Li a entrevista de um suposto black bloc supostamente chamado Pedro, no Estadão, que diz que supostamente não é contra a Copa nem futebol, mas...
Por Flavio Aguiar, no site Carta Maior
Chute de rosca é aquele em que o jogador bate de raspão na bola, que sai para cima ou para um lado, rodopiando que nem pião, e pode dar tanto na vidraça do vizinho, como no próprio gol ou ainda na cabeça de quem chutou.
É o que está acontecendo com o chute chamado ‘Não vai ter Copa’, que preparou mais uma edição no sábado, dia 22.
O que chama a atenção na proposta é a construção de hipocrisias e desinformação que vem animando o movimento.
Li a entrevista de um suposto black bloc supostamente chamado Pedro, no Estadão, que diz que supostamente não é contra a Copa nem futebol, mas que é a favor de educação e serviços públicos de qualidade. Grande hipocrisia. Porque o que lhe interessa é dizer que vai jogar molotov em “ônibus de gringo” (aliás, uma expressão, no contexto, racista), para que eles tenham medo de ficar no Brasil e vão embora.
Se isto é ser a favor de educação, etc., somos todos os outros micos de circo. Além do mais, quem é a favor de educação, etc., faz manifestação, mata a cobra e mostra a cara – porque pau não tem, já que vai desarmado para a praça pública.
Tudo está baseado no argumento de que o dinheiro público “gasto” (na verdade, investido, com retorno no futuro) com os estádios, deveria ser usado em escolas e hospitais. O argumento desconhece a natureza e os labirintos de um orçamento público ou de um banco como o BNDES. Mas não importa: é repetido ad nauseam por inocentes-úteis (onde a inocência bordeja - ou poreja – a má fé) e cobras-criadas.
Aí entra o papel da velha mídia e dos arautos do caos. Como as oposições midiáticas e extramidiáticas não podem expor o seu programa verdadeiro (ver, a propósito, post no meu Blog do Velho Mundo), o que lhes resta é apostar no caos, numa catástrofe que detenha o governo Dilma, que a melindre nacional e internacionalmente. Nada melhor do que a Copa. Nada melhor do que o fracasso da Copa. Nada melhor do que a violência durante a Copa. Até porque ainda crêem que a Copa possa “eleger” ou “deseleger” a Dilma. Caramba, cambada, vai ser a economia e a política, talvez na ordem inversa.
-------------------
Fonte: Carta Maior de 20/02/2014
2 comentários:
Eu concordo com o que disse o jornaista Nirlando sobre esses blac bestas que são contra a Copa, assino embaixo:
"Busquei nos jornais deste domingo as notícias sobre os anunciados protestos contra a Copa, em São Paulo.
Como estava fora da cidade, fiquei curioso. A menos de quatro meses da abertura, quero avaliar a que ponto manifestações políticas podem vir de fato atrapalhar a vida dos eventos do futebol em junho e julho.
O protesto de sábado, convocado pelas redes sociais, prometia a adesão de multidões. Apareceram os habituais gatos-pingados.
Leio os jornais e fico perplexo: detalhes sobre as eventuais pancadarias, o tal “esquadrão ninja” da Polícia Militar, agressões a jornalistas, prisões de muita gente, vandalismo contra agências bancárias – enfim, nada de novo.
O que era novidade os jornais não contaram: a manifestação contra a Copa foi um fracasso. Queria ver isso escrito – um fracasso. Por que é que os jornais se recusam a estampar essa verdade evidente, tão cristalina?
Mil pessoas estavam no protesto. Na mesma hora, algumas dezenas de milhares caíam no samba. O bloco de homenagem ao Caetano Veloso, Tarado Ni Você, arrastou mais de 20 mil foliões não muito longe dali dos blac blocs tristes e exibicionistas (outros 40 blocos estavam se esbaldando em São Paulo enquanto os frangotes anti-Copa e anti-tudo tentavam emanar a felicidade geral e irrestrita).
A imprensa está exagerando no poder dessa meia-dúzia de inconformados mimadinhos (e, muitas vezes, covardemente violentos). Aos jornais interessa manter esse suspense artificial criado pela minoria insignificante do #NãovaiterCopa. A brincadeira mixou, os jornais fingem perceber que não.
Não fica bem dizer que não vai ter protesto – ou que eles, se ocorrerem, não terão o menor efeito, o menor significado. O bacana é dizer, com ares de sabichão: não sei, não, o pau vai quebrar.
Os jornais se deixam levar pelo culto ao protesto como se fosse uma causa nobre (outros, com a agenda política do golpe, mais fariseus, mais finórios, torcem para bagunçar o País em ano eleitoral).
O que aconteceu em junho de 2013 foi importante. Mas não tem nada a ver com os surtos da atual moléstia infantil do protestismo.
As aves agourentas vaticinaram que os estádios não ficariam prontos – e quase todos já estão. Que a roubalheira iria grassar. Gostaria que me dessem evidências reais – e não aquele lero-lero catastrofista dos taxistas. Profetizou-se o caos. A Copa caminha para se realizar dentro da maior normalidade.
A Copa não vai esconder os duros problemas do Brasil. Tampouco é responsável por eles. A Copa é só a Copa. Melhor relaxar e aproveitar."
Nenhum dos justiceiros anti copa abriu a boca quando ela foi anunciada no Brasil. Também não abriram a boca quando as obras foram anunciadas. Agora em ano eleitoral os justiceiros resolvem se mostrar revoltados com tudo e fingem estar defendendo o povo. Somos ingênuos, mas nem tanto.
Postar um comentário