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sábado, 5 de abril de 2014

Analfabeta! Podre! Sem-vergonha! Canalha!

Cara leitora, como se sentiria você se, sendo militante de base na greve nacional da FASUBRA, fosse xingada de “sem-vergonha” e “canalha”? E sabendo que o autor das ofensas morais fosse um diretor (homem) do Sinditest, que teria por obrigação manter a calma nas polêmicas normais de uma greve e dar exemplo de serenidade? Afinal, o movimento grevista é contra o patrão governo federal, não contra colegas da própria base.

Há na rede social Facebook um grupo de discussão de técnicos denominado “Assédio Moral na Universidade” (supõe-se que todos ali sejam contra a praga do assédio moral). Nesse espaço virtual da internet deu-se o triste episódio do xingamento. Isso numa entidade sindical que apregoa todo o respeito às mulheres, e que tem uma mulher por presidente, cujo QG de greve (RU da UFPR) está repleto de cartazes em defesa das mulheres.

Na semana que passou, no dito grupo de discussão, surgiu uma polêmica normal por causa da concessão de um inusitado “auxílio-creche” a um diretor do Sinditest que quis muito ser delegado ao Comando Nacional de Greve da FASUBRA (CNG). Acabou sendo eleito na assembleia do dia 1. de abril (!...) para isso, mas na dependência da concessão, via Fundo de Greve do sindicato, de uma quantia diária de 70 reais para uma babá particular cuidar de seus filhos em Matinhos, enquanto estiver no CNG em Brasília.

Não se entra aqui na polêmica sobre o tal “vale-creche”; há argumentos razoáveis de quem é a favor e de quem é contra conceder. O problema é que o diretor do Sinditest foi questionado por uma servidora, nesse grupo de internet, e qual foi sua reação? Ficar apenas na justificativa social do auxílio-creche a mais (ele também já recebe o auxílio da UFPR) e levar na diplomacia as críticas? Não, ele partiu pra porrada em cima da servidora de base, como se vê na transcrição de algumas postagens do Facebook (clique na figura se precisar ampliar):



Pelo dicionário Aurélio, “canalha” significa: “vil, infame, reles, velhaco, abjeto”. Destas rasteiras ofensas morais o diretor do Sinditest chamou sua colega de trabalho da UFPR, por causa de um mero questionamento sobre a validade do auxílio-creche suplementar. Tudo em nome de seu ego de macho.

Então, essa é a prática de respeito às mulheres no Sinditest? Alegam uma coisa quando fazem seminários sobre os direitos das mulheres mas seus diretores machões baixam o porrete nas outras mulheres que deles divergem no terreno do debate político?

Pra piorar a situação do “macho” do Sinditest, soubemos há pouco que ele apagou as postagens ofensivas que fez contra a servidora... só não contava que outras pessoas copiariam antes disso, documentando seu destempero machista, como se vê pelas figuras acima.

Então, presidente Carla - de quem temos discordado politicamente mas a quem respeitamos como mulher de luta -, parece que está na hora de repor alguma ordem nessa diretoria e de dizer pros machões de Facebook pra ficarem mais calminhos. E pedirem desculpas também, que não tira pedaço de ninguém e faz bem à unidade do movimento.

7 comentários:

Vítima do Machão disse...

Lamentável o ocorrido e relatado na matéria, principalmente nesta semana em que o IPEA divulgava a questão da imagem da mulher perante o público, a questão sobre o estupro, o abuso e o comportamento machista de nossa sociedade. Mais triste ainda é perceber quão frágil e enganadora é a mensagem destes que pensam serem líderes e cada vez mais e de diversas maneiras vêm enganando a categoria com suas falas e falácias. Esta é uma das provas. Tentar se defender atacando desta maneira é algo inconcebível para qualquer pessoa, quiçá alguém que diz REPRESENTANTE DE UMA CATEGORIA. Imaginem só, nós, mulheres, representadas por este "macho de teclado e de discurso"!!??
O editor citou aqui algumas das palavras usadas por ele. Podem crer, colegas, tem muito mais!
No entanto, o machão é tão valente, tão seguro de suas palavras, que apagou tudo o que tinha postado!!! Ora, NÃO SE GARANTE NO QUE FALA OU ESCREVE!!! TA SE BORRANDO DE MEDO!! E é bom mesmo!!
Outro detalhe: Tudo isto foi escrito, principalmente, num grupo, criado pelo Sinditest, denominado, pasmem: ASSEDIO MORAL NA UNIVERSIDADE. Que tal???
Outro detalhe: o cidadão-macho alpha se deu ao desfrute de solicitar ao moderador a MINHA EXCLUSÃO do grupo por estar postando coisas que NÃO estavam de acordo com o grupo!! Pode???
Só que não foi eu quem precisou correr e apagar postagens.
Então, colegas, mulheres,cuidado!!! Muito se ouve nos discursos inflamados de "nossos representantes", mas é na prática que se mostram de verdade!!
Olho aberto e muito aberto!!

Maria do HC disse...

esta turma diz que respeita todo mundo, fazem uma campanha contra o assedio moral e no entanto o discurso é um e a pratica é outra? este diretor não passa de um covarde que se acha no direito de agredir as mulheres na internet, que vergonha.

Wilian disse...

Não posso dizer que eu esperava mais. Lamentável.

PARANÁ disse...

eu já estou com o couro curtido de tantas mentiras e calunias que o Mauricio faz contra mim nas redes sociais, chega a ser revoltante, e não sei como ele não tem vergonha na cara, pois sabe que tudo o que escreve eu garanto, e ele mente mais do que o Pinóquio, agora atacar desta forma baixa uma filiada do sindicato somente porque questionou, isso não poderia partir de uma pessoa que é diretor desta entidade. deveria ser homem e pedir desculpa e abrir mão do recebimento deste VALE CRECHE. mais vergonhoso é não assumir o que escreveu e apagar todo os seus comentários dos grupos.

Paulo INDIGNADO disse...

quando me falaram que tinham aprovado este pagamento de 70 reais por dia para o mauricio contratar uma babá, eu custei a acreditar, mas agora, vejo que é verdade e fico mais indignado ainda pelo fato de uma mulher ser agredido somente porque não concorda com esta pagamento, eu também não concordo, seria ele o domo da verdade? o senhor sabe tudo? o homem que da rumo as nossas conquistas? ou seria mais um aproveitador das mensalidades de nossa categoria? agora as palavras baixa utilizadas por este diretor, é realmente uma atitude de uma pessoa transtornada, não é possível que esta pessoa seja realmente um diretor do nosso sindicato, isso não é papel de um diretor. estou envergonhado enquanto homem, e me sinto na obrigação de, em nomes de vários amigos pedir desculpa a esta sindicalizada. não é possível que isso continue acontecendo em nosso sindicato.

Guaracira disse...

Embora não tenha me identificado antes, muitos amigos já sabiam que a "vítima do machão do teclado" era eu, Guaracira, pois quase 50 pessoas visualizaram as postagens realizadas naquele dia no grupo Assédio Moral na Universidade. Desde então tenho recebido muitas mensagens de apoio, carinho e, principalmente incentivo para levar em frente este episódio e denunciar o agressor.
Como é bom ter amigos de caráter, de personalidade, de sensibilidade!
Ele continua sua política rasteira e de difamação, afirmando coisas que não escrevi e querendo se passar por "inocente" (?) ou menos culpado, não sei bem.
Colegas, mulheres, não é fácil esta exposição, mas por outro lado, não dá para ficar calada frente agressões e agressores deste nível. A presidente de nosso sindicato é uma mulher que luta pelos direitos femininos e contra a violência à mulher. Gostaria de saber como ela vê este fato, estas agressões desferidas por um de seus diretores.

Rita de Cassia disse...

Nunca imaginei que a diretoria do SINDITEST perderia o controle, a educação e o respeito com seus filiados em nome de algo que eles consideram maior que é a FORTE IMPOSIÇÃO DE SUA POSIÇÃO POLITICA PARTIDÁRIA. Acreditam que os filiados devem aceitar as suas imposições e quem não se enquadra é considerado inimigo. E para eliminar os inimigos vale tudo.