-->

sábado, 10 de maio de 2014

Autoritarismo dá o tom na diretoria do Sinditest

Um trabalhador filiado ao Sinditest foi expulso da assembleia dos servidores da FUNPAR nesta última sexta-feira (9), no HC, quando procurava meramente assistir aos debates.  A diretoria do Sinditest convenceu e induziu parcela dos presentes à assembleia a votar para que o servidor saísse do auditório pelo fato de ser do RJU, porque supostamente "calunia" a diretoria nas redes sociais e estaria ali para espionar "a serviço da Reitoria.

"Crimes" terríveis, não é mesmo? E todos supostos, imaginados, frutos de uma espécie de paranoia persecutória que acomete alguns diretores do Sinditest, que se acham "ungidos" por alguma divindade ultraesquerdista e os únicos a saberem a verdade luminosa para conduzir as massas "ignaras". Logo, discordar das opiniões dos principais dirigentes dessa Diretoria é cometer heresia, "crime" que, na Idade Média, era punido com o banimento, a execração, a fogueira.  

Não é a primeira vez que certos "Torquemadinhas" dessa Diretoria sindical aprontam.  Do mais truculento deles já partiu até um golpe no rosto de um aposentado doente, em frente ao RU.  Outro publicamente xingou com palavras de baixo calão, na rede social Facebook, uma servidora que dele divergiu politicamente. E agora o episódio da expulsão de um local público, em uma assembleia pública, de um filiado que também ajuda a sustentar a entidade que deveria ser de todos.

A "bíblia" que orienta politicamente os torquemadinhas tem trechos que apontam para esse tipo de rotulagem, perseguição e demonização de adversários políticos.  O autor dessa "bíblia", Leon Trotsky, tinha posicionamentos estranhos na opinião do grande chefe revolucionário russo Lenin. Trotsky, por exemplo, achava que todos os sindicatos deveriam ser militarizados e postos diretamente ao serviço, como correias de transmissão, do novo Estado revolucionário socialista, com isso perdendo seu caráter de entidades de massa, de todos os sindicalizados, para se tornarem meros apêndices do Estado ou de um partido.  Lenin se opôs a isso e muito escreveu para desmascarar posições arbitrárias de Trotsky.

Assim, o que acontece atualmente no Sinditest tem uma origem , uma fundamentação político-ideológica.  O problema é que, a persistir o abuso autoritário, o mandonismo, a truculência verbal e/ou física, o sindicato de fato pode deixar de ser de todos os filiados, para virar aparelho sob a chibata das vontades do partido político de seus diretores.  E aí, o movimento será apenas dos poucos "iluminados", os puros ungidos pela Quarta Internacional.

Um comentário:

Rita de Cassia disse...

A direção de um sindicato é eleita pra representar a sua base e agregar forças em suas lutas. Caso contrária ela estará se apropriando do espaço pra interesses pessoais e políticos.