entre comunidade e administração universitária, esta que toma e executa decisões. A aguardar como ocorrerá no concreto do dia-a-dia - e em especial quando se tratar da abordagem de temas polêmicos sobre rumos para a UFPR.

Recordamos, uma vez mais, que uma das críticas duras feitas pela oposição, em 2024, ao então Reitor Ricardo Marcelo em seu segundo mandato é que ele havia secundarizado o esforço pelo aprimoramento da democracia universitária e que algumas vezes lançava mão de expedientes monocráticos, pouco chamando os próprios conselhos superiores ao debate de temas da vivência da UFPR. Este Blog mesmo registrou da própria lavra essa crítica e assinalou que a própria Constituição brasileira de 1988 admite o emprego de recursos de consulta ampla como referendos e plebiscitos, os quais também podem ter oportunidade de uso adequado no seio da comunidade universitária para auscultar suas opiniões e sentimentos.

Esperamos, enfim, que a nova gestão na Reitoria, dos professores Marcos Sunye e Camila Fachin, levem efetivamente isso em conta e, ao cabo de quatro anos de gestão, se possa dizer que houve avanços no quesito democracia universitária.