“Aparelhamento” é um
termo do jargão político-sindical que designa o aproveitamento indevido de
bens e recursos de uma associação ou entidade por partido político
que a comande, para beneficiar os interesses do partido.
No Sinditest, em
particular na atual gestão dirigida por Carla Cobalchini, militante
do PSTU desde 2012 (antes foi do PSOL), esse aparelhamento vai ficando mais escancarado.
Já não basta que jornal
impresso e site de internet, ainda que pagos por todos os filiados,
sejam veículos exclusivos do posicionamento político da diretoria,
sem direito a resposta em tais órgãos, livremente usados pelos
diretores do PSTU para achincalhar seus adversários na base. Outro
exemplo: a FASUBRA não está filiada a nenhuma Central Sindical e
debate igualmente com CUT, CTB e Conlutas (e no site da FASUBRA há
links para as três); já no site do Sinditest só há link para a
Conlutas, a minoritária “central” mantida à mão de ferro sob
comando do PSTU.
Apenas no mês passado se
soube que o antigo Escritório Jurídico do sindicato, o Trindade &
Arzeno, contratado por licitação, foi mandado embora. Em seu lugar
ficou o quê? Um esquema comandado pelo advogado dirigente do
PSTU-Paraná, o Avanilson. Ao se entrar na página do Jurídico do
site do Sinditest não se obtem maiores esclarecimentos de quem
compõe esse “esquema” além de Avanilson. A dita lisura com o
uso do processo licitatório para contratar escritório jurídico
parece ter ido pro espaço.
E agora, inserido no rol
de atividades da greve da UFPR, aparece uma palestra de dois
ativistas dos EUA, promovida pelo PSTU-Curitiba. Como se vê no
cartaz acima, atividade de um partido com o apoio do Sinditest... O
sindicato apoiará atividades de outros partidos? Duvidamos!
Independentemente do conteúdo progressista das falas desses
visitantes norte-americanos (cujos vínculos políticos e sindicais
desconhecemos), trata-se claramente de mais um caso de aparelhamento
de recurso da entidade sindical para beneficiar iniciativa do partido
que a domina.
Um comentário:
Quem fala e esbraveja que futebol, esporte e estádios não são prioridades deveria pensar em quais são as prioridades do nosso movimento nesse momento. Uma bolsa babá e um palestrante importado custam bem mais caro que carro de som e material divulgando as reais razões das greves no serviço público e as vergonhosas diferenças salariais entre os poderes.
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