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sexta-feira, 26 de junho de 2020

Primeira assembleia virtual do Sinditest: trapalhadas técnicas, muito a melhorar, mas…

Na tarde de ontem, em função da excepcionalíssima situação em que se encontra o Brasil sob a pandemia da COVID-19, aconteceu pela primeira vez, na história dos quase 28 anos do Sinditest-PR, uma reunião deliberativa da base da UFPR através de plataforma da Internet. 

O objetivo principal da assembleia virtual foi o de eleger representantes da categoria para integrar a Comissão Paritária de Consulta (CPC), ao lado de estudantes e professores, para organizar a eleição direta à Reitoria, como acontece desde 1985. 

A rigor, essa não foi a primeira vez que se usou a Internet para transmitir eventos da categoria dos TAEs na UFPR. A primeira experiência, por iniciativa do editor deste Blog, deu-se em fevereiro de 2011, em que se fez a transmissão online ao vivo de uma assembleia sindical realizada no anfiteatro do 7. Andar do Anexo B do HC. Usava-se um aplicativo ainda primário da rede social Twitter, o equipamento era modesto, havia dificuldades de áudio, mas fez-se a transmissão.

Depois isso se expandiu para muitas outras assembleias do sindicato, em especial as de período de greve, realizadas no RU e usando uma extensão de conexão a cabo emprestada da Biblioteca Central. Com isto, os membros da base dos campi do interior do Paraná e dos mais afastados de Curitiba podiam acompanhar os debates e até postar comentários. 

Até que aquela experiência pioneira usando Twitter/Twitcam foi interrompida pela mentalidade paranoica de certos diretores sindicais de ultraesquerda, que entendiam que transmitir abertamente assembleias da base serviria para “os patrões” espionarem o que “os trabaiadô” decidiam sobre suas lutas. Passou a ser proibido transmitir online eventos do Sinditest.


Tal como nas primeiras iniciativas, a de ontem também manquitolou por dificuldades técnicas não vistas de antemão. Marcada em 1a. chamada para as 14h30 e 2a. para as 15h00, a AG virtual só foi funcionar bem, com imagem e som perceptíveis aos participantes, por volta de 15h45, um grande atraso. A essa altura muitos servidores interessados já deviam ter desistido. A transmissão teve de saltar da plataforma da página de Facebook do Sinditest para a do Youtube e, finalmente, para o Google-Meet. Fica o apelo ao pessoal de assessoria técnica da direção sindical que faça as devidas testagens bem antes de chamar novas AG’s virtuais. 

Participaram do evento cerca de uma centena de TAEs, mas com uma ressalva: só eram admitidas pessoas filiadas ao Sinditest, coisa que em assembleias presenciais com esse tipo de pauta jamais foi cobrado; filiados e não-filiados podiam falar, votar e ser votados. Não ficou bem explicado o porquê da restrição. O registro de presença foi feito pela via de um formulário eletrônico baseado no Google, bem como depois a votação nas chapas que se inscreveram disputando a representação na CPC. 

Doze servidores(as) se inscreveram para fazer falas acerca do novo processo também virtual pelo qual se deve dar a consulta à Reitoria, definido por reunião do Conselho Universitário a princípio para 10/09. Essa é a data para eleição dentro do Colégio Eleitoral do CoUn, e, assim, a consulta propriamente dita a toda a comunidade deve ocorrer alguns dias antes dessa data. Será preciso esperar as deliberações da CPC para se saber o calendário completo de período de inscrição de candidaturas, datas de debates pela internet e a própria votação, em especial qual o sistema para coletar e apurar os votos. 

Por ampla maioria é aceito que se faça a consulta direta à comunidade da UFPR pelo método virtual, seja pelas restrições de contato pessoal presencial impostas pelo combate ao coronavírus, seja para se atender os devidos prazos legais para envio de lista tríplice para o MEC e não dar sopa para o azar diante de um governo federal fascista, autoritário e propenso a dar golpes na democracia universitária (como se viu na indi-gestão do fugitivo ex-ministro Weintraub). 


No entanto, surgiram dois questionamentos. Um no sentido de que seria possível dilatar um pouco os prazos, de modo a permitir mais debates virtuais entre candidaturas e também para melhor informar e mobilizar os mais de 50 mil membros da comunidade da UFPR. Uma questão a ser tratada pela CPC das entidades com a Comissão já escolhida no CoUn (em 18/06) para acompanhar todo o processo. E a outra preocupação é que, diferentemente de todos as nove consultas desde 1985/6 (ver abaixo relação dos reitores eleitos diretamente a partir de 1985, com o fim da ditadura), em que o processo sempre foi organizado e coordenado pelas entidades da comunidade, desta vez parece afigurar-se que é o CoUn quem tomou a dianteira e define datas. 

De toda forma, à CPC das entidades, assim que terminada sua composição com as indicações de estudantes pelo DCE, cabe co-supervisionar o processo sem ir a reboque da Comissão do CoUn, sempre informando a comunidade da UFPR (se possível abrindo site próprio, como se fez em 2016). 

Inscreveram-se para integrar a CPC 3 chapas de 4 servidores/as (2 titulares e 2 suplentes). O total de representantes por categoria é de 3 titulares, mas uma vaga é reservada a indicação estritamente no âmbito da Diretoria do Sinditest. O voto de cada participante da AG virtual foi dado num link de formulário Google, em que cada um declinava sua identificação pessoal, e-mail e telefone, sendo pois, voto aberto e não secreto. Unilateralmente, a Mesa da AG virtual, coordenada pela diretora Mariane Siqueira, decidiu que o sistema de indicação seria majoritário, ou seja, a chapa mais votada ficaria com as 2 vagas titulares e as 2 suplentes (não é o mais democrático, pois impede expressão de opinião de um ou mais segmentos de menor votação circunstancial da categoria). 


Também nessa votação houve alguma confusão, pois, após votar no formulário eletrônico, pedia-se confirmação do voto através de um número de WhatsApp, que passou batido por grande número de votantes. Assim, os votos foram declinados para confirmação pelas pessoas diretamente na coluna de bate-papo (chat textual) que acompanha a plataforma Google-Meet. 

Por maioria foi eleita a Chapa 2, integrada por Luiz Fernando Mendes, Paulo, Priscila e Jean, que agora se juntarão aos representantes já eleitos em AG virtual da APUFPR e às indicações de estudantes pelo DCE-UFPR, devendo o quanto antes iniciar trabalhos. 

Fica a dica para todos os e as colegas TAEs da UFPR (também da UTFPR e UNILA) de que se inteirem melhor dos processos informáticos para atuar nessas novas plataformas eletrônicas de encontros virtuais, pois novos momentos decisórios virão pela frente (por exemplo, temas polêmicos não-consensuais surgidos dentro da CPC geral). 
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Rememorando as Gestões de Reitoria eleitas diretamente 
(depois do fim da ditadura militar), de 1985 até hoje: 

1985/6 – Riad Salamuni/Dante Romanó Jr. 

1990 – Carlos Faraco/Mário Pederneiras 

1994 – José Faria/Maria Amélia Zainko 

1998 – Carlos Antunes/Romolo Sandrini 

2002 – Carlos Moreira Jr./Maria Tarcisa 

2006 – Carlos Moreira Jr./Márcia 

2008(*) – Zaki Akel/Rogério Mulinari 

2012 – Zaki Akel/Rogério Mulinari 

2016 – Ricardo Marcelo/Graciela Bolzon 
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(*)em meados de 2008, o reitor reeleito Moreira renunciou ao meio de seu mandato para se candidatar à prefeitura de Curitiba, e se fez nova eleição à Reitoria.

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