-->

terça-feira, 5 de maio de 2020

Feliz Niver, Carlos Henrique! Parabéns, velho guri de ideias sempre atuais!

O planeta foi abalado, em fins de 2007, por tremenda crise do sistema capitalista mundial, que se espraiou a partir de um estouro da chamada “bolha imobiliária” nos EUA, contaminando todo o sistema financeiro e rapidamente se espalhando sobre a Europa. O Brasil só seria de fato afetado pelo tsunami das contradições desse sistema financeiro feito de papel por volta de 2013-14. Até hoje os problemas decorrentes daquela crise de 2007-2008 não foram de todo superados pelo sistema. 

Em 2008, eu trabalhava então na Seção de Aquisição da Biblioteca Central da UFPR e ali procedemos à compra da coleção completa (50 volumes) de obras de Karl Marx e Friedrich Engels, adquirida junto a uma pequena editora sediada em New York. Essa coleção está sob guarda da Biblioteca de Ciências Sociais Aplicadas, no campus Botânico da UFPR. 

Por que a UFPR comprava aquela coleção? Marx e suas ideias socialistas não estavam superadas, sepultadas para sempre? Não, absolutamente não. O entendimento da crise capitalista mundial de 2008, decorrente de suas inescapáveis contradições internas, só podia ser alcançado referenciando-se no corpo de ideias do marxismo (e de sua continuação, o leninismo). Desde então, houve um retorno do interesse, também na Academia (essa até hoje fortaleza que resiste a debater Marx a sério) e nos meios economistas pelas ideias do alemão revolucionário. Recordo de notícias sobre revoltas de estudantes de Economia na Inglaterra, que reclamavam que seus professores e currículos universitários só contemplavam visões neoliberais e neoclássicas, enquanto escanteavam o estudo das ideias de Marx e Engels. 

Praça em Trier, cidade natal de Karl Marx. Curioso como ela tem algo 
que lembra a Praça Generoso Marques em Curitiba

Pois bem, desde fins de 2019 já de novo anunciavam-se escuras nuvens sobre o sistema capitalista, pelas razões de essência similares à da megacrise de 2008, com o prognóstico de acadêmicos como o professor de Economia da New York University Nouriel Roubini (o mesmo que previra a crise de 2008) de que, como locus indicador de problemas do sistema, as Bolsas de Valores pelo mundo começariam a mostrar quedas. O Brasil já se debatia em recessão séria desde o golpe que derrubou Dilma em 2016, com o governo claramente neoliberal de Temer e depois com a assunção da política econômica ainda mais neoliberal do “posto Ipiranga” de Bolsonaro, o parasita Paulo Guedes, banqueiro. A pandemia da COVID-19, conhecida a partir de fevereiro/março em nosso país, somente veio piorar um quadro que já era grave antes, com suas altas taxas de miséria, fome e desemprego. 

E quem pode, de novo, ajudar a entender os mecanismos inexoráveis, inerentes, que levam o capitalismo a entrar em crise mundial, com especificidades nos diversos países? A teoria do marxismo, desenvolvida por Lenin na fase atual da hegemonia completa do capital financeiro (nossa época atual do imperialismo). Mil vezes proclamado morto pelos ideólogos da ordem burguesa, mil vezes o pensamento de Marx renasceu a cada crise que abalou o capitalismo. 

Assim, usando a teoria marxista como guia – e não como receita dogmática pronta - entender os mecanismos explicativos e poder vislumbrar saídas de curto e médio prazo, em que pese que a grande saída é mesmo a transformação social do sistema, é a superação do capitalismo obsoleto, rumo às primeiras etapas de construção de uma sociedade socialista justa, humana, igualitária. 

Por isto, este Blog saúda a data de hoje, que marca os 202 anos do nascimento de Karl Heinrich Marx, em 5 de maio de 1818, na cidadezinha de Trier, parte oeste da Alemanha, perto da fronteira com Luxemburgo e a Bélgica. Vamos ler mais, estudar mais o marxismo, e usar a teoria para compreender melhor o Brasil e com isto contribuir para a formulação de uma nova sociedade, com feições brasileiras, sem ser cópia de nenhuma outra. 

Localização da cidade natal de Marx, oeste da Alemanha

Para mais informações, vale a pena acessar o dossiê sobre Marx no site da Fundação de Estudos e Pesquisas Maurício Grabois. 

- Salve os 202 anos de Marx! Salve o Socialismo! Salve o Brasil!

Nenhum comentário: