-->

sábado, 2 de junho de 2012

Em tempos de crise, cortar gastos públicos é "tiro no pé" do país

Reproduzimos artigo do servidor técnico e dirigente da CTB Igor Pereira:

A novidade da última reunião do Fórum de Servidores Públicos Federais (SPFs) com o Ministério do Planejamento, realizada no dia 01º de junho, é a de que o governo anunciou postura cautelosa frente a crise econômica. Sérgio Mendonça, encarregado pelo governo a negociar com os servidores, disse que o país está em uma situação complicada, pois a crise econômica tem se agravado e vai arrastar os países emergentes, que a situação está se deteriorando muito rapidamente e o Brasil não vai fugir deste quadro. “Isto complica nossa discussão”, anunciou ele, argumentando que “em menos de um mês tem uma deterioração muito pesada que afeta as despesas com pessoal, por isto agora a palavra não é crescimento, é cautela”.

A CTB combate veementemente a concepção insinuada pelo governo de cortar ou contingenciar gastos públicos em tempos de crise. Sem redução substancial do superávit primário e a alocação dos recursos hoje destinados ao pagamento dos juros da dívida pública para investimentos públicos, e sem atendimento das demandas sociais, a redução de juros é insuficiente. É um verdadeiro “tiro no pé” do Brasil cortar ou contingenciar gastos públicos em tempos de crise econômica. Não podemos seguir a receita neoliberal que levou a Grécia a falência.


Para sair da crise, precisamos aquecer a economia, e para isto uma política de ampliação de vagas no serviço público, especialmente nas áreas da educação e da saúde, associada a valorização salarial dos trabalhadores do serviço público, é essencial. Com ampliação do quadro funcional e com dinheiro no bolso, trabalhadores da Universidade consumirão mais, com isso incentivando a indústria e o setor produtivo em geral. É disto que o país precisa. Para além disso, servidores valorizados permanecerão com motivação em seus cargos. Com mão de obra em número suficiente e motivados, manteremos e ampliaremos a qualidade do ensino desenvolvido nas Universidades do País, que vivem num momento de ampliação com políticas como o REUNI.

O País precisa crescer, e não andar pra trás. Nós Trabalhadores das Universidades queremos dar a nossa contribuição para atender a demanda social por mais vagas no ensino público superior. Mas para isso, como disse João Paulo Ribeiro da CTB ao governo, “precisamos valorizar e fortalecer o Serviço Público”. Não basta o governo dizer que educação é importante e pagar o menor salário do serviço público federal ao trabalhador da Universidade. É preciso milhares de concursos públicos, aliado a uma política salarial satisfatória. Tentamos de todas as formas negociar esses pontos e continuaremos tentando. Só que agora em greve. Vamos à construção de uma greve forte que comece pela educação e se alastre por todo o serviço público federal para dizer bem alto para o governo que o país precisa enfrentar a crise aumentando investimento (e não gasto) com direitos sociais, e por conseguinte, com o trabalhador do serviço público.
----------------------------------

Nenhum comentário: