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sexta-feira, 17 de setembro de 2021

O cavalo de Troia pretendido pelo MEC para fracionar institutos federais


Governo Federal pretende indicar dez novos reitores sem aumentar o número de campi e de estudantes atendidos pela rede

Gaudêncio Frigotto e Tiago Fávero no jornal Brasil de Fato

Em matéria publicada no jornal Brasil de Fato, assinada pelos professores Gaudêncio Frigotto (UFF) e Tiago Fávero (IF-sudeste de MG), faz-se forte denúncia e avaliação de mais uma das medidas do MEC bolsonarista para prejudicar ainda mais os Institutos Federais e tentar impor controle rígido sobre a democracia interna dessas instituições.

A medida, na verdade, vem do anterior governo golpista do “mordomo de filme de terror” Michel Temer, não aprovada então, mas agora o desministro pastor Milton Ribeiro quer implementá-la, apresentando-a como suposta expansão da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica (EPT).

Narra a matéria do jornal Brasil de Fato que dez reitores de IFs foram chamados ao MEC para discutir a tal medida. Os dirigentes, ao verem os termos da proposta indecente, entenderam-na como verdadeiro “cavalo de Tróia”, pois: “ao invés de visualizarem investimentos para a ampliação de campi, construção de novos institutos e aumento do número de estudantes atendidos, a proposta do governo federal é a fragmentação de unidades já existentes”.

O que a indigestão bolsonarista no MEC de fato almeja é somente criar dez novas reitorias, o que permitirá indicar politicamente dez novos reitores, isto é, dez prepostos de Bolsonaro/Milton. Ou seja, mais dez “boquinhas” para amigos do rei genocida e outras tantas em assessorias. Além de ampliar o controle do desgoverno federal sobre as instituições públicas. Como candidaturas pró-Bolsonaro em geral perdem as eleições diretas para reitorias (a exemplo da UFPR em 2020), o lance é tentar um jeitinho para enfiar dirigentes “biônicos”, indicados e não eleitos.

Não se cria uma única nova vaga, laboratório, biblioteca, mas se joga ao público a fancaria de que foram “criados” dez novos Institutos. E sem aumentar em um centavo sequer o orçamento dessas instituições públicas, aliás, pelo contrário, em 2021 o que se viu foi corte criminoso corte de verbas e de bolsas.

Analisam ainda os autores da matéria: “Com os cortes financeiros atuais e o acréscimo de gastos burocráticos de mais dez reitorias, decreta-se a exclusão forçada dos que entraram nos IFs mediante políticas de inclusão: quilombolas, indígenas, filhas e filhos de pequenos agricultores, ribeirinhos e alunos de escolas públicas (…) uma tentativa de reforçar a dualidade educacional brasileira, dentro da qual estudantes pobres aprendem profissões técnicas e de baixa remuneração e estudantes das classes altas acessam o ensino superior.”

Há outros aspectos de avaliação sobre mais essa tenebrosa intenção do bom pastor ministro, que assumiu o MEC recomendando meter o tapa, chinelo ou cinta para controlar crianças ditas “desobedientes”.

Sugerimos ler a íntegra da matéria do BdeF neste link.
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Fonte e foto: Brasil de Fato

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