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sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Luta contra a EBSERH: bombas e... bombas

Bombas da PF não detonadas (efeito moral e pimenta) na entrada da Reitoria

Durante a repressão da Polícia Federal aos manifestantes antiEBSERH ontem, perto do meio-dia, bombas de efeito moral e de gás de pimenta foram lançadas pela janela do andar térreo da Reitoria  sobre a manifestação aglomerada contra a porta principal do prédio. Ouviu-se ruído de ao menos duas explosões com intensidade moderada e alguma "fumaça".  Os ativistas saíram correndo da frente da entrada para escapar do efeito irritante do gás de pimenta.

No entanto, ouviu-se também barulho de explosão bem mais forte, na mesma ocasião, percebido até a longa distância.

Duas bombas, uma de efeito moral e uma de gás de pimenta (foto acima), não detonaram e ficaram diante da porta da Reitoria, até serem desativadas por uma equipe especial antibombas ainda ontem, depois do almoço.



Baixada a poeira da agitação de ontem, pode-se ver o saldo de estragos, mas um deles desperta curiosidade.  Vejam o estado da porta lateral da Reitoria, nas fotos ao lado.  Quase todos os vidros estão quebrados. Há na parte de baixo da porta uma mancha escura denotativa de ação de fonte de calor forte.  E também uma mancha correspondente no chão em frente da mancha da porta.  A impressão que isso passa é a da explosão de um artefato que produziu muito calor e deslocamento de ar, tanto que alguns vidros do 1º. andar do Ed. D. Pedro II se estilhaçaram também.

A pergunta óbvia: de onde partiu esse artefato explosivo?  Teria sido também da equipe da PF que estava dentro do saguão da Reitoria, diante da porta da frente?  A PF reconhecidamente lançou bombas do tipo das retratadas acima (efeito moral e gás pimenta, que fazem barulho e soltam o gás irritante e pó de talco ou fumaça).  Poderia alguém infiltrado no movimento antiEBSERH ter confeccionado bomba caseira e lançado na hora da debandada? 

Esta hipótese seria lamentável, pois, desde o começo da greve nacional em março fizemos apelos contra o uso de táticas violentas do tipo usado pelos black-blocs, incabíveis dentro de uma Universidade. Não podemos admitir nos igualarmos aos procedimentos repressivos violentos que usualmente a polícia adota.

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Atualização às 19h00: ótimo vídeo produzido pela APUFPR sobre os acontecimentos de ontem mostra o momento em que um policial quebra - de dentro para fora - um dos vidros da porta lateral da Reitoria e joga próximo à porta uma bomba que detona com grande estrondo, compatível com as marcas de explosão que se vê no chão e na porta.  Ou seja, não satisfeitos em repelir os manifestantes da porta da frente com bombas e gás de pimenta, ainda explodiram mais esse artefato na lateral do prédio.  Clique aqui para ver o vídeo da APUFPR (a explosão na lateral está em 3m17s do vídeo). 

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