De maneira assemelhada ao ocorrido na greve da UFPR de 2007, novamente o poder judiciário foi acionado (pelo MPF) para forçar o Sinditest a encerrar a paralisação no Hospital de Clínicas da UFPR. Além disso, em audiência no dia anterior, a Reitoria da UFPR havia pedido para ser excluída do polo passivo da ação (condição de ré), deixando o sindicato sozinho com o rojão. Assembleia extraordinária realizada na manhã de sexta-feira (25), no HC, aprovou a volta ao trabalho no mesmo dia. O não-acatamento da decisão judicial poderia implicar na cobrança de multa pesada sobre o sindicato: 10 mil reais por trabalhador que continuasse em greve, podendo atingir mais de 1 milhão.
A pergunta óbvia do momento é: "e agora, José?" Como fica a greve no restante de bases sindicais representadas no Sinditest depois da perda de uma fatia importante do movimento? Ainda há tentativas de assessores jurídicos do sindicato com seus recursos junto ao TRF, mas é remota a chance de obter sucesso. Para complicar mais o quadro, além da multa, a Justiça Federal quer que haja desconto de dias parados dos grevistas do HC e instauração de sindicâncias individualizadas sobre cada um deles.
O baque é sério. Em 2007, o Comando Local de Greve na gestão Belotto queimou as pestanas para achar meios de manter o pique e a visibilidade do movimento local, enquanto se aguardava o fecho das negociações em Brasília, na época mais promissoras do que hoje. Mas aquela greve se manteve e ainda conseguiu realizar algumsa ações. E obteve vitórias salariais no Acordo Final de Greve.
Uma pequena chama de esperança ainda se mantém acesa em torno de possíveis consequencias da caravana a Brasília, programada para 6 e 7 de maio. Talvez esse movimento de pressão diretamente na capital federal surta algum efeito, talvez não, posto que o governo tem sido diariamente pressionado pela grande mídia de direita (do Brasil e do estrangeiro até) para controlar mais duramente a inflação e cortar a "gastança social", e nesta "gastança" se inclui a folha de pagamento dos servidores.
As próximas assembleias e outras atividades delinearão mais claramente se a greve se mantém, apesar do baque do HC, ou se declinará paulatinamente. Mas o cenário é predominantemente desfavorável, este ano, ao alcance de alguma negociação efetiva.
4 comentários:
Momento difícil, situação nada favorável e estratégia de luta que despreza o apoio popular e a união de forças. É clara e visão de uma saída frustrada.
Tomara que eu esteja errada..
Será que nosso sindicato segura uma greve sem o HC? Afinal greve sem o HC é pros fortes.
Senhores como vocês são pessimistas, quem segura uma greve não é os dirigentes das entidades sindicais, mas sim a "categoria" como um todo. Portanto senhores e (as) o sucesso de luta só acontecem quando há a união dela própria. Diz o ditado um graveto quebra fácil, junte vários e verás que será difícil quebra-los. Pois a resistência e a persistência são armas essenciais em uma luta por conquistas, pois nada vira de forma fácil. Portanto o lema é LUTAR, LUTAR, isto faz parte do processo em uma greve. Até breve.
Prezado comentarista "Observador Político",
Não estamos sendo pessimistas ao postar uma avaliação que parte de premissas bem concretas da conjuntura atual, que achamos bem próxima da realidade. Se queremos fazer uma análise despida ao máximo da paixão do movimento, é preciso dizer se as perspectivas são boas, medianas ou ruins (ou mesmo nulas), mesmo que façamos parte do movimento, que agora realiza uma greve nacional.
Quanto à questão fundamental da unidade dos trabalhadores como chave para se ter esperança de vitórias, temos concordância total. A direção do movimento tem que estimular a base e saber trabalhar essa unidade, sem SEGREGAR e ROTULAR as pessoas caso pensem diferente, coisa que, infelizmente, é a praxe na atual direção sindical, um costume que aborrece, desune, afasta, e compromete um bom desfecho do movimento.
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