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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

FASUBRA faz Congresso onde pode se dividir ou fazer retomada para a luta

De 10 a 15 de abril, em Poços de Caldas (MG), ocorrerá mais um Congresso Nacional da FASUBRA, o seu vigésimo primeiro.  Na sua pauta de debates, as lições da derrota na última greve nacional, a revisão do Plano de Carreira, as novas lutas.  Cada sindicato filiado envia delegados de base eleitos em assembleias por cidade onde haja campus.  Entretanto, há nuvens cinzentas pairando sobre a unidade do movimento e da própria Federação.

O Congresso estará dividido em dois grandes campos: o dos que querem lutar para negociar melhorias para os servidores e o dos querem "lutar por lutar", isto é, fazer manifestações e greves apenas para se opor ao governo federal do qual discordam radicalmente.  Foi isso que se viu na greve de 2011 também na UFPR/UTFPR.  E é o que está reafirmado na matéria do site do Sinditest de 10/02, que fala do Congresso.  Matéria que traz mentiras e tenta pintar um quadro em que há "bandidos e mocinhos".

Os "bandidos" são as correntes ligadas à CUT e à CTB, ainda que seus militantes tenham ajudado a construir a greve de 2011.  Mas, por terem alertado para a necessidade de uma temporária suspensão do movimento, para tentar a negociação com o governo, passaram a ser chamadas de "traidoras".  Os ditos "mocinhos" entenderam que o movimento tinha força para prosseguir e vencer, e o resultado é bem conhecido: sem negociação, reajuste zero em 2012.  Ao mesmo tempo, os professores, que suspenderam sua intenção de greve, ficaram na mesa negociadora com o governo e obtiveram reajustes salariais.

A militância da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), à qual se liga este Blog, nunca deixou de criticar o governo Dilma por se recusar a negociar em greve, impedindo reajustes aos técnicos para este ano. Na opinião da CTB, tanto a dureza do governo federal quanto a intransigência da maioria do Comando de Greve da FASUBRA (dominado pelos "mocinhos") foram responsáveis pelo reajuste zero de 2012.  Só que este Comando de "mocinhos combativos" se achava o rei da cocada preta...

Os autointitulados "mocinhos" - das correntes da FASUBRA intituladas VAL ("Vamos à Luta"), "BASE", "PSlivre" e outras banalidades que passam com o tempo - são aqueles que se autoproclamam os únicos "combativos". Neles se inscrevem vários diretores do Sinditest atual, que pretendem eleger-se como delegados para - segundo já disseram em assembleia do próprio sindicato - "varrer os traidores" da FASUBRA.  A intenção hegemonista é clara, mas a FASUBRA ainda é democrática o suficiente para eleger sua diretoria de modo proporcional, impedindo que qualquer grupo se estabeleça como dominante na Federação.  Esses grupos que se acham puros e imaculados querem fazer da FASUBRA o que já fizeram na ANDES (Associação Nacional dos Docentes de Ensino Superior), dominada há muitos anos pelo trotsquismo radicaloide de boca, que levou o movimento dos professores ao isolamento e até à divisão.

Não queremos que a FASUBRA vire uma ANDES, que não consegue mais mobilizar os professores porque perdeu credibilidade e amplitude políticas.  Não queremos que a FASUBRA vire monopólio de dois partidos políticos - o PSOL e o PSTU - cujo único intento é usar o movimento dos trabalhadores para fazer oposição política ao governo federal sem saber negociar as reivindicações das categorias.  Não viraremos massa de manobra do trotsquismo irresponsável divisionista.

5 comentários:

Anônimo disse...

Aos leitores deste Blog,
Prezados colegas, infelizmente esta havendo um grande abismo entre a teoria e a prática na condução de articulação entre a Fasubra e o Governo. Pois não se percebe alguma possibilidade de negociação que seja consistente para a categoria. O que se vê, é um barco sem rumo, ou seja, “um barco aderiva em imenso oceano. Vamos ter que aturar esta situação até quando? Senhores.

meri disse...

Quero parabenizar este blog, pela brilhante análise sobre o Confasubra deste ano. Concordo em gênero, número a grau. Enquanto as reivindicações das Categorias UFPR, UTFPR, FUNPAR, ficarem no meio dos interesses de grupos com linhas totalmente partidárias, perdem todos os trabalhadores, principalmente os servidores recém chegados na UFPR, que não estão a par das grandes lutas no passado que essas categorias enfrentaram e terão que enfrentar.

Anônimo disse...

Qual foi o "reajuste" obtido pelos professores?

Sebastião disse...

Reajuste dos professores, deixa pra lá. O que interessa é discutir a reposição salarial ou de vencimentos dos TA´s.

arqpita disse...

A Tribo e as correntes a ela aliadas estão tão isoladas que os sindicatos onde elas são majoritárias na direção elegeram menos que 1/3 dos delegados a que tinham direito. A UFRJ, com direito a levar 150 delegados ao CCNFSUBRA, teve quorum para eleger apenas 22 delegados. Esse seria apenas um exemplo de como as bases estão cada vez mais distantes da luta devido a atuação pelega e golpista da Tribo e demais "consorciadas" a ela. CUT, PT, Dilma, Lula, PSDB, DEM, FMI, Banco Mundial: tudo farinha do mesmo saco. Não venham querer por a Fasubra nesse saco também! Tirem já a mão da FASUBRA!