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sexta-feira, 30 de abril de 2021

Carreata em Curitiba no Dia do Trabalhador

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Neste 1. de Maio, dia de comemoração e lutas de resistência dos trabalhadores e das trabalhadoras, a atividade unificada chamada pelas Centrais Sindicais, com participação de outras entidades dos movimentos sociais será uma carreata (por causa da pandemia), que partem de dois pontos de Curitiba e depois se juntam, conforme o cartaz acima [clique na figura para ampliar].

Temos que defender a vida e a democracia, e protestar contra a marca de mais de 400 mil óbitos, sob responsabilidade principal do desgoverno genocida de Bolsonaro, que não está nem aí com essa mortandade de brasileiras e brasileiros.

terça-feira, 28 de abril de 2015

O sentido histórico do 1. de Maio e a luta contra a terceirização

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Neste primeiro de maio de 2015, motivos especiais realçam no Brasil o caráter combativo da data. A Câmara dos Deputados aprovou recentemente o projeto de lei 4330, que amplia a terceirização para todas as áreas das empresas. Em sete décadas esta é a mais séria ameaça contra os direitos trabalhistas.


Nas indústrias da Europa e dos Estados Unidos, no final do século 18 e início do século 19, a jornada de trabalho chegava a alcançar 17 horas diárias.   Férias, descanso semanal remunerado e aposentadoria inexistiam. Homens, mulheres, adolescentes e inclusive crianças trabalhavam, literalmente, até morrer de exaustão, fome e doenças.

Famintos e oprimidos, os operários começaram a criar “caixas de auxílio mútuo”. Estes organismos de solidariedade classista, que depois deram origem aos sindicatos, foram também os embriões de diversos movimentos reivindicatórios.


No dia 1º de maio de 1886, a cidade de Chicago, então o principal centro industrial dos EUA, amanheceu tomada por uma greve geral, que tinha como principal exigência a redução da jornada de trabalho, de 13 para 8 horas diárias.

Manifestações e passeatas foram brutalmente reprimidas pela polícia que não hesitava em abrir fogo contra a multidão. Centenas de trabalhadores foram mortos.

Gangsters contratados pelos patrões invadiam residências de operários, que eram espancados e tinham suas casas destruídas. A ordem: voltar ao trabalho.

A imprensa burguesa chamava os grevistas de “cafajestes, preguiçosos e canalhas”.

A justiça, em um julgamento onde os réus já entraram condenados, sentenciou à forca os líderes operários Parsons, Engel, Fischer, Lingg e Spies. Fieldem e Schwab, foram condenados à prisão perpétua e Neeb a quinze anos de prisão.

No dia 11 de novembro, Spies, Engel, Fischer e Parsons foram levados para o pátio da prisão e executados. Lingg cometeu suicídio. Perante o tribunal que o condenou, entre outros motivos por “agitação socialista”, Parsons manteve uma postura heroica e suas palavras imortais até hoje emocionam e mostram que a repressão não quebranta a dignidade de um verdadeiro revolucionário.

"Arrebenta a tua necessidade e o teu medo de ser escravo, o pão é a liberdade, a liberdade é o pão. A propriedade das máquinas como privilégio de uns poucos é o que combatemos, o monopólio das mesmas, eis aquilo contra o que lutamos. Nós desejamos que todas as forças da natureza, que todas as forças sociais, que essa força gigantesca, produto do trabalho e da inteligência das gerações passadas, sejam postas à disposição do homem, submetidas ao homem para sempre. Este e não outro é o objetivo do socialismo". 

A coragem de Parsons vem de uma percepção lúcida da realidade. Como mostra seu discurso, quando o proletariado desperta para a batalha política enquanto classe, as lutas por conquistas específicas têm sentido histórico mais amplo, pois estão ligadas à peleja maior contra toda a forma de opressão tendo como norte o fim da exploração do homem pelo homem.


Três anos depois dos eventos de Chicago (1889) reuniu-se em Paris um congresso operário marxista, que marcou a fundação da Segunda Internacional Socialista. Neste encontro elaborou-se uma diretiva, iniciativa do belga Raymond Lavigne, de organizar uma grande manifestação internacional para o ano seguinte, ao mesmo tempo, com data fixa, 1º de maio, em todas os países e cidades, pela redução da jornada de trabalho para 8 horas.

No Congresso da Segunda Internacional em Bruxelas, em setembro de 1891, foi aprovada a resolução histórica: em homenagem aos mártires de Chicago, tornar o 1º de maio "um dia de festa dos trabalhadores de todos os países, durante o qual os trabalhadores devem manifestar os objetivos comuns de suas reivindicações, bem como sua solidariedade".

Hoje, na maior parte do mundo, a data é reconhecida como o dia internacional do trabalhador, menos nos EUA.

Resgatar a história do 1º de maio é valorizar o seu sentido principal: um evento classista que pugna sempre por mais justiça e democracia.

É também um momento de festa, mas a festa do dia do trabalhador deve ter constantemente um objetivo primordial: elevar a consciência política e de classe. 

Neste primeiro de maio de 2015 motivos especiais realçam no Brasil o caráter combativo da data. A Câmara dos Deputados aprovou recentemente o projeto de lei 4330, que amplia a terceirização para todas as áreas das empresas.

Em sete décadas esta é a mais séria ameaça contra os direitos trabalhistas. 


O projeto ainda vai ter que ser aprovado pelo Senado. Caso o Senado faça alguma modificação, e certamente fará, o projeto volta a ser discutido na Câmara, e só então irá para a sanção ou veto da presidenta Dilma Rousseff.

É importante que no dia 1º de Maio vibrantes e aguerridas manifestações por todo o Brasil digam não à terceirização e ao lado disso empunhem a bandeira da defesa da democracia contra os intentos golpistas da direita.

Um primeiro de maio de luta, unindo uma bandeira imediata (contra a terceirização) a uma bandeira estratégica (a defesa da democracia) faz justa homenagem aos heróis de Chicago e a todos os homens e mulheres, construtores e construtoras do rico patrimônio que forma a história do proletariado em sua incansável contenda contra a burguesia.

Além de Parsons, August Spies também falou no tribunal que o condenou à forca em 1886. Portou-se como um valoroso soldado da luta de classes, fenômeno social que existirá enquanto existir capitalismo e, portanto, exploração. 

Persistir na construção do dia do trabalhador de forma ampla, criativa, mas sem abrir mão do seu caráter fundamental, é seguir o caminho de manter acesa a chama mencionada por August Spies, diante dos seus verdugos burgueses.

"Se com o nosso enforcamento vocês pensam em destruir o movimento operário - este movimento de milhões de seres humilhados, que sofrem na pobreza e na miséria, se esperam a rendição – se esta é sua opinião, enforquem-nos. Aqui terão apagado uma faísca, mas lá e acolá, atrás e na frente de vocês, em todas as partes, as chamas crescerão. É um fogo subterrâneo e vocês não poderão apagá-lo!".
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Fonte: Portal Vermelho


    terça-feira, 1 de maio de 2012

    Viva o dia internacional de luta da classe trabalhadora!

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    Primeiro de Maio. Dia dos Trabalhadores, data universal de toda a classe. Dia da classe operária de todos os países, de suas lutas, agruras e vitórias. Dia da unidade de ação, de reafirmação de compromissos, de descortino de perspectivas, politização das lutas, vislumbre de novos horizontes de desenvolvimento social e político e luta por uma nova sociedade. Dia de relembrar combates e batalhas vividos e os heróis de sempre no enfrentamento contra a opressão e exploração capitalistas.

    Nunca é demais relembrar os fatos que estão na origem da designação do 1º de Maio como dia dos Trabalhadores. 

    Em 1885, associações de trabalhadores dos Estados Unidos convocam uma greve para o dia 1º de Maio de 1886, reivindicando a jornada de oito horas, o que dá origem a um ascenso das lutas operárias, reprimidas a ferro e fogo. No dia 1º de Maio realiza-se em Chicago uma manifestação de dezenas de milhares de grevistas. Dias depois, 4 de maio, durante um comício de solidariedade com os trabalhadores de uma empresa onde a repressão causara numerosos mortos e feridos, provocadores fazem explodir uma bomba, resultando na morte de policiais e trabalhadores e dando início a uma repressão generalizada. Oito líderes dos trabalhadores, que passam á história como os “mártires de Chicago”, são condenados numa farsa judicial como os principais responsáveis pelos acontecimentos de 4 de Maio. Quatro deles são enforcados em 11 de Novembro de 1887.

    Para homenagear os “mártires de Chicago”, o Congresso fundador da Internacional Socialista, reunido em Paris em 14 de Julho de 1889 - centenário da Revolução Francesa - propôs a proclamação do 1º de Maio como Dia Internacional do Trabalhador. Em 1º de Maio do ano seguinte, essa manifestação simultânea teve lugar em diversos países, a primeira ação unitária da classe operária, materializando a consigna do Manifesto Comunista - “Proletários de todos os países, uni-vos!”.

    Desde então – e já se vão 122 anos - o dia 1º de Maio ficou caracterizado como o dia de luta de todos os trabalhadores. Com o passar do tempo, não apenas a luta pela jornada de 8 horas, mas pelo conjunto das reivindicações econômicas, sociais e políticas dos trabalhadores, pela sua afirmação como classe independente no terreno da luta social e política, por sua organização sindical e política, intervenção eleitoral, por democracia, contra o fascismo, o imperialismo e a guerra, pela justiça, o progresso e a paz, por uma sociedade livre da opressão e exploração capitalistas.

    A partir da vitória da Revolução de Outubro de 1917 na Rússia e a sucessão de acontecimentos revolucionários no século 20, o 1º de Maio passou a ser também uma data de afirmação do internacionalismo proletário e da luta pelo socialismo, do fortalecimento da organização popular, da aliança das classes oprimidas e do afiançamento do partido comunista como força dirigente da luta da classe trabalhadora. 

    Nos últimos anos, o 1º de Maio é celebrado pelos trabalhadores num ambiente político, econômico e social adverso, em meio a inusitada regressão de conquistas e brutal ofensiva por parte da burguesia monopolista e financeira reacionária em todo o mundo contra os direitos dos trabalhadores. Em profunda e inarredável crise sistêmica, as classes retrógradas que comandam o capitalismo percorrem o caminho da barbárie e atiram sobre os ombros de quem trabalha o pesado ônus da abismal situação em que se encontra.

    Indistintamente, as políticas em prática em todas as latitudes são as neoliberais e conservadoras, de desregulamentação financeira, privatizações, liberalização dos mercados, especulação, parasitismo, que têm como contraface a privação de direitos dos trabalhadores, a deterioração do seu padrão de vida, a degradação geral da sociedade. 

    Campeiam o desemprego, a precariedade, intensificam-se os mecanismos de extração de mais-valia e exploração do trabalho, deteriora-se o poder de compra dos salários, atacam-se conquistas históricas como os direitos previdenciários. Crescentemente, os governos burgueses afastam-se das suas obrigações essenciais de prover os serviços públicos, saúde, educação, infraestrutura urbana - tudo privatizado e transformado em mercadoria. 

    Este cenário de crise e ofensiva contra direitos sinaliza quanto são graves as ameaças que pesam sobre os trabalhadores, oriundas do sistema capitalista opressor. Ameaças que se tornam ainda mais perigosas quando acrescidas pela ofensiva política e militar das potências imperialistas, traduzidas por ações intervencionistas, guerras de rapina, brutais atentados à paz, à segurança internacional, à soberania de povos e nações. 

    A América Latina vive há mais de uma década um novo ciclo político, no qual está inserido também o Brasil. Resultado do acúmulo de lutas, este ciclo materializa-se em conquistas democráticas e patrióticas, em que o combate contra as injustiças sociais e à dominação imperialista avança, elevando pedagogicamente a consciência política dos trabalhadores e dos povos. Mas seria grosseiro equívoco imaginar que, por um passe de mágica, transformamo-nos em uma ilha de tranquilidade e no ambiente propício à conciliação de classes, viabilizada por meio de medidas econômicas tecnocráticas.

    O 1º de Maio é o momento em que falam mais alto os trabalhadores, em que sua voz se transforma em brado e chamamento à emancipação. Em face da crise do capitalismo e da ofensiva das classes dominantes conservadoras e retrógradas, é indispensável afirmar a luta, a unidade, a organização, a solidariedade e a perspectiva de ruptura dos trabalhadores com o sistema opressor. Celebrar o 1º de Maio é promover a pedagogia dos oprimidos e conscientizá-los de que só a luta anticapitalista e anti-imperialista abrirá caminho à sua emancipação.

    Por óbvio, não é uma luta imediatista, a realizar e vencer de um só golpe. É luta de longo fôlego, que exigirá lucidez, maturidade política, discernimento ideológico, clareza de propósitos, domínio e manejo de adequados procedimentos e meios estratégicos e táticos.

    Viver com intensidade o novo ciclo político que o país e a América Latina estão atravessando faz parte do processo de acumulação de forças e é o campo de prova em que os trabalhadores farão seu aprendizado na prática e viverão a própria experiência, lutando por reivindicações concretas, conquistando espaços, acumulando vitórias e construindo seus instrumentos organizativos na esfera política. 

    A esquerda, as forças que se reivindicam como portadores dos ideais socialistas e comunistas, têm imensas responsabilidades nesse processo. Para elas o 1º de Maio é também um momento de aprendizado, reflexão e orientação. Justas diretivas no sentido da unidade e da luta combativa com perspectiva classista constituem um dos fatores decisivos para o êxito no processo de acumulação revolucionária de forças.
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    quarta-feira, 14 de março de 2012

    Centrais Sindicais farão 1. de Maio Unificado em todo o país

    Um comentário:
    Manifestantes em frente ao Teatro Municipal de SP, perto do Viaduto do Chá

    Na manhã de ontem (13), as centrais Força Sindical, CTB, UGT, CGTB e NCST reuniram-se para fazer o lançamento das comemorações do 1º de Maio 2012 Unificado no Viaduto do Chá (centro de São Paulo), sob as bandeiras de "Desenvolvimento com menos juros, mais salários e mais empregos".

    Apenas a CUT e a central-mix CSP-Conlutas preferiram ficar cada uma no seu canto e irão realizar atos separadamente, deixando de reforçar a unidade dos trabalhadores na luta pela ampliação de direitos e pela manutenção dos que estão sob ameaça de iniciativas patronais.

    A previsão dos dirigentes das Centrais é reunir cerca de dois milhões de pessoas no 1º de Maio deste ano. Para Nivaldo Santana, vice-presidente da CTB, a presença massiva da classe trabalhadora no evento será de fundamental importância para levantar a bandeira do desenvolvimento. “É importante que os trabalhadores participem e interfiram na luta política do Brasil”, afirmou.

    Nivaldo lembrou ainda que o ato de 1º de Maio colocará em discussão o tema que mais tem sido debatido pelo movimento sindical em 2012: a questão da desindustrialização. “Precisamos dialogar com a população sobre isso. Nossa luta é por menos juros e pelo controle do câmbio, para que a indústria nacional não quebre e para que deixemos de ser uma nação exportadora de matérias-primas”, defendeu o vice-presidente da CTB. 

    O ato de festa e luta do 1º de Maio Unificado deste ano será na Praça Campo de Bagatelle (área norte de São Paulo, próximo da estação de metrô Santana), bem como se reproduzirá em muitas outras cidades e capitais do país. Mais informações e notícias podem ser encontradas no site especificamente criado para o evento
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    Fonte: com informações do DIAP e Portal CTB.

    sábado, 30 de abril de 2011

    O significado do 1o. de Maio

    2 comentários:
    Se acreditais que enforcando-nos podeis conter o movimento operário, esse movimento constante em que se agitam milhões de homens que vivem na miséria, os escravos do salário; se esperais salvar-vos e acreditais que o conseguireis, enforcai-nos! Então vos encontrarei sobre um vulcão, e daqui e de lá, e de baixo e ao lado, de todas as partes surgirá a revolução. É um fogo subterrâneo que mina tudo”. (Augusto Spies, 31 anos, diretor do jornal Diário dos Trabalhadores)

    Se tenho que ser enforcado por professar minhas idéias, por meu amor à liberdade, à igualdade e à fraternidade, então nada tenho a objetar. Se a morte é a pena correspondente à nossa ardente paixão pela redenção da espécie humana, então digo bem alto: minha vida está à disposição. Se acreditais que com esse bárbaro veredicto aniquilais nossas idéias, estais muito enganados, pois elas são imortais''. (Adolf Fischer, 30 anos, jornalista)

    Em que consiste meu crime? Em ter trabalhado para a implantação de um sistema social no qual seja impossível o fato de que enquanto uns, os donos das máquinas, amontoam milhões, outros caem na degradação e na miséria.  Assim como a água e o ar são para todos, também a terra e as invenções dos homens de ciência devem ser utilizadas em benefício de todos. Vossas leis se opõem às leis da natureza e utilizando-as roubais às massas o direito à vida, à liberdade e ao bem-estar”. (George Engel, 50 anos, tipógrafo)

    Acreditais que quando nossos cadáveres tenham sido jogados na fossa tudo terá se acabado? Acreditais que a guerra social se acabará estrangulando-nos barbaramente. Pois estais muito enganados. Sobre o vosso veredicto cairá o do povo americano e do povo de todo o mundo, para demonstrar vossa injustiça e as injustiças sociais que nos levam ao cadafalso”. (Albert Parsons, que lutou na guerra da secessão nos EUA)


    As corajosas e veementes palavras destes quatro líderes do jovem movimento operário dos EUA foram proferidas em 20 de agosto de 1886, pouco após ouvirem a sentença do juiz condenando-os à morte. Elas estão na origem ao 1º de Maio, o Dia Internacional dos Trabalhadores. Na atual fase da luta de classes, em que muitos aderiram à ordem burguesa e perderam a perspectiva do socialismo, vale registrar este marco histórico e reverenciar a postura classista destes heróis do proletariado. A sua saga serve de referência aos que lutam pela superação da barbárie capitalista. 

    A origem do 1º de Maio está vinculada à luta pela redução da jornada de trabalho, bandeira que mantém sua atualidade estratégica. Em meados do século XIX, a jornada média nos EUA era de 15 horas diárias. Contra este abuso, a classe operária, que se robustecia com o acelerado avanço do capitalismo no país, passou a liderar vários protestos. Em 1827, os carpinteiros da Filadélfia realizaram a primeira greve com esta bandeira. Em 1832, ocorre um forte movimento em Boston que serviu de alerta à burguesia. Já em 1840, o governo aprova o primeiro projeto de redução da jornada para os funcionários públicos. 


    Greve geral pela redução da jornada 
    Esta vitória parcial impulsionou ainda mais esta luta. A partir de 1850, surgem as vibrantes Ligas das Oito Horas, comandando a campanha em todo o país e obtendo outras conquistas localizadas. Em 1884, a Federação dos Grêmios e Uniões Organizadas dos EUA e Canadá, futura Federação Americana do Trabalho (AFL), convoca uma greve nacional para exigir a redução para todos os assalariados, “sem distinção de sexo, ofício ou idade”'. A data escolhida foi 1º de Maio de 1886 - maio era o mês da maioria das renovações dos contratos coletivos de trabalho nos EUA. 

    A greve geral superou as expectativas, confirmando que esta bandeira já havia sido incorporada pelo proletariado. Segundo relato de Camilo Taufic, no livro “'Crônica do 1º de Maio”, mais de 5 mil fábricas foram paralisadas e cerca de 340 mil operários saíram às ruas para exigir a redução. Muitas empresas, sentindo a força do movimento, cederam: 125 mil assalariados obtiveram este direito no mesmo dia 1º de Maio; no mês seguinte, outros 200 mil foram beneficiados; e antes do final do ano, cerca de 1 milhão de trabalhadores já gozavam do direito às oito horas. 



    “Chumbo contra os grevistas”, prega a imprensa 
    Mas a batalha não foi fácil. Em muitas locais, a burguesia formou milícias armadas, compostas por marginais e ex-presidiários. O bando dos “'Irmãos Pinkerton” ficou famoso pelos métodos truculentos utilizados contra os grevistas. O governo federal acionou o Exército para reprimir os operários. Já a imprensa burguesa atiçou o confronto. Num editorial, o jornal Chicago Tribune esbravejou: “O chumbo é a melhor alimentação para os grevistas. A prisão e o trabalho forçado são a única solução possível para a questão social. É de se esperar que o seu uso se estenda”. 

    A polarização social atingiu seu ápice em Chicago, um dos pólos industriais mais dinâmicos do nascente capitalismo nos EUA. A greve, iniciada em 1º de Maio, conseguiu a adesão da quase totalidade das fábricas. Diante da intransigência patronal, ela prosseguiu nos dias seguintes. Em 4 de maio, durante um protesto dos grevistas na Praça Haymarket, uma bomba explodiu e matou um policial. O conflito explodiu. No total, 38 operários foram mortos e 115 ficaram feridos. 



    Os oito mártires de Chicago 
    Apesar da origem da bomba nunca ter sido esclarecida, o governo decretou estado de sítio em Chicago, fixando toque de recolher e ocupando militarmente os bairros operários; os sindicatos foram fechados e mais de 300 líderes grevistas foram presos e torturados nos interrogatórios. Como desdobramento desta onda de terror, oito líderes do movimento - o jornalista Auguste Spies, do “'Diário dos Trabalhadores”', e os sindicalistas Adolf Fisher, George Engel, Albert Parsons, Louis Lingg, Samuel Fielden, Michael Schwab e Oscar Neebe - foram detidos e levados a julgamento. Eles entrariam para a história como “Os Oito Mártires de Chicago”. 

    O julgamento foi uma das maiores farsas judiciais da história dos EUA. O seu único objetivo foi condenar o movimento grevista e as lideranças anarquistas, que dirigiram o protesto. Nada se comprovou sobre os responsáveis pela bomba ou pela morte do policial. O juiz Joseph Gary, nomeado para conduzir o Tribunal Especial, fez questão de explicitar sua tese de que a bomba fazia parte de um complô mundial contra os EUA. Iniciado em 17 de maio, o tribunal teve os 12 jurados selecionados a dedo entre os 981 candidatos; as testemunhas foram criteriosamente escolhidas. Três líderes grevistas foram comprados pelo governo, conforme comprovou posteriormente a irmã de um deles (Waller). 



    A maior farsa judicial dos EUA 
    Em 20 de agosto, com o tribunal lotado, foi lido o veredicto: Spies, Fisher, Engel, Parsons, Lingg, Fielden e Schwab foram condenados à morte; Neebe pegou 15 anos de prisão. Pouco depois, em função da onda de protestos, Lingg, Fielden e Schwab tiveram suas penas reduzidas para prisão perpétua. Em 11 de novembro de 1887, na cadeia de Chicago, Spies, Fisher, Engel e Parsons foram enforcados. Um dia antes, Lingg morreu na cela em circunstâncias misteriosas; a polícia alegou “suicídio”. No mesmo dia, os cinco “'Mártires de Chicago” foram enterrados num cortejo que reuniu mais de 25 mil operários. Durante várias semanas, as casas proletárias da região exibiram flores vermelhas em sinal de luto e protesto. 

    Seis anos depois, o próprio governador de Illinois, John Altgeld, mandou reabrir o processo. O novo juiz concluiu que os enforcados não tinham cometido qualquer crime, “tinham sido vitimas inocentes de um erro judicial”. Fielden, Schwab e Neebe foram imediatamente soltos. A morte destes líderes operários não tinha sido em vão. Em 1º de Maio de 1890, o Congresso dos EUA regulamentou a jornada de oito horas diárias. Em homenagem aos seus heróis, em dezembro do mesmo ano, a AFL transformou o 1º de Maio em dia nacional de luta. Posteriormente, a central sindical, totalmente corrompida e apelegada, apagaria a data do seu calendário. 

    Em 1891, a Segunda Internacional dos Trabalhadores, que havia sido fundada dois anos antes e reunia organizações operárias e socialistas do mundo todo, decidiu em seu congresso de Bruxelas que “no dia 1º de Maio haverá demonstração única para os trabalhadores de todos os países, com caráter de afirmação de luta de classes e de reivindicação das oito horas de trabalho”. A partir do congresso, que teve a presença de 367 delegados de mais de 20 países, o Dia Internacional dos Trabalhadores passou a ser a principal referência no calendário de todos os que lutam contra a exploração capitalista.