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quinta-feira, 7 de junho de 2012

O Governo Dilma diante das greves

Reproduzimos artigo de Maurício Caleiro, do Blog Cinema & Outras Artes:

Vive-se um momento contraditório no país: ao mesmo tempo em que o governo mantém altos índices de popularidade e a estabilidade econômica alcançada em meio à mais grave crise do capitalismo desde 1929, graves problemas na Educação e na Saúde vêm a público, no bojo da insatisfação de médicos e professores. A greve destes atinge 20 dias, tem número de adesões crescente (já são 51 instituições paradas) e permanece sem perspectiva de solução. Concomitantemente, ocorrem dezenas de greves de professores estaduais e municipais.

Agora a situação se deteriora ainda mais: desde ontem, quando o ministro Aloizio Mercadante (Educação) chamou os representantes docentes à mesa de negociação mas, invocando as incertezas do cenário econômico internacional, não apresentou proposta, servidores públicos de 31 categorias profissionais, que protocolaram sua pauta de reivindicações no longínquo janeiro, decidiram aderir à paralisação até o próximo dia 18, como forma de protesto, após uma dezena de reuniões infrutíferas com o governo. 

Não obstante a gravidade da situação, tal cenário quase não tem atraído as atenções da mídia corporativa, cuja orientação neoliberal inclui, naturalmente, um desprezo acentuado pelo funcionalismo público. Só abre eventuais exceções quando – como ontem, no MEC - há quebra-quebra e a possibilidade sempre excitante de incriminar os movimentos sociais. Para muito além desses interesses de fundo, porém, tal comportamento se insere em um contexto histórico e político específico que ora já pode ser entendido como demarcador de um capítulo da história da imprensa: o seu relacionamento com os governos federais petistas.


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