Reproduzo postagem de Izaias Almada, do Blog Escrevinhador:
Não estarei sendo nada original ao começar este artigo dizendo que em política, a distância que separa o “ideal” daquilo que é “possível fazer” é enorme. Frase que, por sua vez, também não quer dizer lá muita coisa. Portanto, será necessário contextualizar, como gostam de dizer alguns espíritos eruditos. Indicar a tese, tentar explicá-la, provocando a reflexão e o pensamento crítico, se a isso chegarmos.
Já me explico: o Brasil viveu oito anos em apenas um. A acachapante derrota política e moral da oposição e da elite conservadora brasileira nas últimas eleições de outubro poderá se transformar numa realidade mais alvissareira a partir de 2011. Muitos de nós já nos demos conta de que a vitória da presidenta Dilma Roussef não foi apenas uma questão de maior número de votos conseguidos. Longe disso. E são dois os primeiros indícios dessa óbvia constatação: a perda de rumo da coligação PSDB/DEM (o PPS já perdeu o rumo há mais tempo) e a composição do ministério do novo governo a ser empossado em janeiro.
Vamos por partes. Como se comportará a oposição diante de um governo que dará continuidade (e avançará em algumas áreas com toda certeza) a um ciclo de oito anos em que o Brasil mudou interna e externamente? Passamos de uma economia quebrada para uma economia sadia; passamos de um país subalterno internacionalmente a um país com idéias próprias nas suas relações exteriores; um país que criou milhões de empregos formais com carteira assinada no lugar da alta taxa de desemprego dos neoliberais de FHC; um país que soube enfrentar a grave crise econômica de 2008. E que quer ser soberano em matéria de petróleo. Qual será, então, a partir de 2011 o discurso da oposição?
Com certeza não incidirá nos mesmos erros dos últimos oitos anos, quando – ainda apoiada numa visão antiga de influência mediática da opinião pública – teve duas derrotas extraordinárias em 2006 e 2010, seja pelos méritos obtidos pela gestão do presidente Lula, seja pelos erros primários de achar que ainda detinha o poder político no país. E, o que é mais grave, de não ter competência na avaliação das questões políticas e sociais, sequer para ver que o Brasil estava mudando. Pensar que José Serra se dizia o ‘mais preparado’ para governar o Brasil. Brincadeira que lhe custou caro! Ainda deve desculpas ao povo brasileiro pelo ridículo de sua campanha.
Na outra extremidade dessa incompetência e dessa mediocridade, a presidenta Dilma Roussef (ela, Lula e o PT, diga-se) montou um ministério, senão de todo elogiável, já que ainda conta com três ou quatro nomes que estão mais ligados a uma visão de passado do que de futuro e que andam perigosamente sobre o fio da navalha do entreguismo e da corrupção, a presidenta montou um ministério – repito – de pessoas capacitadas para a tarefa que lhes cabe, de viés mais técnico operacional do que político, com visão mais social e humana do que apenas de números e estatísticas tão ao gosto dos ‘neoespertos’ da era FHC.
Na outra extremidade dessa incompetência e dessa mediocridade, a presidenta Dilma Roussef (ela, Lula e o PT, diga-se) montou um ministério, senão de todo elogiável, já que ainda conta com três ou quatro nomes que estão mais ligados a uma visão de passado do que de futuro e que andam perigosamente sobre o fio da navalha do entreguismo e da corrupção, a presidenta montou um ministério – repito – de pessoas capacitadas para a tarefa que lhes cabe, de viés mais técnico operacional do que político, com visão mais social e humana do que apenas de números e estatísticas tão ao gosto dos ‘neoespertos’ da era FHC.
Contudo, um ministério que traz enormes esperanças de avanço do país transformado pelo governo do presidente Lula. E que, aliás, deixa a presidência com um índice de aprovação acima de 80%, como nunca antes na história desse país…

Os ideais de Dilma Roussef são os ideais de toda uma geração que chega a postos de comando na vida pública e na vida privada: inclusão social, extinção da miséria e do analfabetismo, educação e saúde para a maioria da população e para todos (quando isso for possível), melhor distribuição da renda, investimento em infraestrutura de saneamento básico, industrialização e geração de maior número de empregos, soberania energética, credibilidade e respeito internacional com uma diplomacia pela paz e não subalterna a interesses belicistas e de dominação.
Muitos, como eu, ainda acreditamos na alternativa socialista, mas essa é outra história. Há que se entender que, ao ser eleita presidente de todos os brasileiros, num país de capitalismo incipiente de pouco mais de meio século e enquadrado numa geopolítica de dependência, Dilma Roussef terá a responsabilidade de caminhar entre o ideal e o possível, procurando trilhar um caminho que – sem criar retrocessos políticos e institucionais – agregue forças produtivas, mentalidades, formadores de opinião, Universidade, Forças Armadas, sindicatos, movimentos sociais, enfim esse caldeirão de interesses tão díspares numa sociedade de formação democrática recente e ainda insegura quanto aos passos a dar.

E isso começa no dia 01 de janeiro de 2011…
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