Especialistas da área da Saúde estão pedindo uma reconsideração sobre a abordagem da COVID-19 na Austrália depois que um novo estudo mostrou que uma em cada 10 pessoas acabarão tendo a “COVID longa”.
Conforme o relatório publicado em 13/01 na revista acadêmica Nature Reviews – Microbiology, pelo menos 65 milhões de pessoas em todo o mundo já tem COVID longa, ou sequelas pós-COVID, situação de quando os sintomas persistem por mais de 12 semanas após a infecção inicial.
Estima-se que mais de 10% dos que contraem COVID-19 experimentarão problemas crônicos de saúde, com risco particularmente maior para mulheres de 30 a 55 anos de idade.
Os sintomas da COVID longa variam, mas incluem fadiga severa, debilitação cerebral e disfunções do sistema nervoso, assim como náuseas e dificuldade respiratória.
O professor Brendan Crabb, pesquisador de doenças infecciosas do Burnet Institute, disse o relatório do estudo era de “cair o queixo” e deve instigar reavaliações acerca da atitude relaxada da Austrália em relação à COVID-19.
Cada vez que um indivíduo se reinfecta com o vírus, tem a mesma probabilidade de adquirir COVID longa, disse o professor.
Uma análise do Departamento de Assuntos dos Veteranos dos EUA envolvendo 150 mil pessoas demonstrou que elas tinham risco aumentado de doenças cardiovasculares, tais como insuficiência cardíaca e derrame já 1 ano depois de contrair COVID-19, independentemente da gravidade que tenha tido a infecção inicial.
“Nossa política nacional é clara no sentido de proteger idosos e os imunocomprometidos, mas, quanto ao resto, permite que a transmissão aconteça de modo bastante não checado”, disse Crabb.
“Mas, se você considerar a COVID longo, então estamos todos vulneráveis.”
Crabb disse que as lideranças políticas australianas precisavam “mudar o discurso” sobre os riscos das COVID-19, junto com impulso para fortalecer a vacinação e uso de máscaras.
Os pesquisadores desse estudo acreditam que há significativas similaridades entre a COVID longa e alguns problemas crônicos de saúde, como a síndrome da encefalomielite miálgica/fadiga crônica (SEM/CF) e a disautonomia, um distúrbio do sistema nervoso autônomo. Cerca de metade das pessoas que sofrem com a COVID longa atendem os critérios diagnósticos para SEM/CF.
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