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domingo, 15 de fevereiro de 2015

Nada de preces para Showtrick - Cap. 7

- Pra que me enfiar em mais esta? Vamos desenterrando as maracutaias, e no fim de contas a gente sai incompreendido e mal falado... Max Deutsch cavoucava com um graveto a terra no jardim de casa enquanto matutava sobre a dúvida surgida no jornalzinho da USCU.

- O que eu ganho? Nada! Satisfação de botar a limpo uma possível mutreta feita com o dinheiro de meus colegas de trabalho da Universidade? Nem vão me agradecer, e ainda me chamarão de encrenqueiro.

Foi deitar, era tarde da noite, mas o assunto não saía da cabeça. Tinha que saber mais. Ficar na dúvida parecia pior que futuras consequências. Decidiu que ia cedo encontrar o cartório de lavra daquela escritura e só então conseguiu pegar no sono.

Manhã morna de outono, quase uma hora de ônibus de Orlando até St. Cloud, que ficava alguns quilômetros ao sul. Max levava o jornal da USCU com a foto da escritura do imóvel de Alafaya. Não demorou muito a achar o cartório único da cidadezinha onde tinha sido registrada a transação feita por Salvatore. Assim que viu as escrituras originais ficou ainda mais intrigado. Pagou cópias ao cartório e tomou rápido o ônibus de volta.

- Não consigo entender, pensava Max no trajeto de volta, tenho um jornal da USCU que me diz que os 12 componentes do imóvel foram vendidos por um total de 250 mil. As escrituras que xeroquei me falam só de 9 terrenos a um preço total de 162 mil, custando 18 mil cada um, e uma segunda escritura, para o corretor imobiliário, de um décimo terreno também de 18 mil. No total, 180 mil, por 10 terrenos. Mas e os componentes 4 e 5 do imóvel de que não se fala nestas escrituras?

De volta a Orlando, decidiu que iria a Alafaya tentar obter mais dados sobre a operação. Algo de fato cheirava estranho naquela papelada.  

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