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sábado, 6 de setembro de 2025

Às vésperas da condenação, Bolsonaro é abandonado por líderes evangélicos

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A disposição de pastores que apoiaram o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante seu governo e candidatura pela reeleição agora é limitada para apenas defendê-lo publicamente em seu julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). Silas Malafaia segue como principal voz do evangelicalismo bolsonarista, mas, nos bastidores, líderes religiosos admitem certo cansaço com o processo e veem uma possível condenação como inevitável, o que esfriou os ânimos.

Segundo a Folha de S.Paulo, o grupo “Aliança” no WhatsApp, que reúne líderes influentes como Malafaia, Renê Terra Nova, Abner Ferreira e Estevam Hernandes, o conteúdo circulante resume-se majoritariamente a vídeos enviados por Malafaia. As manifestações são geralmente diluídas em defesa de uma genérica “liberdade de expressão e religiosa”, com contestações mais diretas ao julgamento partindo principalmente do pastor carioca.

Um pastor que preferiu permanecer anônimo comparou a situação atual à passagem bíblica em que discípulos de Jesus, em meio a uma tempestade, questionam se o barco resistirá. A metáfora ilustra o dilema de pastores que apoiaram Bolsonaro: alguns remam ao seu lado, enquanto outros aguardam para ver se o casco aguenta ou se precisarão abandonar a embarcação.

A Igreja Universal do Reino de Deus, importante ator na ascensão evangélica na política, mantém silêncio sobre o caso. Interlocutores avaliam essa postura como pragmática e prudente, considerando o futuro político incerto do ex-presidente.

Quando questionados, muitos líderes optam por não se manifestar, enquanto outros afirmam considerar o julgamento injusto. “O tempo é o senhor da história”, declarou o bispo Robson Rodovalho, da seita Sara Nossa Terra.

O apóstolo César Augusto, da Fonte da Vida, expressou preocupação com o “clima muito, muito ruim” da “guerra ideológica” no Brasil. “Espero que possamos ter bom senso e não acender o fósforo no barril de pólvora”, disse, acrescentando que a direita possui bons quadros para substituir Bolsonaro em 2026, se necessário, sem descartar Malafaia como possível candidato.


A apreensão do passaporte, celular e caderno de anotações de Malafaia pela Polícia Federal no mês passado gerou mais alvoroço entre a liderança evangélica do que o próprio julgamento de Bolsonaro. O pastor chegou a pedir manifestações públicas de apoio a colegas. O Conselho Interdenominacional de Ministros Evangélicos do Brasil (Cimeb), fundado pelo próprio Malafaia, emitiu nota crítica à sua inclusão no rol de investigados.

O reverendo Augustus Nicodemus Lopes, reconhecido por sua autoridade teológica, manifestou solidariedade a Malafaia apesar de suas divergências públicas. Em vídeo para seus 1,4 milhão de seguidores no Instagram, criticou o “assédio contra um líder religioso”, afirmando que “ser parado, ter passaporte e celular tomados, e áudios vazados não pode se tornar ‘normal’, pois não existe crime de opinião”.

Enquanto a figura de Malafaia causa divisões, o entusiasmo em torno de Bolsonaro já não mobiliza grandes rebanhos como antes. Passeatas bolsonaristas não atraem tantos participantes, e os círculos de oração se tornaram menos frequentes. Pesquisas indicam que a base evangélica de Bolsonaro permanece sólida, mas menos disposta a se engajar ativamente em sua defesa, refletindo uma certa fadiga discursiva.

Para Vinicius do Valle, cientista político e pesquisador do campo religioso, é difícil prever os movimentos da cúpula evangélica bolsonarista. “Um ou outro pastor ainda se coloca de forma mais explícita a favor do ex-presidente, mas boa parte da liderança está ali quietinha, vendo o que vai acontecer para saber onde pular e a hora de pular, em qual barco for”, observou.

Valle também nota um descompasso entre a militância digital dos líderes e o cotidiano dos fiéis, apontando que o assunto ainda não se tornou prioridade nas comunidades, mas que isso pode mudar em breve.
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Fonte: Diário do Centro do Mundo, em 06/09/2025.

Anistiar golpistas seria novo ataque à democracia

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Impõe-se mobilizar o povo e as forças democráticas para barrar o projeto de anistia a Bolsonaro. Ao contrário de pacificação, é incentivo a novas tentativas de golpe.

Diante da iminente condenação de Jair Bolsonaro e comparsas integrantes da cúpula da organização criminosa que tramou a tentativa de golpe de Estado, o consórcio da direita e da extrema-direita, com o protagonismo do governador paulista Tarcísio de Freitas, deu tração, na Câmara dos Deputados, a um projeto para anistiá-los. É uma ação que faz parte da investida contra o Brasil pelo governo Donald Trump com o tarifaço e a pressão direta sobre o Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar livrar Jair Bolsonaro da cadeia.

Na primeira semana do julgamento, que ocorre na Primeira Turma do STF, a Procuradoria Geral da República (PGR) reiterou uma acusação com provas robustas, com farta comprovação dos crimes atribuídos aos acusados. O ministro-relator, Alexandre de Moraes, apresentou um relatório – as preliminares – no qual fica patente que o devido processo legal e o amplo direito de defesa foram respeitados.

Pela materialidade e a força das provas, os advogados de defesa não tiveram como questionar os vários fatos e episódios que constituem a trama e a ação golpista, se limitando ao esforço – de resto impossível – de desvincular seus clientes do papel de protagonistas dos graves crimes arrolados contra a democracia brasileira.

Os questionamentos dos advogados não se sustentam. A começar pela alegação de que não tiveram tempo para examinar o vasto conteúdo do processo. Tiveram, sim, o prazo determinado pela lei. Alegaram também que a delação do tenente-coronel Mauro Cid seria imprestável à acusação e se viram frustrados na tentativa de anulá-la. Ademais, a acusação da PGR se alicerça em provas que vão muito além do que indicou o réu delator Cid.

Disseram ainda que não teria sido demonstrado o vínculo do réu Jair Bolsonaro com a investida golpista de 8 de janeiro de 2023. A peça acusatória documenta o itinerário de fatos e atos capitaneados pelo ex-presidente que resultaram no que foi denominado como “Dia da Infâmia”.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, vacila sobre pautar ou não o projeto da “anistia ampla, geral e irrestrita” – leia-se, assegurar impunidade ao golpista-mor Bolsonaro. Chegou a admitir que pautaria e, agora, afirma que a questão está “indefinida”. Quando cogitou aceitar o projeto, apoiou-se no argumento de que ele é patrocinado por um número expressivo de parlamentares. Ou, dito de outra forma, o pretenso rolo compressor da direita e da extrema-direita, que tem como costas-quentes o semidemenciado Trump, quer votar o projeto a qualquer custo, mesmo que seja ao preço de uma crise institucional.

Data venia, neste caso não é assim que se conta a história. A aritmética é outra. Primeiro. trata-se, como sustentam renovados juristas, de uma excrescência. A Constituição Federal não concebe e não permite dar perdão a quem intenta destruí-la. Ela é cidadã, não é suicida. O projeto, portanto, uma aberração jurídica.

Segundo. Anistiar os golpistas, longe de contribuir com a pacificação do país, como propagandeiam os arautos do golpismo, seria, muito ao contrário, incentivar com a impunidade novas tentativas de golpe de Estado. Além do risco da crise institucional, que pode ser paralisante para o país. Haveria um confronto entre os poderes Legislativo e Judiciário, posto que muito provavelmente uma eventual aprovação seria declarada inconstitucional pelo plenário do STF, instaurando um impasse que, somado à ingerência do imperialismo estadunidense, resultaria em consequências graves.

Daí que acertou o presidente Lula ao afirmar que a jornada contra a aprovação dessa anistia precisa contar com o protagonismo do povo. Eleva-se, portanto, a importância dos atos de rua programados para acontecer em todo país, na simbólica data do 7 de setembro, organizados pelos movimentos sociais, centrais sindicais, com apoio dos partidos progressistas. A extrema-direita, os neofascistas, nesta mesma data também irão as ruas. No dia da Independência, nas principais cidades do país ficará estampado, portanto, o contraste e a polarização entre os verdadeiros patriotas e os traidores do Brasil.

Os verdadeiros patriotas sairão às ruas na grande data nacional do 7 de setembro com a palavra de ordem “Quem manda no Brasil é o povo brasileiro”. A plataforma das manifestações está centrada em quatro pontos: defesa da soberania nacional, taxação dos super-ricos e isenção de IR para quem ganha até 5 mil reais mensais, redução da jornada de trabalho e fim da escala 6×1. E a total rejeição à impunidade para os golpistas.

Os atos de 7 de setembro devem ser a largada para novas mobilizações, posto que o acirramento da luta de classes e os confrontos tendem a se elevar na semana final do julgamento (a próxima, de 8 a 12/09) e após o anúncio das sentenças. As forças democráticas, patrióticas, populares, todo aquele que preza a democracia e o Brasil, devem estar em ação em defesa da soberania nacional e da democracia que, neste momento histórico, se concentra na exigência de punição rigorosa a Bolsonaro e demais golpistas.

O gloriosamente esquisito peixe com dentes na testa para fazer sexo

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Pesquisadores finalmente traçaram a origem dos bizarros dentes na testa do peixe-rato pintado, que são usados para o acasalamento


O peixe-rato pintado é um peixe com cerca de 60 cm de comprimento, dotado de uma cabeça grande e uma longa cauda fina que vive no nordeste do Oceano Pacífico. Ele pertence a um grupo de peixes chamados de quimeras, próximos dos tubarões (quimeras às vezes são chamadas de tubarões-fantasmas). Como a maior parte dos vertebrados, ele tem dentes na boca. Porém, diversamente dos demais vertebrados, ele também possui dentes em outra localização do corpo: sua testa. E usa estes dentes na testa para fazer sexo.

Os pesquisadores, por muito tempo, ficaram se indagando de onde vieram esses dentes na testa do peixe-rato. Mas uma nova pesquisa, publicada em 4/9 na revista “Proceedings of the National Academy of Sciences USA” (Anais da Academia Nacional de Ciências dos EUA), conseguiu traçar sua origem.

A linha de dentes extras do peixe-rato está colocada num apêndice cartilaginoso chamado tenáculo, que nos machos pode ter ereções e ser usado para agarrar a fêmea durante o acasalamento. Muitos peixes possuem apêndices de agarramento perto da pélvis, que usam para manter as fêmeas bem próximas durante o ato. No entanto, além dos apreendedores pélvicos, os peixes-rato tem adicionalmente o tenáculo da testa.


Os cientistas já conheciam o tenáculo dentário do peixe-rato. Mas não tinham certeza exata sobre como se originaram os dentes ou como eles acabaram nessa estranha localização na testa, fora da boca. Muitos dos parentes próximos do peixe-rato – tubarões, arraias – tem estruturas parecidas com dentes na pele, chamadas dentículos, que são feitos do mesmo material dos dentes, mas não são dentes verdadeiros. Seriam os dentes da testa do peixe-rato nada mais que dentículos modificados, ou compartilhariam sua estrutura e origem com os dentes propriamente ditos da boca?

Para sanar a dúvida, Karly Cohen, da Universidade de Washington, e colegas rastrearam o desenvolvimento do tenáculo do peixe-rato usando escaneamento com micro-CT (microtomografia computadorizada) e amostras de tecido, e compararam o peixe atual com ancestrais fósseis. Os pesquisadores determinaram que os dentes da testa do peixe-rato são dentes verdadeiros – eles se desenvolvem a partir de uma estrutura chamada lâmina dentária que está presente na mandíbula mas não nos dentículos dérmicos. A lâmina dentária nunca tinha sido antes encontrada fora da boca até agora.

Esta característica doida, absolutamente espetacular, do peixe-rato dá uma virada no entendimento que havia por muito tempo na biologia evolucionária de que dentes são estruturas estritamente orais”, disse Cohen em um comunicado à imprensa. Qual será a próxima reviravolta?
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Comentário deste Blog: imaginem os leitores, só imaginem, se os machos da espécie humana também tivessem tenáculos com dentes, pendentes no meio da testa? Fora a aparência bizarra e as eventuais confusões com “chifres”, como isso tornaria a escovagem dos dentes mais demoradas. E deixo para as elocubrações dos leitores as implicações sexuais em caso de uso do tal tenáculo...