Desde sua fundação, em 1992, o Sinditest nunca se filiou a nenhuma Central sindical. Esteve perto de se filiar à CUT no começo do ano 2000, mas o processo não andou. Sempre manteve relações com as centrais mais atuantes no movimento dos técnicos, a CUT, a CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) e a "central"(*) Conlutas (hoje rebatizada de CSP-Conlutas - Central Sindical e Popular-Coordenação Nacional de Lutas).
Em sua posse de janeiro, a presidente reeleita Carla mencionou a intenção dela e alguns diretores de filiarem o Sinditest na "central" CSP-Conlutas, com a qual tem afinidades sindicais e político-partidárias.
No entanto, cabe a pergunta: é realmente imperativo agora o Sinditest filiar-se a alguma central sindical? Através de qual processo? De debates democráticos aprofundados ou no atropelo?
A FASUBRA esteve filiada à Central Única dos Trabalhadores (CUT) por muitos anos, até desfiliar-se em 2008, numa apertada votação do Confasubra. E por que se deu aquela desfiliação? Basicamente porque, ao longo da década passada, políticas e métodos da CUT já não conseguiam aceitação de cerca da metade do movimento dos técnicos em nível nacional. Metade acatava a linha da CUT e a outra metade do movimento fasubrino tinha objeções ou tinha, em certos casos, rejeição total. Isso era um tanto paralisante. Por isso se deu a desfiliação e hoje a FASUBRA, democraticamente, mantém relações com as 3 organizações CUT, CTB e CSP-Conlutas, o que reduz em parte alguns atritos antigos.
No caso do Sinditest, tudo indica, a filiação a qualquer central seria objeto de renhidas polêmicas e disputas. Isto é, filiar-se a A, B ou C dificilmente seria uma decisão tomada por ampla maioria, um quase consenso, que fortaleceria a unidade da categoria, mas que poderia, ao invés, ser gerador de contínuos atritos e desunião.
Além disso, há o aspecto financeiro: por exemplo, em caso de filiação à CSP-Conlutas, 5% da arrecadação mensal bruta do Sinditest iria direto para o cofre da "central" (como consta no Estatuto dela). A um sindicato que ultimamente enfrentou problemas de caixa e se vê às voltas com denúncias graves sobre irregularidades achadas na recente Auditoria das contas, provavelmente essa drenagem de 5% viesse a fazer falta.
Além disso, há o aspecto financeiro: por exemplo, em caso de filiação à CSP-Conlutas, 5% da arrecadação mensal bruta do Sinditest iria direto para o cofre da "central" (como consta no Estatuto dela). A um sindicato que ultimamente enfrentou problemas de caixa e se vê às voltas com denúncias graves sobre irregularidades achadas na recente Auditoria das contas, provavelmente essa drenagem de 5% viesse a fazer falta.
Por outro lado, a entrada em uma luta nacionalmente conduzida, através de uma Central sindical, pode propiciar mais debate político na base, ao mesmo tempo que a entidade sindical de base fortalece grandes batalhas gerais do interesse dos trabalhadores (a exemplo de bandeiras como a redução da jornada de trabalho, o fim do fator previdenciário, a negociação coletiva/data-base dos servidores e outras).
Entretanto, esse processo precisa ser de fato democrático, e não enviesado, manipulado e atropelado. Não há que ter pressa com esse debate, ele tem que ser amplo, generalizado na base da categoria. Quantos servidores, por exemplo, conhecem os estatutos, carta de princípios, planos de lutas de cada uma das 3 centrais citadas? Uma ínfima minoria. Idealmente, esse debate deveria se dar no curso de um Congresso do Sinditest, envolvendo para valer toda a base, no qual se discuta a reforma do Estatuto obsoleto do sindicato e junto a possível filiação a alguma Central sindical.
Na greve, prevista para começar possivelmente já na segunda quinzena deste mês, esse debate pode ser iniciado, chamando-se representantes das 3 centrais, mas seu aprofundamento e conclusão merece acontecer num Congresso de todo o Sinditest, coisa que não ocorre desde 1994. E o primeiro semestre de 2015, passado o agito das eleições presidenciais deste ano, seria o momento adequado para tal Congresso.
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(*)Usamos aspas na palavra "Central" ao referir a CSP-Conlutas, porque esta articulação não é, na devida acepção do termo, uma Central Sindical, uma vez que se propõe a englobar os mais variados tipos de movimentos e não apenas os sindicatos, federações e confederações sindicais de trabalhadores.
Um comentário:
É agora que o Sinditest se torna definitivamente a sede do PSTU
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