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quarta-feira, 11 de setembro de 2019

Brasil enfrenta um “choque neoliberal” inspirado na ditadura de Pinochet

Na manhã do dia 11 de setembro de 1973, 
Salvador Allende anuncia resistência ao golpe no Palácio La Moneda, no Chile


Em entrevista concedida à imprensa internacional em novembro de 2017, o ainda pouco conhecido Paulo Guedes, cotado para chefiar o Ministério da Economia, já sinalizava qual seria sua política frente à pasta em uma eventual vitória de Jair Bolsonaro. “Os últimos trinta anos foram um desastre – corrompemos a democracia e estagnamos a economia […] Deveríamos ter feito o que os Chicago Boys defendiam”.

O apelido, originalmente jocoso, foi dado a um grupo de jovens responsáveis por formularem a política econômica da ditadura chilena de Augusto Pinochet (1973-1990) com base na ideologia de Milton Friedman, professor da Universidade de Chicago.

O regime de exceção tomou curso no país vizinho há exatos 46 anos, em 11 de setembro de 1973, quando o presidente Salvador Allende foi assassinado.

Com Pinochet no poder, o ideário neoliberal dos Chicago Boys não foi apenas defendido, mas rigorosamente implementado. As medidas reverteram uma série de iniciativas sociais colocadas em prática pelos governos de Eduardo Frei Montalva (1964-1970) e Allende (1970-1973), e suas consequências são sentidas ainda hoje.

“Esse projeto neoliberal radical precisa da violência para ser implementado. O exemplo chileno é o mais emblemático”, afirma Joana Salém, doutoranda em história econômica pela Universidade de São Paulo (USP).

Em entrevista ao jornal "Brasil de Fato", a pesquisadora disse que o Brasil, sob a tutela de Guedes, já passa por um processo de “choque neoliberal” fortemente inspirado no modelo implementado no Chile durante a ditadura Pinochet. “É muito importante entender que o projeto do atual ministro da Economia [do Brasil], que colocou muitos de seus asseclas na estrutura do Estado para desconstruir a nossa Constituição, [tem como] modelo o Chile”.

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Fonte: Brasil de Fato via DCM

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