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segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

Representação dos TAE nos Conselhos da UFPR: afinal, quando vai ter eleição ?

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No final de 2023, uma Comissão Eleitoral designada por Portaria do Reitor chamou uma eleição para renovar a representação dos TAE nos Conselhos Superiores da UFPR (COPLAD, CEP, Curadores), pois os mandatos daqueles conselheiros estavam chegando ao fim.  Pleito mal organizado, mal convocado, pouca divulgação, quase nenhum debate na categoria...

Resultado: categoria desinformada, quorum baixo de eleitores, diferença pífia de votos entre a chapa "vencedora" e a segunda colocada (12 votos).  A Comissão Eleitoral achou preferível anular aquela eleição, com anuência das chapas.

No entanto, em 2024 não foi novamente chamada uma eleição desses representantes, e os que estavam foram ficando, por inércia, com os mandatos estendidos, embora, até onde se saiba, sem qualquer documentação autorizativa dessa prorrogação do direito de representação.  Chegaram até a participar, no segundo semestre de 2024, da reunião do Colégio Eleitoral que votou a lista tríplice para escolha do novo reitor (referendo do resultado da eleição direta vencida pelo professor Marcos Sunye).

Ainda no começo de 2024 alguns servidores TAE chegaram a levar até a então chefe de gabinete do reitor Ricardo Marcelo uma sugestão de mudança do Regimento Eleitoral, propondo a mudança do sistema de majoritário (pelo qual a chapa com mais votos fica com todos os cargos) para o proporcional (conforme o percentual de votos obtidos por cada chapa é feita a distribuição proporcional dos cargos).  Ainda assim, nada foi encaminhado, e assim persistem os mandatos estendidos por mera inércia, sem legitimidade.

Aguarda-se que a nova gestão da Reitoria resolva logo essa situação esdrúxula, e  nomeie nova Comissão Eleitoral que, espera-se, considere a mudança do sistema de majoritário para proporcional, que é o próprio para indicações de nomes a um parlamento, como o são os Conselhos Superiores.

Quando será chamada a primeira Assembleia Geral Comunitária da UFPR?

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Uma das marcas da campanha vitoriosa do novo reitor professor Marcos Sunye foi a questão do aperfeiçoamento dos mecanismos de diálogo da administração central com a comunidade universitária e da democracia interna, aspectos que teriam sido negligenciados na última gestão do professor Ricardo Marcelo.

Em grande medida, essa crítica foi acertada, pois, nos anos mais recentes, não mais se viram iniciativas como a daquela enorme Assembleia Geral, realizada no Auditório do Centro Politécnico anos atrás, para debater mas também para colocar os pregos no caixão do nefando projeto privatizante da Universidade Pública que era o dito “Future-se”, vomitado pelo egrégio ministro bolsonarista burro Weintraub. Iniciativa que se repetiu em outras IFES Brasil afora e que afastou em definitivo o risco de aprovação daquele funesto projeto.

Contudo, depois disso, nada parecido voltou a ocorrer, e, ao que parece, até mesmo os fóruns estatutários máximos de decisões – os Conselhos Superiores – não chegaram a ser palco de debates mais significativos sobre os rumos da instituição.


Pois então trata-se de colocar em curso novas iniciativas que de fato retomem o intento de se aprimorar o debate interno, a democracia universitária. Assembleias gerais comunitárias podem contribuir tanto para publicizar e democratizar informações às categorias da UFPR como para apontar os rumos citados no parágrafo acima, também auxiliando a própria administração central para tomar pulso do cenário da universidade e tomar decisões com um sentido de coletividade. Outro mecanismo democrático, no que toca a temas relevantes e polêmicos, é o da realização de plebiscitos e referendos envolvendo a todos e a todas.

Assim, espera-se que a nova gestão Sunye/Camila avalie a oportunidade mais adequada, em breve, se possível, e igualmente a preparação da própria comunidade (por exemplo, com boletins próprios, eletrônicos mas também impressos), para a implementação das ações que vão nesse sentido favorável à melhoria do exercício democrático dentro da UFPR.

Já vivemos sob o império global das BigTechs?

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No meu livro de ficção científica “
Nada Mais Será como Antes” (editora Planeta, selo Minotauro), publicado no ano passado, a trama central se desenrola no ano de 2036, enquanto o nosso querido rochedo sideral, já não tão azul, também conhecido por Terra, enfrenta a convergência cataclísmica de múltiplas crises terminais, desencadeadas em grande parte por um modo de vida totalmente insustentável”, imposto goela abaixo para toda humanidade.

Miguel Nicolelis - CNN * 12/01/2025

A sincronização de todas estas crises no ano de 2036 coloca em risco não só a sobrevivência da nossa própria espécie, mas também a viabilidade de todas as outras formas de vida orgânica ao nosso redor.

Do ápice do impacto das mudanças climáticas, que, seguindo um perfeito efeito dominó, desencadearia uma sequência devastadora de eventos mundo afora, como incêndios infernais e furacões e tsunamis jamais vistos, secas prolongadas que quebram safras essenciais e produzem escassez de água potável, queda brutal na produção de energia por fontes renováveis devido à redução do volume das suas barragens de usinas hidrelétricas e até a eclosão de novas pandemias, devido ao surgimento de novos vírus até então desconhecidos da Humanidade, devido ao derretimento das geleiras do Pólo Norte e da Groenlândia! Sim, ela mesma: a Groenlândia! Trump que me perdoe!


Todavia, tragédias como as enchentes no Rio Grande do Sul, a seca épica na região amazônica e os incêndios estarrecedores em Los Angeles neste começo de 2025 começaram a me dar a impressão que, ao invés de ser apenas um livro de ficção científica, o meu enredo tenha rapidamente se transformado num ensaio jornalístico do estado caótico por que passa a Humanidade neste exato momento em que esta coluna está sendo escrita. Ou seja, no presente presentíssimo!

O que era apenas uma desconfiança se transformou em quase certeza quando duas das outras crises existenciais preditas no meu livro para eclodir por volta de 2036 passaram a se tornar totalmente explícitas no nosso momento atual. Na realidade, estas duas crises estão intimamente conectadas, pois uma serve como instrumento fundamental para a manifestação do verdadeiro plano de negócio da segunda. Eu me refiro à primeira como uma serpente – uma Mamba1 Digital, me parece ser a imagem apropriada – de duas cabeças que eu denominei como o “vírus informacional” e a sua gêmea siamesa, conhecida como “a dependência digital”.

Desta Mamba digital de duas cabeças emana o combustível que alimenta a maior de todas as crises previstas na minha ficção científica, mas que claramente está começando a sair da proverbial toca com 11 anos de antecedência. Eu me refiro a um plano de dominação global engendrado pelos Overlords das BigTechs, ou, se vocês preferirem, um “hostile takeover”2 alinhavado pelos cardeais do Culto da Máquina em associação com seus parceiros no mundo das altas finanças, que visa tornar obsoleto os mecanismos tradicionais de governança e funcionamento dos Estados nacionais – incluindo executivo, legislativo e judiciário – por todo planeta...

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1Uma espécie de cobra, muito venenosa.
2Em inglês, “posse hostil”.

Iluminando o "Fator X" do cérebro

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Mesmo antes de os cientistas finalizarem o sequenciamento do genoma humano inteiro, de ponta a ponta, em 2022, pesquisas do Estudos da Associação Genoma Ampliado (GWAS) estavam proporcionando um insight extraordinário para a complexa interação entre genética, saúde e doença. 

Porém, tais estudos frequentemente ignoram a influência do cromossomo X em suas análises, assim deixando de lado colossais 5% de todo o genoma humano. Em anos recentes, os pesquisadores descobriram que esse negligenciado cromossomo joga papel proeminente na conformação do cérebro.

Um estudo de 2021 publicado na “Nature Neuroscience” descobriu, por exemplo, que o cromossomo X exerce uma influência surpreendentemente poderosa em diversas estruturas cerebrais. Conforme o chefe das pesquisas Armin Raznahan disse ao “The Transmitter”, “Já havia algumas indicações de que o cromossomo X provavelmente tinha sua visibilidade própria”. Contudo, ao passo que era já conhecido que muitos genes ligados ao cromossomo X – incluindo aqueles implicados em patologias como a Síndrome do X Frágil e a Síndrome de Rett – tem sua expressão no cérebro, a nova pesquisa revelou que o cromossomo também mantém uma influência mais forte do que a esperada sobre o córtex pré-frontal, o córtex sensório-motor e a junção temporoparietal – regiões envolvidas em funções como atenção, tomada de decisões e habilidades sensoriais e motoras. O impacto sobre a anatomia cerebral é particularmente diversificado e significativo em homens, que em geral somente tem um cromossomo X, enquanto a maioria das mulheres possuem dois.

Um novo estudo da “Science Advances”, que examinou dados de imageamento cerebral de quase 40 mil participantes no Biobank do Reino Unido lançou ainda mais luz sobre o cromossomo X e sua enorme influência sobre o cérebro. Os autores focaram em um processo chamado inativação do X, no qual uma das cópias desse cromossomo é silenciada – o que assegura que pessoas com par XX e pessoas com par XY tenham níveis similares de expressão dos genes ligadas ao cromossomo X. Mas esse silenciamento não é absoluto e, descobriram os autores do estudo, certas partes do cérebro recebem uma dose mais alta [da expressão] dos genes ligados ao X do que outras. A equipe de pesquisa também identificou associações entre localizações dos genes no cromossomo X e várias patologias relacionadas ao cérebro, inclusive esquizofrenia.

Outra pesquisa recente revelou que, quando se trata de impactos sobre o cérebro, nem todos os cromossomos X são criados por igual. De acordo com novo estudo na “Nature”, camondongos fêmeas que expressam genes somente do cromossomo proveniente da mãe mostram envelhecimento mais rápido do cérebro do que aqueles herdados de ambos os pais – e isso potencialmente ajudaria a explicar as diferenças de gênero em doenças como o mal de Alzheimer.

No geral, esses achados estão contribuindo para colocar esse tão negligenciado cromossomo sob os holofotes – e, com esperança, inspirar futuras pesquisas. Segundo coloca Raznahan, “Apreciaremos se esse trabalho, de algum modo, contribuir para encorajar as pessoas a estudarem mais o cromossomo X”.

Artigo completo na "Science Advances":

https://www.science.org/doi/10.1126/sciadv.adq5360?utm_source=sfmc&utm_medium=email&utm_campaign=ScienceAdviser&utm_content=dive&et_rid=983775177&et_cid=5513512

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Fonte: Science Adviser - 31/01/2025