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quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

"Eles roubaram o Sinditest!"

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"Desviaram dinheiro, roubaram o Sinditest, mas nunca mais vão fazer isso".  A frase, em alto e claro som, foi proferida por um membro da atual Diretoria do Sinditest, referindo-se a achados concretos da Auditoria sobre as contas de gestões passadas recentes do sindicato.  Isso foi ouvido por todos os presentes na assembleia geral de hoje pela manhã (30/01), no anfiteatro 100.

A referência, quanto ao "eles", foi explícita na nominação do ex-presidente Wilson Messias, alcunhado de "capitão-de-mato" do HC, que se despiu de sua fantasia de sindicalista e teria assumido, com todas as cores, as dores de seus chefes do HC e da Reitoria, perseguindo servidores.

Com isso, esse diretor alimenta ainda mais a curiosidade da base por tomar conhecimento completo do Relatório Final da Auditoria feita pela empresa Concept.  Continuamos cobrando que a Diretoria do Sinditest disponibilize, cumprindo sua promessa e dever de transparência na gestão, esse Relatório na íntegra para todos os filiados no site da entidade.

E que os responsáveis por desvios e improbidades sejam devidamente identificados, com evidências e provas, para que possam ser responsabilizados perante toda a categoria.

Assembleia do Sinditest aprova indicativo de greve para segunda quinzena de março

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Apoiar um indicativo de início de greve nacional na segunda quinzena de março foi unanimidade na assembleia geral dos técnicos reunida na manhã de hoje (30) no anfiteatro 100 do Edifício D. Pedro I. Esta posição foi definida após um debate sobre a conjuntura nacional, em que é consensual que os ganhos salariais da última greve da FASUBRA (de 2012) já estão praticamente corroídos pela inflação do período recente. Na falta de regulamentação da Convenção 151 da OIT (que estabelece negociação coletiva e data-base), os servidores federais são obrigados a recorrer ao instrumento da greve para pressionar o patrão federal a abrir negociações. 

Aliás, a implementação da data-base para o serviço público é uma das reivindicações da greve dos SPF, assim como da FASUBRA. De modo imediato, como forma de alcance de recomposição salarial ainda em 2014, cobra-se do governo a antecipação da parcela de aumento de 5% aos técnicos das IFES para este ano, ao invés de somente no começo de 2015 como previsto no acordo da greve de 2012.


Na parte final da assembleia, foram eleitos os delegados da base do Sinditest para a Plenária Nacional da FASUBRA que ocorrerá em Brasília em 8 e 9 de fevereiro, a qual analisará os próximos passos da Campanha Salarial. Pelo sistema proporcional de chapas, apresentaram-se duas, uma da diretoria do Sinditest e outra da plenária da assembleia. Tendo um total de 59 assinaturas a lista de presença da assembleia, isso deu direito à eleição de 6 delegados do Sinditest para a Plenária Nacional da FASUBRA.

Na hora da votação, estavam presentes 38 pessoas no anfiteatro 100, das quais 29 votaram na chapa da Diretoria do sindicato e 9 na chapa da plenária. Disto resultou que 5 vagas de delegado caberão à indicação da chapa dos diretores do Sinditest e uma vaga foi obtida pela base na pessoa do servidor do RU Central Gessimiel Germano (“Paraná”).

A assembleia também votou que, se confirmado o início da greve para o final de março, o Congresso Eleitoral da FASUBRA (Confasubra, que normalmente deve se realizar neste semestre) precisará ser adiado para depois do desfecho da paralisação nacional. Também foi aprovada, por ampla maioria, que os delegados do Sinditest defenderão, para inclusão na pauta de luta da greve, a necessidade de se proibir terminantemente o financiamento privado (por pessoas jurídicas, empresas) das campanhas eleitorais de candidatos aos executivos e legislativos, um item relevante da imprescindível Reforma Política, fator responsável pelas graves distorções da democracia representativa de nosso país.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Assembleia do Sinditest em 30/01 vai discutir preparo da Greve 2014

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Para a próxima quinta-feira, 30/01, o Sinditest convoca assembleia geral dos técnicos para debater as condições de deflagração de uma nova greve da categoria, tanto específica como em conjunto com uma pauta geral dos servidores federais, que pode começar no final de março.

A pauta inicial com que a assembleia foi convocada é a seguinte:

1. Informes;
2. Campanha Salarial 2014;
3. Indicativo de greve;
4. Eleição de delegados para a Plenária Nacional da Fasubra (8 e 9 de fevereiro).


A Assembleia Geral, instância máxima de decisão da categoria, vai reunir-se em 30 de janeiro (5a. feira), no Anfiteatro 100 do Edifício D. Pedro I (bloco da Reitoria da UFPR, rua General Carneiro), a partir das 09h30.

A bomba semiótica do Fusca em chamas

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O bordão “Não tem arroz, não tem feijão, mas assim mesmo o Brasil é campeão” em 1962 e o atual “Não Vai Ter Copa” demonstram que as bombas semióticas são a principal arma de uma guerra psicológica. Se no passado a ação era feita através de cinedocumentários exibidos para as classes pobres por meio de projetores montados em chassis de caminhões abertos, agora é por meio de produção de eventos com alto rendimento midiático, causando impacto mesmo em manifestações com baixo número de "manifestantes". O caso mais recente foram as dramáticas imagens do fusca incendiando e uma família humilde sendo salva das chamas, em uma rara combinação do oportunismo, sincronicidades e significados ambíguos, elementos que são o pavio da detonação de uma típica bomba semiótica.

Por Wilson Ferreira, no blog Cinegnose

Em 1990 os telejornais de todo o planeta mostraram chocantes imagens do que ficou conhecido como “o ossário de Timisoara”, na Romênia: a descoberta de um ossário de quatro mil vítimas que, afirmavam os repórteres, eram vítimas da ditadura de Ceausescu. E outros milhares de corpos teriam sido dissolvidos em ácido. As imagens atrozes dos cadáveres alinhados sobre um lençol branco marcaram para sempre a derrubada do ditador na chamada Revolução Romena de 1989. Mais tarde descobriu-se que tudo tinha sido um cenário montado para cinegrafistas e fotógrafos: na verdade eram corpos de pobres desenterrados de um cemitério local e cedidos à TV.


É irônico que em uma sociedade tão cética como a nossa onde a máxima “eu só acredito vendo”, que esvaziou simbolicamente as mitologias e religiões ou até a própria existência de Deus, o olhar e as imagens sejam as principais fontes de enganos e manipulações.

Partindo desses dois pressupostos para reflexão, vamos começar por uma insólita experiência pela qual passei ao assistir ao Jornal Nacional. Estava eu em mais uma das incansáveis e perigosas missões de buscar bombas semióticas (são perigosas pelo risco de expor nossos sentidos a elas) nos telejornais. A pauta eram as manifestações contra a Copa que ocorreram em várias localidades do país. Como a matéria apresentava imagens já repetitivas, aproveitei e levantei-me para buscar algo para beliscar na cozinha. Na volta o susto: deparo-me com imagens de uma praça à noite em estado de guerra declarada. Incêndios por todos os lados, escombros servindo de barricada e uma multidão enfrentando pesada artilharia de repressão de multidões. Depois de alguns segundos, claro, entendi que as imagens se referiam aos protestos na Ucrânia contra o governo.

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Fonte e ilustrações: Blog Cinegnose em 28/01/2014

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Vai ter Copa: argumentos para enfrentar quem torce contra o Brasil

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Existe uma campanha orquestrada contra a Copa do Mundo no Brasil. Mas a campanha anticopa não seria nada sem o bombardeio de informação podre patrocinado pelos profetas do pânico. Leia os argumentos do bom senso que o pânico tenta assassinar.
 
Por Antonio Lassance(*), no site Carta Maior

Profetas do pânico: os grupos que patrocinam a campanha anticopa
Existe uma campanha orquestrada contra a Copa do Mundo no Brasil. A torcida para que as coisas deem errado é pequena, mas é barulhenta e até agora tem sido muito bem sucedida em queimar o filme do evento.

Tiveram, para isso, uma mãozinha de alguns governos, como o do estado do Paraná e da prefeitura de Curitiba, que deram o pior de todos exemplos ao abandonarem seus compromissos com as obras da Arena da Baixada, praticamente comprometida como sede.

A arrogância e o elitismo dos cartolas da Fifa também ajudaram. Aliás, a velha palavra “cartola” permanece a mais perfeita designação da arrogância e do elitismo de muitos dirigentes de futebol do mundo inteiro.

Mas a campanha anticopa não seria nada sem o bombardeio de informação podre patrocinado pelos profetas do pânico.

O objetivo desses falsos profetas não é prever nada, mas incendiar a opinião pública contra tudo e contra todos, inclusive contra o bom senso.

Afinal, nada melhor do que o pânico para se assassinar o bom senso.

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(*)Antonio Lassance é doutor em Ciência Política e torcedor da Seleção Brasileira de Futebol desde sempre.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

A pretendida massa de manobra

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Já viram a diretoria do Sinditest atacar a direita? O PSDB? O DEM? Não, nunca. Mas se especializaram em atacar o governo de centro-esquerda de Dilma. O governo federal é o patrão dos servidores técnico-administrativos, tem que ser pressionado e cobrado quanto a reivindicações salariais e outras de uma pauta trabalhista. Uma greve poderá ser feita com esses objetivos já no final de março.

Mas uma greve reivindicatória é diferente de, usando a categoria dos técnicos como massa de manobra, fazer campanha eleitoreira para - atacando sistematicamente o governo Dilma - defender pretensões e candidaturas da ultraesquerda (PSTU, PSol). O ex-diretor do Sinditest Bernardo Pilotto já se apresenta como pré-candidato do PSol ao governo do Estado e certamente vai querer surfar nessa greve.

O desvio de objetivos de um movimento reivindicatório não se pode aceitar. Porque então os servidores estarão num movimento de objetivos teoricamente justos, mas de alvos práticos que eles não escolheram. Desvio do rumo.  Nisso tudo queremos ver se os paladinos éticos da "democracia operária", que escondem Relatórios de Auditoria, se arriscarão. Se o fizerem, não contarão com apoio da base.

Porque a base não é trouxa. E vai cobrar deles mais adiante.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Diretoria de princípios

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[clique na tirinha para ampliar]


Campanha Salarial dos SPF abre dia 22 de janeiro com ato na Santos Andrade

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Uma vez mais os servidores públicos federais buscarão encetar uma campanha salarial conjunta. Em Curitiba, o lançamento da Campanha será em evento marcado para 22 de janeiro, quarta-feira, a partir das 09h30, na Praça Santos Andrade. Em 5 de fevereiro, outro ato ocorrerá em Brasília diante do Ministério do Planejamento.

Para os servidores técnico-administrativos representados pela FASUBRA, há um indicativo de entrada em greve nacional por tempo indeterminado na segunda quinzena de março. A decisão para isso se dará em nova Plenária Nacional dos sindicatos de base, marcada para o começo de março em Brasília. O acordo entre FASUBRA e Governo Federal, que estipulou reajustes anuais da ordem de 5% ao ano, teve seus ganhos parcialmente minados pela corrosão inflacionária, que este ano beirou os 6%.

Uma nova greve da FASUBRA enfrentará a má vontade dos arautos ultraliberais da grande imprensa monopolista, que acham que se gasta demais com a folha do funcionalismo e vivem berrando que o Governo contenha salários de servidores e não abra mais concursos.  Também dentro do Ministério do Planejamento persistem alguns porta-vozes do neoliberalismo da Era FHC, que tudo fazem para barrar as reivindicações legítimas dos trabalhadores públicos

"Foi Wilson Messias", acusou Márcio Palmares, do Sinditest

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Em pelo menos uma assembleia geral do Sinditest, o vice-presidente do sindicato, Márcio Palmares, apontou o dedo acusador contra o ex-presidente Wilson Messias (gestões 2008-2009 e 2010-1011), atribuindo a ele a responsabilidade de, por exemplo, causar prejuízo à entidade por contratar de modo precarizado uma jornalista. Esta trabalhadora foi à justiça trabalhista e obteve ganho de causa contra o Sinditest, fazendo jus a uma indenização de ordem de R$20 mil.

Isso sem falar na contratação de empresas para fazer reformas na sede maracutaiada da rua Marechal Deodoro... E tantos outros fenômenos de excelente gestão sindical.

Com uma parte da categoria sabendo desses rolos, por que é que a diretoria do Sinditest não traz à luz, amplamente, todo o relatório final da Auditoria pela qual todos os filiados pagaram? Tem medo do quê?

Talvez porque, mesmo publicando uma matéria interpretativa (28/10/2013) do “resultado preliminar” da auditoria, ainda assim a diretoria não consegue livrar a responsabilidade da atual presidente e de outros diretores de gestões pelegas passadas... E nem estamos falando da notória novela escandalosa da venda da chácara de Piraquara.

Falamos, por exemplo, da venda da subsede da rua Comendador Macedo, que é comentada na mesma matéria do Sinditest de 28/10/2013. Ali está escrito (provavelmente de novo da autoria de Márcio Palmares), a partir da análise feita pela auditoria da firma Concept:

“O imóvel foi vendido em janeiro de 2010 pelo valor de R$ 195.000,00.

Do ponto de vista contábil, houve falha grave. O valor da alienação foi registrado a título de 'outras receitas operacionais'. Na ocasião da venda, o valor do custo deveria ter sido devidamente reconhecido, e posteriormente registrado o ganho na alienação do imóvel. Dois anos antes da venda dessa sede, havia uma avaliação da imobiliária Apolar atribuindo ao imóvel o valor de R$ 300.000,00.

Os auditores recomendam à administração do Sindicato contratar perito para avaliar o valor aproximado do imóvel à época, e se for o caso, discutir na justiça a reintegração do bem ao sindicato, caso seja constatado dano ao patrimônio.”

Vejam só:
- a Auditoria feita pela Concept constata que a venda se deu por preço bem abaixo do mercado;
- a Auditoria supõe que houve dano ao patrimônio do sindicato pela venda abaixo do preço de mercado;
- a Auditoria recomenda nova peritagem imobiliária para confirmar o dano.

A Auditoria só não orienta que o Sinditest identifique e responsabilize quem cuidou dessa transação, e, curiosamente, os éticos vigilantes da democracia operária na atual gestão do sindicato também nada tem dito! Não querem identificar e punir os responsáveis?

Vamos, porém, nos dar à chata tarefa de refrescar a memória da categoria:

- em 3 de outubro de 2008, uma tarde morta de sexta-feira na véspera da eleição de prefeito, a Diretoria presidida por Wilson Messias convocou às escondidas (só com uma nota perdida num jornal que ninguém lê) uma assembleia geral com o intuito de aprovar a venda da subsede da rua Comendador Macedo, assembleia de menos de 30 pessoas cuja lista de presença contou com as assinaturas dos diretores Carla Cobalchini, José Carlos Assis e o "governador" Bernardo Pilotto;

- a venda foi autorizada por essa “assembleia-fantasma” e o imóvel foi vendido, a preço abaixo do valor de mercado cerca de um ano depois, sem qualquer reclamo sobre subfaturamento por parte dos diretores acima citados, que hoje são comandantes do Sinditest.

Será por causa desses “rabos presos” que a diretoria atual do Sinditest tenta ocultar o Relatório Final da Auditoria?

A coisa fica mais engraçada quando relemos este trecho da matéria do site do Sinditest de 28/10/2013:

“Todos os dirigentes da atual gestão, sem exceção, estão completamente isentos de responsabilidade pelas falhas que serão apontadas a seguir, e apenas a ação desonesta de pessoas interessadas em enfraquecer o sindicato poderia supor que eles teriam qualquer envolvimento em tais casos.”


Risível. Muito risível. Porque eles todos são mesmo uma legião de anjinhos.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Será preciso a Auditoria da Auditoria no Sinditest?

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A auditoria das contas do Sinditest foi decidida em janeiro/2012 e retardada pela gestão "Mudando o rumo dos ventos" (2012-2013) o quanto pôde, sendo realizada apenas a partir do começo do segundo semestre de 2013 (um ano e meio de atraso).

Em meados de outubro/2013, existiria um "resultado preliminar" dos trabalhos dos auditores da firma Concept. Ainda faltariam alguns documentos bancários para finalizar o relatório, nada que pudesse demorar tanto.  A Diretoria do Sinditest passada publicou uma matéria interpretando, a seu gosto, esse "resultado preliminar" em 28/10/2013.  Foi a única manifestação da Diretoria no site acerca da auditoria, desde então.  E mais nada.

Nada também na assembleia geral de 08/01/2014, que empossou como nova Diretoria a chapa "Sindicato é pra lutar" (2014-2015), pela qual Carla Cobalchini se reelegeu presidente; nenhuma alusão a essa "passada a limpo" das contas do sindicato.  O agora 1o. vice-presidente sindical Giuliano Monn, que na posse fez um discurso de balanço da gestão passada 2012-2013, afirmou que a gestão "Mudando o rumo dos ventos" cumpriu tudo que prometeu em campanha (fim de 2011).

Nosso colega Giuliano - talvez contente demais por sua (re)posse e pelo coquetel que depois seria servido naquela cerimônia de 8 de janeiro na sede social - esqueceu que a auditoria nas contas também foi promessa da chapa/gestão 2012-2013. E que tal promessa está até agora cumprida só pela metade, pois a base da categoria não tem acesso ao relatório final completo.

Qualquer servidor pode visitar o site www.sinditest.org.br e vasculhá-lo, mas nada vai achar de completo sobre o trabalho de uma empresa pelo qual todos os filiados pagaram com suas contribuições mensais.

A matéria do site de 28/10/2013 que citamos termina com o seguinte parágrafo:


"A gestão Mudando o Rumo dos Ventos [2012-2013]tomará todas as medidas cabíveis recomendadas pela Auditoria para regularizar as situações acima expostas e as muitas outras apresentadas na íntegra do relatório. Em breve o relatório sofrerá atualizações, à medida que novas informações chegarem dos bancos, e a categoria será informada sobre o andamento dos trabalhos."


Bem, então, sabedores agora de que "a categoria será informada sobre o andamento dos trabalhos", e passados mais de dois meses de que essa promessa foi escrita, esperamos que ainda em janeiro os servidores contribuintes do Sinditest possam ter acesso irrestrito, via site de internet assim como na sede sindical, ao Relatório Final completo dessa auditoria.  

Ou será preciso que outra assembleia convoque uma auditoria da auditoria?  Com a palavra, os paladinos da ética e da democracia operária, agora no comando do Sinditest.

Banco Mundial, SUS e a mídia manipuladora

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A manchete da primeira página da Folha de S. Paulo (09/12/2013) não deixa margem à dúvida: “Ineficiência marca gestão do SUS, diz Banco Mundial”. A matéria destaca que essa é “uma das conclusões de relatório inédito obtido com exclusividade pela Folha”. Aos desavisados a mensagem subliminar é clara: o SUS é um fracasso e o Ministro da Saúde, incompetente.

Por Eduardo Fagnani(*), no site do Luis Nassif

A curta matéria [na Folha SP] da suposta avaliação do Banco Mundial sobre vinte anos do SUS é atravessada de “informações” sobre desorganização crônica, financiamento insuficiente, deficiências estruturais, falta de racionalidade do gasto, baixa eficiência da rede hospitalar, subutilização de leitos e salas cirúrgicas, taxa média de ocupação reduzida, superlotação de hospitais de referência, internações que poderiam ser feitas em ambulatórios, falta de investimentos em capacitação, criação de protocolos e regulação de demanda, entre outras.

Desconfiado, entrei no site do Banco Mundial e consegui acesso ao “inédito” documento “exclusivo”(**). Para meu espanto, consultando as conclusões da síntese (Overview), deparei-me com a seguinte passagem que sintetiza as conclusões do documento (página 10):

“Nos últimos 20 anos, o Brasil tem obtido melhorias impressionantes nas condições de saúde, com reduções dramáticas mortalidade infantil e o aumento na expectativa de vida. Igualmente importante, as disparidades geográficas e socioeconômicas tornaram-se muito menos pronunciadas. Existem boas razões para se acreditar que o SUS teve importante papel nessas mudanças. A rápida expansão da atenção básica contribuiu para a mudança nos padrões de utilização dos serviços de saúde com uma participação crescente de atendimentos que ocorrem nos centros de saúde e em outras instalações de cuidados primários. Houve também um crescimento global na utilização de serviços de saúde e uma redução na proporção de famílias que tinham problemas de acesso aos cuidados de saúde por razões financeiras. Em suma, as reformas do SUS têm alcançado pelo menos parcialmente as metas de acesso universal e equitativo aos cuidados de saúde" (tradução rápida do autor).

Após ler essa passagem, tive dúvidas se havia lido o mesmo documento obtido pela jornalista. Fiz novos testes e cheguei à conclusão de que sim. Constatado que estava no rumo certo, continuei a ler a avaliação do Banco Mundial e percebi que as críticas são apontadas como “desafios a serem enfrentados no futuro”, visando ao aperfeiçoamento do SUS.

Nesse caso, o órgão privilegia cinco pontos, a saber: [1]ampliar o acesso aos cuidados de saúde; [2]melhorar a eficiência e a qualidade dos serviços de saúde; [3]redefinir os papéis e relações entre os diferentes níveis de governo; [4]elevar o nível e a eficácia dos gastos do governo; e [5] melhorar os mecanismos de informações e monitoramento para o “apoio contínuo da reforma do sistema de saúde” brasileiro.

O Banco Mundial tem razão sobre os desafios futuros, mas acrescenta pouco ao que os especialistas brasileiros têm dito nas últimas décadas. Não obstante, é paradoxal que esses pontos críticos ainda são, de fato, críticos, em grande medida, pela ferrenha oposição que o Banco Mundial sempre fez ao SUS, desde a sua criação em 1988: o sistema universal brasileiro estava na contramão do “Consenso de Washington” e do modelo dos “três pilares” recomendado pelo órgão aos países subdesenvolvidos. É preciso advertir aos leitores jovens que, desde o final dos anos de 1980, o Banco Mundial sempre foi prejudicial à saúde brasileira.

É uma pena que o debate sobre temas nacionais relevantes – como o sistema público de saúde, por exemplo – seja interditado pela desinformação movida pelo antagonismo das posições políticas, muitas vezes travestido de ódio, que perpassa a sociedade, incluindo a mídia.

Que o espírito reconciliador de Mandela ilumine os brasileiros – e o pobre debate nacional.
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(*)Professor do Instituto de Economia da Unicamp, pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e do Trabalho (CESIT/IE-UNICAMP) e coordenador da rede Plataforma Política Social–Agenda para o Desenvolvimento (www.politicasocial.net.br).

(**)"Twenty Years of Health System Reform in Brazil - An Assessment of the Sistema Único de Saúde". Michele Gragnolati, Magnus Lindelow, and Bernard Couttolenc. Human Development. 2013 International Bank for Reconstruction and Development / The World Bank 1818 H Street NW, Washington DC. Esta publicação pode ser lida na íntegra acessando este link.

A "guerrilha" da TV Globo por audiência

Um comentário:
O jornalista Daniel Castro observou nesta semana no seu antenado sítio Notícias da TV que “a Globo não é mais a mesma. No último domingo, a emissora permaneceu durante uma hora e 54 minutos sem intervalos comerciais, em pleno horário nobre..." 

Por Altamiro Borges, em seu Blog

Diz Daniel: "Ela lançou mão de uma estratégia de programação que sempre criticou na Record e SBT, por privilegiar a audiência. Depois de um bloco de quatro minutos de comerciais no Domingão do Faustão, a Globo ficou sem intervalos das 19h20 até as 21h14. Foram uma hora e 25 minutos de Domingão do Faustão e 29 minutos de Fantástico sem ir para o break... O que a Globo fez é chamado de estratégia de guerrilha”.

Ainda segundo o jornalista, “a emissora fez um intervalo comercial exatamente no momento em que a Record trocava O Melhor do Brasil pelo Domingo Espetacular, sua maior audiência atualmente, e só voltou a ter break quase uma hora e meia depois. Assim, fez tudo o que podia para manter seu telespectador longe do controle remoto. Funcionou. O Domingo Espetacular perdeu um ponto em sua média (deu 9 na Grande São Paulo). Fontes da Globo negam que tenha sido uma estratégia de programação para combater a Record. Dizem que o Domingão do Faustão já estava gravado desde dezembro com a ‘paginação’ levada ao ar. E que o longo tempo sem intervalo foi uma coincidência”.

A desculpa das “fontes” da emissora, porém, não convence. Várias estatísticas confirmam que a TV Globo está em franco declínio. O tradicional e envelhecido Fantástico já perdeu há muito tempo a sua condição de líder incontestável das tardes de domingo. Já o Jornal Nacional teve a pior audiência da sua história em 2013. Nos últimos dois anos, o principal programa jornalístico da emissora registrou perdas anuais de 10%. Na última década, o afastamento dos telespectadores do JN é ainda mais drástico. O telejornal perdeu quase 30% da sua audiência.

As novelas e outros entretenimentos também estão em baixa. Como registrou Keila Jimenez, da Folha, a emissora não terá saudades de 2013. “De 1º de janeiro a 26 de dezembro, a média diária (das 7h à meia-noite) da TV Globo na Grande São Paulo foi de 14,3 pontos. Em 2012, a rede marcou 14,7 pontos. Cada ponto equivale a 62 mil domicílios na Grande São Paulo”. É o pior índice já registrado pela poderosa rede durante um ano. O uso de “estratégias de guerrilha” visa exatamente estancar este sangramento, que pode afetar os seus bilionários recursos em publicidade!

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Comemore, trabalhador! Pobres juízes ganharão mais! E o bondoso governador também.

2 comentários:
Em vigor desde o último dia 1.º, o reajuste de 4,9% no salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) vai gerar um efeito cascata nos vencimentos de outras autoridades federais e estaduais, com impacto significativo nas contas públicas. De acordo com a lei, o salário dos 11 ministros do STF passou de R$ 28.059,29 para R$ 29.462,25. No Paraná, o aumento será automático para o governador Beto Richa, o vice-governador Flávio Arns, os secretários estaduais, os membros do Ministério Público (MP) e os conselheiros do Tribunal de Contas (TC). O contracheque de janeiro de todos eles já virá com o reajuste.

Com certeza os cidadãos contribuintes do Paraná se rejubilam porque seu competente governador, que tanto sua a camisa (às vezes em corridas de carro) para servi-los, estará recebendo melhor remuneração para fazer frente a suas modestas necessidades.  Uma justa retribuição ao governante que, em dezembro, deu ao povo um formidável presente natalino na forma da autorização do levíssimo aumento das tarifas de pedágio do Paraná.  Celebrem, paranaenses! Vivemos no melhor dos mundos possíveis.
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Fonte: com informações da Gazeta do Povo

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Motim na Folha? Os ricos "nervosinhos" e protestos na Copa

Um comentário:
Se vale alguma coisa viver nossa época, é assistir a esses “motins” na grande imprensa. São raros, muito raros, e protagonizados exclusivamente por jornalistas veteranos, cujo longo tempo de permanência no jornal lhes dá autoconfiança para divergirem das linhas editoriais determinadas pelos proprietários e seus capatazes internos.

Por Miguel do Rosário, no site O Cafezinho

Na verdade, acontece apenas na Folha. Globo, Estadão e Veja, os outros três do grupo dos quatro cavaleiros do apocalipse, mantêm um cada vez mais rígido controle sobre eventuais dissidências internas. Quem fizesse, no Globo, algo parecido ao que faz Janio de Freitas e agora Clovis Rossi fez hoje na Folha, seria sumariamente demitido no dia seguinte.

Aliás, por isso eu costumo dizer a meus amigos que, hoje em dia no Brasil, jornalistas são os profissionais com menos direito à liberdade de expressão entre todos os trabalhadores.

Rossi denuncia o quanto é ridículo que nossos endinheirados fiquem “nervosinhos”, pessimistas e indignados enquanto enchem a pança. Os pobres, diz Rossi, é que deveriam estar tristes com o que o governo gasta em juros.

Eu acrescentaria o seguinte: já que tem gente querendo protestar durante a Copa, poderiam pedir a volta da CPMF. José Gomes Temporão, ministro da Saúde no governo Lula, em artigo na última edição da Carta Capital, lembra que a CPMF (o imposto sobre o cheque) corresponderia a R$ 50 bilhões por ano. Ou seja, nos sete anos em que ela deixou de existir, e incluindo 2014, foram tirados R$ 350 bilhões da saúde

Esse valor é quantas vezes superior aos gastos com estádios da Copa (sendo que os estádios foram feitos, em sua maioria, com dinheiro privado, embora com financiamentos do BNDES)? Quantas pessoas poderiam ser tratadas, quantas vidas seriam salvas, se a CPMF não fosse derrubada após uma campanha midiática liderada, como sempre, pelo Globo, pela direita, e com apoio inclusive de setores irresponsáveis da ultra-esquerda?

Votação do fim da CPMF, com apoio do PSol. "Freira histérica" Heloisa Helena comemora ao lado do senador tucano Álvaro Dias

Outra coisa que eu agregaria ao texto de Clovis Rossi é que os “nervosinhos” estão quase todos aqui no Brasil, porque os investidores estrangeiros continuam acreditando no Brasil e tanto os investimentos produtivos (investimento estrangeiro direto), quanto os investimentos na bolsa, tem registrado um aumento constante.

Por uma ironia triste atual da nossa história, só quem não acredita no Brasil são os ricaços do Brasil. Talvez porque lêem demais nossa mídia urubuzeira. Investidores estrangeiros e os pobres do Brasil, imunes à mídia brasileira, continuam acreditando no país: os primeiros apostando alguns bilhões, na construção de novas fábricas por aqui; outros trabalhando duro, e votando na esquerda para presidente.

CLIQUE AQUI para ver o artigo de Clóvis Rossi.
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TCU comprova falta de funcionários em hospitais

Um comentário:
Auditoria confirma déficit de funcionários em hospitais do Paraná. Governo tenta reverter situação com criação de Fundação, mas sindicatos são contra a proposta.

Por Maria Gizele da Silva, na Gazeta do Povo

Uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) analisou quatro grandes hospitais do Paraná e confirmou o que os gestores das unidades já sabiam: o número de funcionários é insuficiente. O governo do estado tenta resolver o problema da pouca oferta de leitos e de serviços com a criação da Fundação Estadual de Atenção à Saúde do Paraná (Funeas), que poderia contratar profissionais desvinculados das contas do governo e em regime celetista. A discussão encontra resistência da classe médica e dos sindicatos.

Há cerca de quatro mil servidores nos hospitais ligados à Secretaria Estadual de Saúde, segundo o SindSaúde, que representa a categoria. Nem o TCU nem a secretaria apresentam uma estimativa do déficit atual.

O Hospital Universitário Regional, em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, opera com 60% de sua capacidade em razão, principalmente, da falta de profissionais, segundo o diretor geral da unidade, Everson Augusto Krum. O hospital tem uma fundação de apoio ligada à Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).

“Quando abrimos a UTI adulto não havia médico aprovado em concurso porque não houve candidato para essa área. Se não fosse a contratação pela Fundação, não teríamos como abrir a UTI adulto”, comenta Krum. O problema se estende ao Hospital Universitário de Maringá, no Norte. A superintendente Magda Oliveira comenta que alguns serviços foram ampliados em 2010 e que, por isso, os 988 funcionários têm que fazer horas extras.

A secretária-geral do SindSaúde, Elaine Rodella, observa que o acúmulo de horas-extras é prejudicial para o caixa do governo. “Se não pode contratar, o que o hospital pode fazer? Não dá para deixar uma cirurgia de emergência para fazer amanhã porque não tem funcionário”, comenta. Segundo ela, o governo estadual não cumpre a obrigação constitucional de investir 12% do orçamento em saúde.

A secretaria estadual de Saúde não comentou a proposta da Fundação e o déficit apurado pelo TCU. Já o líder de governo na Assembleia Legislativa, Ademar Traiano (PSDB), retirou de votação no último dia 16 de dezembro o projeto de lei do Executivo que cria a Fundação. O projeto será reapresentado em fevereiro.

Ele preferiu não comentar os pontos polêmicos do projeto. “A Fundação cria alternativas legais para contratação de funcionários, mas cada parlamentar tem uma visão”, citou. “Nós do SindSaúde e de mais 40 entidades entendemos que o que está em jogo é quanto vai custar o contrato de gestão”, afirma Elaine.

O presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM) no Paraná, Maurício Marcondes Ribas, lembra que a classe médica é desfavorável à proposta da Fundação porque os médicos pleiteiam a realização de concursos públicos com a oferta de planos de carreira para os profissionais.


HC precisa de mais 600 funcionários
A auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) foi feita em julho de 2013 e apresentada no início de dezembro. Ela abrangeu o Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) em Curitiba e os hospitais universitários de Ponta Grossa, Cascavel e Maringá.

O HC, que é ligado ao governo federal, também enfrenta a carência de recursos humanos. Faltam pelo menos 600 profissionais, conforme a direção do HC. Hoje, o hospital tem 2.930 funcionários. Até 1996, foram contratados servidores em regime celetista por uma fundação de apoio do hospital, mas a modalidade foi suspensa pelo TCU por irregularidades. As demais contratações se restringiram ao Ministério da Educação (MEC) por meio de concurso público.

Uma decisão da Justiça do Trabalho, em vigor desde outubro do ano passado, ajustou as escalas de trabalho. A saída encontrada pela direção do HC foi desativar 94 leitos, porém, 44 deles foram reabertos gradualmente após um novo remanejamento de profissionais. Atualmente, 50 leitos ainda estão bloqueados. A direção da instituição informa que são discutidos acordos para reativar os leitos.

Conclusões
Após vistoria em quatro hospitais públicos do Paraná, o Tribunal de Contas da União concluiu que:

• Os hospitais não têm capacidade para atender as demandas da população. A falta de profissionais agrava a situação;

• O déficit de funcionários não pode ser resolvido pelos gestores dos hospitais nem pelas universidades a que estão vinculados. A situação demanda a atuação dos governantes e dos parlamentares e, nesse sentido, o relatório do TCU contribui com a exposição do problema;

• Devido às limitações, a regulação de leitos torna-se mais relevante e, por isso, é preciso uma estrutura eficiente de pessoal e de recursos de informática;

• É preciso mais clareza no processo de credenciamento de hospitais particulares como prestadores de serviços ao SUS para que não se corra o risco de privilegiar alguns estabelecimentos.
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segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

A "heteroestima" de Marina Silva e o Premio Conversa Para Boi Dormir

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O Prêmio Doublespeak foi inventado em 1974 pelo Conselho Nacional de Professores de Inglês dos Estados Unidos. Como a entidade define, trata-se de uma “homenagem irônica a oradores públicos que perpetuaram uma linguagem grosseiramente enganosa, evasiva, eufemística, confusa ou autocentrada”.

Por Kiko Nogueira, no DCM

Nesses 40 anos, a lista de premiados incluiu Bushs pai e filho, Bill Clinton, o Departamento de Estado americano, Ronald Reagan, a indústria do tabaco, a Exxon e a Associação Nacional do Rifle. A CIA foi agraciada com a honraria por anunciar que não iria mais usar o termo “matar” em seus relatórios. Em seu lugar, entraria a expressão “privação ilegal ou arbitrária da vida”. Em 2013, quem ganhou foi o prefeito de Chicago, Rahm Emanuel.

É preciso criar algo parecido aqui. O Prêmio CPBD, Conversa Para Boi Dormir. O primeiro vencedor é relativamente batata. Marina Silva. Pelo conjunto da obra e, especialmente, por seu último artigo na Folha. É um texto que cabe na definição de George Orwell num ensaio: feito para dar “aparência de solidez a vento puro”.

Vamos a alguns trechos da coluna que mereceu o Prêmio CPBD:

"Em meio aos abraços amigos e desejos de feliz Ano-Novo, costumamos reconhecer a sinceridade dos desejos para além das palavras, pois estas são, muitas vezes, gastas e repetidas. As palavras necessitam de gestos que recuperem e sustentem seu sentido."

"Releio Hannah Arendt, para melhor refletir sobre a possibilidade de restaurar a capacidade humana de lidar com as desconfianças e incertezas causadas pela ameaça do imprevisível, por meio do milagre da “promessa”. Na dimensão política da crise civilizatória que vivemos, a crise de confiança é o centro do problema." 

"Ainda é possível refazer a confiança, dentro de um espaço de heteroestima política, social, cultural, como indivíduos e como povo? Temos motivo para descrer, num mundo fragmentado em que as relações se liquefazem e escorrem, sem estabilidade. Mesmo as novas formas de relacionamento e comunicação que inventamos, muitas vezes parecem ser uma desesperada tentativa de agarrarmo-nos uns aos outros, multiplicando conexões frágeis e superficiais na ausência de laços de confiança efetivos e afetivos."

É um clássico da “linguagem evasiva e autocentrada”. No meio do blablablá, surge uma palavra chave: heteroestima. Não está no dicionário. Consta que é o oposto de autoestima, segundo Fátima Bernardes e Ana Maria Braga.

"Podemos, sim, superar a fragmentação do mundo em crise compondo novas sínteses baseadas em novas harmonias. Se já não confiamos naqueles que prometeram tudo, eis aí o sinal para que nossa nova promessa seja um acordo, simples e claro, naquilo que é essencial. A confiança vem do que é sustentável."

Esse último parágrafo foi colocado no Google Tradutor, mas o aplicativo não reconheceu o idioma. É possível que Marina fale a língua dos seus eleitores. Mas, ainda assim, é duvidoso que eles entendam tudo. Hannah Arendt, que ela afirma ter relido, disse o seguinte: “O problema de mentir e enganar é que sua eficiência depende inteiramente de uma noção clara da verdade que o mentiroso e enganador deseja esconder”.
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Absurda taxa de desemprego no Brasil!!

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Para os que só fazem criticar a "metade vazia do copo", vai este trecho de artigo do jornalista Jânio de Freitas em sua coluna de ontem:

"Um exemplo ligeiro: todo o falatório em torno de PIB de 1% ou de 2% nada significa diante da queda do desemprego a apenas 4,6%. Menor que o da admirada Alemanha. Em referência ao mesmo novembro (últimos dados disponíveis a respeito), vimos as manchetes consagradoras “EUA têm o menor desemprego em 5 anos: cai de 7,3% para 7%”. O índice brasileiro, o menor já registrado aqui, excelência no mundo, não mereceu manchetes, ficou só em uns títulos e textos mixurucas.

Mas o índice não pode ser positivo: “O índice caiu porque mais pessoas deixaram de procurar emprego”. Se mais desempregados conseguiam emprego, como provava o índice antes rondando entre 5,6% e 5,2%, restariam, forçosamente, menos ou mais desempregados procurando emprego? PIB horrível, falta de ajuste fiscal, baixa taxa de investimentos, poucas privatizações, coitado do país. E, no entanto, além do emprego, aumento da média salarial, a ponto de criar este retrato do empresariado de São Paulo: a média salarial no Rio ultrapassou a dos paulistas."

É até cruel comparar essa taxa de desemprego brasileira com as tenebrosas taxas de alguns países europeus, como a Espanha, com mais de 20% e muitos jovens espanhois sem perspectiva nenhuma.

Mas, ainda, sobre outros dois programas sociais:

"A propósito: com as alterações do Bolsa Família pelo Brasil sem Miséria, retiraram-se 22 milhões de pessoas da faixa dita de pobreza extrema. Com o Minha Casa, Minha Vida, já passam de um milhão as moradias entregues, e mais umas 400 mil avançam para a conclusão neste ano. A cinco pessoas por família, são 7 milhões de beneficiados com um teto decente, água e saneamento."

Posse de nova diretoria do Sinditest será na quarta-feira, 8 de janeiro

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A chapa que derrotou o veterano pelego Antonio Néris, garantindo a reeleição da presidente Carla Cobalchini, tomará posse na próxima quarta-feira, 8 de janeiro, às 16h00.  O evento será na sede social da rua Marechal Deodoro, 1899 e, depois da posse, está prometido um coquetel aos participantes.

Obviamente, nessa ocasião se ouvirá a diretoria velha/nova (quase a mesma) repetir o conhecido discurso de que "2014 será um ano de muitas lutas", está sendo indicada uma nova greve nacional de servidores para final de março, é preciso que todos participem etc etc.

Será, entretanto, que vão engordar o discurso da grande mídia monopolista para sabotar a realização da Copa do Mundo de futebol?  Tentarão arrastar os servidores para mobilizações de cunho nitidamente político-eleitoreiro, ecoando convocatórias de uma Miriam Leitão, de um Carlos Alberto Sardenberg e outros sacanas da mídia burguesa?  A Central-mosaico Conlutas já está fazendo isso, e a banda violenta dos protestos de junho passado prepara seus outros "coqueteis" para detonar durante a Copa, que não serão os do final da festa de posse...

Além do mais, é de se perguntar se haverá alguma alusão aos encaminhamentos imediatos sobre resultados da auditoria de contas do sindicato feita no semestre passado, cujo conteúdo integral a categoria desconhece.  A base pagou pela auditoria e tem direito a saber no que deu, se haverá correções de rotinas financeiro-administrativas e se eventuais responsáveis por irregularidades estão devidamente nomeados e serão punidos.

domingo, 5 de janeiro de 2014

A jogada da Copa

Um comentário:
Seis meses depois dos protestos que tomaram inúmeras cidades brasileiras, decantadas as insatisfações apresentadas pelos manifestantes e as múltiplas soluções aventadas por todos os atores políticos para a estranha crise que se formou, temos um quadro bem claro. A maioria da população quer mudanças no país, mas prefere que elas sejam conduzidas por Dilma e não pela oposição. A presidenta lidera em todas as sondagens de intenção de voto.

Por Gabriel Priolli, em seu site

Falta muito tempo até as eleições, certamente, e já assistimos a oscilações espetaculares de intenção de voto nos pleitos anteriores, inclusive candidaturas que “atropelaram” na reta final e venceram. Tudo pode acontecer, portanto, até que se proclamem os resultados. Mas, até segunda ordem, quem lidera é Dilma. A soma dos votos de seus adversários não supera os votos da candidata governista e tudo indica que a eleição será definida já no primeiro turno.

Sim, mas há um outro roteiro possível para este ano. Nele, as massas sairiam novamente às ruas em junho, em plena Copa do Mundo, e causariam tal transtorno à competição que seria impossível ignorá-las. A mídia mundial distribuiria a todo o globo imagens de multidões pedindo reformas, de black blocs destruindo seus alvos habituais e das polícias reprimindo com a cortesia conhecida.

As cenas passariam a impressão de um país sem governo e de um governo sem legitimidade – impressões absolutamente falsas. Mas o que é mesmo a verdade, nessas coisas da mídia e da enunciação de seus conteúdos?

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sábado, 4 de janeiro de 2014

Em março de 2014, greve nacional dos servidores técnico-administrativos

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Cento e vinte e cinco delegados representantes da categoria técnico-administrativa, eleitos em 29 entidades de base, incluindo o Sinditest, estiveram em Brasília nos dias 17 e 18/12 para debater as lutas de 2014, em mais uma Plenária Nacional da FASUBRA. 

A principal decisão tomada foi o indicativo de nova greve nacional para a segunda quinzena de março. Uma definição mais precisa da data de início da greve geral dos técnicos poderá ser tomada em nova Plenária marcada para 8-9/fevereiro, em caso de surdez do Governo Federal às reivindicações.

Entre os pontos reivindicados estão

- que os GT’s (Grupos de Trabalho) acertados no último acordo de greve (2011) produzam resultados concretos;
- redução da jornada para 30 horas semanais;
- contra a EBSERH nos hospitais universitários públicos; 
- melhorias na carreira, com adoção da ascensão funcional; 
- liberação de dirigentes para mandato sindical e fim da perseguição a sindicalistas da base da FASUBRA.

Essa pauta específica da FASUBRA se soma a uma pauta mais geral dos servidores federais, onde se destaca a luta para regulamentar a negociação coletiva para o funcionalismo e a retirada de projetos antitrabalhador que tramitam no Congresso Nacional

O calendário imediato proposto pelos delegados na FASUBRA é o seguinte:

05/02 – Lançamento Nacional da Campanha Salarial dos Servidores Públicos Federais

06/02 – Seminário sobre a Dívida Pública

07/02 – Reunião Ampliada do Fórum das Entidades do Serviço Público Federal

08-09/02 – Plenária Nacional da FASUBRA

17 a 21/02 – Participação da categoria TA na CONAE 2014 
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Fonte: com informações e foto da FASUBRA



quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Chega de financiamento privado em campanha de reitor da UFPR

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Lideranças sindicais "cooptadas" na eleição do reitor em 2012

O STF (Supremo Tribunal Federal) debate a proibição do financiamento de campanhas eleitorais por parte de pessoas jurídicas (empresas privadas). O motivo é louvável, em que pese o tribunal estar açambarcando prerrogativa que é dos representantes eleitos pelo povo (juízes não são eleitos), que compõem o Congresso Nacional (deputados e senadores).  A iniciativa embute a intenção de evitar que empresas poderosas banquem a eleição de membros do Executivo e do Legislativo, os quais depois poderão ser "sutilmente" estimulados a devolver o favor...

Isso tem a ver com uma das propostas que tramita há anos no Congresso, para a Reforma Política (não essa mini-reforma vagabunda recentemente feita pelo Congresso, que não altera nada), para que seja adotado o financiamento público exclusivo das campanhas eleitorais. O povo brasileiro já paga impostos, dos quais uma parte vai ao fundo partidário, distribuído entre os partidos brasileiros conforme o tamanho de suas bancadas. Constituir um fundo eleitoral seria um meio de dificultar que corruptores e corruptos mantenham sua cumplicidade.

Bem, mas e quando se trata de democracia universitária? Desde 1985, ano da primeira eleição direta para reitor, o processo só tem feito ficar mais e mais parecido com qualquer outra eleição de prefeito ou de deputado.  Na reeleição do atual reitor, a grana rolou solta. Um horror.  Isso desvirtua o propósito original daqueles que lutaram por isso nos anos 80.

Então, lançamos o chamado às entidades da comunidade universitária, DCE, Sinditest e Apufpr: vamos começar a debater novas regras para essa eleição da Reitoria que evitem ao máximo a inaceitável prevalência dos que arrebanham mais recursos econômicos? Vamos criar uma lei de desincompatibilização de cargo para quem quer se (re)eleger (aí incluído um vice-reitor)?  Vamos criar um processo de voto eletrônico?  Vamos intensificar o debate de ideias e impedir o marketing eleitoral dentro da academia?

Esperar Estatuinte?

3 comentários:
Certo ex-diretor do Sinditest, que muito modestamente se considera favorito para conquistar uma vaga de representante dos técnicos nos Conselhos Superiores da UFPR, comentou semanas atrás que seria absurdo mexer em "regras do jogo" perto da data de uma eleição.  E que mexer nas regras usuais do jogo seria casuísmo, que só favoreceria quem se julga com menores chances.

Referia-se esse ex-dirigente sindical ao regulamento eleitoral que orienta a eleição dos técnicos que vão ocupar as dez vagas no CoUn, cuja eleição se dará em 20 de fevereiro próximo.  Presumivelmente, ele se colocou contra a mudança do regimento, inclusive por se sentir beneficiado por uma regra que diz que a chapa de candidatos que fizer maioria leva todas as vagas do CoUn, ainda que a chapa derrotada seja bem votada.

Neste Blog já defendemos que a regra mude. Porque o CoUn é um tipo de parlamento da UFPR, e assim sendo deve ser representativo da pluralidade de opiniões que existe em cada categoria, não apenas daquela opinião que, em dado momento, seja majoritária.  Por isto, defendemos aqui a mudança do regimento de majoritário para o sistema proporcional, em que cada chapa possa indicar membros ao CoUn segundo a proporção dos votos que tiver na base.

E esperamos que esse ponto de vista seja levado em conta pela Comissão Eleitoral nomeada pelo reitor.

Estamos a poucos meses da realização de atividades referentes à revisão do Estatuto da UFPR - o Congresso Estatuinte. Será preciso esperar o Congresso Estatuinte para revisar regras que orientam o processo democrático na UFPR?  

Em 1984-85, não foi nenhum Congresso Estatuinte que determinou como eleger por via direta o reitor da UFPR, foi o movimento organizado das entidades, ao qual se curvou o CoUn daquela época, apesar de fortes resistências conservadoras.  Irá agora uma Comissão Eleitoral de uma eleição de técnicos recusar esse debate? Irá o Sinditest se negar a tomar posição a respeito?  Ou mesmo os próprios postulantes a essas vagas?

Defendemos ainda que o quanto antes se inicie o debate sobre as regras para a sucessão do reitor Zaki Akel, ao invés de só faze-lo no próprio ano da eleição (2016), pois, na pressa, a tendência é repetir o tradicional.  E não há nada mais parecido hoje com a corrompida eleição de um prefeito ou deputado qualquer do que a eleição de reitor da UFPR, avassalada pelo poder econômico e pelo marketing eleitoral, pobre de debate sobre as finalidades da academia.

Tempo de mudar

Um comentário:
Tempo, essa grandeza inventada pelos homens para designar a coincidência entre dois fenômenos ocorrendo simultaneamente, como no caso da passagem do ano e a translação do planeta pelo mesmo ponto do Sol vista de um terceiro referencial, que marca “um ano”.

Tempo que escraviza grande parte da Humanidade sob o regime capitalista com seus horários, jornadas, controles, e impede cada um de ter “seu tempo”.

Na agenda, nos calendários impressos, nos relógios e celulares, um novo ano. E o que os homens e mulheres farão no dito novo período para transformar suas vidas, bem para além dos desejos, compromissos e promessas de ano novo? Depende de cada um e daqueles que realmente queiram mudar alguma coisa. Porque este planeta não caminha bem, tende à barbárie e os que trabalham e produzem precisam agir para derrubar seus opressores e exploradores. O quanto antes.